Projeto atende crianças e adolescentes com sintomas de ansiedade
Programa psicoterápico é realizado em sessões online

Da Agência Brasil

Projeto Jovens na Pandemia está recebendo inscrições de crianças e adolescentes entre 8 anos e 17 anos de idade com sintomas de ansiedade e de depressão, de alguma forma relacionados com o contexto da pandemia da covid-19, para um programa psicoterápico.

O tratamento ajuda as crianças e os adolescentes a lidar melhor com emoções difíceis, que podem ter ficado mais frequentes nessa época de pandemia, como estresse, tristeza e ansiedade. A iniciativa é de um grupo de pesquisadores do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O programa psicoterápico é realizado em sessões online, via computador, celular ou tablet. Um dos pais deve acompanhar a criança ou o adolescente, que não deve estar em uso atual ou no último mês de alguma medicação psiquiátrica ou de psicoterapia. Os vídeos duram cerca de 5 minutos cada um e as sessões têm uma duração estimada de 90 minutos.

O atendimento é totalmente gratuito e voltado a jovens de todo o Brasil. A participação no programa é voluntária e não serão divulgados os nomes dos participantes. As inscrições podem ser feitas no site do projeto.

O estudo faz parte do Projeto Temático Intervenções na Primeira Infância e Trajetórias de Desenvolvimento Cognitivo, Social e Emocional, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e coordenado pelo professor Guilherme Polanczyk, do Instituto da Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

SBPRJ promove bate-papo sobre medicação excessiva na infância e adolescência

Falta de atenção na escola, queixas por mau comportamento, atitudes pouco comuns para a idade. Nos dias atuais, esses e outros temas de caráter  psicológico envolvendo crianças e adolescentes entram, não raro, no cotidiano das preocupações familiares e podem acabar nos consultórios médicos e – em muitos casos – nas farmácias. Caminho necessário? Ou um processo crescente de medicalização de questões não médicas em problemas médicos? O assunto, que vem mobilizando diferentes setores, é objeto do bate-papo ‘Medicação na infância e adolescência: abusos e necessidades’, que a Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) e o Midrash Centro Cultural  promovem, no dia 2 de maio.

O psicanalista da SBPRJ Miguel Calmon, um dos convidados para o debate, observa que na sociedade de hoje, onde aceleração do tempo é realidade, assim como a crença na possibilidade de tudo, os modelos de identificação vêm prontos e cada vez mais exigindo sua pronta realização. Em tal contexto, avalia ele, crianças e adolescentes podem não se enquadrar nos modelos desejados pelos pais.

“Penso que a medicalização excessiva da infância e da adolescência corresponde à expressão do desejo dos pais em poder modelar a identidade dos filhos como se fossem massinhas de modelar. Há algo de próprio e singular em cada um de nós que não tem como ser desconhecido, ou que se faz conhecer pela inadequação aos modelos”, pondera.

Para o antropólogo professor do Instituto de Medicina Social da UERJ Rogério Lopes Azize, também convidado para contribuir na discussão, o debate sobre o tema é urgente e necessário. “Se há uma medicalização excessiva da infância e da adolescência, ou de qualquer outra fase da vida, a quem se deve culpar: laboratórios farmacêuticos, médicos, família, escola, usuários, ou a complexa interação entre esses sujeitos?”, questiona, abrindo a conversa.

O bate-papo contará ainda com a participação da psiquiatra da infância e adolescência e professora do curso de Psiquiatria e Psicanálise com crianças e adolescentes do IPUB Juliana Pimenta, e a mediação de Monique Ribeiro de Assis, da SBPRJ.

Serviço

Bate-papo: ‘Medicação na infância e adolescência: abusos e necessidades’

Quando: 2 de maio, às 20h30

Local: Midrash Centro Cultural (Rua General Venâncio Flores 184, Leblon)

Inscrições: http://www.midrash.org.br/programacao/bate-papo-medicacatildeo-na-infancia-e-adolescencia-abusos-e-necessidades/2046

Valor: R$ 40

Informações: 2239-1800 / 2239-2222  (Midrash)