Fiocruz aponta piora na ocupação de leitos de UTI por covid-19 no SUS
Sete estados estão na zona crítica, com mais de 80% de leitos ocupados

 

Da Agência Brasil

A ocupação de leitos públicos de unidade de terapia intensiva (UTI) para adultos com covid-19 está piorando com a rápida disseminação da variante Ômicron, avaliaram pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no boletim do Observatório Covid-19 divulgado hoje (26).

“Não se pode ignorar que o quadro está piorando, apesar de estar claro que o cenário com a vacinação é muito diferente daquele observado em momentos anteriores mais críticos da pandemia, nos quais se dispunha de muito mais leitos”, diz o boletim, que pondera que pessoas totalmente imunizadas são pouco suscetíveis a essas internações, mas comorbidades graves ou idade avançada podem deixá-las vulneráveis.

Os pesquisadores explicam que, mesmo com uma proporção menor de casos gerando internações em UTI, os números se tornam expressivos por causa da grande transmissibilidade da variante Ômicron, que é mais contagiosa.

O aumento no número de internações já levou 12 estados à zona de alerta intermediário, em que entre 60% e 80% dos leitos de UTI estão ocupados. Além disso, as internações chegaram à zona crítica, com ao menos 80% de leitos ocupados, em Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%), Goiás (82%), Piauí (82%), Rio Grande do Norte (83%), Mato Grosso do Sul (80%) e Distrito Federal (98%).

O boletim informa que, entre as 25 capitais com taxas divulgadas, nove estão na zona de alerta crítico: Porto Velho (89%), Rio Branco (80%), Macapá (82%), Fortaleza (93%), Natal (percentual estimado de 89%), Belo Horizonte (95%), Rio de Janeiro (98%), Cuiabá (89%) e Brasília (98%).

“É fundamental empreender esforços para avançar na vacinação e controlar a disseminação da Covid-19, com o endurecimento da obrigatoriedade de uso de máscaras e de passaporte vacinal em locais públicos, e deflagrar campanhas para orientar a população sobre o autoisolamento ao aparecimento de sintomas, evitando, inclusive, a transmissão intradomiciliar”, destaca o boletim.

Ministério prorroga por 30 dias custeio de leitos de UTI para covid-19
Medida abrange um total de 14.254 leitos em estados e municípios

 

Da Agência Brasil

O Ministério da Saúde informou que vai prorrogar por mais 30 dias a ajuda de custos para a manutenção de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) dada a estados e municípios. Em nota, a pasta informa que a prorrogação abrange o custeio para 14.254 mil leitos de UTI covid-19 adulto e pediátrico.

A prorrogação das UTIs é uma demanda do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

O país vem registrando aumento de pessoas contaminadas pela covid-19, em especial pelo crescimento do número de doentes infectados pela variante Ômicron.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado ontem (22), 23,9 milhões de pessoas já foram contaminados pela doença, que já matou 622.801 pessoas no país. Deste total, 157.393 contaminações e 238 mortes foram registradas nas 24 horas anteriores ao balanço.

Covid-19: melhora taxa de ocupação de leitos de UTI, diz Fiocruz
Segundo o boletim, Roraima é o único estado na zona crítica

 

Da Agência Brasil

O cenário de melhora nas taxas de ocupação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para adultos no SUS persiste, com mais de 90% das unidades da Federação e 85% das capitais estando fora da zona de alerta, com taxas menores que 60%. A informação faz parte da edição extraordinária do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, publicada nesta quarta-feira (8).

Segundo o boletim, Roraima é o único estado na zona crítica, com 82% de ocupação, mas encontra-se em situação particular de poucos leitos disponíveis. O Rio de Janeiro apresentou queda no indicador, de 72% para 66% de ocupação, o que agora o coloca na zona de alerta intermediário.

De acordo com os pesquisadores da Fiocruz, trata-se de um reflexo da tendência geral de diminuição da incidência de casos graves, internações e mortes por covid-19.

“A redução simultânea e proporcional desses indicadores demonstra que a campanha de vacinação está atingindo o objetivo de proteger a população do impacto da doença. No entanto, o ainda alto índice de positividade dos testes e a elevada taxa de letalidade da doença (atualmente em 3%) revela que a transmissão do vírus é intensa e diversos casos assintomáticos ou não confirmados podem estar ocorrendo, sem registro nos sistemas de informação”, ressaltaram os cientistas.

Os especialistas reforçam a necessidade de interrupção de cadeias de transmissão por meio do avanço das campanhas de imunização. Esse objetivo, porém, só será alcançado com a ampliação da cobertura vacinal até novos grupos, incluindo adolescentes entre 12 e 17 anos, e da dose de reforço para idosos, portadores de doenças crônicas e imunossuprimidos.

