A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) informou por meio de nota que vai pedir ao governador Luiz Fernando Pezão que vete o aumento de 5% do piso salarial do estado aprovado pela Assembleia Legislativa do estado (Alerj). Na nota, a Ferj alega que o texto aprovado pelos deputados, ao inserir a expressão “que o fixe a maior”, tira a validade dos pisos fixados em negociações coletivas.
A Federação também contesta a decisão de dar um aumento de 5%, apontando que representa o triplo do aprovado para o salário mínimo nacional, que foi de 1,8%. É também mais que o dobro da inflação de 2017, registrada em 2,07% pelo INPC.
Para a Firjan, a decisão dos deputados está descolada da realidade de grave crise econômica que vive o Rio de Janeiro, que perdeu 500 mil vagas de emprego nos últimos três anos. A nota também registra que o piso do Rio ficará 25,1% maior que o salário mínimo nacional e que isso represnetaria um baque para a competitividade das empresas fluminenses.
A Federação ainda lembra que todo ano precisa entrar na Justiça para garantir o cumprimento das negociações coletivas de piso salarial, pois já seria prática usual da Alerj inserir na lei de reajuste do piso o termo “que o fixe a maior”. “A Constituição garante que o acordado entre trabalhadores ou sindicatos e empresas prevaleça. O Supremo Tribunal Federal já examinou esta questão e confirmou que é inconstitucional a aplicação da lei para trabalhadores que já tenham piso fixado em negociação coletiva”, afirma a nota da Firjan.
Por último, a Federação adianta que, caso o governador não vete a expressão, irá à Justiça novamente para garantir o cumprimento das negociações entre as empresas e os trabalhadores e seus sindicatos.