Confiança da indústria cai pelo terceiro mês seguido em dezembro
Mesmo com recuo, setor tem leve otimismo com economia

 

Da Agência Brasil

Pelo terceiro mês consecutivo, a avaliação da indústria sobre o cenário atual e dos próximos meses apresentou leve piora. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu de 51,7 pontos em novembro para 50,8 pontos em dezembro.

Apesar do recuo, o setor tem leve otimismo, porque valores acima de 50 pontos indicam confiança. Em nota, a CNI informou que ainda há confiança do empresário industrial, mas que ela é restrita e pouco intensa.

O índice de dezembro está abaixo da média histórica, de 54,3 pontos. Conforme a CNI, isso se deve à composição do indicador. O Índice de Condições Atuais, que mede o cenário atual em relação aos últimos seis meses, recuou de 53,2 pontos para 50,3 pontos, indicando que o empresário industrial deixou de ver melhora nas condições atuais.

Em relação à economia, o indicador ficou em 48,4 pontos em novembro, abaixo da linha divisória de 50 pontos. Em novembro, o Índice de Confiança na Economia Brasileira tinha ficado em 52,9 pontos. A avaliação é que a economia está pior hoje do que há seis meses.

Expectativas

O Índice de Expectativas, que mede as perspectivas da indústria para os próximos seis meses, manteve-se estável em 51 pontos em dezembro. Segundo a CNI, o indicador mostra otimismo moderado.

Os componentes do indicador mostram trajetórias divergentes. Segundo a CNI, o empresário industrial avalia, de forma distinta, as expectativas para a sua empresa e para a economia como um todo.

O Índice de Expectativas para a própria empresa, que mede as percepções do empresário para o próprio negócio nos próximos seis meses, subiu de 53,6 para 54,1 pontos. No entanto, o Índice de Expectativas para a Economia Brasileira caiu de 45,9 para 44,8 pontos.

Falta de dinheiro e conhecimento de padrões ESG são entraves ao fornecedor da grande indústria
Levantamento feito pela FIA e Fiesp com 192 empresas aponta que somente 30% dos fornecedores conseguem cumprir as exigências de desempenho ESG feitas pelas grandes companhias

 

Por Claudio Marques, Para o Prática ESG 

Pesquisa realizada pela FIA Business School em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a fim de identificar demandas para o desenvolvimento de fatores ESG e de sustentabilidade nas organizações, mostra que 70% das grandes indústrias paulistas ampliaram os requisitos de performance ESG exigidos para aprovação ou seleção de fornecedores, mas somente 30% deles cumprem com sucesso os indicadores de desempenho desse tipo exigidos.

O estudo, porém, não apurou quais são essas exigências. “O que a pesquisa apurou é que as grandes empresas já têm mecanismos para demandar que seus fornecedores cumpram, e comuniquem, determinadas exigências, que variam enormemente por setor, em relação a aspectos ambientais, sociais e de governança”, afirma a coordenadora de sustentabilidade da FIA Business School, Monica Kruglianskas.

No entanto, o estudo, ao qual o Prática ESG teve acesso e que será divulgado no próximo dia 24, levantou as principais dificuldades dos fornecedores para realizar relato de sustentabilidade. “O relato ajuda, em muitos casos, a suprir parte das exigências, uma vez que identifica e diagnostica várias questões socioambientais e seus pontos de melhora, e pode se constituir em um mecanismo de apoio para a inclusão de aspectos ESG na estratégia do negócio”, diz Kruglianskas.

Dentre as principais dificuldades mencionadas para elaborar o relato, quatro se destacam:

  • Falta de recursos financeiros 28%
  • Falta de conhecimento sobre os padrões e metodologias – 22%
  • Falta de pessoal capacitado – 17%
  • Falta de procedimentos – 15%

A professora ressalta que o compromisso da cadeia de suprimentos é, muitas vezes, centrado no fornecimento e na conformidade contratual. “É muito provável que novos processos que assegurem redução de riscos associados aos aspectos ambientais, sociais e de e de governança só serão agregados se forem exigidos, contratualmente”, diz, acrescentando que os dados, porém, apontam a necessidade de treinamento e qualificação para fornecedores.

Setor financeiro

Atualmente, o setor financeiro dialoga com as empresas para avaliar práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança a fim de melhor embasar suas decisões. Por isso, não surpreende que a agenda ESG seja acompanhada pelo conselho de administração em 95% das grandes empresas. No entanto, essa supervisão cai para 59% nas médias e 42% nas pequenas companhias, de acordo com a pesquisa.

“Uma das contribuições do setor financeiro é promover incentivos às empresas que trabalhem adequadamente para melhorar seu desempenho nas questões ESG (mais além de exigências e mitigação de riscos), facilitando crédito e fomentando a competitividade das companhias que atuam com responsabilidade em prol do desenvolvimento sustentável”, declara Kruglianskas.

Nesse sentido, 75% das grandes empresas informam que têm obtido condições favoráveis em financiamentos, por demonstrar bom desempenho nas métricas ESG, enquanto mais de 50% das pequenas ou médias dizem não se beneficiar com esse fator.

