Em 2023, Brasil já recebeu 75% de turistas estrangeiros de todo 2022
Resultado foi impactado pelo aumento de 166% de turistas da Argentina

Da Agência Brasil

O Brasil recebeu quase 2,7 milhões de turistas estrangeiros nos quatro primeiros meses de 2023, é o que mostra o levantamento mensal elaborado pela Embratur e o Ministério do Turismo, divulgado no último dia 1°. Segundo a empresa, o número equivale a 75% dos visitantes internacionais que entraram no país durante todo o ano de 2022, que somou 3,6 milhões de turistas.

A Embratur disse que a receita gerada pela visita de estrangeiros no primeiro quadrimestre, conforme dados do Banco Central, foi de R$ 10,8 bilhões, a maior dos últimos quatro anos. No mesmo período do ano passado, os gastos de estrangeiros no Brasil tinham sido de R$ 8,15 bilhões.

“O acréscimo significativo de turistas estrangeiros no país também tem relação direta com o retorno dos argentinos ao Brasil. De janeiro a abril, 1,18 milhão de hermanos desembarcaram nas cidades brasileiras, registrando um aumento de 166% em relação ao ano passado, quando foram registrados 443.993”, informou a empresa.

A estimativa, segundo o Relatório Anual de Impacto Econômico do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), divulgado neste mês, é que, em 2023, a contribuição do setor para o PIB do Brasil superará em 5% os níveis pré-pandemia (2019). Serão US$ 145,7 bilhões na economia nacional, chegando a 7,8% do PIB do país, e quase 8 milhões de empregos gerados.

Além da líder Argentina, no top-3 do ranking de países que mais enviaram turistas ao Brasil vem os Estados Unidos em segundo lugar, com 224.882 visitantes e o Paraguai na terceira posição, com 194.981 turistas. Chile, Uruguai, Portugal, Alemanha, França, Reino Unido e Itália completam a lista dos 10 primeiros.

Atividades turísticas crescem 14,8% em fevereiro
Setor está 1,9% acima do patamar pré-pandemia

Da Agência Brasil

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que as atividades turísticas no Brasil cresceram 14,8% em fevereiro, na comparação com o mesmo período de 2022. De acordo com o Ministério do Turismo, o setor segue em crescimento e está 1,9% acima do patamar pré-pandemia, na comparação com fevereiro de 2020.

De acordo com Pesquisa Mensal de Serviços, 12 estados mostraram avanço significativo nos serviços turísticos em fevereiro deste ano frente ao ano passado, com destaque para São Paulo (12,5%), Minas Gerais (25,2%), Rio de Janeiro (12,4%), Bahia (20,2%), Paraná (23%) e Santa Catarina (23,9%).

Ainda segundo o estudo, o aumento acumulado em 2023, de 5,5%, indica expansão turística de 13,8% frente ao mesmo período do ano passado, resultado do impulso obtido pela receita gerada por empresas dos ramos de locação de automóveis; restaurantes; hotéis; agências de viagens; transporte rodoviário coletivo de passageiros; e serviços de bufê.

Dados do IBGE revelam que o transporte de passageiros no Brasil registrou avanço de 2,6% no mês de fevereiro em relação a janeiro deste ano. Neste segmento, o país se encontra 5% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia). Já em relação ao acumulado do primeiro bimestre deste ano, o transporte de passageiros expandiu 9,0% frente ao mesmo período de 2022.

Feriados de abril aumentam arrecadação do ISS Turismo no Rio
Total estimado é 15% superior ao de 2019, último ano antes da pandemia

Da Agência Brasil

O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) de turismo pode fechar o mês de abril com arrecadação de R$ 16,6 milhões no município do Rio de Janeiro. A estimativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação e da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) é baseada no número de feriados do mês: a Sexta-Feira da Paixão (7) e o Dia de Tiradentes (21), que são nacionais, e o Dia de São Jorge (23), feriado estadual.

Pelos cálculos da secretaria e da Riotur, o total estimado é 15% superior à arrecadação obtida em 2019, último ano antes da pandemia de covid-19. O estudo especial Economia do Turismo no Rio, desenvolvido pela secretaria, indica que o mês é importante para a economia do município e representa 8,9% de toda a arrecadação do ISS Turismo ao longo do ano.

“A vinda de turistas para o Rio tem um impacto incrível na economia. Falamos aqui de quase R$ 17 milhões só em abril com arrecadação de ISS. Isso representa quase 10% da arrecadação do ano de ISS dos turistas. O Rio de Janeiro já tem uma geografia que ajuda muito essa atração, e a Riotur tem feito um papel de potencializar e de ajudar a divulgar as coisas que acontecem no Rio de Janeiro”, disse o presidente da empresa, Ronnie Costa, à Agência Brasil.

Os dados indicam que, em abril de 2019, o Rio arrecadou R$ 14,4 milhões com impostos ligados ao turismo. O valor caiu nos dois anos seguintes, quando a economia sofreu os impactos da pandemia, principalmente no setor de turismo. Em 2020, a arrecadação atingiu R$ 7,2 milhões e, em 2021, ficou em R$ 5,5 milhões, volumes bem mais baixos que o estimado para este ano.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, além dos turistas estrangeiros e nacionais, os próprios moradores da cidade ajudam a movimentar a economia nos feriados, que são períodos importantes para o Rio, que recebe milhares de turistas brasileiros e estrangeiros. Além disso, os feriados oferecem ao carioca oportunidade de circular um pouco mais pela cidade, diz nota da secretaria. “Tudo isso ajuda a movimentar a economia da nossa cidade, que tem forte vocação no turismo”, acrescenta o texto.

