População com 60 anos ou mais cresce quase 19% em cinco anos

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O país possui 30,2 milhões de idosos / Foto Agência Brasil

Em cinco anos, a população brasileira com 60 anos ou mais de idade cresceu 18,8% entre 2012 a 2017. O aumento evidência o envelhecimento gradativo e foi constatado na pesquisa Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2017, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (26), no Rio de Janeiro.

O estudo mostra que, em 2017, a população residente no Brasil foi estimada em 207,1 milhões de pessoas, um crescimento de 4,2% em relação a 2012, quando havia 198,7 milhões.

Os dados indicam, ainda, que a população, ao manter a tendência de envelhecimento dos últimos anos, ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, superando os 30,2 milhões em 2017. Em 2012, os brasileiros com 60 anos ou mais eram 25,4 milhões.

As mulheres são maioria expressiva neste grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo).

O levantamento indica que, desconsiderando a desagregação por sexo, em 2012, o grupo das pessoas de 60 anos ou mais de idade representava 12,8% da população residente, porém, em 2017, esse percentual cresceu para 14,6%.

Mulheres têm menos filhos

Para Maria Lúcia Vieira, responsável pelo estudo do IBGE, o levantamento confirma o processo de envelhecimento da população, que já é conhecido e não acontece somente no Brasil, pois é um fenômeno mundial.

“Isto ocorre por vários fatores. Em primeiro lugar, pelo aumento da expectativa de vida da população – as pessoas estão vivendo mais até pela melhoria na questão do saneamento básico e nos tratamentos de saúde disponíveis -, detalhe aliado às mulheres. Elas estão tendo menos filhos, o que é possível perceber nos últimos anos pela redução da taxa de fecundidade”, afirmou.

Os dados indicam que, ao mesmo tempo em que o contingente de pessoas com 60 anos ou mais cresceu em 18,8%, a parcela de crianças de 0 a 9 anos de idade na população residente caiu, passando de 14,1% para 12,9% no período. Neste caso, uma redução de 3,6% do total de pessoas nessa faixa etária.

“O número médio de filhos por mulheres leva a que a população mais velha ganhe mais participação no total da população. As crianças de hoje são os jovens de amanhã e os adultos de depois de amanhã. Então, quanto menos crianças, mais aumenta a população mais velha”, disse Maria Lúcia.

Só 19% dos brasileiros pretendem ter filhos nos próximos 2 anos

Nos próximos dois anos, apenas 19% dos brasileiros pretendem ter filhos, 17% por gravidez e 2% por adoção. É o que mostra uma pesquisa sobre natalidade, divulgada pelo Ibope. Do total de entrevistados, 79% não pretendem ter filhos até 2020, e 2% não sabem. A pesquisa do Ibope foi realizada entre os dias 15 e 18 de março com 1.491 pessoas com mais de 16 anos, em 143 municípios de todas as regiões do país.
Para a demógrafa e diretora da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Paula de Miranda Ribeiro, as pessoas adiam os planos de ter filhos por razões diversas, como a maior participação da mulher no mercado de trabalho e maior escolaridade. “Existe o efeito tempo e quanto. Se eu tenho um filho mais jovem, tenho tempo para ter mais filhos. Mas se eu tenho esse desejo e investi na carreira até os 40 [anos], eu posso não conseguir”, disse, explicando que o Estado não favorece as boas condições para a mulher conciliar a maternidade com a vida profissional.
Segundo ela, sustentar materialmente um filho é uma coisa que custa muito caro no Brasil. “Em países onde a saúde e a educação pública são de qualidade, por exemplo, esse custo é menor para as famílias”, disse, explicando que mesmo as pessoas com nível socioeconômico mais baixo tendem a ter menos filhos para garantir condições melhores de vida.
O Nordeste é a região onde as pessoas estão mais abertas à maternidade/paternidade, 19% pretendem ter filhos biológicos e 3% querem adotar uma criança. Lá, 76% não pretendem ter filhos. Na Região Sul, apenas 11% pretendem ter filhos biológicos, e 87% não pretendem nos próximos dois anos.

No  Sudeste, 18% querem filhos biológicos e 2% querem adotar; 77% não pretendem ter filhos. No período de dois anos, nas regiões Norte e Centro-Oeste, 16% dos entrevistados pretendem ter filhos, por meio de uma gravidez e 1% por adoção; 82% não querem filhos.

