CNC estima que carnaval vai movimentar R$ 9 bilhões no Brasil
Minas Gerais lidera projeção de crescimento, em turismo com 20,2%

Da Agência Brasil

O carnaval de 2024 deve movimentar R$ 9 bilhões de reais representando 10% acima do que foi registrado no ano passado. A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira (29) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade completou que em ritmo de recuperação pelo quarto ano seguido, será a primeira vez que o faturamento deve superar o patamar anterior à pandemia de covid-19.

O presidente da CNC, Roberto Tadros, observou que os dados de faturamento do setor de turismo, tanto nacionais quanto regionais, indicam avanço na atividade nos últimos anos. “O efeito do carnaval, como um evento isolado, contribui para a recuperação econômica do segmento de maneira geral e expressiva”, afirmou na nota divulgada pela CNC.

No setor de turismo, Minas Gerais (20,2%), Paraná (14,5%) e Rio Grande do Sul (12,2%), lideram a projeção de crescimento entre os estados. Para o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, a tendência de crescimento deve se manter em 2024.

“A profissionalização da atividade do turismo nos últimos anos, além da maior demanda por esses serviços, justifica o surgimento de destinos menos tradicionais como protagonistas para os turistas que buscam aproveitar esse período não somente para as grandes festas de carnaval”, relatou.

São Paulo

As projeções da CNC indicam ainda que São Paulo deve ser o campeão de faturamento das atividades turísticas no mês do carnaval. A expectativa é de R$ 16,3 bilhões. Embora com valores mais baixos, na sequência vem o Rio de Janeiro, com R$ 5,3 bilhões, e Minas Gerais, com R$ 5,2 bilhões. Bahia e Rio Grande do Sul ficam empatados com previsão de R$ 2,7 bilhões.

“O faturamento das atividades turísticas no mês do carnaval reflete a dinâmica econômica geral de cada Estado e, quanto maior o fluxo turístico, a população residente e a renda média, mais alta a projeção”, analisou o economista-chefe, acrescentando que São Paulo fica na liderança isolada, uma vez que concentra cerca de 20% da população brasileira.

Mais gastos

Com a melhora da situação financeira, o turista brasileiro deve gastar mais neste carnaval, o que vai contribuir para a circulação de renda no comércio e nos serviços durante o período. Conforme os dados do Banco Central (BCB), em 2023, os gastos dos brasileiros no exterior subiram 44% se comparado ao ano anterior, somando US$ 1,1 bilhão. Quanto aos turistas estrangeiros no Brasil, os gastos em 2023 superaram em 44% o montante de 2022.

Para Felipe Tavares, a tendência de alta, observada entre 2022 e 2023, deve permanecer em 2024. O economista-chefe estimou que as despesas dos turistas brasileiros no exterior vão crescer 19%, chegando a US$ 1,3 bilhões. Já os estrangeiros no Brasil devem “gastar 19,4% a mais, o que representará cerca de US$ 971 bilhões no carnaval em 2024”.

Empregos

Não são só as atividades do Turismo que ganham com o carnaval. Segundo a CNC, a contratação de temporários em diversas áreas econômicas também avança. Especialmente no setor de serviços, onde estão incluídas as atividades de turismo, a CNC prevê 66.699 postos temporários para 2024, com 3,1% de efetivação.

No entendimento de Alexandre Sampaio, diretor da CNC, que coordena o Conselho Empresarial de Turismo e Hospedagem (Cetur) e presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), o carnaval 2024 vai manter a tradição de ser importante para o turismo brasileiro e reforçar a contratação de pessoal para atender a demanda.

“Nós acreditamos que o carnaval vai cumprir o seu padrão de ocupação plena de vários segmentos de hospedagem, demanda muito grande de alimentação fora do lar, processos e serviços de catering para atendimento de grupos nas avenidas e no carnaval de rua, como em Salvador, Rio e São Paulo, que são os mais famosos”, comentou o diretor.

Inca reforça pedido de doações de plaquetas depois do carnaval
Estoque do derivado costuma ficar zerado neste período

Da Agência Brasil

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) está convocando voluntários para doarem sangue e plaquetas. De acordo com o instituto, esse período pós-carnaval é preocupante, já que, sem as doações devido às festas, seu estoque desse derivado do sangue fica zerado.

O hemoderivado tem vida útil de apenas cinco dias, o que significa que a plaqueta doada na sexta-feira antes do carnaval (17) não pode mais ser utilizada.

A plaqueta pode ser obtida em uma doação de sangue regular, quando é separada após o procedimento, ou em uma doação especial, quando é separada na hora da retirada. Nesse caso, os demais hemoderivados (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plasma) e parte das plaquetas retornam ao corpo do doador após a separação.

Esse derivado do sangue é importante para pacientes que tenham sido submetidos a transplante de medula, quimioterapia ou a alguma intervenção cirúrgica.

A campanha Bloco da Solidariedade foi criada em 2005 e costuma aumentar em 45% o número de doações no pós-carnaval, em relação à semana que antecede as festas.

Neste ano, mesmo antes do carnaval, as doações de sangue já estavam 40% abaixo do ideal para o Inca.

Doações podem ser feitas por qualquer pessoa, de 16 a 69 anos, que estejam em boas condições de saúde e que pesem mais de 50 kg. A orientação é evitar o consumo de alimentos gordurosos três horas antes da doação. Quem foi infectada pelo novo coronavírus deve esperar pelo menos 10 dias, contados a partir do fim dos sintomas.