No ano passado, a situação foi diferente. Com a incidência da covid-19 mais controlada, houve carnaval fora de época, com a transferência dos desfiles das escolas de samba para abril. Dados coletados na Passarela do Samba, para a publicação Carnaval de Dados, elaborada pela secretaria, em parceria com a Fundação João Goulart e a Riotur, mostraram que o perfil do público dos desfiles era composto na maioria por brasileiros. Entre eles, 68,8% de moradores da região metropolitana do Rio de Janeiro, 25,4% de turistas nacionais e 5,8% de turistas estrangeiros.

Atrações no ano inteiro

Para Ronnie Costa, os feriados são fundamentais para manter a cadeia do turismo ativa. Por isso, a Riotur tem trabalhado ativamente na divulgação da cidade com foco nesses períodos, apresentando a programação, as ofertas e buscando atrair os turistas que estão nas cidades e estados próximos. Segundo Costa, os visitantes mais assíduos são do interior de São Paulo

“Passados o réveillon e o carnaval, o Rio de Janeiro continua pujante, graças a Deus. Primeiro ano de retomada pós-pandemia, e a Riotur está muito feliz em poder contribuir para que as pessoas continuem vindo, frequentando e visitando o Rio de Janeiro”, afirmou Ronnie Costa.

O presidente da Riotur destacou que a cidade tem atrações e atividades no ano inteiro, não é só na época do carnaval e do réveillon. “A cidade tem muitos eventos e muitos atrativos e, através da prefeitura e da Riotur, estamos ajudando a mostrar que o Rio de Janeiro continua o ano inteiro preparado para receber todos os turistas.”

Temporada de cruzeiros injeta R$ 3,6 bi na economia brasileira
Estimativa é de 650 mil a 700 mil passageiros embarcados

Da Agência Brasil

A temporada de cruzeiros 2022/2023 entra em sua reta final, consolidando-se como a maior dos últimos 10 anos, com a estimativa de 650 mil a 700 mil passageiros embarcados, mais de quatro vezes acima da anterior, que teve menos navios e menor período de navegação.

Segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), a temporada atual, que termina em abril, gerou cerca de 48 mil empregos, trazendo impacto econômico de aproximadamente R$ 3,6 bilhões, crescimento de 240% em relação a 2021/2022. O valor engloba tanto os gastos diretos, indiretos e induzidos das companhias marítimas, quanto os gastos de cruzeiristas e tripulantes.

Os navios Costa Firenze, Costa Fortuna, Costa Favolosa, MSC Armonia, MSC Fantasia, MSC Musica, MSC Preziosa, MSC Seashore e MSC Seaview formam o grupo de nove embarcações de cabotagem que partiram dos portos de Itajaí (SC), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Santos (SP), com escalas em 17 destinos, incluindo Buenos Aires, Montevidéu e Punta del Este, que voltaram aos roteiros depois de um período de restrições.

De acordo com a Clia Brasil, a temporada 2022/2023 também marcou a volta do Brasil à rota de importantes companhias marítimas de todo o mundo, com 35 navios de longo curso fazendo paradas em 45 destinos localizados em 15 estados, como Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, entre outros.

O presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz, disse que comemora avanços e conquistas nesta temporada, a maior da década, com as portas abertas para a próxima, que deve ser a maior dos últimos 11 anos.

“Estamos trabalhando muito pelo presente e pelo futuro do setor, e isso engloba a busca de novos destinos, com alguns já confirmados para 2023/2024, melhorias na infraestrutura, nos custos, no ambiente de negócios do Brasil, além investimentos em sustentabilidade rumo à meta de diminuir as emissões de carbono em 40% até 2030 e zerá-las até 2050, entre outras coisas”, afirmou, em nota.

Temporada 2023/2024

Para a temporada 2023/2024, prevista para ter navegação de outubro a maio, o setor tem perspectivas positivas, com a expectativa de ofertar 840 mil leitos, crescimento de 6% em relação à temporada atual, e injetar cerca de R$ 3,9 bilhões para a economia brasileira.

Segundo a CLIA Brasil, serão nove navios, como em 2022/2023, mas com capacidade maior. Entre as novidades, está a confirmação de Paranaguá (PR) como porto de embarque, além da possibilidade de estreia de destinos catarinenses, com escalas-teste em Penha e em São Francisco do Sul, além do trabalho de mais de longo prazo para viabilizar outras cidades, como Vitória.

A próxima temporada também terá 35 navios de longo curso, que farão paradas em 47 destinos de 15 estados, como Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Nosso foco é que a indústria de cruzeiros continue crescendo, impactando positivamente a economia do país, de toda comunidade envolvida na nossa atividade, toda cadeia de turismo, como agências de viagens, operadoras de turismo, hotéis, gastronomia, atrações, entre outros, além dos destinos que recebem os navios”, disse Marco Ferraz.