Censo Agro 2017: mais de um milhão de estabelecimentos agropecuários recenseados

Após completar um mês de coleta, o 10º Censo Agropecuário do IBGE já recenseou 1.036.867 estabelecimentos agropecuários. Isso representa cerca de 19,74% do total estimado, considerando-se as informações levantadas em 2007, que são usadas como referência para orientar a atual operação. Entre as grandes regiões, o Sudeste está mais adiantado, com 22,48% dos estabelecimentos recenseados. Veja, na tabela a seguir, a situação da coleta em cada unidade da federação:

Censo Agro 2017 – situação em 31/10/2017
Unidades da Federação Estabelecimentos
Total estimado (2007) Coletados % coletados
Brasil 5.252.363 1.036.867 19,74
   Norte 506.519 79.172 15,63
      RONDÔNIA 88.093 22.810 25,89
      ACRE 30.046 7.389 24,59
      AMAZONAS 81.361 6.216 7,64
      RORAIMA 10.655 2.739 25,71
      PARÁ 236.141 25.924 10,98
      AMAPÁ 3.555 952 26,78
      TOCANTINS 56.668 13.142 23,19
   Nordeste 2.477.725 486.234 19,62
      MARANHÃO 289.085 46.538 16,10
      PIAUÍ 248.229 48.699 19,62
      CEARÁ 383.902 78.707 20,50
      RIO GRANDE DO NORTE 83.526 19.325 23,14
      PARAÍBA 167.761 19.130 11,40
      PERNAMBUCO 309.181 70.872 22,92
      ALAGOAS 128.534 24.331 18,93
      SERGIPE 100.927 18.211 18,04
      BAHIA 766.580 160.421 20,93
   Sudeste 932.321 209.577 22,48
      MINAS GERAIS 556.713 125.701 22,58
      ESPÍRITO SANTO 85.214 21.242 24,93
      RIO DE JANEIRO 58.900 12.139 20,61
      SÃO PAULO 231.494 50.495 21,81
   Sul 1.011.003 204.665 20,24
      PARANÁ 373.044 76.404 20,48
      SANTA CATARINA 195.199 43.206 22,13
      RIO GRANDE DO SUL 442.760 85.055 19,21
   Centro Oeste 324.795 57.219 17,62
      MATO GROSSO DO SUL 65.127 11.189 17,18
      MATO GROSSO 116.151 12.065 10,39
      GOIÁS 139.427 32.725 23,47
      DISTRITO FEDERAL 4.090 1.240 30,32

Ao longo de cinco meses, os recenseadores irão visitar mais de 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o país, levantando informações sobre a área, a produção, as características do pessoal ocupado, o emprego de irrigação, o uso de agrotóxicos, entre outros temas. O importante papel da agricultura familiar na produção agropecuária do país será investigado mais uma vez. Os resultados do Censo Agro 2017 devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018.

O Censo Agro 2017 é inteiramente digital e monitorado via internet

A coleta de dados do Censo Agro está sendo feita através dos Dispositivos Móveis de Coleta (DMCs), semelhantes a smartphones comuns. Não são mais utilizados formulários de papel, os questionários são digitais. Os DMCs rodam um aplicativo desenvolvido pelo próprio IBGE, que utiliza GPS e imagens de satélite de cada setor censitário, assinalando a posição do recenseador no terreno e indicando a localização e os endereços dos estabelecimentos a serem recenseados.

Na coleta digital, a crítica dos dados é feita durante a operação censitária. O aplicativo do DMC orienta o preenchimento do questionário. À medida que o recenseador finaliza suas tarefas diárias, os dados já começam a ser transmitidos via internet e conferidos pelos supervisores.

Indústria cresce 0,8% entre junho e julho deste ano

bens de consumo duraveis
O setor de bens de consumo duráveis apresentou o melhor resultado

A produção industrial brasileira cresceu 0,8% na passagem de junho para julho deste ano. Esta é a quarta alta consecutiva do indicador nesse tipo de comparação. Na passagem de maio para junho, o aumento havia sido de 0,2%. Os dados, da Pesquisa Mensal Industrial – Produção Física (PIM-PF), foram divulgados hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com julho de 2016, a indústria cresceu 2,5% e, no acumulado do ano, avançou 0,8%. No entanto, no acumulado de 12 meses, a produção da indústria acumula queda de 1,1%.

Na passagem de junho para julho, as quatro grandes categorias econômicas tiveram alta: bens de consumo duráveis (2,7%), bens de consumo semi e não duráveis (2%), bens de capital, isto é, máquinas e equipamentos (1,9%), e bens intermediários, isto é, insumos industrializados para o setor produtivo (0,9%).

Nesse mesmo tipo de comparação, foram observadas altas em 14 das 24 atividades industriais pesquisadas. O destaque ficou com os produtos alimentícios, que, com um crescimento de 2,2% na produção, tiveram o maior impacto na indústria nacional no período.

Em seguida, aparecem as atividades de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (1,9%) e equipamentos de informática e produtos eletrônicos (5,9%).

Entre as dez atividades em queda, os destaques ficaram com as indústrias extrativas (-1,5%), perfumaria e produtos de limpeza (-1,8%) e metalurgia (-2,1%).

Desemprego volta a cair e vai a 12,8%

Influenciada pelo aumento da informalidade no mercado de trabalho, a taxa de desemprego do país caiu 0,8 ponto percentual, em relação ao trimestre encerrado em abril e fechou o período maio a julho deste ano em 12,8%.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indica ainda que o país tem 13,3 milhões de desempregados,

No trimestre imediatamente anterior, encerrado em abril, a taxa de desemprego havia sido de 13,6%. Na comparação com o mesmo trimestre móvel do ano anterior, houve alta de 1,2 ponto percentual na desocupação.

