Produção industrial cresce em nove dos 14 locais pesquisados pelo IBGE

A produção industrial brasileira cresceu em nove dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre maio e junho, apesar de mostrar estabilidade na média nacional. As principais altas foram observadas no Rio de Janeiro (3,1%), Amazonas (2,8%), Pernambuco (1,7%) e Minas Gerais (1,6%).

Também tiveram crescimento na produção industrial no período São Paulo (0,8%), Paraná (0,5%), Espírito Santo (0,1%), Ceará (0,1%) e Goiás (0,1%).  Cinco locais tiveram quedas entre maio e junho: Bahia (-10%), Região Nordeste (-4%), Rio Grande do Sul (-1,1%), Pará (-0,4%) e Santa Catarina (-0,1%).

Na comparação de um mês para outro, o IBGE analisa 13 estados e a Região Nordeste, que inclui os resultados de Bahia, Ceará e Pernambuco, além dos outros seis estados da região que têm indústrias menores.

Já nos demais tipos de comparação, o IBGE também estuda o comportamento da indústria de Mato Grosso. Na comparação com junho de 2016, oito dos 15 locais registraram alta, com destaque para o Espírito Santo (10%). Mato Grosso manteve-se estável e seis locais tiveram queda, entre eles a Bahia (-10,9%).

No acumulado de 2017, foram observados crescimentos em dez locais, com destaque para o Espírito Santo (4,5%). Cinco locais tiveram queda, sendo a mais acentuada registrada pela Bahia (-7,4%).

Já no acumulado de 12 meses, apenas quatro anotaram altas: Pará (4,1%), Rio de Janeiro (1,8%), Santa Catarina (1,1%) e Paraná (0,8%). Onze locais tiveram quedas na produção, com destaque para a Bahia (-8,7%).

Indústria cresce 0,5% no 1º semestre e tem melhor resultado desde 2013

A produção industrial brasileira encerrou o primeiro semestre com crescimento de 0,5%, o melhor resultado para os seis primeiros meses desde a expansão de 3% no mesmo período de 2013.

Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF) divulgada hoje (1º), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do crescimento no primeiro semestre do ano, na série livre de influências sazonais, a indústria fechou junho com variação nula (0,0%) frente a maio, após dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 2,5%.

Expansão de 0,5%

Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o resultado da indústria apontou expansão de 0,5% em junho de 2017, segundo resultado positivo consecutivo, mas menos intenso do que os 4,1% do mês anterior, na mesma base de comparação.

Já a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, fechou junho com queda de 1,9%, dando prosseguindo a redução no ritmo de queda na taxa anualizada, que vem se verificando desde junho de 2016, quando a retração da indústria foi de 9,7%,

A estagnação verificada de maio para junho reflete queda em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 12 dos 24 ramos industriais pesquisados.

Setor automobilístico

Segundo o IBGE, a desaceleração da indústria de maio para junho, com resultados negativos em metade das atividades do parque fabril, se deve a quedas na fabricação de veículos automotores (-3,9%); derivados de petróleo (-1,7%) e produtos farmacêuticos (recuo de 9,2%).

Na análise de longo prazo, a indústria automotiva, diz o IBGE, vem puxando resultados positivos, tanto na comparação com 2016, quanto no índice acumulado no primeiro semestre de 2017.

“A produção de automóveis, caminhões e carrocerias sofreu retração na demanda doméstica, mas tem ocorrido uma busca bem-sucedida pelos mercados internacionais, o que ajuda a reduzir estoques”, disse o gerente da pesquisa, André Macêdo.

Ele explicou que as exportações ajudaram a sustentar a produção nos últimos meses. Macêdo fez uma ressalva: “É importante lembrar que o patamar de 2016 foi marcado por perdas significativas no setor, o que gera uma base de comparação mais baixa e, consequentemente, uma variação positiva”.

Categorias e ramos

Entre as duas das quatro grandes categorias econômicas que ajudaram a estagnação da atividade econômica de maio para junho, o principal destaque ficou com o setor de bens de consumo duráveis, que, ao recuar 6%, fechou com a maior queda no mês, eliminando parte do avanço de 9,5% de abril e maio.

O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis também apontou taxa negativa nesse mês, com retração de 0,5% após crescer 0,9% em maio.

Situação inversa viveu as categorias de bens de capital, com crescimento de 0,3%, e de bens intermediários, que, ao expandir 0,1%, ficou praticamente estável em relação a maio.

