FGV Ibre: confiança do consumidor sobe 2,7 pontos em dezembro
Recuperação ocorre depois de dois meses de queda

Da Agência Brasil

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 2,7 pontos, chegando a 88 pontos, em dezembro. O aumento ocorre depois de dois meses de queda e contribuiu para zerar as perdas acumuladas nos últimos dois anos. Os dados foram divulgados hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com a coordenadora das Sondagens da instituição, Viviane Seda Bittencourt, a recuperação foi puxada pela melhora da perspectiva das famílias de baixa renda.

“A melhora da confiança reflete um aumento do otimismo em relação aos próximos meses, principalmente das famílias de menor poder aquisitivo, que vem se mantendo mais endividadas e sofrendo mais com os efeitos da inflação e taxa de juros elevada”.

Por outro lado, ela aponta que há piora na expectativa sobre o mercado de trabalho.

“As avaliações sobre o momento ainda se mantém estáveis, mas com piora na percepção sobre o mercado de trabalho, o que gera cautela na intenção de compras no curto prazo. O ano fecha com um saldo positivo e zera as perdas acumulada nos últimos dois anos, mas é necessário um grande caminho para que a confiança volte a superar o nível neutro estimulando o consumo.”

Em médias móveis trimestrais, a confiança do consumidor sofreu queda de 0,3 ponto, para 87,3 pontos, após registrar alta nos últimos cinco meses.

Componentes

Entre os componentes do ICC, em dezembro o Índice de Situação Atual (ISA) ficou estável, com variação de 0,1 ponto, para 70,9 pontos, e o Índice de Expectativas (IE) subiu 4,3 pontos, para 100,3 pontos, o melhor resultado desde dezembro de 2019.

Na composição do ISA, piorou a satisfação das famílias sobre a situação econômica, enquanto as avaliações sobre as finanças pessoais no momento melhoraram. O indicador das percepções sobre a situação financeira das famílias subiu 2,7 pontos, para 63,6 pontos. Enquanto o índice da satisfação sobre a situação econômica caiu 2,7 pontos, para 78,8 pontos, o pior resultado desde julho de 2021, quando marcou 77,9 pontos.

A principal alta entre os componentes do ICC no mês foi a situação financeira das famílias nos próximos seis meses, com avanço de 12,5 pontos, para 105 pontos, alcançando o maior patamar desde fevereiro de 2019, quando o indicador ficou em 105 pontos. De acordo com o FGV Ibre, a alta recupera as perdas sofridas nos últimos dois meses.

Já o indicador do grau de otimismo com a situação econômica geral aumentou 4,5 pontos, para 115,1, o que compensa a queda do mês passado. Por outro lado, a intenção de compra de bens duráveis caiu 4,7 pontos, para 80,8 pontos.

Na análise por faixa de renda, foi compensada parte das perdas dos últimos dois meses entre os consumidores de menores rendimento, com avaliação sobre a situação financeira das famílias com alta após a forte queda de novembro. Nas classes de renda mais alta, o índice se mantém em patamar elevado, mas ainda abaixo do nível neutro de 100 pontos.

Escola Nacional de Defesa do Consumidor abre inscrições para cursos gratuitos

A Escola Nacional de Defesa do Consumidor (ENDC) está com inscrições abertas para os cursos gratuitos online de Educação Financeira para Consumidores, Introdução à Defesa do Consumidor e Oferta e Publicidade. As inscrições vão até 18 de março e são feitas pelo site http://www.defesadoconsumidor.gov.br.

Quem participar do curso de Educação Financeira vai aprender a planejar seu orçamento; calcular receitas e despesas e classificá-las em fixas, variáveis e eventuais; calcular percentagens;  relacionar capital, juros e tempo; e ainda utilizar a calculadora do cidadão. Já as aulas de Defesa do Consumidor vão abordar pontos como o surgimento da proteção do consumidor no Brasil e do  do Código de Defesa do Consumidor; definição do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor; o papel da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon); os avanços do Plano Nacional de Consumo e Cidadania (Plandec); a importância da atuação conjunta dos órgãos de defesa do consumidor e as Agências Reguladoras para a defesa do consumidor; entre outros. O curso de Oferta e Publicidade vai ensinar, por exemplo, a identificar os princípios sobre a oferta e publicidade nas relações de consumo e a distinção entre publicidade enganosa e publicidade abusiva.

