Inteligência Artificial no SUS será tema de palestra global sobre câncer

Segunda maior causa de mortes no mundo, o câncer tira a vida de mais de 10 milhões de pessoas anualmente segundo dados da OMS, ficando atrás apenas dos problemas cardiovasculares. Para conscientizar sobre o inevitável aumento no número de casos e promover soluções, a London Global Cancer Week, patrocinada pelo Institute of Cancer Research, em Londres, vai reunir os principais oncologistas e pesquisadores do mundo para debates e palestras no mês de novembro. O evento contará com a participação do brasileiro Daniel Herchenhorn, coordenador científico do Oncologia D’Or, que vai apresentar, à distância, dados inéditos sobre o uso da Inteligência Artificial no Sistema Único de Saúde brasileiro.
Amanhã (14 de novembro) o oncologista apresentará dados que refletem a desigualdade no diagnóstico e tratamento da doença de próstata no Brasil, refletindo no diagnóstico tardio e nos diferentes tratamentos ofertados. Os dados de mais de 700 mil pacientes estão sendo coletados e tabelados por Inteligência Artifical de forma a facilitar sua leitura e permitir um estudo mais detalhado sobre como mudar o cenário no país e no mundo. “A ideia é que, no futuro, possamos analisar esses dados em outros tumores e assim consigamos debater como resolver essa desigualdade”, destaca Herchenhorn.
Daniel Herchenhorn, do Oncologia D’Or.

Outubro Rosa: praticar atividade física e manter estilo de vida saudável são chaves para prevenir câncer
Oncologista ressalta que, mesmo sem histórico familiar da doença, todas as mulheres devem estar alertas para o câncer de mama

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, são esperados aproximadamente 74 mil novos casos de câncer de mama para 2023-2025. É o tipo de câncer mais prevalente nas mulheres em todo o mundo. Aproveitando a campanha do Outubro Rosa, realizada há mais de 30 anos, a oncologista da Oncologia D’Or Monica Schaum reforça a importância da prática de atividade física e de um estilo de vida saudável para prevenir a doença.

Adotar hábitos de vida saudáveis, evitando o sedentarismo e a obesidade, contribui para a redução das chances de desenvolver a doença. Monica alerta que todas as mulheres estão sujeitas ao câncer de mama e, mesmo sem história familiar da doença, devem se cuidar. “A doença tem múltiplas causas, mas ser mulher é um dos fatores mais relevantes. Sabemos que existe câncer de mama em homens, mas estatisticamente isso ocorre apenas em 1% dos casos. Dito isso toda mulher tem potencialmente risco de desenvolver esse tipo de tumor”, destaca a oncologista, que ressalta a importância da mamografia para o diagnóstico precoce da doença. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance curativa. O exame deve ser realizado a partir dos 40 anos em todas as mulheres e pode ser antecipado em casos específicos.

Dra. Monica Schaum, oncologista do grupo de mama da Oncologia D’Or Rio de Janeiro.

São fatores de risco para desenvolver o câncer de mama: primeira menstruação precoce, menopausa tardia, ausência de gestação ao longo da vida, etilismo, obesidade, sedentarismo, história familiar de câncer e reposição hormonal prolongada no pós menopausa. Hoje, a reposição hormonal vem sendo empregada com muita frequência para alivio dos sintomas do climatério e com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das mulheres. É muito importante o acompanhamento médico e individualizar caso a caso, pesando prós e contras da terapia hormonal.

Novidades no tratamento animam especialistas e pacientes

A análise molecular da doença através do material de biópsia trouxe novos horizontes na hora de definir o melhor tratamento, pois permite individualizar melhor o comportamento biológico dos tumores e selecionar de forma mais acurada as terapias. Um exemplo é a menor indicação de tratamento quimioterápico em alguns tipos de tumores. Na radioterapia, as novas técnicas também permitem que os pacientes sejam tratados de forma mais precisa e com menos sessões. “Evoluímos de tratamentos que duravam um mês para terapias que são concluídas em cinco dias, em determinados casos”, celebra a oncologista.

Na doença metastática, novas drogas como os ADCS (anticorpo droga conjugado) vêm revolucionando o tratamento e podem ser oferecidas a um grupo crescente de pacientes. “Hoje nossos pacientes vivem mais. No câncer de mama Her2 positivo temos quase 40% das pacientes vivendo oito anos. Os estudos não param de produzir novas oportunidades de tratamento que não só prolongam a vida das pacientes, como adicionam qualidade de vida. São áreas que vêm com muita força e certamente irão mudar a história do câncer”, finaliza Monica.

Oncologia D’Or e Flamengo entram em campo juntos na luta contra o câncer de mama
Ação vai levar pacientes para dentro do gramado no clássico contra o Vasco. Maracanã será iluminado de rosa

Maracanã, palco de Flamengo x Vasco desse domingo, receberá ação de conscientização do câncer de mama.