Ainda na mesma base de comparação (maio para junho), entre os doze dos 24 ramos que acusaram queda, as principais influências negativas foram registradas por por veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,7%).

Outras contribuições negativas relevantes vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,9%), outros equipamentos de transporte (-6,8%) e produtos de metal (-2,0%).

Já na outra ponta, entre os nove ramos com crescimento, o IBGE destacou o desempenho de produtos alimentícios (expansão de 4,5%).

Outros destaques positivos: indústrias extrativas (1,3%), de máquinas e equipamentos (2%) e de bebidas (1,7%). Essas atividades também mostraram taxas positivas em maio: 0,3%, 2,0% e 1,3%.

Semestre

O crescimento de 0,5% da indústria no primeiro semestre do ano, frente a igual período de 2016, reflete resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 51,1% dos 805 produtos pesquisados.

A maior influência positiva foi dada por atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 11,7%.

Outras contribuições positivas sobre o total nacional vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (expansão de 18,6%); metalurgia (3,6%); confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,1%) e de máquinas e equipamentos (2,4%).

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os seis primeiros meses de 2017 mostrou maior dinamismo para bens de consumo duráveis, com alta de 10% e bens de capital (2,9%).

Os setores produtores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%) e de bens intermediários (-0,1%)  assinalaram taxas negativas no índice acumulado nos primeiros seis meses do ano.

Quando o IBGE analisa isoladamente, o comportamento do parque fabril na comparação junho 2016/junho 2017, ao fechar com expansão de 0,5%, reflete resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 38 dos 79 grupos e 46,1% dos 805 produtos pesquisados.

Confiança industrial atinge maior nível em três anos

A confiança da indústria deve encerrar o mês de maio no maior patamar desde 2014. A prévia do  Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), indicou um avanço de 1,2 ponto em relação a abril.

Caso o número seja confirmado, a confiança chegará aos 92,4 pontos, nível mais alto desde abril de 2014, quando esse número foi de 97 pontos. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (22).

De acordo com o levantamento, a continuidade do avanço da confiança é resultado da atual situação econômica do País e das perspectivas para os próximos meses.

Nesse contexto, o indicador que mede a situação atual pode subir 1,3 ponto em maio, enquanto o índice que mede as expectativas subiria 0,8 ponto.

Para a prévia de maio de 2017 foram consultadas 781 empresas entre os dias 02 e 17 deste mês. O resultado final da pesquisa será divulgado na próxima segunda-feira (29).

Índice de confiança do empresário industrial fluminense recua em abril

O Índice de Confiança do Empresário Industrial Fluminense (Icei-RJ), divulgado pelo Sistema FIRJAN nesta quarta-feira, dia 3, registrou 47,5 pontos em abril. Na comparação com o mês anterior, o índice recuou 1,5 ponto, interrompendo o crescimento observado desde janeiro. A pesquisa varia de zero a cem pontos e os valores abaixo de 50 indicam pessimismo. Os industriais fluminenses demonstram pessimismo há mais de três anos.

De acordo com o Sistema FIRJAN, a dificuldade de aprovação das reformas necessárias ao país e, principalmente, a ausência de perspectivas concretas quanto à resolução da grave crise fiscal do estado determinaram o resultado de abril. A Federação das Indústrias aponta que o índice nacional (Icei-BR) também recuou na comparação com o mês anterior, atingindo 53,1 pontos. Porém, destaca que a maioria dos industriais brasileiros se manteve otimista, ao contrário dos fluminenses.

No Rio, houve recuo tanto no indicador de Condições Atuais (39,8 pontos) quanto no de Expectativas (51,2 pontos), apesar deste último representar otimismo com relação aos próximos seis meses. A pesquisa mostra que os industriais fluminenses continuam mais pessimistas em relação à conjuntura local do que à nacional, com a confiança na economia brasileira apresentando mais de 10 pontos de vantagem sobre a fluminense.

Apesar do pessimismo relacionado à conjuntura, os empresários do estado esperam aumento da demanda por produtos e da compra de matéria-prima nos próximos seis meses, diante da perspectiva de recuperação da atividade econômica nacional. Entretanto, a incerteza quanto ao ritmo de recuperação ainda se mostra um impeditivo à retomada dos investimentos e ao aumento do número de empregados.