Brasil Mais Produtivo tem R$ 2 bi para avanços digitais nas indústrias
Objetivo é promover salto tecnológico de micro e pequenas empresas

Da Agência Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, lançou nesta 5ª feira (16), em Brasília, o novo Programa Brasil Mais Produtivo. O objetivo é promover um salto tecnológico de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) industriais brasileiras.  

A nova fase do programa vai investir R$ 2,037 bilhões para o engajamento digital de 200 mil empresas de todos os setores industriais. O MDIC prevê que, em três anos, mais de 93,1 mil empresas terão atendimento direto para conseguir passar por essa transformação digital.

“Como melhorar produtividade e competitividade da economia? Aí, surge o novo Brasil Mais Produtivo, procurando de maneira objetiva o diagnóstico, o prognóstico e tratamento [das empresas industriais].”, afirma Geraldo Alckmin.

Brasília, DF 16/11/2023 O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, lança oficialmente o novo programa Brasil Mais Produtivo, na Confederação Nacional da Indústria (CNI) Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, lança o novo programa Brasil Mais Produtivo (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil).

Modalidades

Até 2027, o novo Brasil Mais produtivo contará com quatro modalidades de atendimento:

Plataforma de produtividade: conecta empresas a ferramentas e cursos que são essenciais para transformação digital de maneira contínua. Até 200 mil micro, pequenas e médias empresas serão beneficiadas;

Diagnóstico estratégico de gestão: identificará oportunidades de melhoria e traçará novos caminhos em até 50 mil micro e pequenas empresas por meio do Sebrae;

Otimização de processos industriais: consultorias especializadas do Senai para 30 mil micro e pequenas e mais 3 mil médias indústrias. As consultorias serão em lean manufacturing (para aumentar a eficiência e a produtividade, com redução de erros e redundâncias na produção industrial) e eficiência energética, combinadas com a educação profissional para alavancar a força de trabalho do país;

Transformação digital: apoio ao desenvolvimento e implementação de tecnologias e soluções 4.0 em 360 empresas; transformação digital de 8,4 mil MPMEs pelo acesso a pós-graduações do Senai especializadas no tema smart factory ou fábricas inteligentes.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, classificou a nova fase do programa como impactante para as realidades de micro e pequenas empresas. Alban defendeu que para a consolidação da nova industrialização brasileira, é preciso pensar em encadeamento produtivo. “Não basta apenas pensar nas grandes empresas que podem produzir, podem melhorar sua produtividade, para melhorar a inovação e tecnologia, na abertura de mercados, com esse novo approach que vemos do governo, se nós não tivemos um encadeamento produtivo que permita competitividade em toda a cadeia. Nós precisamos permitir que a cadeia seja competitiva para que seja um processo sistêmico”.

“[Muitos empresários] passam o dia resolvendo problemas e, muitas vezes, não se dão ao direito de planejar estrategicamente, nem de pensar o quanto um momento de produtividade pode permitir a eles serem competitivos e aproveitarem novas oportunidades”, ralata o presidente da CNI

Parcerias

Nesta nova fase do programa Brasil Mais Produtivo, o MDIC articulou três novas parcerias para financiar a transformação digital das indústrias do país. Os novos parceiros são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Existente desde 2016, o Brasil Mais Produtivo já conta com a participação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai)..

O diretor de Inovação da Finep, Elias Ramos, reafirmou o compromisso de disponibilizar recursos para apoiar a indústria do país. “As micro, pequenas e médias empresas têm um papel transformador e fundamental no sistema de inovação, pois elas podem questionar padrões e colocar o Brasil no trilho do desenvolvimento”.

O diretor de desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, destaca que o banco tem a missão de apoiar as micro, pequenas e médias empresas.

O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, entende que todos que empreendem por vocação ou por necessidade querem crescer, mas que ainda falta apoio e financiamento. Para Marcio França, a nova fase do programa Brasil Mais Produtivo muda a lógica de investimentos na atividade produtiva deste público. “Esse era o objetivo: a criação de um apoio especial para esses pequenos. O Brasil Mais Produtivo unifica tudo, cria os portais para termos financiamentos de formato reverso, onde o próprio banco oferece para quem quer empreender. E o programa cria uma forma de pontuação para o empreendedor”.

