A medicina intensiva não será mais a mesma após a pandemia
Seminário Internacional da Rede D’Or vai discutir o que se aprendeu e o que vai mudar

Da Redação

A medicina intensiva não será mais a mesma após a pandemia. Essa é uma certeza entre os médicos que estão na linha de frente no combate ao Covid-19. Seja pela visibilidade que a especialidade teve com essa crise de saúde mundial, pela forma como impactou na relação entre médico e paciente, pela incorporação de tecnologia para diminuir a sensação de isolamento dos internados, bem como pela experiência direta no tratamento da própria doença. A pandemia trouxe um enorme aprendizado que será discutido no I Simpósio Internacional de Medicina Intensiva da Rede D’Or São Luiz que acontece no dia 31 de outubro. O evento será gratuito e inteiramente virtual.

“A proposta do simpósio é reunir especialistas do mundo inteiro para compartilhar experiências e avaliar o que aprendemos ao longo desses meses. Sem dúvida nenhuma, os médicos intensivistas têm um papel muito importante no cuidado dos pacientes com Covid que necessitam de internação na UTI. É uma situação nunca antes vivida e que trouxe desafio e provocou mudanças”, destaca Thiago Gomes Romano, coordenador científico do evento ao lado do Fabio Miranda e do Fabio Maia.

Serão cinco palestrantes internacionais. Entre eles o professor de medicina intensiva na Université libre de Bruxelles e intensivista do Hospital Universitário Erasme, em Bruxelas, Jean-Louis Vincent, que colocará em discussão quais serão as mudanças nos cuidados intensivos. No auge da crise na Europa, ele publicou um artigo sobre o desafio de lidar com a enorme escassez de leitos agudos. No texto, ele observa que é preciso desenvolver regras de triagem para garantir que leitos de UTI e equipamentos salva-vidas sejam reservados para aqueles que terão maior probabilidade de se beneficiar e sobreviver com uma boa qualidade de vida.

A pandemia humanizou ainda mais a medicina. Esse é um dos principais efeitos para o Thiago, que também é coordenador médico da UTI oncológica do Hospital São Luiz Itaim e do Hospital Vila Nova Star. Em tempos em que os avanços tecnológicos costumam maior destaque, a relação entre equipe médica e paciente e seus familiares ganhou uma enorme visibilidade. O isolamento dos pacientes, bem como o medo que os próprios profissionais de saúde sentiram de se contaminar, contribuíram para estreitar os laços dessa relação.

“Para quem está internado em uma UTI, são os médicos e enfermeiros a única forma de contato humano. Essa aproximação permitiu compartilhar angústias e gerou uma maior empatia”, destaca. E ao mesmo tempo que era preciso aprender a lidar com esse paciente com Covid-19, também foi necessário lidar com as famílias, que viviam sob tensão e a dúvida. Tudo isso trouxe ensinamentos que serão amplamente discutidos na mesa sobre cuidado centrado no paciente e bioética em pandemias.

Experiências da Rede

Outro ponto importante do Seminário serão as experiências da própria Rede D’Or. Maior rede hospitalar privada do país e que atendeu ao longo desses meses mais de 50 mil pacientes por Covid-19. No momento de pico da pandemia, chegou a registrar mias de 2 mil pacientes internados. Nomes como o do próprio Thiago Gomes, da cardiologista intensivista Ludhmila Hajjar e do hematologista Eduardo Rego estão confirmados. “Hoje, nós respondemos por mais de 30% de todas as UTIs certificadas pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).  Nós investimos continuamente em qualificação e em tecnologia.  Com isso, garantimos a segurança dos nossos pacientes e aumentamos as chances de salvar vidas. Acredito que temos muito a contribuir nesse debate”, afirma o vice-presidente médico, Leandro Reis.

