Há um ano, o paciente Carlos Alberto Barbosa, de 77 anos, morador de Barra Mansa, foi transplantado pela equipe cirúrgica do Hospital Unimed Volta Redonda. A data histórica marcou não somente o primeiro transplante de fígado na unidade, mas também o primeiro da região Sul Fluminense. O início do serviço contribuiu para a interiorização do procedimento, que antes só era acessível em grandes centros, impactando a vida dos pacientes, como Carlos, que precisaria ir para a capital com sua família para realizar o transplante.
Presidente da Unimed Volta Redonda, Vitório Moscon Puntel ressalta que a habilitação da unidade hospitalar para a realização de transplante de fígado possibilitou que moradores dos municípios pertencentes à região Sul Fluminense e que estavam na lista de espera pudessem receber atendimento de qualidade perto de casa: “Já realizamos 12 transplantes de fígado, 1 com doador vivo e 11 com doador falecido. Dos pacientes beneficiados, alguns, vieram de outros municípios da região, como Mendes, Três Rios, Barra do Piraí e Barra Mansa. Também recebemos pacientes de municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, como Duque de Caxias e Petrópolis. Isto reforça que estamos cumprindo o nosso propósito de cuidar das pessoas e que somos referência em serviços de alta complexidade”, afirma.
Uma das pacientes transplantadas no hospital é cliente da Unimed Três Rios e moradora do município. Fábio Nasser Monnerat, presidente da Cooperativa, afirma que o Hospital Unimed Volta Redonda é um dos hospitais de referência em transplante no estado e é fundamental para o Sistema Unimed poder contar com hospitais dessa complexidade: “Isso mostra a força da nossa rede própria, evitando que o paciente busque outros locais, como São Paulo, para realizar esse tipo de tratamento. Nós, da Unimed Três Rios, ficamos muito satisfeitos em proporcionar aos nossos beneficiários um atendimento de qualidade dentro da rede própria. O Hospital Unimed Volta Redonda está de parabéns por estar sempre ampliando e melhorando seu rol de procedimentos, possibilitando que tenhamos uma referência em alta complexidade perto de Três Rios”, destacou o presidente da Unimed Três Rios.
Em seu portfólio, a unidade hospitalar conta com 4 modalidades de transplantes: medula óssea, músculo-esquelético, fígado e rim, com previsão para habilitação para o procedimento em outros órgãos. A equipe cirúrgica de transplante de fígado e rim do hospital é comandada pelo médico-cirurgião Eduardo Fernandes, especialista em transplantes de órgãos abdominais e cirurgias oncológicas abdominais e membro associado à International Liver Transplantation Society (Sociedade de Transplante de Fígado). Já o transplante de medula óssea é coordenado por Luis Fernando Bouzas, onco-hematologista com mais de três décadas dedicadas ao Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). O transplante de músculo-esquelético é comandado pelo médico cooperado e cirurgião ortopédico Fabiano Claudio Pereira, que também atua no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) como médico ortopedista do Grupo de Ombro e Cotovelo.
“Nossos investimentos são contínuos em procedimentos de alta complexidade. Além da ampliação do número de modalidades de transplante ofertados, também implantamos o programa de cirurgia robótica com a chegada da plataforma Versius e somos o único hospital da região Sul Fluminense habilitado para a realização de cirurgia cardíaca pediátrica. O nosso hospital transformou a realidade de muitas pessoas e continuaremos perseguindo esta diferenciação”, ressalta o presidente da Unimed Volta Redonda, Vitório Moscon Puntel.
A endoscopia digestiva alta é o exame do trato digestivo alto, onde o esôfago, estômago e parte do duodeno são visualizados diretamente, através de um aparelho chamado videoendoscópio, que possibilita também fotografar e filmar as partes examinadas.
Para que serve a endoscopia?
