Hábitos de vida são fatores de risco para o câncer, alerta especialista

Segundo estudos, cerca de 50% das pessoas vivas hoje desenvolverão algum tipo de câncer ao longo da vida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, somente em 2018, 9,6 milhões de pessoas tenham morrido em decorrência de algum tipo de câncer. Para além das novidades em tratamento e diagnóstico, é possível alterar esse cenário com mudança nos hábitos de vida das pessoas. É o que afirma a oncologista da Oncologia D’Or Rafaela Coelho Pozzobon. “A incidência de muitas doenças está relacionada aos hábitos de vida. A falta de uma alimentação saudável, o sedentarismo e o consumo de álcool e de cigarro são, por exemplo, fatores de risco de diversas complicações cardiovasculares. Mas isso também se aplica ao câncer”, alerta.

Ela cita o exemplo do tabagismo, que é a principal causa do câncer de pulmão, justamente o de maior incidência no mundo. “Há estudos que apontam que pelo menos 80% das mortes por câncer de pulmão são causadas pelo fumo”, destaca Rafaela. Ela também menciona uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e da Harvard University, indicando que cerca de 27% dos casos atualmente diagnosticados poderiam ser evitados com um estilo de vida mais saudável.

Estima-se, por exemplo, que o consumo de tabaco e álcool seja responsável por três em cada quatro casos de câncer de cabeça e pescoço. O consumo elevado de bebidas alcoólicas também é associado ao risco de desenvolver tumores no esôfago e fígado. O risco está diretamente relacionado à quantidade de álcool ingerida diariamente, sendo os cânceres de fígado, esôfago e orofaringe comprovadamente associados ao hábito.

Já a obesidade pode influenciar o surgimento do câncer de mama por alterar a quantidade de estrogênio produzido pelo organismo. Para os homens, o excesso de peso pode diminuir a produção do hormônio testosterona, o que pode influenciar no surgimento do câncer de próstata. E o aumento na produção de insulina causado pela obesidade pode estar relacionado ao aparecimento do câncer de cólon e reto.

“Isso significa dizer que ao adotarmos hábitos de vida saudáveis, além de melhorarmos a nossa qualidade de vida, reduzimos a chance do surgimento de vários tipos de câncer. É uma forma de prevenção que só depende da pessoa, ao contrário dos fatores genéticos e hereditários, sobre os quais não se tem qualquer controle”, observa a oncologista.

Ir ao médico regularmente, bem como realizar check-ups e exames preventivos periodicamente, explica Rafaela, também desempenham um importante papel na prevenção, pois mantém a pessoa atualizada sobre a sua saúde, e aumentam as chances de diagnóstico na fase inicial da doença. No caso das mulheres, a oncologista destaca a importância da ida anual ao ginecologista, de realizar o Papanicolau, além da vacinação contra o HPV. “São fatores fundamentais na prevenção no câncer ginecológico”, afirma.

Rafaela também observa que estimular hábitos saudáveis torna-se ainda mais urgente com o aumento da longevidade. Ainda segundo a OMS, a expectativa é que, em 2025, os casos de câncer aumentem em até 50% no país, principalmente pelo crescimento e pelo envelhecimento da população. “É uma questão que precisa estar na pauta do país, devido ao impacto na saúde”, alerta.

Paulinho Moska canta Raul Seixas para pacientes com câncer

O cantor e ator Paulinho Moska fará, no dia 02 de maio, às 14h, um pocket show na clínica da Oncologia D’Or, na Tijuca. Ele vai brindar pacientes, familiares e funcionários com a performance de canções do musical “Merlin e Arthur, um Sonho de Liberdade”. O espetáculo, em cartaz no Teatro Riachuelo, que recria a lenda do Rei Arthur, do mago Merlin e dos Cavaleiros da Távola Redonda, marca a estreia de Moska no teatro musical, fazendo o monarca britânico.

A apresentação faz parte do projeto “Tocado por Você”, que busca levar apoio e solidariedade através da música às pessoas que lidam com o desafio do tratamento contra o câncer. O repertório do espetáculo é composto por composições de Raul Seixas, como “Maluco Beleza”, “Mosca na Sopa” e “Metamorfose Ambulante”.

