Governo começa a pagar auxílio emergencial de R$ 600 na quinta-feira
Crédito bancário para contribuintes será realizado no dia 15 de abril

 

Onyx Lorenzoni: mesmo as pessoas sem crédito no celular pré-pago poderão baixar o aplicativo sem custo

 

Da Agência Brasil

O governo começa a pagar na quinta-feira (9) a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600 para pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com conta no Banco do Brasil ou poupança na Caixa Econômica Federal. Para os clientes dos demais bancos, o pagamento será feito a partir do dia 14 deste mês.

O segundo pagamento do benefício de R$ 600 ocorrerá entre 27 e 30 de abril, conforme a data de aniversário dos beneficiários. E a última parcela será paga de 26 a 29 de maio. A ideia é que todo o pagamento do benefício – as três parcelas de R$ 600 – seja feito em cerca de 45 dias, totalizando a liberação R$ 98 bilhões para 54 milhões de pessoas.

Hoje (7) foram lançados o site da Caixa e aplicativos para iOS e Android para os trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais (MEI) e contribuintes da Previdência que ainda não têm informações no CadÚnico. O cadastramento também é necessário para as pessoas que não estavam no CadÚnico até o dia 20 de março. Quem não sabe se está no cadastro pode conferir a situação ao digitar o número do CPF no aplicativo.

Aplicativo gratuito

O aplicativo pode ser baixado gratuitamente. De acordo com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, houve um acordo com empresas de telefonia para que mesmo as pessoas sem crédito no celular pré-pago possam baixar a ferramenta sem custo. A Caixa disponibilizou ainda a central 111 para tirar dúvidas sobre como fazer o cadastramento.

“O aplicativo é só para quem é MEI, que é contribuinte individual do INSS ou informal. Quem está no Bolsa Família ou outros programas do governo federal não precisa fazer o cadastro”, ressaltou Onyx, em entrevista coletiva, nesta manhã, no Palácio do Planalto.

No caso dos beneficiários do Bolsa Família, o pagamento seguirá o calendário normal do programa. De acordo com o presidente da Dataprev, Gustavo Canuto, o CadÚnico tem 75 milhões de pessoas inscritas. Desses, 43,6 milhões são beneficiários do Bolsa Família.

Ao excluir os beneficiários do Bolsa Família, ficam 31,4 milhões de pessoas. “Desse universo de 31,4 milhões de pessoas, foram identificadas mais de 10 milhões que estão elegíveis para receber o auxílio emergencial. Hoje estamos na fase final de análise desse dados para garantir que todos os quesitos foram atendidos e nenhum pagamento será efeito para quem não estiver estritamente coberto pela lei”, disse Canuto.

Conta digital

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que criará 30 milhões de contas digitais para beneficiários sem conta em banco. Os beneficiários poderão movimentar a conta e fazer transferências gratuitamente, mas inicialmente não será possível sacar o dinheiro. Ainda será divulgado um cronograma para a realização de saques. Segundo Guimarães, haveria um “colapso” se fosse liberado o saque para todos ao mesmo tempo.

Guimarães informou ainda que fará transferência gratuita para contas em bancos privados e públicos estaduais nos casos de beneficiários que já têm conta.

Os recursos que forem transferidos para conta de beneficiários não poderão ser usados para pagar dívidas, como o cheque especial. Segundo o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, foi feito um acordo com os bancos para evitar que o auxílio seja usado para pagar automaticamente dívidas dos clientes.

Na crise, uma janela para reduzir gastos e ganhar qualidade
João Uchôa *

* João Uchôa é arquiteto e sócio-fundador da CICLO Arquitetura

Entre 2015 e 2018, a crise econômica derrubou o setor da construção civil. Sem dinheiro em caixa, comprar, construir ou reformar um imóvel ficou em terceiro plano. O mercado literalmente parou. Na CICLO Arquitetura, os projetos de grande e médio porte simplesmente desapareceram. Os de pequeno porte não suportavam 10% das contas do mês. O escritório começou cortando planos de saúde, reduziu as escalas de trabalho e, por último, decidiu pela desmobilização e o desligamento de pessoal.

Do efetivo de 27 arquitetos que tínhamos em 2016, reduzimos para apenas três. Em março de 2018, os contratos voltaram a aparecer e começamos um processo de recontratação do time. Mas, diferentemente do formato operante de CLT, a crise nos mostrou alternativas mais viáveis para se recuperar das enormes perdas acumuladas.