Podemos dividir os exames endoscópicos em diagnósticos e terapêuticos. A investigação de diferentes sinais e sintomas apresentados pelo paciente, por meio do exame direto da mucosa, é função da parte diagnóstica. A endoscopia terapêutica permite tratar endoscopicamente algumas doenças, como retirada de tumores e dilatação de segmentos que apresentam diminuição do seu calibre. Também atua em casos urgentes, permitindo a remoção de corpo estranho, que ocorre muito em crianças, e no tratamento de sangramentos digestivos. Essa parte terapêutica tem crescido bastante, substituindo inclusive alguns procedimentos cirúrgicos, como no caso da gastrostomia (colocação de sonda para alimentação) e também no auxílio da perda de peso, com a implantação de balões intragástricos e a realização de gastroplastia endoscópica (redução do estômago).
Como é o preparo da endoscopia?
O preparo é simples, consistindo no jejum absoluto de cerca de oito horas. Entretanto, vale lembrar que os pacientes que utilizam alguns medicamentos para controle da diabetes e do peso, como a semaglutida e liraglutida, possuem um esvaziamento gástrico mais lento. Neste caso, há a necessidade de jejum maior, sendo esta condição comunicada na marcação do exame.
Quais as principais doenças que podem ser de-tectadas com o exame?
Inflamações como esofagite, gastrite e úlceras. A evolução dos aparelhos permite também o diagnóstico de tumores nos seus estágios iniciais, possibilitando a retirada destas lesões antes da fase avançada.
A endoscopia é segura? Existem contraindicações?
Sim, é um exame seguro. Porém, devemos lembrar que, na grande maioria das vezes, o exame é realizado com sedativo endovenoso. Portanto, sempre temos que verificar antecipadamente se o paciente possui condições clínicas para receber a sedação para que não ocorram eventuais complicações. As contraindicações são poucas nos exames diagnósticos de rotina. Pacientes com alterações cardiopulmonares importantes, por exemplo, devem possuir liberação do seu médico.
Quais são os diferenciais do Hospital e Maternidade Ribeirão Pires para a realização do exame?
Possuímos um setor de endoscopia amplo, com profissionais experientes e capacitados, onde todos os exames são realizados com o acompanhamento de médico anestesiologista. Desta maneira, há a diminuição de riscos eventuais, permitindo assim a realização de exames e procedimentos diversos que não podem ser efetuados em clínicas ou hospitais de menor estrutura.
Além disso, contamos com vários aparelhos no setor, seguindo os principais protocolos para desinfecção.
Conhecida por ser a doença que desenvolve “a pior dor do mundo”, a Neuralgia do Trigêmeo é uma patologia relacionada a uma dor intensa na face, ocasionada por disfunção do nervo trigêmeo (nervo sensitivo da face). A forma clássica da doença causa dor extrema e repentina, semelhante a um choque com duração de alguns segundos, podendo chegar a minutos.
O tratamento inicial para a enfermidade é realizado por meio de medicamentos, especialmente anticonvulsivantes. “Caso haja resistência da doença à terapia medicamentosa ou intolerância aos remédios, procedimentos como a radiocirurgia por Gamma Knife pode ser indicada”, explica o radio-oncologista da Oncologia D’Or, Allisson Borges. O Gamma Knife Icon é um aparelho de radiocirurgia estereotáxica, que dispensa a necessidade do uso de bisturi e incisão. Para realizar o procedimento da radiocirurgia, o equipamento utiliza 192 fontes de cobalto que emitem radiação com uma alta precisão, para tratamento tanto de tumores, malignos e benignos, quanto distúrbios vasculares e funcionais no cérebro, com uma dose baixa nos tecidos sadios adjacentes.
No caso do uso para tratamento de Neuralgia do Trigêmeo, o procedimento é realizado por uma equipe multidisciplinar formada por radioterapeuta, neurocirurgião, físico médico e enfermagem. “O objetivo é aplicar uma alta dose de radiação em uma porção do nervo acometido, gerando uma ablação do nervo e, com isso, a redução da chegada do estímulo doloroso ao sistema nervoso central. Como a dose é muito alta, cerca de quatro vezes maior do que a dose de radiação usada para tratamento de um tumor cerebral, a precisão do equipamento precisa ser submilimétrica e a equipe precisa ter uma expertise para garantir a correta entrega da dose de radiação no alvo”, explica Allisson Borges.