“É preciso que seja concluído, o mais brevemente possível, o esquema vacinal de todos os adultos acima de 18 anos. A imunização de crianças e adolescentes (acima de 12 anos) também precisa ser iniciada e os gestores devem considerar em seu planejamento o estabelecido quanto à ordem de prioridades”, informaram os cientistas.

Segundo dados compilados pelo MonitoraCovid-19, considerando a população adulta, 85% foi imunizada com a primeira dose e 42% com o esquema de vacinação completo. Houve diminuição no número de mortes a uma taxa diária de 1,3%, um total médio de 680 óbitos ao dia. A média diária de casos está em 24,6 mil, com ritmo de redução de 1,9% ao dia.

Estados

Roraima e Rio de Janeiro são os únicos estados com taxas de ocupação superiores a 60%. Goiás (52%) deixou a zona de alerta intermediário, juntamente com Rondônia (47%), enquanto Pernambuco (43%) e Espírito Santo (48%), apesar de aumento nas taxas, tiveram também redução significativa no número de leitos disponíveis.

Os seguintes números foram observados nas outras unidades da Federação: Acre (7%), Amazonas (34%), Pará (35%), Amapá (16%), Tocantins (41%), Maranhão (42%), Piauí (41%), Ceará (38%), Rio Grande do Norte (30%), Paraíba (20%), Alagoas (14%), Sergipe (20%), Bahia (30%), Minas Gerais (29%), São Paulo (33%), Paraná (57%), Santa Catarina (47%), Rio Grande do Sul (51%), Mato Grosso do Sul (34%), Mato Grosso (43%) e Distrito Federal (57%).

Vinte e duas capitais estão fora da zona de alerta. Em destaque, quedas no indicador foram registradas em Fortaleza (60% para 55%) e Belo Horizonte (61% para 56%), que deixaram a zona de alerta intermediário, e também em Curitiba (75% para 65%), Porto Alegre (66% para 61%) e Goiânia (69% para 65%).

As cidades do Rio de Janeiro (94%) e de Boa Vista (82%) permanecem na zona de alerta crítico. Os dados completos do boletim podem ser acessados na página da Fiocruz na internet .

Rede D’Or financia a abertura de 120 leitos na rede pública para o combate ao Covid no Rio de Janeiro
Leitos permanecerão como legado após a pandemia

 

Da Redação

Como forma de apoiar o poder público na luta contra a pandemia, a Rede D’Or São Luiz entregou 120 leitos definitivos destinados a atender pacientes com Covid do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram equipados 16 de terapia intensiva e 14 de unidades semi-intensiva no Hospital Estadual Pedro Ernesto e 90 leitos no Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF). “Há uma urgência por mais leitos devido à fila de pessoas que aguardam uma vaga em hospitais públicos. Mas, após a pandemia, esse investimento permanecerá como legado para a rede pública, afirma o vice-presidente médico do Grupo, Leandro Reis.

A Rede D’Or está avaliando mais formas de ajudar a população nesse momento de tanta necessidade. Está em negociação, por exemplo, a abertura e gestão de 50 leitos de UTI, também destinados a pacientes com Covid, em um hospital federal na Zona Sul do Rio. “Estamos aguardando certas definições dos governantes. A nossa intenção é agir o mais rápido, para que esses leitos estejam logo recebendo quem precisa ser internado”, explica Leandro.

O vice-presidente da Rede D’Or avalia que a situação que o país enfrenta exige fortalecer ainda mais a união do poder público e da iniciativa privada, para expandir a capacidade de atendimento do SUS e, assim, acabar com a fila de espera por leitos. Ele destaca que, desde o início da pandemia, a Rede D’Or assumiu o compromisso em apoiar o SUS. Foram mobilizados, até o momento, R$ 220 milhões do caixa da empresa, bem como outros R$ 100 milhões com apoio de empresas parcerias, que ajudaram a realizar dezenas de ações em diversas cidades do país.

No Rio, por exemplo, houve a construção e gestão de dois hospitais de campanha, que juntos atenderam a mais de mil vidas. Após o encerramento das atividades das duas unidades, os equipamentos foram doados para hospitais públicos da cidade. Ainda no ano passado, já haviam sido abertos outros 110 leitos no HSF. “Vivemos um momento em que a inciativa privada tem que ajudar, no que for possível, o poder público. No caso do Rio, estamos ainda mais atentos às necessidades. Nós temos um carinho muito especial pela cidade, pois foi aqui que a Rede D’Or começou”, destaca Leandro.