Oncologista alerta para os riscos dos cânceres de ovário e de endométrio

No mês de março, a Oncologia D’Or alerta as mulheres para o risco do câncer de ovário e de endométrio. O primeiro é o tipo ginecológico mais difícil de ser diagnosticado de forma precoce e o mais letal. O oncologista Claudio Calazan destaca que, nos casos de câncer de ovário, o tumor se desenvolve silenciosamente, o que exige uma atenção ainda maior. “Os sintomas costumam aparecer em estágios mais avançados, o que dificulta um diagnóstico nas fases iniciais”, explica.

A doença pode acometer a mulher em qualquer idade, mas é mais frequente depois dos 40 anos. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que mais de 6 mil casos novos de câncer de ovário ocorram por ano e mais da metade levem à óbito. “Sua incidência está associada a fatores genéticos, hormonais e ambientais”, observa o oncologista. Ele explica que há uma relação entre câncer de ovário e atividade hormonal feminina. As mulheres que não tiveram filhos nem nunca amamentaram, que tiveram menopausa tardia ou câncer de mama, assim como as que têm parentes de primeiro grau com histórico apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença.

O câncer de endométrio acomete principalmente as mulheres na pós-menopausa, depois dos 60 anos. As estatísticas mostram que somente 20% das pacientes estão na fase de pré-menopausa e, apenas 5% têm idade inferior a 40 anos. “Os carcinomas são responsáveis por 100% dos tumores do endométrio. Desde que diagnosticados precocemente, eles são curáveis em 90% dos casos”, observa Calazan. Na maior parte das vezes, esse tipo de tumor se manifesta precocemente com sangramento vaginal. “O sintoma mais comum é o sangramento vaginal em uma mulher menopausada”, relata o oncologista, que ainda explica que dor ou sensação de peso na pélvis; bem como corrimento vaginal branco ou amarelado são outros sintomas que costumam se manifestar.

O diagnóstico do câncer de ovário costuma ser bem mais difícil, pois a doença manifesta sintomas comuns a outras enfermidades. Na maior parte das vezes, a paciente apresenta dor, aumento do volume abdominal, constipação, alteração na função digestiva e massa abdominal palpável.

Prevenção

A prevenção do câncer de endométrio e de ovário é um desafio para os médicos. Em ambos os tipos, a maioria dos casos não podem ser evitados. Nas situações possíveis, a forma de prevenção passa necessariamente pelo combate aos fatores de risco como a obesidade. Seja no câncer de ovário ou de endométrio, ter uma vida saudável é a principal forma de prevenir o tumor.

No caso do câncer de endométrio, manter a pressão arterial e o diabetes sob controle, dentro dos níveis de normalidade; ter uma alimentação equilibrada e com menor quantidade de sódio; praticar atividades físicas regularmente, controle do peso e do consumo de álcool são comportamentos fundamentais para diminuir os riscos de desenvolver a doença.

Outra forma de diminuir o risco de câncer de endométrio é manter um tratamento adequado para as doenças pré-cancerosas do endométrio. Muitos casos se iniciam a partir da hiperplasia endometrial. “Há vezes em que a hiperplasia desaparece sem tratamento, mas há casos em que precisa ser tratada com hormônios ou até mesmo com cirurgia”, observa Calazan. O tratamento com progesterona e dilatação e curetagem ou histerectomia pode impedir a hiperplasia de se tornar uma lesão maligna. “O sangramento vaginal anormal é o sintoma mais comum do câncer de endométrio. Por isso, a mulher deve comunicar ao seu médico imediatamente, para que a causa seja identificada e, se necessário, iniciado o tratamento”, orienta o oncologista.

No caso do câncer de ovário, se houver histórico familiar da doença, sugere-se o exame genético de BRCA 1 e de BRCA 2, em que será verificado se há mutações que possam aumentar as chances do surgimento da doença. “Caso o resultado seja positivo, o oncologista discutirá com a paciente sobre medidas preventivas para que a doença não se desenvolva”, orienta Calazan. Entre as medidas possíveis estão a mudança de comportamento que evitem fatores de risco. Existe também a opção da retirada preventiva dos ovários, uma cirurgia chamada de ooforectomia. Porém, o procedimento afeta diretamente a fertilidade da mulher e a diagnosticar o câncer de ovário precocemente, mas atualmente ainda não existem exames de rastreamento confiáveis.

Médico brasileiro faz palestra sobre saúde da mulher em Paris

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O secretário Perpétuo da Academia Nacional de Medicina da França, Raymond Ardaillou; o diretor médico da Med-Rio Check-up, Gilberto Ururahy; e a Cônsul Geral do Brasil em Paris. Maria Teresa Lázaro

A mulher vem esquecendo de cuidar da própria saúde. Esse foi o alerta do diretor médico da Med-Rio Check-up, Gilberto Ururahy, na palestra sobre a saúde da mulher que fez, no dia 8 de junho, na embaixada brasileira em Paris, para cerca de 100 brasileiras que vivem na França. Segundo levantamento da clínica, 55% das mulheres são sedentárias e 67% sofrem de estresse. Ambos são fatores de risco para doenças do coração.

 

Campanha alerta sobre os riscos da pressão alta

Para alertar a população dos riscos da pressão alta, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) inicia hoje (26), Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, a campanha Meça sua Pressão. A iniciativa visa a informar e orientar sobre a importância de fazer a aferição regular da pressão arterial e de como prevenir a doença. São consideradas hipertensas pessoas com pressão arterial maior que 140/90 mmHg, mas, de acordo com a nova diretriz americana, esse parâmetro já baixou para 130/80 mmHg.

