Mercado financeiro espera por inflação e crescimento econômico menores este ano

O mercado financeiro espera por inflação e crescimento econômico menores este ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, desta vez, caiu de 0,39% para 0,34%. A projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu pela sexta vez seguida, ao passar de 3,46% para 3,38%, este ano. Estas estimativas são do boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central sobre os principais indicadores econômicos.

Para 2018, a projeção para o crescimento do PIB foi mantida em 2% e a estimativa para o IPCA foi ajustada de 4,25% para 4,24%. As projeções permanecem abaixo do centro da meta de inflação, que é 4,5%.

As instituições financeiras esperam por uma taxa básica de juros, a Selic, menor neste ano e em 2018. A projeção para o final de 2017 passou de 8,50% para 8,25% ao ano. Para o fim de 2018, a expectativa foi alterada de 8,25% para 8% ao ano. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano. A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Inflação medida pelo IPC-S cai nas sete capitais pesquisadas

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) caiu nas sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) entre a segunda e a terceira semana de junho. Quatro capitais chegaram a registrar deflação (queda de preços) na terceira semana do mês, segundo dados divulgados hoje (26).

As maiores quedas foram observadas nas cidades do Recife (-0,40 ponto percentual, ao passar de 0,57% para 0,17%), Belo Horizonte (-0,36 ponto percentual, ao passar de -0,30% para -0,66%) e Salvador (-0,31 ponto percentual, ao passar de 0,39% para 0,08%).

As outras cidades registraram as seguintes quedas: São Paulo (-0,25 ponto percentual, ao passar de 0,21% para -0,04%), Brasília (-0,20 ponto percentual, ao passar de -0,03% para -0,23%), Rio de Janeiro (-0,20 ponto percentual, ao passar de -0,06% para -0,26%) e Porto Alegre (-0,17 ponto percentual, ao passar de 0,18% para 0,01%).

BC mantém projeção de crescimento do PIB em 0,5%; inflação deve ficar em 3,8%

O Banco Central (BC) manteve a projeção para o crescimento da economia este ano e reduziu estimativa para a inflação. De acordo com o Relatório de Inflação, divulgado hoje (22), em Brasília, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, segue em 0,5% para 2017.

Entretanto, no relatório, o BC cita as reformas propostas pelo governo, como a da Previdência e trabalhista, para que a economia se recupere este ano. “A manutenção, por tempo prolongado, de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia pode ter impacto negativo sobre a atividade”.

Sobre a inflação, o Banco Central diz que “permanece favorável, com desinflação difundida inclusive nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic]”, diz o relatório.

No relatório, as projeções para a inflação são apresentadas em quatro cenários. A “projeção central”, elaborada considerando as estimativas do mercado para a taxa de juros e o câmbio, indica inflação em torno de 3,8%, 0,2 ponto percentual abaixo da divulgada no relatório de março.

Para o fim de 2018, a projeção permaneceu em 4,5%. Na estimativa para a inflação em 12 meses encerrados no final do segundo trimestre de 2019, o índice cai para 4,3%.

Câmbio e inflação

No cenário com taxa de câmbio constante em R$ 3,30 e taxa Selic estimada pelo mercado financeiro, a projeção para a inflação este ano fica em 3,8% e sobe para 4,3% em 2018, abaixo do centro da meta perseguida pelo BC (4,5%).

O BC também divulgou as projeções feitas com taxa de juros inalterada no atual patamar (10,25% ao ano), mas considera essas estimativas “pouco informativas” porque a Selic está em processo de redução.

“Entretanto, no espírito de manter elevado grau de transparência, o Relatório de Inflação também reporta as projeções condicionais que supõem taxa Selic constante”, diz o BC.

No cenário com taxa de juros e câmbio constantes, a inflação fica em 3,8%, em 2017 e em 3,9%, em 2018. Por fim, no cenário com câmbio projetado pelo mercado financeiro e Selic constante, a inflação fica em 3,8%, este ano, e em 4% em 2018.

Prévia da inflação registra em maio menor acumulado em 12 meses desde 2007

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,24% em maio, ficando 0,03 ponto percentual acima dos 0,21% registrados em abril. Apesar da alta, o resultado acumulado nos primeiros cinco meses do ano ficou em 1,46%, bem abaixo dos 4,21% referentes ao período de janeiro a maio de 2016.

Os dados foram divulgados hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que o IPCA-15 acumulado nos últimos doze meses, caiu para 3,77%, abaixo dos 4,41% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e constituindo-se na menor variação acumulada em períodos de 12 meses desde os 3,71% registrados em  julho de 2007. Em maio de 2016, a taxa havia sido de 0,86%.

A ligeira alta de maio em relação a abril foi pressionada pelos preços dos remédios, que subiram 2,08% e causaram impacto de 0,07 ponto percentual nos 0,24% do IPCA-15 relativo ao mês.

Segundo o IBGE, a pressão no preço dos remédios foi consequência do reajuste anual que passou a valer a partir de 31 de março, variando entre 1,36% e 4,76%, conforme o tipo de medicamento. Isto resultou numa alta de 2,96% em relação aos preços dos medicamentos em abril (alta de 0,86%); e de 2,08% em relação a maio.

Inflação por grupo

Em consequência da alta dos remédios, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais apresentou, pelo segundo mês consecutivo, a maior variação entre os grupos, ai subir em maio 0,84%; seguido dos artigos de Vestuário, com alta de 0,74%.

Os preços do grupo Alimentação e bebida também registraram alta ao passar de 0,31% para 0,42%, entre abril e maio. Neste caso, houve alta nos preços de produtos como batata-inglesa (16,08%), tomate, (12,09%) e cebola (9,15%); enquanto outros, como óleo de soja (-5.81%), açúcar cristal (-3,03%), frutas (-2,73%) e feijão-carioca (-2,52%), fecharam com deflação 9inflação negativa).

Quanto aos demais grupos, as variações situaram-se entre -0,40% e 0,27%, com destaque para a queda de 0,4% no grupo Transportes, onde os combustíveis passaram a custar 1,12% menos do que custavam em abril. Com isso geraram o mais forte impacto negativo no IPCA-15 do mês: -0,06 ponto percentual.

O IBGE chama a atenção para o preço do litro da gasolina que chegou a ficar 0,85% mais barato, com o etanol caindo ainda mais: -2,48%.