A pesquisa também aponta que 75% das grandes empresas concordam totalmente (40%) ou parcialmente (35%) que as metas estratégicas integram totalmente os indicadores ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG). O índice cai para 28% (totalmente) e 13% (parcialmente), quando se trata de pequenas companhias e para 41 % e 18%, respectivamente, nas médias empresas.

Outros destaques

40% das grandes empresas adotam remuneração variável para cargos executivos atrelados ao desempenho quanto aos aspectos ESG, sendo esta remuneração variável uma realidade ainda mais distante para pequenas (16,3%) e médias (20,4%).

46% consideram seus gestores comprometidos com a execução de ações para atendimento dos indicadores de desempenho ESG, sendo que para as grandes o resultado foi de 70%, médias, 55% e pequenas, 38%.

44% no geral acreditam que seus funcionários consideram importante o comprometimento dos objetivos ESG, sendo o resultado de 80% para as grandes, 45% para médias e 37% para pequenas.

48% do total consideram destinar os recursos adequados para implantar as ações necessárias e acompanhar as métricas de desempenho ESG, sendo que para as grandes o resultado foi de 65%, 63% para médias e 39% para pequenas.

63% consideram ter conhecimento do papel da empresa frente ao atendimento dos ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, sendo de 85% para as grandes, 71% para médias e 57% para pequenas.

24% do total das empresas relatam publicar relatórios sobre os resultados ESG, sendo que das grandes são 60%, das médias 24% e das pequenas 18%.

A pesquisa foi composta por 21 questões que foram respondidas eletronicamente entre os dias 3 de novembro de 2021 ao dia 19 do mesmo mês por 192 empresas, sendo 20 de grande porte. 49 de tamanho médio e 123 são consideradas pequenas. As organizações pertencem aos setores de produtos de metal; máquinas e equipamentos, plástico e borracha, químicos, veículos, móveis, informática, alimentos, não-metálicos, material elétrico, têxtil, madeira, vestuário, couro e calçados, papel e celulose, metalurgia e outros.

Além de identificar demandas para o desenvolvimento de fatores ESG nas organizações, a parceria entre FIA e Fiesp também busca promover a formação e qualificação da indústria e a troca de informações, engajando indústrias, em especial de médio e pequeno porte, no entendimento e implementação da agenda ESG.

 

Indústria deve qualificar 9,6 milhões de pessoas até 2025
Projeção é do Mapa do Trabalho Industrial, divulgado pela CNI

 

Da Agência Brasil

O Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas até 2025 para atender necessidades projetadas pelas indústrias, de forma a repor inativos, atualizar funcionários ou preencher as novas vagas programadas para o setor. É o que prevê o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, divulgado hoje (16) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Deste total, dois milhões precisarão de qualificação visando formação inicial para a reposição de inativos ou para o preenchimento de novas vagas. Os 7,6 milhões restantes serão via formação continuada para trabalhadores que precisam se atualizar para exercer funções.

Segundo a CNI, “isso significa que 79% da necessidade de formação nos próximos quatro anos serão em aperfeiçoamento”.

Cadeia produtiva

De acordo com a entidade, essas projeções têm por base a necessidade de uso de novas tecnologias e mudanças na cadeia produtiva que tanto influenciam – e transformam – o mercado de trabalho. Assim sendo, acrescenta a CNI, cada vez mais o Brasil precisará investir em aperfeiçoamento e requalificação.

O levantamento hoje divulgado, feito pelo Observatório Nacional da Indústria, tem por finalidade identificar demandas futuras por mão de obra e orientar a formação profissional de base industrial no país.

As áreas com maior demanda por formação são transversais (que permitem ao profissional atuar em diferentes áreas, como técnico em segurança do trabalho, técnico de apoio em pesquisa e desenvolvimento e profissionais da metrologia, por exemplo), metal mecânica, construção, logística e transporte, e alimentos e bebidas.

Emprego na indústria cresce 0,1% em janeiro, aponta CNI
Nos últimos três meses aumento é de 0,5%

 

Da Agência Brasil

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado hoje (8) apontou alta nos indicadores de emprego industrial e faturamento real das empresas no mês de janeiro. Segundo a confederação, o indicador de emprego industrial aumentou 0,1% em janeiro frente a dezembro de 2021, na série dessazonalizada.

Segundo a CNI, com a revisão para cima dos resultados de novembro de 2021 e de dezembro de 2021, o emprego passa a acumular alta de 0,5% nos últimos três meses.

Já o indicador de faturamento fechou janeiro com alta de 2,8% e acumulou crescimento de 6,6% entre novembro de 2021 e janeiro de 2022.

A CNI, destaca, no entanto, que o indicador segue abaixo do registrado em todo o primeiro semestre de 2021 e 5,2% abaixo do registrado em janeiro de 2021.

Em janeiro, a massa salarial registrou crescimento de 4,2% fechando o terceiro mês consecutivo com alta acumulado de 5,7%. Já as horas trabalhadas na produção mantiveram-se praticamente estáveis na passagem de dezembro de 2021 para janeiro de 2022, ao registrar recuo de 0,1% na série livre de efeitos sazonais.

“Apesar disso, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) completou sete meses consecutivos de queda. Após atingir 82,3% em junho de 2021, a UCI mostrou queda ao longo de todo o segundo semestre de 2021 e se manteve em queda no primeiro mês de 2022”, informou a CNI.