“A hipertensão arterial é uma doença silenciosa, pois não causa sintomas e é progressiva. Atinge homens e mulheres e 32,5% dos brasileiros sofrem com ela”, explica a enfermeira Grazia Guerra, coordenadora da campanha, que contará com programação extensiva na capital paulista.

Haverá ainda uma ação conjunta com o Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, representante brasileiro para a ação MMM-18 da Sociedade Internacional de Hipertensão. Em termos globais, a campanha visa a medir a pressão arterial de cerca de 25 milhões de pessoas durante o mês de maio, dedicado mundialmente à hipertensão arterial.

Oficinas de saúde

“Teremos diversas oficinas para esclarecer os cidadãos. A da enfermagem fará a medição da pressão e reforçará às pessoas a importância de ter regularmente a pressão aferida por um profissional de saúde. As nutricionistas vão abordar a alimentação saudável e mudança de hábitos à mesa, enquanto os professores de educação física mostrarão a relevância da atividade física. Haverá ainda psicólogos que orientarão sobre como lidar melhor com o estresse e, para que aqueles que já estão hipertensos, a aceitar o diagnóstico e o tratamento, que permite uma vida normal”, adianta o diretor científico da SBH, Luiz Bortolotto.

Horários

No 26 de abril, das 9h às 16h30, haverá ações simultâneas no Conjunto Nacional e na Estação de Metrô Higienópolis. No 17 de maio, ocorrerão as mesmas ações na Estação de Metrô Higienópolis e no Terminal Jabaquara da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), com profissionais de áreas diversas da saúde, também das 9h às 16h30.

Vídeos educativos

A campanha se estende até 17 de maio. Nesse período serão divulgados vídeos na Linha Amarela do metrô sobre a importância de medir a pressão arterial e a prevenção. Além disso, médicos de todo o país vão ser estimulados a aferir e registrar a pressão arterial dos seus pacientes.

EUA e Europa investem em regras e prevenção para evitar acidentes com barragens

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Prevenção busca evitar acidentes como o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG)

Representantes de diversos países debateram nesta quarta-feira (21), no 8º Fórum Mundial da Água, como tragédias ambientais ocorridas no passado ajudaram os governos a se preparar para evitar acidentes como o rompimento de barragens e represas. O assunto foi discutido na Sessão Especial sobre Desenvolvimento Econômico e Segurança de Bacias Hidrográficas: Riscos, Ações Preventivas e Monitoramento, durante a tarde de hoje.

Desde fenômenos ocorridos em 1970 nos Estados Unidos até o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015, as experiências internacionais costumam mostrar que os trabalhos de prevenção, monitoramento e correção de estruturas danificadas são a melhor estratégia para lidar com a segurança de barragens.

De acordo com David Palumbo, integrante do Escritório de Reclamações (United States Bureau of Reclamation) – agência federal vinculada ao Departamento de Interior que supervisiona o gerenciamento de recursos hídricos nos EUA – o primeiro grande desastre que acendeu o alerta para as autoridades americanas foi o rompimento da represa do rio Teton, no estado de Idaho, em 1976, tão logo a mesma foi enchida completamente, causando a morte de 11 pessoas. De lá pra cá, explicou, são feitas inspeções anuais nas barragens, com o objetivo de se identificar os possíveis problemas e tomar as medidas corretivas.

Decisão de risco

Antes de exibir um gráfico mostrando que o risco de fracasso é monitorado com base na probabilidade de perdas de vidas, que vai de uma a dez mil, David Palumbo explicou que um dos momentos-chave das políticas nacionais hoje é o da tomada de decisões. “Após as inspeções, há uma decisão a ser tomada com base no risco. Se determinarmos que os riscos são altos demais, começam os estudos para ações corretivas e depois modificação”, afirmou.

As iniciativas dos Estados Unidos foram confirmadas pelo coronel James DeLapp, do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA. “Eu diria que as prioridades são continuar implementando as estratégias que mostramos. Estamos usando todos os recursos, mas muito da nossa estrutura está ficando velha e temos que melhorar. Temos que ser cuidadosos em como gastar esses recursos nas áreas mais importantes”, disse ele.

Resposta rápida

Na Europa, a resposta rápida para qualquer tipo de incidente foi o segredo dos países da Península Ibérica para superar tragédias do passado. Segundo o português Pedro Serra, consultor da TPF-Planege Cenor, uma das principais empresas de engenharia de Portugal, cada uma das represas do país têm suas regras, que buscam, na impossibilidade de impedir grandes problemas, ao menos reduzir os danos.

“Eles têm um plano interno: se algo acontecer de errado, alguém na empresa tem que saber o que precisa ser feito. E planos externos também: se tiver algum risco de colapso, então as autoridades nacionais são chamadas para tomar medidas para evitar perda de vidas”, informou. Para ilustrar a complexidade da gestão de barragens, Pedro Serra contou que no sul do país foi necessário construir uma estrutura com mais de 600 milhões de metros cúbicos de água para implantar o plano de irrigação do Alentejo, região seca do país.

Tragédia de Mariana

A presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Suely Araújo, também participou do painel. Ao responder a perguntas da plateia sobre o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, há pouco mais de dois anos, ela disse que, ao se deparar com uma “tragédia dessa dimensão”  ficou clara a necessidade de se estabelecer uma “política de prevenção efetiva”. Até hoje, atingidos pela tragédia ainda não foram indenizados.

Como prioridades para a região nos próximos meses, Suely destacou o manejo de rejeitos da área diretamente afetada e a retomada da operação da Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga. “Talvez as questões sociais sejam mais complexas do que as econômicas. A gestão dos problemas sociais, como pagamento das indenizações e conseguir que as comunidades voltem a ter atividades econômicas, ainda precisa ser feita”, acrescentou.