A iniciativa, da Oncologia D’Or, recebe inscrições de músicos voluntários, amadores ou profissionais, interessados em doar música como forma de apoio e carinho. A ideia é que você compartilhe um pouco do seu talento com quem está em tratamento na sala de quimioterapia. A música tem o poder de fazer aflorar as emoções, e trazer conforto para quem mais precisa. Se você tem algum talento musical, ou conhece alguém que queira participar, basta se inscrever na página www.oncologiador.com.br/portal/tocado-por-voce/.

Oncologista alerta sobre os perigos do câncer do colo de útero

Em janeiro, a cor verde piscina ganha destaque como parte da campanha internacional de conscientização das mulheres sobre a prevenção do câncer de colo do útero. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do cólon. Todo ano, surgem 16 mil novos casos e 5 mil mulheres morrem vítimas da doença no Brasil. Também é a quarta causa de morte por câncer de mulheres no país.

A oncologista da Oncologia D’Or Maria Del Pilar Estevez Diz observa que apesar da incidência da doença e das campanhas de conscientização ainda há muitas mulheres que desconhecem o que causa a doença e, assim, ignoram as formas de prevenção. A principal causa de câncer de colo do útero é a infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano). “A infecção por este vírus é uma doença sexualmente transmissível, que acomete grande número de adultos em algum momento de suas vidas. A persistência do HPV, por longos períodos de tempo, estimula o surgimento de alterações no DNA das células, podendo ser responsável pelo aparecimento do câncer”.

Ela alerta que a doença tem o desenvolvimento lento e, na fase inicial, costuma não apresentar sintomas. Por isso, é importante consultar o médico ginecologista periodicamente e realizar os exames de rotina anualmente. Quando diagnosticada em fase inicial, o sucesso do tratamento chega a 90%. “A melhor forma de detectar precocemente o câncer de colo de útero é indo anualmente ao ginecologista e fazendo os exames de rotina”, explica Pilar, observando que, em estágio avançado, o câncer pode provocar sangramento e corrimento vaginal, bem como dor na pelve ou durante as relações sexuais.

O uso de preservativo durante a relação sexual, a vacinação contra o HPV, em conjunto com os exames preventivos (como o Papanicolaou) são importantes ferramentas na prevenção da doença. “Todas as mulheres, mesmo as vacinadas, devem fazer o exame preventivo periodicamente (a partir do início da vida sexual), pois o diagnóstico precoce do câncer é a chave para maior chance de cura”, destaca Pilar.

Tratamento

As opções de tratamento para o câncer de colo de útero variam conforme o estágio do tumor. Pode ser utilizada a cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação entre elas. “A cirurgia é muito importante, mas ela está limitada para os estágios iniciais, ou seja, menos de 20% dos casos poderão ser tratados exclusivamente com a cirurgia”, afirma a oncologista.

Entretanto, Pilar observa que a maioria das pacientes com câncer do colo do útero no Brasil não é candidata à cirurgia por se encontrar normalmente em um estágio mais avançado da doença. “A quimioterapia e a radioterapia são o tratamento padrão para o câncer do colo do útero avançado, e é o que tem os melhores resultados em termo de sobrevida global”.

Porém, há os efeitos colaterais que os tratamentos provocam. A paciente tem que lidar com náuseas, vômitos, dificuldade para urinar, disfunção sexual e até infertilidade. “Não é um tratamento simples, e costuma ser bastante desgastante para a mulher. Por isso é importante adotar as medidas de prevenção e estar em dia com as visitas ao ginecologista”, destaca Pilar.