A primeira Radiocirurgia Funcional do Centro-Oeste para tratamento de Neuralgia do Trigêmeo foi realizada no ano de 2019, no Hospital DF Star, em Brasília. Por não ser invasivo, a paciente fez o tratamento e no mesmo dia foi liberada para voltar para casa.
Publicado inicialmente na Folha de S.Paulo. Leia aqui.
O interesse de universitários por carreiras da área da saúde tem se ampliado nos últimos anos, especialmente após a pandemia.
Dados da Educa Insights e da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) mostram que o número de ingressantes em carreiras de saúde nas instituições particulares cresceu cerca de 146% entre 2015 e 2022 —nos cursos em geral, o aumento foi de 76%.
“Há uma maior demanda por profissionais de saúde”, afirma Celso Niskier, diretor-presidente da Abmes. “Naturalmente as universidades tentam acompanhar isso: quem não tem esses cursos busca criá-los.”
Entre as carreiras mais procuradas, Niskier destaca a medicina e a psicologia. “Estudantes do ensino básico também estão sofrendo com questões de saúde mental, e isso abre um mercado ainda maior para esse tipo de profissional”, diz ele.
No caso da medicina, o imbróglio quanto à abertura de novos cursos gera uma demanda reprimida, de acordo com o representante da Abmes. Momentaneamente parado, o tema está em julgamento no STF.
Niskier atribui a falta de vagas em faculdades de medicina no país à imigração de universitários para vizinhos na América do Sul, como a Argentina, onde há 20 mil brasileiros cursando a carreira.
Uma das universidades com interesse em formar médicos é o Mackenzie, que aguarda o processo de tramitação no MEC. A instituição construiu um novo prédio, de 6.300 m², no campus de Alphaville e pretende renovar seu portfólio de opções para graduação, que pode incluir psicologia e fisioterapia.
Hoje, os alunos da unidade cursam direito, administração, ciência da computação ou sistemas de informação.
Dos R$ 42 milhões investidos na construção do prédio, R$ 17 milhões foram destinados a laboratórios para saúde, incluindo instalações voltadas para medicina e enfermarias.
“Há um sonho antigo do Mackenzie de dedicar a área de Alphaville a vocações do campo da saúde”, diz Marco Tullio Vasconcelos, reitor da instituição presbiteriana. A universidade particular foi considerada a melhor de sua categoria na pesquisa Datafolha, com 23% das menções espontâneas.
Segundo Vasconcelos, a quarta vitória seguida no levantamento é fruto da constante modernização tecnológica e estrutural dos campi. Neste ano, foram inaugurados três novos laboratórios na faculdade de engenharia, por exemplo, que pela primeira vez teve mais estudantes ingressantes do que formandos.
Outro fator que explica a popularidade entre as classes A e B —contempladas pela pesquisa— é a proximidade do Mackenzie com o mercado e a indústria, seja institucionalmente, seja através dos professores, muitos dos quais dividem a docência com atuação profissional.
“Temos parcerias com grandes empresas nacionais e estrangeiras, que vêm olhar o que temos e, às vezes, até montam showrooms dentro dos nossos laboratórios”, acrescenta o reitor.
Também impulsionados pela pandemia, os cursos EAD têm se expandido dentro das instituições. O Mackenzie tem cerca de 4.500 alunos distribuídos entre 15 opções de graduação a distância, entre licenciaturas e tecnólogos.
A maioria das pessoas que optam pelo EAD, diz Vasconcelos, são mais velhas, já têm emprego e estão cursando a segunda graduação. No presencial, predominam os estudantes com idade entre 17 e 26 anos.
Elizabeth Guedes, presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e membro do Conselho Nacional de Educação, chama atenção para o interesse de pequenas faculdades em oferecer apenas ensino a distância.
Ela critica as instituições que produzem conteúdo online sem base em um projeto pedagógico. “Eu acho que esse modelo tem perna curta, porque o que vence no final é a qualidade.”