A Oncologia D’Or e o Flamengo vão entrar em campo unidos na luta contra o câncer de mama. No domingo (22), no intervalo do clássico entre o Rubro-negro e o Vasco, 10 pacientes vão entrar no gramado do Maracanã segurando uma faixa com os dizeres “O Ano Todo Rosa”. A faixa faz referência à campanha da Oncologia D’Or que busca conscientizar que o cuidado com a prevenção do câncer de mama deve ser o ano inteiro. No dia, o Maracanã também será iluminado todo de rosa, para dar ainda mais visibilidade a uma causa tão importante. O câncer de mama é o de maior incidência entre as mulheres. Somente em 2023, são estimados mais de 73 mil novos casos.

“Acreditamos que essa ação em conjunto com o Flamengo vai ajudar a dar visibilidade a uma mensagem de extrema relevância para a saúde da mulher. Ela não pode pensar no câncer de mama somente quando há a campanha outubro rosa, pois nenhuma doença tem data para acontecer”, ressalta o diretor regional da Oncologia D’Or, Marcus Vinicius J. dos Santos.

A parceria entre as duas instituições ainda prevê mais duas ações. Na sexta-feira, dia 20/10 haverá uma palestra na sede rubro-negra, para convidados das duas marcas. Após a palestra, haverá um quizz educativo, com brindes especiais para os participantes e uma visita no Museu Flamengo. Entre os brindes, estão camisas da Braziline, que destina 3% do valor de cada camisa vendida para apoiar as atividades do INCAvoluntário.

Durante o mês de julho, oncologista alerta para a importância do câncer de cabeça e pescoço. Tumores de pele agressivos bem como aqueles causados por HPV merecem maior atenção!
Tratamento realizado com imunoterapia pode reduzir a necessidade de cirurgias mutilantes

Da Redação

Os consultórios de oncologia têm registrado uma realidade desafiadora, o aumento no número de casos avançados de câncer de pele em homens idosos. O mais preocupante, alerta o oncologista da Oncologia D’Or Daniel Herchenhorn, é que, em boa parte dos pacientes, a doença apresenta um comportamento muito agressivo e mais frequente na região da face. “É esperada uma maior incidência nessa região, pois é justamente a parte do corpo mais exposta aos raios solares (UV). Porém, como muitas vezes o paciente demora a perceber indícios da doença, quando vem ao consultório o tumor já está em um estágio avançado. Diferente do que a população acredita, em pacientes mais frágeis, a doença pode crescer rápido e se manifestar inclusive com metástases em linfonodos”, relata.
 
Herchenhorn explica que é preciso estar atento a sintomas como a presença de feridas na pele, alterações na pigmentação e formação de nódulos. Como em todo caso de câncer, quanto mais cedo o diagnóstico melhor será o resultado do tratamento, que, na maioria das vezes, costuma ser cirúrgico, com a retirada da área atingida. Entretanto o oncologista observa que há novas opções terapêuticas, como a imunoterapia, que não apenas trouxe novos horizontes, mas que atualmente tem sido também empregada antes de cirurgias mutilantes.
 
O tratamento imunológico, que atua de modo a estimular o sistema imunológico (linfócitos T) permitindo combater as células cancerígenas, tem se mostrado capaz de reduzir a necessidade de utilização da radioterapia em alguns tumores, além de aumentar a chance de cura da doença. O tratamento também vem diminuindo a necessidade de cirurgias mutilantes, especialmente nos casos de câncer de pele, que implicam na retirada de parte da pele, ou em casos de câncer de amígdala, quando a terapia pode ser associada à quimioterapia e que está muito relacionada a infecções pelo vírus HPV (vírus papiloma humano).
 
O oncologista explica que essa mudança no tratamento é chamada de desintensificação. “É uma tendência usar a imunoterapia pré-operatória em outros tipos de câncer, como o de pulmão. Mesmo ainda havendo necessidade de cirurgia, há estudos em que a doença desaparece por completo em cerca de 40% dos casos”, afirma Herchenhorn, que lembra que 27 de julho é considerado o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço.
 
Quinto tipo de maior incidência no Brasil e a causa de mais de 10 mil mortes por ano, o câncer de cabeça e pescoço abrange os tumores que ocorrem, por exemplo, na boca, língua, faringe, laringe, esôfago, fossas nasais e glândulas salivares.
Para a prevenção de tumores nessa região, são variadas as recomendações: manter a higiene bucal em dia; evitar o abuso de cigarro ou bebidas alcoólicas; se vacinar contra o HPV – pois o vírus pode causar o câncer de orofaringe; usar o de protetor solar e evitar o contato com o sol nos horários próximos ao meio-dia. “Hábitos de vida saudáveis são um importante aliado na prevenção do câncer”, enfatiza