Congresso Internacional de Oncologia reunirá mais de 5 mil pessoas no Rio

Paulo Hoff, um dos principais nomes da oncologia no mundo
Paulo Hoff, um dos principais nomes da oncologia no mundo

Mais de 5 mil pessoas, entre médicos, profissionais de saúde e estudantes, são aguardadas na 6ª edição do Congresso Internacional Oncologia D’Or, que acontece nos dias 9 e 10 de novembro, no Centro de Convenções do Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca.  Ao todo, serão mais de 300 palestrantes, incluindo 10 convidados internacionais, distribuídos em 21 módulos temáticos abrangendo avanços recentes em diagnóstico e tratamento do câncer. Por sinal, a cada ano, o congresso vem crescendo,  com o intuito de atender a demanda do público pelos temas. Este ano, o evento vai ocupar dois andares e terá nove salas com palestras simultâneas.

Entre os destaques internacionais estão nomes como o de Murray Brennan, reconhecido como um dos maiores cirurgiões oncológicos da história e pelas pesquisas que aprimoraram a compreensão biológica dos tumores. De 1985 a 2006, ele foi chefe do departamento de cirurgia do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, Estados Unidos. Outro convidado é o diretor do Departamento de Oncologia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, Luis Costa. Envolvido, principalmente, com estudos clínicos de cânceres de mama e metástases ósseas, Costa também vem desenvolvendo importantes pesquisas sobre o entendimento molecular das metástases. Finalmente, a palestra de encerramento será feita por Rodrigo Vianna, brasileiro radicado nos EUA e uma das maiores autoridades mundiais em transplante, abordando esta modalidade cirúrgica no tratamento de tumores.

Coordenador Científico do Congresso, Daniel Herchenhorn destaca o caráter multidisciplinar do evento. Em muitas das mesas, a abordagem do câncer não se resume apenas ao conhecimento de oncologistas, mas também inclui outras especialidades como cardiologistas, psicólogos e enfermeiros. “Somente com uma abordagem multidisciplinar é que podemos oferecer o melhor diagnóstico e tratamento ao paciente. Por isso, um dos nossos módulos é dedicado exclusivamente a mostrar como a integração entre diversas especialidades é fundamental no combate ao câncer”, explica Herchenhorn, destacando as três mesas que serão da Sessão Multidisciplinar, que acontecerão no segundo dia de evento.

Congresso recebeu mais de 5 mil inscrições na edição de 2018 e vem registrando aumento no número de participantes a cada ano
Congresso recebeu mais de 5 mil inscrições na edição de 2018 e vem registrando aumento no número de participantes a cada ano

Outra mesa que o coordenador realça é a “Combatendo Fake News no Mundo do Câncer”, que acontece no dia 9 e que terá entre os palestrantes a fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz. Herchenhorn observa que diariamente os médicos precisam lidar com o desafio de mostrar ao paciente que muito do que eles leem na internet não é verdadeiro. “A internet facilitou o acesso á informação, mas muito do que está na rede é falso ou incompleto”, alerta.

Para Herchenhorn, a oncogenética é outro tema que deve atrair grande presença de congressistas. “A oncogenética está integrada a um dos pilares que deve caracterizar a medicina do futuro, que é o que chamamos de medicina personalizada”. Poder identificar e analisar as mutações gênicas diretamente associadas à incidência de câncer e, assim, prever o comportamento de uma enfermidade, estabelecer diagnósticos mais precisos, indicar tratamentos mais adequados e até mesmo determinar a probabilidade de uma doença se desenvolver são alguns dos aspectos a serem explorados nesse módulo. “A atriz Angelina Jolie é um exemplo das possibilidades desse ramo. A atriz realizou a mastectomia quando descobriu que tinha um gene que, quando mutado, aumenta significativamente o risco do câncer de mama”, relembra Herchenhorn.

Avanços tecnológicos

O avanço da ciência e da tecnologia é um dos principais fatores para a melhoria dos meios de diagnóstico e de tratamento do câncer. Nesse contexto, a cirurgia robótica vem alcançando um papel importante, por permitir uma maior precisão no procedimento, proporcionando, assim, mais segurança ao paciente. Por esses motivos, uma das novidades do Congresso neste ano será o Espaço Robótica, onde o congressista terá a oportunidade de ter contato direto com um simulador e ter a experiência de controlar um robô. Conheça a programação completa do VI Congresso Internacional Oncologia D´Or: http://congressooncologiador.com.br.