Desenvolvimento Industrial

De acordo com o Ministério do MDIC, a modernização tecnológica das pequenas e médias indústrias, por meio da transformação digital, anunciada nesta quinta-feira, faz parte das diretrizes da nova política industrial brasileira, que está em construção no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). O CNDI teve sua primeira reunião em julho deste ano.

Mais de 1,3 milhão de empresas foram abertas de janeiro a abril
Tempo médio de abertura foi de um dia e seis horas, segundo ministério

Da Agência Brasil

Mais de 1,3 milhão de empresas foram abertas no Brasil entre janeiro e abril de 2023. O tempo gasto para a abertura dessas empresas foi, em média, de 1 dia e seis horas, segundo o Mapa de Empresas – documento elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

De acordo com o documento, de janeiro a abril deste ano 1.331.940 empresas foram abertas no Brasil. Com isso, há, no país, um total de 21 milhões de CNPJs ativos. Deste total, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte.

Ainda segundo o estudo, 736.977 CNPJs foram encerrados no primeiro quadrimestre do ano. Com isso, o saldo ficou positivo, em 594.963 empresas.

“O total de aberturas foi 21,8% maior do que no quadrimestre anterior e 1,6% menor em relação ao mesmo período de 2022. Já os fechamentos representaram aumento de 34,3% e 34,7%, respectivamente, nas mesmas bases”, informou o ministério.

Estados

Em números absolutos, São Paulo foi o estado com mais empresas abertas no quadrimestre, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Goiás. “Juntos, estes estados concentram 75% das empresas brasileiras”, detalha o levantamento.

“Em termos de crescimento percentual, porém, os estados que mais avançaram sobre o quadrimestre anterior, último de 2022, foram Tocantins (34,8%), Mato Grosso (32,9%), Rondônia (29,9%), Paraná (28,2%) e Roraima (27,1%)”, acrescenta.

Comércio e Serviços

Do total de empresas abertas no país durante o primeiro quadrimestre de 2023, 83,8% são dos setores de comércio e serviços – este último responde por 59,5%.

Os destaques ficaram para atividades de promoção de vendas; comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios; preparação de documentos e serviços de apoio administrativo; cabeleireiros, manicure e pedicure; e obras de alvenaria.

“A liderança de tais atividades se relaciona ao fato de 80,4% dos registros serem de MEIs [microempreendedoras individuais]. No primeiro quadrimestre, foram abertas 1.070.506 empresas nesse espectro, aumento de 25,4% em relação ao quadrimestre anterior e queda de 3,1% sobre igual período de 2022”, explica o MDIC.

Tempo médio

Com relação ao tempo médio gasto para a abertura de empresas, o resultado observado (1 dia e seis horas) representa uma diminuição de 10 horas em relação ao mesmo período de 2022.

O estado onde foi mais rápido fazer o registro de novas empresas foi Sergipe. Lá, em média, são necessárias apenas 7 horas para abrir uma empresa. O estado com maior demora foi São Paulo (2 dias e duas horas).

“Em relação às capitais, Curitiba (PR) e Aracaju (SE) registraram menor tempo de abertura, com média de apenas duas horas. Já Belém do Pará foi a que demandou mais tempo (2 dias e 22 horas), seguido pela cidade de São Paulo (1 dia e seis horas)”, informou o MDIC.

De acordo com a diretora do Departamento de Registro Empresarial e Integração (Drei/MDIC), Amanda Souto, a consolidação do tempo médio em cerca de 1 dia mostra a “assertividade das medidas de simplificação para abertura de novas empresas” implementadas pelo governo federal e pelos estados.

“Com o avanço da padronização de procedimentos e fluxo nas 27 unidades federativas, esse indicador tende a cair ainda mais, além de refletir o avanço da digitalização e automatização dos procedimentos necessários para formalizar novos negócios”, disse a diretora.

