Luz no fim do túnel

Alexandre Andrade

Os tempos são difíceis. Nos Estados Unidos, por exemplo, o mundo acompanha com apreensão a chegada de Donald Trump que começa a  adotar medidas radicais, principalmente contra imigrantes. Vemos o terrorismo levar medo à Europa e no Brasil continuamos a presenciar a instabilidade econômica afetar boa parte dos estados e, consequentemente, dos brasileiros. Exemplo disso é o Rio de Janeiro que sofre com o desemprego em índices elevadíssimos, crises na área de óleo e gás, na indústria e na construção civil provocadas, em grande parte, pela corrupção em todas as esferas de governo. Sem falar nos 468,5 mil servidores públicos estaduais e de diversas prefeituras que estão com salários atrasados, completado assim um horizonte desanimador.

Em todos os lugares a palavra mais pronunciada é “CRISE”. Seja no trabalho, com os amigos, em família ou no elevador, o rumo da conversa sempre gira em torno desse tema. Enfim, um sentimento coletivo de desânimo parece tomar conta da maioria dos ambientes, o que é compreensível, porém certamente contribui para agravar a situação. Mas, seria possível, então, transformar a dificuldade em oportunidade?

Quando eu iniciava a minha carreira profissional, no início dos anos 90, vivíamos uma crise. Os jovens há mais tempo como eu certamente se lembram do período conturbado Pré-Plano Real. Naquele momento, ouvi de um saudoso e experiente cliente, a seguinte frase: Meu filho, na crise há quem chore, mas há quem venda lenços. De que lado você quer estar?”. Desde então, nunca esqueci este ensinamento.

A crise, para aqueles que optam por estar do lado “de quem quer vender lenços”, nos tira da zona de conforto e desperta a criatividade, capacidade de inovar, de fazer mais com menos, de rever conceitos, processos. Enfim, de aprender a fazer diferente e de pensar fora da caixa. Assim, resolvi arregaçar as mangas e investir em algo novo para o meu negócio: uma plataforma que oferece consultoria em gestão financeira aos clientes e também melhoria dos processos internos dos escritórios contábeis. Uma forma não só de organizar o dia a dia das empresas como também de tornar mais ágil o trabalho do contador e com possibilidade dele aumentar sua receita.

Foi quando eu me dei conta de que é possível se reinventar e não ficar paralisado com a crise para que as mudanças e os resultados comecem a aparecer. Iniciamos um novo ano e apesar da falta de perspectivas é preciso ousar, criar oportunidades e atravessar esse momento sem medo das dificuldades e do trabalho duro. Afinal, sempre há uma luz no fim do túnel. Só depende da forma como você olha o caminho.

*Contador, Diretor do Painel Financeiro e Conselheiro do CRC-RJ

RJ fecha acordo que prevê empréstimos de R$ 6,5 bi

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Acordo firmado entre o estado do Rio e o Governo Federal vai até 2019

Por Agência Brasil

O estado do Rio de Janeiro assinou nesta quinta-feira (26) com o governo federal um termo de compromisso para receber socorro financeiro da União. Para sanar um déficit que deve chegar a R$ 26,132 bilhões em 2017, o estado vai receber o aval do governo federal para tomar dois empréstimos de cerca de R$ 6,5 bilhões, tendo como garantias a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e uma antecipação de receitas de royalties do petróleo.

O governador e o ministro anunciaram a assinatura do termo de compromisso após se reunirem com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. Também esteve no encontro o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani. Uma vez concluídas as promessas do estado e aprovadas as medidas no Legislativo estadual, a União vai poder dar garantias para o empréstimo. “Concordamos com a estruturação de operação que vai se permitir que use a Cedae como garantia, após aprovado o projeto de privatização pela Alerj. Os recursos da privatização [serão importantes] para que a União conceda o aval para operação de empréstimo em um banco federal. Garantia da União e contra-garantia da Cedae”, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

O acordo vale inicialmente por três anos, até 2019, podendo ser renovado caso seja necessário. Com a obrigação de cumprir uma série de contrapartidas de corte de gastos e aumento de receitas, o governo estadual terá, primeiramente, que aprovar as medidas que já tramitam na Alerj para que elas sejam executadas.

Por parte da União, também deve ser enviado ao Congresso Nacional um projeto de lei complementar viabilizando o reequilíbrio financeiro do estado. De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, outros estados em situação de calamidade financeira também poderão se beneficiar das alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal por meio do projeto. Ele frisou que as medidas precisarão ser aprovadas para que o compromisso passe a valer pelo prazo previsto.

Aumento de receitas

Com o acordo, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, se compromete a aumentar em R$ 1,2 bilhão as receitas previstas para este ano. Para que a recuperação fiscal passe a valer, o estado também se compromete a cortar despesas na ordem de R$ 9 bilhões.