Em todos os cursos, os participantes que responderem a todos os questionários sobre os conteúdos assistidos e obtiverem, no mínimo, 50% dos pontos disponíveis poderão retirar a declaração de conclusão do curso no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). O certificado, em versão digital, será emitido pela Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a Escola Nacional de Defesa do Consumidor (Endc), da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon/MJ).

Confiança do consumidor cai pelo segundo mês seguido, revela CNI

Depois de subir no início do ano, a confiança do consumidor caiu pelo segundo mês consecutivo, revelou hoje (4) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) atingiu 101,9 pontos em março, valor 0,8 ponto inferior ao registrado em fevereiro.

O indicador continua abaixo da média histórica, de 108 pontos, o que, para a CNI mostra a preocupação dos brasileiros com a economia. Segundo o levantamento, a redução foi provocada pela diminuição do otimismo com a queda da inflação e o aumento do emprego e da renda nos próximos seis meses.

O índice de expectativa de inflação caiu 2,7%, o de desemprego recuou 2,6% e o de renda pessoal diminuiu 2,9% em março na comparação com fevereiro. A queda do índice reflete o aumento do número de pessoas que espera que a inflação suba, o desemprego aumente e a renda pessoal caia. Esses três indicadores compõem o Inec.

Apesar da diminuição do otimismo com a economia em geral, as expectativas em relação às finanças pessoais melhoraram levemente em março. O indicador de expectativas de compra de maior valor (pessoas que pretendem comprar produtos caros) aumentou 1,4% e o de situação financeira (pessoas que acreditam que as finanças melhoraram) cresceu 0,6% em relação a fevereiro. O indicador de endividamento, no entanto, caiu 0,4% em março, indicando pequena alta das dívidas dos consumidores.

Realizado em parceria com o Ibope, o levantamento da CNI ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 22 e 25 de março.

Desembargador dá dicas de como não cair no prejuízo durante a Black Friday

justica2135
O desembargador Werson Rêgo alerta para ter cuidado com a maquiagem de preços

O desembargador Werson Rêgo, um dos maiores especialistas na área do Direito do Consumidor, deu dicas de como aproveitar e evitar amargar prejuízos durante a Black Friday, período em que o comércio realiza uma ampla liquidação de bens e serviços. Como se prevenir de fraudes e aproveitar, com segurança, as promoções?

De acordo com o magistrado, uma das principais queixas durante a Black Friday são os preços que deveriam estar mais baixos, mas que, na verdade, seguem os mesmos de meses atrás. O golpe chega a ser apelidado de “Black Fraude” por alguns.

“Existe a maquiagem de preços. Isso significa que nesse período, antes da Black Friday, os fornecedores aumentam consideravelmente o valor dos produtos, fornecedores que não agem de boa-fé. Então você compra com descontos maravilhosos de 50%, até 80%, mas do dobro do valor real. É importante pesquisar antes o preço. Pesquisar se o fornecedor é confiável. Procure sites de reclamações e pesquise sobre esse fornecedor”, comentou Werson Rêgo.

O desembargador Werson Rêgo também deu dicas de como não cair nessa maquiagem feita por alguns comerciantes.

“Compare os preços e, se tiver a intenção de fazer compras na Black Friday, para obter a vantagem dos descontos, comece a documentar os valores que estão sendo praticados em diversos momentos antes da Black Friday, pra não ser surpreendido por essa maquiagem, que acontece com indesejada frequência, o que resulta em ações judiciais”, completou.

Há diferentes tipos de consumidores, os que preferem fazer a compra em uma loja física, mas também os que decidem usar a internet. O desembargador ressaltou que a internet é muito boa e oferece segurança em muitos casos, mas é preciso ter cuidado para não fazer compras em sites falsos e ter dados pessoais hackeados.

“Procure sites de fornecedores conhecidos e confiáveis. Uma dica é sempre se atentar ao HTTPS e o ícone do cadeado que ficam na página. Isso prova que o site é seguro para colocar seus dados pessoais. Quando não toma as devidas cautelas, o consumidor corre o risco de ter informações capturadas por fraudadores: cartão, validade, código de segurança, nome e a senha”, disse.

Algumas promoções muitas vezes são tão expressivas que assustam os clientes. Segundo o magistrado os consumidores deve estar atentos.

 “A qualidade dos produtos também é um problema. Nessas situações, no popular ‘quando um santo vê esmola demais ele desconfia’. Não existe milagre, então desconfie de ofertas fora de um padrão normal. Pode ser produto próximo do prazo de validade expirar, produto fora de série, que não tem espaço no mercado, ou seja, um produto de segunda linha, e isso vai impactar no preço”.