Os dados representam uma queda de 5,1% no desemprego frente ao trimestre anterior (menos 721 mil pessoas). Mas em relação a igual trimestre 2016, o desemprego cresceu 12,5% (mais 1,5 milhão de pessoas).

A população ocupada do país em julho era de 90,7 milhões de pessoas, aumento de 1,6% em relação ao trimestre encerrado em abril. O dado atual não apresenta alteração em relação ao mesmo trimestre de 2016.

Informalidade

Segundo o IBGE, no contexto da crise econômica e da consequente falta de oferta de empregos formais, a maioria dos 721 mil brasileiros que deixaram a fila do desemprego no trimestre encerrado em julho o fizeram via informalidade,

“O aumento aconteceu, principalmente, entre os empregados sem carteira assinada, contingente que respondeu por mais 468 mil novos empregos, e entre os trabalhadores por conta própria, que respondeu pelo ingresso de mais 351 mil pessoas no mercado”, diz o IBGE. Já a população com carteira assinada manteve-se estável em 33,3 milhões”, diz a nota do IBGE.

O IBGE registrou nível de ocupação (indicador que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) estimado em 53,8% no trimestre de maio a julho de 2017, apresentando um aumento de 0,6 ponto percentual frente ao trimestre prévio. Em relação a igual trimestre do ano anterior, houve queda de 0,5 ponto percentual.

Em comparação com o mesmo trimestre de 2016,  o número de empregados com carteira assinada caiu 2,9%,chegando a 33,3 milhões de pessoas. Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a comparação mostra tendência à informalidade no mercado de trabalho.

Para Azeredo, o aumento de 15,2% no número de pessoas trabalhando com alimentação é um dos indícios. “Em um ano, o grupamento alojamento e alimentação teve um aumento de 683 mil pessoas. Esse acréscimo foi, mais especificamente, relacionado à alimentação. Esse é um grupamento voltado, principalmente, às pessoas que, para fugir da desocupação, estão fazendo comida em casa e vendendo na rua”, explicou.

Na visão do coordenador, que se vê hoje no país “é um processo de recuperação em termos quantitativos, mas a qualidade deste trabalho é questionável, já que ela se dá no mercado informal”.

O setor público também influenciou a queda do desemprego, com aumento das contratações, principalmente nas prefeituras. As oportunidades no setor público chegaram a responder por mais da metade dos novos empregos do trimestre – o equivalente a 423 mil vagas.

População diminui em um quarto dos municípios brasileiros

Quase um quarto dos 5.570 municípios brasileiros (24,7% ou 1.378) apresentaram redução populacional. Em mais da metade (53,6% ou 2.986), as taxas de crescimento populacional foram inferiores a 1%, e em 258 municípios (4,6% do total) o crescimento foi igual ou superior a 2%.

Os dados fazem parte das estimativas das populações residentes nos 5.570 municípios brasileiros, com data de referência em 1º de julho de 2017. Divulgado hoje (30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo estima que o Brasil tenha 207,7 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento populacional de 0,77% de 2016 a 2017, um pouco menor do que a de 2015/2016 (0,80%).

O grupo de municípios com até 20 mil habitantes apresentou a maior proporção dos que tiveram redução populacional (32,5% ou 1.236 cidades). Por outro lado, os com mais de 100 mil a um milhão de habitantes tiveram a maior proporção de municípios com crescimento acima de 1% (45,5% ou 133). Dez dos 17 municípios com mais de um milhão de habitantes acusaram taxas de crescimento entre 0,5% e 1% ao ano.

Nas regiões Norte e o Centro-Oeste estão as maiores proporções de cidades com taxas de crescimento acima de 1%. A Região Sul mostrou a maior proporção de municípios com taxas negativas.

Mais da metade da população vive em apenas 5,6% dos municípios

Em 2017, pouco mais da metade da população brasileira (56,5% ou 117,2 milhões de habitantes) vive em apenas 5,6% dos municípios (310). Estes têm mais de 100 mil habitantes. As cidades com mais de 500 mil habitantes (42) concentram 30,2% da população do país (62,6 milhões de habitantes).

A pesquisa revela, ainda, que a maior parte dos municípios brasileiros (68,3%) tem até 20 mil habitantes e abriga apenas 15,5% da população do país (32,2 milhões de habitantes).

O município de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 12,1 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (6,5 milhões de habitantes), Brasília e Salvador (cerca de 3 milhões de habitantes cada).

Dezessete cidades têm população superior a 1 milhão de pessoas, somando 45,5 milhões de habitantes ou 21,9% da população do Brasil. Serra da Saudade (MG) é o município de menor população, 812 habitantes, seguido de Borá (SP), com 839, e Araguainha (MT), com 931, os únicos no país com menos de mil habitantes em julho deste ano.

As estimativas populacionais municipais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União no cálculo do Fundo de Participação dos Estados e Municípios e são referência para vários indicadores sociais, econômicos e demográficos.

Tendência

De acordo com a gerente da pesquisa, Isabel Marri, a diminuição da taxa populacional nos municípios é uma tendência que vem ocorrendo nos últimos anos e decorre da redução da fecundidade e da migração.

“A maioria dos municípios, 68%, tem até 20 mil habitantes, Esses municípios menores tendem a perder população para os com maior dinamismo econômico. Por isso temos poucas cidades com muitos habitantes e muitas cidades com poucos habitantes”, disse.

Embora os fluxos migratórios tenham perdido força, destacou ela, os municípios ao redor dos grandes centros têm aumentado seu contingente populacional. “Os grandes centros já têm um custo elevado para se viver, mas como neles estão os empregos, a população começa a se concentrar nas cidades próximas aos municípios maiores”.