É necessário apresentar documento com foto. Adolescentes de 16 e 17 anos também devem comprovar consentimento formal dos responsáveis. Para doar plaquetas, é necessário agendamento prévio por meio de contato telefônico.

O Banco de Sangue do Inca fica na Praça Cruz Vermelha, 23, 2º andar, centro do Rio de Janeiro. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 14h30, e aos sábados, das 8h às 12h. Mais informações pelos telefones: (21) 3207-1021 e (21) 3207-1580.

RJ: hotéis da capital e do interior têm 90% de reservas para carnaval
Município na Região dos Lagos está com 100% de vagas ocupadas

Da Agência Brasil

Pesquisa divulgada hoje (17) pelo Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Rio de Janeiro (HotéisRIO) revela que a rede hoteleira da capital fluminense registra, até o momento, média de 91,52% dos quartos reservados no período do carnaval, que vai de 18 a 21 de fevereiro. A região de Ipanema e Leblon foi a mais procurada, com 95,88%, seguida por Flamengo e Botafogo, com 91,91%, Leme e Copacabana (91,19%), Barra da Tijuca e São Conrado (91,04%) e centro (90,49%).

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), no interior do estado, a média é de 92,65% dos quartos reservados para o carnaval. No topo da lista, está o município de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, com 100% de ocupação, seguido por Miguel Pereira, com 99,30%.

Em seguida, aparecem Angra dos Reis, na Costa Verde, com 96,01%; Rio das Ostras, com 95,3%; Cabo Frio, com 95,2%; Armação dos Búzios, com 94,2%; Itatiaia e Penedo, com 92,1%; Nova Friburgo, com 90,2%; Teresópolis, com 89,8%; Paraty, com 89,7%; Valença e Conservatória, com 89,3%; Vassouras, com 89,2%; e Petrópolis e Macaé, empatados com 88,4%, cada.

Otimismo

O presidente do HotéisRIO, Alfredo Lopes, mostrou-se otimista com o feriado de carnaval. Segundo Lopes, a hotelaria carioca espera que a ocupação no período alcance 100%, pois ainda há reservas chegando. “Como aconteceu no réveillon 2022/2023, o percentual de estrangeiros apresenta aumento e deve ficar em torno de 35%, com destaque para norte-americanos e argentinos, seguidos de franceses e chilenos”, disse Lopes.

Entre os turistas nacionais, predominam os de São Paulo e Minas Gerais, embora Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal, Goiás e o próprio estado do Rio de Janeiro tenham participação expressiva, acrescentou o presidente do HotéisRIO.

MP do Rio pede medidas emergenciais para os desfiles no Sambódromo
Ação pretende evitar riscos de acidentes na área de dispersão

Da Agência Brasil

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com um pedido na justiça de tutela de urgência incidental contra a Prefeitura da capital, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) e a Liga Independente do Grupo A (LIGA-RJ). A ação requer que sejam adotadas medidas emergenciais na área de dispersão dos carros alegóricos antes dos desfiles de sábado (18), que acontecem no Sambódromo da Marques de Sapucaí. Para o MPRJ, há um risco alto de acidentes.

A promotoria pede que a companhia Light, por meio da Prefeitura, providencie a retirada de um poste localizado na Rua Frei Caneca, que está em posição indevida na saída do Sambódromo. O MPRJ leva em conta um relatório do Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ), que analisou as condições do local e indicou risco de choque contra obstáculo na via. O órgão também ressalta que é preciso garantir a iluminação correta do local, com previsão de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. Outra exigência é que haja fiscalização para impedir o funcionamento de estabelecimentos comerciais no setor de dispersão, com multa prevista de R$ 20 mil para cada infrator.

Em relação à Liesa e à LIGA-RJ, o MPRJ pede que contratem funcionários em quantidade suficiente para isolar os carros alegóricos na área de dispersão e impedir que crianças e adolescentes subam neles. A promotoria entende que o número de seguranças ainda é insuficiente.

O novo pedido do Ministério Público faz parte do processo que tramita no Juízo da 1ª Vara de Infância e Juventude da Capital desde setembro de 2022, com exigências para aumentar a segurança nos desfiles. Uma nova recomendação foi feita em janeiro desse ano.

Acidente

Ano passado, Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, foi esmagada entre um carro alegórico e um poste, enquanto o veículo manobrava na saída da Praça da Apoteose. Primeiramente ela teve uma perna amputada, mas morreu dois dias depois do acidente.

A morte da menina levou o MPRJ a fazer um pedido para a adoção de escoltas em todas as alegorias na saída do Sambódromo, que foi aceito pelo juízo da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio. A Justiça determinou então a obrigação para que todas as escolas da Série Ouro, do Grupo Especial e das escolas de samba mirins impeçam a aproximação indevida de criança ou adolescente das alegorias na saída da área da Apoteose da Passarela do Samba.

Ainda na decisão, a 1ª Vara determinou que a Polícia Militar coloque viaturas e a Guarda Municipal faça o patrulhamento a pé, na Rua Frei Caneca e em outras vias do entorno do Sambódromo, onde são realizados os deslocamentos das alegorias após os desfiles.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a Prefeitura do Rio, a Liesa e a LIGA-RJ, mas não obteve respostas até o fechamento da matéria.