Qualicorp faz digitalização e mira liderança no segmento para pequenas e médias empresas
"Vamos ser a maior corretora de PME do Brasil", destacou o CEO da companhia durante evento "As Melhores Empresas da Bolsa"

 

Segundo o CEO Bruno Blatt a, Qualicorp está pronta para oferecer produtos de acordo com a especificidade de cada cliente

 

Da InfoMoney

A Qualicorp (QUAL3), administradora de planos de saúde, espera que o segmento de pequenas e médias empresas (PME) ganhe relevância e a empresa se transforme na principal plataforma de vendas para esse público. Na avaliação de Bruno Blatt, CEO da companhia, a estratégia de crescimento da companhia contempla a oferta de multiprodutos e multicanal para dessa forma atender o cliente em diferentes estágios.

“Sempre tem uma oportunidade. Se o cliente tem um CNPJ, então posso oferecer um plano PME. Vamos ser a maior corretora de PME do Brasil”, destacou, durante evento “Melhores Empresas da Bolsa 2021”.

A companhia foi a vencedora da categoria saúde do prêmio, realizado pelo InfoMoney com base em ranking exclusivo elaborado pela provedora de serviços financeiros Economatica e pela escola de negócios Ibmec.

A Qualicorp contabilizava em março 52.275 vidas no segmento PME. Embora pequeno, o número representa um crescimento 19,1% em relação a igual período de 2020, a maior variação percentual entre todos os segmentos da administradora.

De acordo com Blatt, o objetivo de aumentar a carteira de PME não irá prejudicar o desempenho do segmento de planos por adesão – o maior e mais relevante da empresa. O executivo reforça que a Qualicorp está pronta para oferecer produtos de acordo com a especificidade de cada cliente.

“Estamos protegidos na distribuição de planos em todas as linhas de clientes. Mapeamos as oportunidades e estamos seguindo cada uma delas”, disse.

Para Blatt, a pandemia da Covid-19 aumentou a percepção de que é importante ter um plano de saúde. O envelhecimento da população também é outro fator que contribui para as vendas do setor. Ao todo, o portfólio da Qualicorp contava ao final do primeiro trimestre com 2,57 milhões de vida. Dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) mostram que 47,8 milhões de brasileiros possuem planos de saúde.

A Qualicorp registrou uma receita líquida de R$ 523 milhões no primeiro trimestre do ano, uma alta de 4,1% na comparação com igual período do ano passado.

Digitalização dos canais de venda

O crescimento da companhia, segundo o CEO, levará em conta as demandas regionais. Ele cita, por exemplo, que um morador de uma cidade do interior não precisa de um plano de saúde com uma rede tão ampla. Para ele, a oferta de uma operadora local pode ser a ideal – a Qualicorp trabalha na distribuição de planos de saúde e possui parcerias com 102 operadoras.

Todo o crescimento esperado também será feito com o uso de digitalização. Na semana passada, a Qualicorp anunciou uma parceria com o Banco Inter (BIDI11) para a comercialização de planos de saúde no aplicativo da instituição financeira, que conta com 11 milhões de clientes.

A aceleração de vendas no canal digital também contemplou a compra de uma participação na Escale, startup especializada na aquisição de novos clientes. Para Blatt, o uso de dados será cada vez mais relevante na distribuição dos produtos. O negócio foi anunciado em março.

“Nossa estratégia utilizando esse marketing digital terá um extenso uso de dados. Tudo isso vai abastecer a nossa distribuição”, explicou.

A Qualicorp comprou 35% da Escale com uma opção de elevar para 40%, além de 5% da holding. Segundo o executivo, a negociação durou mais de um ano.

Para Thiago Sallum, analista do setor de saúde da XP Asset, a visão para o setor e a Qualicorp é positiva. No caso da administradora, a mudança da gestão, que se deu com a chegada de Blatt ao final de 2019, e a entrada da Rede D’Or (RDOR3) no capital da empresa contribuíram para o viés positivo.

“Antes da Rede D’Or e da chegada do Bruno a visão era mais negativa. A Qualicorp poderia não se perpetuar se continuasse com a gestão anterior. Com a mudança, tiramos um risco de governança. Hoje, vemos a Qualicorp como uma empresa bem posicionada e preparada para crescer no médio e longo prazo”, disse o analista.