Parto natural ou cesária

Entre os que pretendem ter filhos, 76% querem o parto normal em uma maternidade ou hospital, e 3% querem o parto em casa. Mesmo no caso de uma gravidez sem complicações, ou seja, quando não há risco nem para a mãe e nem para o bebê, 20% pretendem fazer uma cesariana.

Para a demógrafa da UFMG, isso tem implicações na saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a taxa ideal de cesáreas deve ficar entre 10% e 15% de todos os partos realizados.
“Quando olhamos os critérios socioeconômicos, são as pessoas de renda familiar mais alta que querem cesárea, pois acaba sendo um conforto fazer o parto com o médico da sua escolha”, disse Paula. “Em outros países não é assim, essa preferência pelo parto cesáreo acontece só aqui e são uma escolha. Nos Estados Unidos, por exemplo, isso jamais seria uma pergunta”, explicou.

Vendas do varejo caem 0,2% de janeiro para fevereiro

O volume de vendas do comércio varejista brasileiro recuou 0,2% de janeiro para fevereiro, depois de crescer 0,8% de dezembro para janeiro. A média móvel trimestral manteve-se estável.

Na comparação com fevereiro do ano passado, houve alta de 1,3%. O varejo acumula avanços de 2,3% no ano e de 2,8% em 12 meses, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados hoje (12), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De janeiro para fevereiro deste ano, metade dos segmentos teve queda, com destaque para os tecidos, vestuário e calçados (-1,7%). Outras atividades em queda foram combustíveis e lubrificantes (-1,4%), outros artigos de uso pessoal (-0,8%) e supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-0,6%).

A outra metade teve alta: equipamentos e material para escritório, comunicação e informática (2,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,6%), móveis e eletrodomésticos (1,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,8%).

O chamado varejo ampliado, que também inclui materiais de construção, veículos e autopeças, teve queda de 0,1% de janeiro para fevereiro. Os veículos, motos, peças e partes cresceram 2,5%, enquanto os materiais de construção anotaram alta de 0,3% no volume de vendas.

Nos outros tipos de comparação temporal, o varejo ampliado registrou expansão de 0,1% na média móvel trimestral, de 5,2% em relação a fevereiro de 2017, de 5,9% no acumulado do ano e de 5,4% no acumulado de 12 meses.

Receita nominal

A receita nominal do comércio varejista teve quedas de 0,5% de janeiro para fevereiro e de 0,3% na média móvel trimestral. Mas anotou altas na comparação com fevereiro de 2017 (1,6%), no acumulado do ano (2,4%) e no acumulado de 12 meses (2,4%).

Já a receita nominal do varejo ampliado manteve-se estável de janeiro para fevereiro e na média móvel trimestral e teve avanços na comparação com fevereiro de 2017 (5,2%), acumulado do ano (5,9%) e acumulado de 12 meses (4,5%).

Safra deve ter queda de 4,7% em relação a 2017

A previsão de março do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), prevê uma safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 229,3 milhões de toneladas neste ano. A estimativa é 0,9% maior do que a de fevereiro, o equivalente a 2 milhões de toneladas a mais.

Ainda assim, caso a estimativa do IBGE se confirme, a safra será 4,7% inferior à registrada no ano passado, que foi recorde, isto é, 11,3 milhões de toneladas a menos.

As três principais lavouras de grãos deverão ter queda na produção de 2017 para 2018, segundo o levantamento de março: soja (-0,4%), arroz (-5,5%) e milho (-12,4%).

Metade das das 26 lavouras/safras pesquisadas pelo IBGE deverá ter queda no ano. Entre os produtos que deverão ter recuo na produção estão as três safras de batata-inglesa (-11,4%, -4,1% e -15,8%), a primeira e a terceira safras de feijão (-0,6% e -8,2%), a cana-de-açúcar (-1,8%), a laranja (-1,3%) e a cebola (-3,6%).

A outra metade dos produtos deverá ter aumento na safra, entre eles cevada (29,9%), café arábica (16,7%), café canephora (7,6%), a segunda safra de feijão (11,5%), algodão herbáceo (15,3%), trigo (31,2%) e mandioca (1,7%).