Da Redação
É com a sensação de dever cumprido que o diretor do Hospital de Campanha Lagoa, Werner Scheinpflug, vai entrar na unidade nesta quinta-feira (20). Depois de quatro meses de funcionamento e de ter atendido 742 pacientes, o hospital vai encerrar as atividades. Inaugurada em 25 de abril, com uma semana de antecedência, a unidade foi planejada para funcionar por quatro meses, justamente para contribuir na gestão de saúde pública no momento mais grave da pandemia.
“Era uma missão nobre e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade estar na linha de frente dessa pandemia. Mas com a dedicação e o espírito de solidariedade de todos os funcionários, conseguimos entregar o que há de melhor na medicina com um atendimento humanizado”, destaca Werner.
O cuidado com o bem estar dos pacientes está presente desde ações simples como a realização de uma videochamada com parentes até a criação de um solário, onde os internados puderam aproveitar um banho de sol. Outro projeto que teve grande repercussão foi o pedido para que jogadores de futebol enviassem mensagens de apoio. A iniciativa gerou a participação de craques dos quatro grandes clubes do Rio e trouxe alegria aos pacientes.
“Muitos dos pacientes ficaram semanas internados sozinhos no leito. Então, a gente sempre tentava ampliar essa sensação de acolhimento, fazendo videochamadas, cantando parabéns no aniversário. A gente queria curar, mas também que ele se sentisse bem”, conta a coordenadora médica, Luciana Paez.
A montagem e gestão da unidade também foi um verdadeiro desafio. O hospital foi construído em 19 dias e mobilizou mais de mil funcionários. A Rede D’Or liderou a construção e operação do Hospital. O investimento total foi de R$ 60 milhões provenientes exclusivamente da iniciativa privada. A Rede D’Or arcou com R$ 40 milhões e R$ 20 milhões foram custeados pela Bradesco Seguros, Lojas Americanas, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Banco Safra em partes iguais.
Para o vice-presidente médico da Rede D’Or, Leandro Reis Tavares, a expertise do Grupo na gestão hospitalar foi fundamental para o sucesso da iniciativa. “Nossa expertise em construir e equipar hospitais, recrutar profissionais e comprar medicamentos e insumos teve grande importância. Essa bagagem proporcionou agilidade e garantiu a manutenção diária na qualidade do atendimento, exatamente igual ao oferecido em nossa rede”, afirma.
Montado em um terreno do governo do Estado ao lado do 23º Batalhão da Polícia Militar, no Leblon, a unidade operou com 200 leitos, sendo 100 de UTI e 100 de enfermaria, e contou com uma estrutura similar aos dos melhores hospitais privados, com tomografia digital, radiologia convencional, aparelhos de ultrassom e ecocardiograma e laboratório de patologia clínica.