Da Redação
Uma verdadeira aula sobre os mais recentes avanços em diagnóstico e tratamento do câncer de mama, foi o que se viu na palestra “O Estado da Arte da Mastologia” realizada pelo mastologista e membro da Academia Nacional de Medicina, o professor e doutor Maurício Magalhães, na 1ª edição do Encontro Científico com a Prevenção da MedRio Check-up.
Apesar dos avanços alcançados pela medicina no combate à doença, Magalhães relatou que ainda é um desafio proporcionar o acesso a esses serviços a todos. Prova disso é que a taxa de morte por câncer de mama em país em desenvolvimento é de 3 para um, justamente devido à falta de acesso ao diagnóstico precoce. “A detecção precoce é fundamental para melhorar os resultados no combate ao câncer de mama, mas, para isso, é preciso que se amplie o acesso às formas de diagnóstico e tratamento”, defendeu.
Para ele, é vital que os Governos adotem políticas de prevenção e diagnóstico precoce da doença, pois os números mostram que se trata de uma questão de política de saúde pública. Hoje, o câncer de mama é a principal causa de câncer entre as mulheres, estima-se que uma em cada 18 mulheres vá desenvolver a doença até os 79 anos. Somente no Brasil devem ser diagnosticados ao longo do ano mais de 66 mil novos casos.
O mastologista observou como as modernas tecnologias de exame de imagem se tornaram fundamentais para proporcionar um diagnóstico precoce e, assim, aumentar as chances de sucesso dos tratamentos. “Após o advento de exames de imagem como a mamografia, aumentou em de 36% para 68% a proporção de tumores de mama detectados ainda em estágio inicial”, relatou.
Por outro lado, ele alertou que apenas 16% das mulheres no Brasil fazem o rastreamento, que é justamente uma estratégia dirigida às mulheres na faixa etária e periodicidade em que há evidência conclusiva sobre redução da mortalidade por câncer de mama.
Os potenciais benefícios do rastreamento bienal com mamografia em mulheres de 50 a 69 anos são o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e menor morbidade associada.
Ele também destacou os ganhos proporcionados com os testes genéticos que permitem determinar o risco do desenvolvimento da doença nas famílias. Entre as definições de famílias de alto risco, aquelas que têm maior chance de ter uma mutação que causa o tumor, estão: apresentar casos de câncer de mama e/ou ovário ao longo de três ou mais gerações; apresentar dois ou mais casos de câncer de mama e/ou ovário em parentes de primeiro grau; apresentar o câncer de mama em menores de 35 anos e apresentar a doença em homens da família.
30 anos de MedRio
A palestra do Maurício Magalhães foi a primeira de uma série de encontros que serão promovidos pela MedRio em comemoração aos seus 30 anos. A cada mês, um médico convidado vai falar sobre os avanços mais recentes de sua área, destacando as formas de prevenção e de diagnóstico das doenças.
O diretor médico da MedRio, Gilberto Ururahy, explica que a empresa acredita na qualificação permanente, por isso, busca promover ações que agreguem valor e conteúdo aos profissionais. Ele destaca que atualmente vivemos em uma era da transformação, em que a todo instante novos estudos estabelecem melhores formas de diagnóstico, tratamento e prevenção, além da criação de tecnologias que são vitais para o desenvolvimento da medicina.
Para Ururahy, a série de encontros também é fundamental para dar visibilidade à prevenção. Com a pandemia, muitas pessoas adiaram tratamentos, cirurgias e deixaram de ir ao médico regularmente, colocando a própria saúde em segundo plano. “O resultado disso, conforme dados da Fiocruz, é que cresceu em 53% o número de óbitos em casa. Isso é um cenário preocupante e mais do que nunca precisamos falar sobre prevenção”, afirmou o diretor médico da Med-Rio.
Ao final do encontro, foi servido um coquetel feito pelo Le Cordon Bleu.