Saída de dólares do país supera entrada em US$ 2,6 bilhões em julho

Mais dólares saíram do país do que entraram em julho. De acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (9), o fluxo cambial ficou negativo em US$ 2,647 bilhões, no mês passado. Nos quatro primeiros dias deste mês, o saldo ficou positivo em US$ 361 milhões.

Em julho, o resultado negativo veio da conta financeira (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), com déficit de US$ 5,707 bilhões. O segmento comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) contribuiu para reduzir o saldo negativo do fluxo cambial, ao registrar resultado positivo de US$ 3,060 bilhões.

De janeiro a 4 de agosto, o fluxo cambial acumula saldo positivo de US$ 5,192 bilhões, devido ao desempenho do setor comercial. Nesse período, o segmento financeiro registrou saldo negativo de US$ 30,399 bilhões e o comercial ficou positivo em US$ 35,591 bilhões.

Presidente do BNDES defende corte de gastos estaduais

pAULO rABELLO
Rabello defende as reformas para que o PIB comporte a máquina pública

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta quarta-feira (9) que o caminho para o ajuste das contas públicas é o corte de despesas estaduais. Castro participou da abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior. Ele disse ainda que “o tempo está esgotado para que o Brasil faça reformas que permitam que a máquina pública caiba no PIB”.

Castro disse que para o fim do mês está previsto o lançamento do Progeren, programa de capital de giro do BNDES, automático para empresas, que será viabilizado em conjunto com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. O programa oferece incentivo para o aumento da produção. O lançamento deve ser feito pelo Ministério do Planejamento.

O presidente do banco disse ainda que as indústrias brasileiras de produção e de serviços foram as principais vítimas de um “morticínio econômico”, “causado inclusive pela confluência de mal feitos, que acabaram por jogar o bebê fora, junto com a água suja”.

“O Brasil não pode esperar que a toga resolva a questão judicial enquanto falece, enquanto fenece o Brasil produtivo”, disse.

Castro afirmou que a participação do banco no processo de exportação brasileira está “decrescente, minguando e quase indo a zero”. Ele afirmou que muito pouco pode ser comemorado no superávit comercial previsto para 2017, que ele considerou resultado “da maior recessão brasileira de todos os tempos”.

O presidente do BNDES destacou ainda que o setor agropecuário evitou que a queda da economia fosse pior. “Já poderíamos ter fechado, jogado a chave e nos atirado no Oceano Atlântico”.

 

 

Produção industrial cresce em nove dos 14 locais pesquisados pelo IBGE

A produção industrial brasileira cresceu em nove dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre maio e junho, apesar de mostrar estabilidade na média nacional. As principais altas foram observadas no Rio de Janeiro (3,1%), Amazonas (2,8%), Pernambuco (1,7%) e Minas Gerais (1,6%).

Também tiveram crescimento na produção industrial no período São Paulo (0,8%), Paraná (0,5%), Espírito Santo (0,1%), Ceará (0,1%) e Goiás (0,1%).  Cinco locais tiveram quedas entre maio e junho: Bahia (-10%), Região Nordeste (-4%), Rio Grande do Sul (-1,1%), Pará (-0,4%) e Santa Catarina (-0,1%).

Na comparação de um mês para outro, o IBGE analisa 13 estados e a Região Nordeste, que inclui os resultados de Bahia, Ceará e Pernambuco, além dos outros seis estados da região que têm indústrias menores.

Já nos demais tipos de comparação, o IBGE também estuda o comportamento da indústria de Mato Grosso. Na comparação com junho de 2016, oito dos 15 locais registraram alta, com destaque para o Espírito Santo (10%). Mato Grosso manteve-se estável e seis locais tiveram queda, entre eles a Bahia (-10,9%).

No acumulado de 2017, foram observados crescimentos em dez locais, com destaque para o Espírito Santo (4,5%). Cinco locais tiveram queda, sendo a mais acentuada registrada pela Bahia (-7,4%).

Já no acumulado de 12 meses, apenas quatro anotaram altas: Pará (4,1%), Rio de Janeiro (1,8%), Santa Catarina (1,1%) e Paraná (0,8%). Onze locais tiveram quedas na produção, com destaque para a Bahia (-8,7%).