De acordo com Meirelles, o aumento de recursos virá de medidas como o aumento do ICMS e a contribuição de empresas que recebem incentivos fiscais para um fundo específico. Segundo Pezão, alguns projetos de aumento de impostos já foram aprovados anteriormente.

Além disso, alterações na Previdência estadual, como o aumento da contribuição dos servidores estaduais de 11% para 14% vão, segundo o ministro, “melhorar o fluxo da Previdência” em cerca de R$ 3,2 bilhões, também em 2017. Pelo prazo de três anos, o governo vai aprovar uma lei criando uma alíquota temporária que obrigará os servidores a contribuírem com mais 8%, além dos 14%.

Completando o valor necessário para que seja sanado o déficit, Meirelles informou que ações para repactuar dívidas contraídas pelo estado farão com que o Rio de Janeiro deixe de pagar cerca de R$ 6,2 bilhões.

Rio espera assinar hoje ajuda financeira de R$ 50 bilhões

Governador Pezao
Governador espera colocar os salários dos servidores em dia

O governo do Rio de Janeiro espera assinar nesta quinta-feira com o governo federal uma ajuda financeira que pode representar alívio de cerca de 50 bilhões de reais, disse à Reuters uma fonte a par das tratativas.

“Levamos os termos à AGU (Advocacia Geral da União) e ao Tesouro e as negociações ainda não terminaram, o que só deve acontecer na tarde desta quinta-feira”, disse a fonte em condição de anonimato. “Todo o acordo ficará perto de 50 bilhões”.

As negociações em curso prevêem que o Estado poderá postergar ou suspender por 3 anos dívidas com a União.

Essa anistia temporária totalizaria um alívio de 27 bilhões de reais. O Estado deveria pagar este ano à União cerca de 7 bilhões de reais, mais 9 bilhões em 2018 e 11 bilhões em 2019.

O socorro prevê ainda que o Rio receberia um empréstimo de bancos que totalizam cerca de 5 bilhões de reais, sendo que bancos públicos federais fariam parte da operação.

“Como garantia do empréstimo, o Estado dará a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos)”, explicou a fonte.

Inicialmente, o Estado pretendia antecipar receitas futuras oriundas da produção de petróleo, mas “o governo não deu a autorização esperada”, explicou a fonte.

O pacote de ajuda sinaliza ainda para uma série de medidas econômicas no Estado. A principal delas é a aprovação de projetos que possam enxugar e otimizar a máquina do Estado.

Entre as medidas está o aumento da contribuição previdenciária de ativos e inativos do Estado e um Programa de Demissão Voluntária que poderá afetar cerca de 3 mil servidores.

“São remanescentes de empresas privatizadas no passado ou até mesmo extintas”, disse a fonte.

Com o socorro, o Estado espera começar a pagar fornecedores e prestadores de serviços, além de regularizar o pagamento do funcionalismo estadual.

“Haverá dinheiro para pagar todas as folhas e, quem sabe, voltar a pagar em dia os servidores”, finalizou.

Leia aqui a matéria original.

Falta trabalho para 22,7 milhões de brasileiros em idade produtiva

carteira de trabalhoUm novo indicador divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (13) aponta que falta trabalho para 13,6% as pessoas em idade produtiva no Brasil, o correspondente a 22,7 milhões de pessoas. Essa é a chamada taxa composta da subutilização da força de trabalho, que agrega a taxa de desemprego, a taxa de desemprego por insuficiência de horas trabalhadas e a da força de trabalho potencial.

O dado soma o contingentes de pessoas desocupadas (11,6 milhões), O de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (4,8 milhões) e a força de trabalho potencial (6,2 milhões), o que representa 13,6% do contingente total de 166,3 milhões de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais de idade). Os dados são referentes ao segundo trimestre de 2016.

Pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas são as que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais. A força de trabalho potencial é formada pelo grupo de pessoas que não estavam trabalhando nem procurando emprego, mas que estavam disponíveis para trabalhar ou que estavam procurando mas não estavam disponíveis quando o IBGE realizou a pesquisa.

— Os novos indicadores medem a necessidade não satisfeita de trabalho da população. São pessoas que estão no mercado, ocupadas, mas, por insuficiência de trabalho, podem trabalhar mais horas e querem trabalhar mais horas. São todas essas razões. Existe um conjunto de empregos de meio expediente, como call center, onde se trabalha apenas seis horas, mas querem ir além das seis horas num mesmo emprego ou em outro emprego — explica Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Os dados são referentes ao segundo trimestre do ano, quando a taxa de desocupação estava em 11,3%. É um complemento aos indicadores da Pnad já divulgados pelo IBGE, seguindo as orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

*Matéria originalmente publicada em O Globo, confira aqui.