Os cinco designers de imagens virtuais que trabalhavam presencialmente na CICLO passaram a operar em regime de home office – e por serviço especifico. A solução foi boa para todos. As horas perdidas em deslocamento de alguns designers que vinham da Barra da Tijuca, do Recreio ou de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, foram transformadas em produtividade e economia.

Hoje as reuniões são por meio de aplicativos como Zoom ou Skype. No escritório, o espaço ficou mais arejado, além de demandar menos equipamentos, software e gastos com café e ar-condicionado. Trabalhando em casa, com horários livres e metas de entrega, a equipe passou a operar com mais empenho até nos fins de semana. A entrega ganhou agilidade e o prazo de recebimento tornou-se mais curto.

Muito antes do coronavírus, apostamos nesse formato de trabalho como um meio de reduzir os deslocamentos e garantir qualidade de vida. O home office contribui para desafogar o trânsito e diminuir os índices de poluição das cidades. De quebra, permite baixar consideravelmente os gastos operacionais para todos os envolvidos na atividade profissional.

O resultado é um ganho em qualidade de vida, em produtividade e economia. O meio ambiente agradece: menos carros, menos gente circulando e menos poluição. Nessa linha, começamos a contratar arquitetos com residência próxima ao local das obras. Com isso garantimos facilidade e eficiência no atendimento e, mais uma vez, redução nos deslocamentos e nos custos operacionais.

Antes da reclusão em seus lares, já trabalhávamos com 12 arquitetos e designers em sistema de home office e outros 11 na sede do escritório. Com a chegada da

pandemia, determinamos que, a contar do último dia 16, todos deveriam ficar em casa. Fechamos a primeira semana com uma resultado de 100% de eficiência no atendimento e no cumprimento de nossas metas de produção e entrega de material técnico. O trio celular, computador e internet garantem hoje, para o desenvolvimento de projetos de arquitetura e de atendimento, um resultado confiável e qualitativo.

Estamos trabalhando no desenvolvimento de três novas (e grandes) atrações para o Rock in Rio 2021, no projeto do Bioparque do Rio (antigo RioZoo), no Clube da Brahma em Goiás, no Local Market (polo gastronômico) do Leblon, no LongBoard Paradise, no Bar do Zeca Pagodinho (que vai abrir as portas na Zona Sul) e na reforma do Colégio São Vicente de Paulo. Isso sem contar o projeto da Arena Gramado, no Rio Grande do Sul, e em vários outros projetos dentro e fora do Rio de Janeiro.

O trabalho em home office tirou um tanto da agradável presença dos parceiros e nos colocou em permanente contato pelas redes e equipamentos de comunicação. Sem dúvida, essa experiência poderá em um futuro próximo servir de um bom exemplo para reduzirmos os deslocamentos na cidade e, com isso, melhorar o trânsito, a qualidade do ar e garantir maior conforto operacional para os trabalhadores.

Sabemos que nem todos os segmentos da atividade profissional poderão se beneficiar desse sistema, mas certamente podem refletir sobre diferentes meios de redirecionar o antigo formato de prestação de serviços.

Governo zera impostos de produtos usados no combate ao coronavírus
A medida foi publicada hoje no Diário Oficial

Da Agência Brasil

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) ampliou a lista de produtos necessários ao combate do novo coronavírus com redução temporária para zero da alíquota do Imposto de Importação. A resolução nº 28 foi publicada na edição de hoje (3) do Diário Oficial da União.

Entre os produtos com redução do imposto estão tecidos para fabricação de máscaras; suporte para circuitos respiratórios; válvulas de ventiladores pulmonares; baterias; cartão de memória, entre outros dispositivos.

A Camex já havia reduzido a tarifa a zero para álcool etílico e imunoglobulina, na Resolução nº 22, de 25 de março. Nesta resolução de hoje, a câmara corrigiu a descrição técnica dos produtos.

Novo coronavírus traz novos desafios para cuidadores de idosos
Por lidarem com público de risco, profissionais devem redobrar cuidado

 

Da Agência Brasil

Na medida em que o novo coronavírus avança, um verbo se faz cada vez mais presente na vida das pessoas: o verbo cuidar. A facilidade com que o vírus se espalha tem levado as pessoas a reforçar velhos cuidados e a agregar à rotina novos cuidados, não só para si, mas para os outros. Em meio a esse cenário, os profissionais que carregam no próprio nome o cuidar – os cuidadores de idosos – tiveram de ver seus procedimentos aperfeiçoados e a atenção redobrada. Afinal, cuidam da vida daqueles que são as maiores vítimas da nova doença.