Indústria cresce 0,5% no 1º semestre e tem melhor resultado desde 2013

A produção industrial brasileira encerrou o primeiro semestre com crescimento de 0,5%, o melhor resultado para os seis primeiros meses desde a expansão de 3% no mesmo período de 2013.

Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF) divulgada hoje (1º), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do crescimento no primeiro semestre do ano, na série livre de influências sazonais, a indústria fechou junho com variação nula (0,0%) frente a maio, após dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 2,5%.

Expansão de 0,5%

Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o resultado da indústria apontou expansão de 0,5% em junho de 2017, segundo resultado positivo consecutivo, mas menos intenso do que os 4,1% do mês anterior, na mesma base de comparação.

Já a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, fechou junho com queda de 1,9%, dando prosseguindo a redução no ritmo de queda na taxa anualizada, que vem se verificando desde junho de 2016, quando a retração da indústria foi de 9,7%,

A estagnação verificada de maio para junho reflete queda em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 12 dos 24 ramos industriais pesquisados.

Setor automobilístico

Segundo o IBGE, a desaceleração da indústria de maio para junho, com resultados negativos em metade das atividades do parque fabril, se deve a quedas na fabricação de veículos automotores (-3,9%); derivados de petróleo (-1,7%) e produtos farmacêuticos (recuo de 9,2%).

Na análise de longo prazo, a indústria automotiva, diz o IBGE, vem puxando resultados positivos, tanto na comparação com 2016, quanto no índice acumulado no primeiro semestre de 2017.

“A produção de automóveis, caminhões e carrocerias sofreu retração na demanda doméstica, mas tem ocorrido uma busca bem-sucedida pelos mercados internacionais, o que ajuda a reduzir estoques”, disse o gerente da pesquisa, André Macêdo.

Ele explicou que as exportações ajudaram a sustentar a produção nos últimos meses. Macêdo fez uma ressalva: “É importante lembrar que o patamar de 2016 foi marcado por perdas significativas no setor, o que gera uma base de comparação mais baixa e, consequentemente, uma variação positiva”.

Categorias e ramos

Entre as duas das quatro grandes categorias econômicas que ajudaram a estagnação da atividade econômica de maio para junho, o principal destaque ficou com o setor de bens de consumo duráveis, que, ao recuar 6%, fechou com a maior queda no mês, eliminando parte do avanço de 9,5% de abril e maio.

O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis também apontou taxa negativa nesse mês, com retração de 0,5% após crescer 0,9% em maio.

Situação inversa viveu as categorias de bens de capital, com crescimento de 0,3%, e de bens intermediários, que, ao expandir 0,1%, ficou praticamente estável em relação a maio.

Ainda na mesma base de comparação (maio para junho), entre os doze dos 24 ramos que acusaram queda, as principais influências negativas foram registradas por por veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,7%).

Outras contribuições negativas relevantes vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,9%), outros equipamentos de transporte (-6,8%) e produtos de metal (-2,0%).

Já na outra ponta, entre os nove ramos com crescimento, o IBGE destacou o desempenho de produtos alimentícios (expansão de 4,5%).

Outros destaques positivos: indústrias extrativas (1,3%), de máquinas e equipamentos (2%) e de bebidas (1,7%). Essas atividades também mostraram taxas positivas em maio: 0,3%, 2,0% e 1,3%.

Semestre

O crescimento de 0,5% da indústria no primeiro semestre do ano, frente a igual período de 2016, reflete resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 51,1% dos 805 produtos pesquisados.

A maior influência positiva foi dada por atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 11,7%.

Outras contribuições positivas sobre o total nacional vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (expansão de 18,6%); metalurgia (3,6%); confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,1%) e de máquinas e equipamentos (2,4%).

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os seis primeiros meses de 2017 mostrou maior dinamismo para bens de consumo duráveis, com alta de 10% e bens de capital (2,9%).

Os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%) e de bens intermediários (-0,1%)  assinalaram taxas negativas no índice acumulado nos primeiros seis meses do ano.

Quando o IBGE analisa isoladamente, o comportamento do parque fabril na comparação junho 2016/junho 2017, ao fechar com expansão de 0,5%, reflete resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 38 dos 79 grupos e 46,1% dos 805 produtos pesquisados.