É o caso da cuidadora Odelsa Dutra Jatobá, de 63 anos; 14 deles sendo cuidadora de idosos. “Cuidar sempre foi algo que eu associava a amor, carinho e a doação. Agora agrego a ela um outro verbo: prevenir. Eu dizia ‘quem ama cuida’. Agora eu digo ‘quem ama cuida e previne’”, disse ela à Agência Brasil durante o intervalo entre as muitas tarefas que desenvolve diariamente.

Antes mesmo da chegada ao Brasil da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus,  Odelsa já notava que algo mudaria em sua rotina de cuidadora. “As notícias da doença em outros países já assustava a todos. Passamos então a ter de trabalhar a cabeça do idoso, de forma a prepará-lo para as medidas preventivas, em especial para o fato de familiares deixarem de ir ao quarto com a mesma frequência”.

Otimista e cuidadoso

Segundo ela, para lidar com a situação o ideal é explicar o que está acontecendo no mundo, com relação à doença, mas apresentando um ponto de vista “otimista e cuidadoso”. “Eu costumo falar que já tivemos outras doenças, e que sempre as superamos”, disse.

“Tem horas que eles ficam tristes. Tanto por não poderem receber mais as visitas da família, como por se verem como alvo do vírus. Há também muita preocupação com os parentes fora de casa, em especial com os filhos que estão na idade de risco”, acrescenta.

A pandemia trouxe outras mudanças na rotina dos cuidadores. Por cautela, as famílias reduziram algumas das atividades que até então eram exercidas por outros profissionais, por meio de visitas – caso de fonoaudiólogos, treinadores físicos, psicólogos, recreadores, nutricionistas. “Agora passamos a ser tudo isso. Viramos multi disciplinadores”, disse.

“Com a opção da família por evitar contato dos idosos com outras pessoas, buscamos algumas alternativas para solucionar essa limitação. Uma delas é o uso de chamadas de vídeo. Do outro lado da linha, eles nos passam as instruções e conferem se tudo está sendo feito direitinho. Isso é muito importante porque o idoso já está acostumado com eles. Sem falar que, por exemplo, durante um exercício físico o idoso pode tentar nos enrolar. Com o instrutor olhando, isso fica mais difícil”.

Mudanças

O medo de contaminação gerou dois tipos de situação para os cuidadores profissionais. A primeira, de confinamento junto a seus pacientes, a pedido da família. “Tenho algumas colegas que passaram a viver com seus pacientes. Por outro lado, muitas cuidadoras estão agora desempregadas porque a família [do idoso] achava que elas poderiam trazer o vírus”.

Rotina

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Empregadores de Cuidadores de Idosos (Abeci), Adriano Machado, um dos grandes problemas decorrentes da pandemia de covid-19 foi a mudança de rotina que causou para os idosos. “Higiene e isolamento são a base de tudo. No entanto, é muito importante para o idoso manter a vida na maior normalidade possível, com banho de sol, exercícios e alimentação, uma vez que eles são bem mais sensíveis a alterações de rotina. Isso tem de ser levado em consideração”, disse ele à Agência Brasil.

Essa rotina não abrange apenas atividades. “Envolve medicamentos, alimentação, hidratação e muitas outras coisas específicas de cada caso”, acrescentou. Nesse sentido, abrir mão de um profissional por medo de ele servir de canal de contaminação para o idoso é também algo que pode ser problemático.

Riscos

“Tivemos o caso de um cliente que, diante dos primeiros casos noticiados de covid-19, dispensou o cuidador. Depois de 22 semanas, por causa da alteração na alimentação, foi gerado um fecaloma, que é quando o bolo fecal [fezes] seca, endurece e não sai espontaneamente. Isso ocorreu basicamente por causa de uma deficiência alimentar”, explicou Machado.

Ele aponta também riscos com relação a aplicação de medicamentos, quedas e desidratação. “Há ainda casos mais complexos, como o de pacientes com Alzheimer. Muitos não sabem, mas há casos em que se tem de cobrir espelhos porque pacientes com tendências agressivas podem quebrá-los por não se reconhecerem, e acharem que se trata de outra pessoa”.