SERVIÇO
I Simpósio Internacional de Medicina Intensiva
Dia: 30 de outubro – Horário: Das 8h30 às 19h
Evento online
Inscrição gratuita pelo http://utirededor.simposio.digital/

Hospital de Campanha Parque dos Atletas atendeu 621 vidas
Unidade financiada exclusivamente pela iniciativa privada operou por quatro meses, no período mais grave da pandemia

 

Hospital de Campanha Parque dos Atletas funcionou por quatro meses

 

Da Redação

Ao longo dos quatro meses de funcionamento, o Hospital de Campanha Parque dos Atletas atendeu 621 vidas. Cerca de 90% delas precisaram, em algum momento, do serviço na unidade de terapia intensiva, 199 ficaram no respirador mecânico e 104 precisaram da unidade de diálise. Foram realizadas 660 tomografias e 657 ecocardiogramas. Esses números explicitam como foi desafiante o trabalho de toda a equipe. Inaugurado em 11 de maio, a unidade foi planejada para funcionar por quatro meses, justamente para contribuir na gestão de saúde pública no momento mais grave da pandemia. Inicialmente, idealizado com 150 leitos de enfermaria e 50 de UTI, a alta demanda para pacientes mais graves, exigiu uma readequação, transformando outros 50 leitos de enfermaria em UTI.

“Foi uma enorme responsabilidade, mas também foi um trabalho extremamente gratificante poder fazer a diferença na vida de centenas de pessoas. Sem dúvida nenhuma, o sucesso do hospital foi devido ao engajamento dos colaboradores. Isso foi preponderante para o nível de excelência no atendimento proporcionado”, conta a diretora executiva da unidade, Martha Savedra, que ainda destaca a expertise da Rede D’Or São Luiz na gestão hospitalar para o sucesso da iniciativa. Isso proporcionou agilidade e garantiu a manutenção diária na qualidade do atendimento, exatamente igual ao oferecido nos hospitais da rede”, afirma.

Voltado para atender exclusivamente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital recebeu pacientes transferidos de 106 unidades públicas de saúde e de 27 municípios do Estado. Os dois últimos pacientes receberam alta nessa segunda-feira (07) e puderam aproveitar o feriado com suas famílias. A atenção com o bem estar de cada um dos pacientes foi, desde início, além do cuidado médico. O zelo está expresso em ações desenvolvidas como o projeto “Conectando Corações”, que permitia ao paciente receber visitas virtuais dos familiares através de vídeo chamadas. A celebração a cada alta também demonstrava o carinho da equipe com cada história que por ali passou.

“Lembro muito bem da felicidade do paciente que recebeu a primeira alta. Um senhor de 59 anos, que havia sido internado no dia 15 de maio, transferido da UPA de Campo Grande, e recebeu alta no dia 18 do mesmo mês. Foi muito gratificante ver a sua alegria”, revela a diretora médica Isabel Cristina Nascimento, que esteve à frente das ações de humanização e do cuidado centrado na pessoa.

O painel “A Minha Biografia” foi anexado em alguns dos leitos do Hospital de Campanha com objetivo de mostrar para os times assistenciais as preferências e detalhes pessoais de cada um dos pacientes. O propósito sempre foi individualizar a relação entre os profissionais e a pessoa foco do cuidado, além buscar desfechos e caminhos que de fato importavam para os pacientes. Também com o objetivo de melhorar o bem estar do paciente, foi proporcionado, durante a recuperação, o contato com o sol, em passeios organizados e acompanhados pela equipe da unidade. O sol faz-se necessário por uma série de aspectos terapêuticos. Após longos períodos dentro de uma tenda, predominantemente branca, com os bipes dos equipamentos médicos e o tráfego dos times assistenciais pelos salões, imersos nas suas atividades de cuidado, redescobrir que ainda há vida fora do Hospital de Campanha se tornou algo fundamental.

A montagem e gestão da unidade também foi um verdadeiro desafio. A inauguração precisou ser antecipada devido à necessidade de leitos na época. A Rede D’Or liderou a construção e operação do Hospital. O investimento total foi de R$ 62 milhões provenientes exclusivamente da iniciativa privada. A unidade foi custeada pelo Movimento União Rio, Rede D’Or, Stone Pagamentos, Mubadala, Qualicorp, SulAmérica Seguros, Vale, Banco BV, Shell e Aqui! Card Soluções de Pagamentos.

O hospital fez parte de uma série de ações desenvolvidas pela Rede D’Or em apoio ao Sistema Público de Saúde no combate à pandemia. O Grupo também construção e gestão do hospital de campanha Lagoa Barra, bem como da ativação de leitos definitivos no Hospital São Francisco na Providência de Deus e no Hospital do Fundão, entre outros projetos. “São exemplos do compromisso da Rede D’Or com a sociedade brasileira e seu empenho em apoiar o poder público em uma situação tão grave”, destaca o vice-presidente médico da Rede D’Or, Leandro Reis Tavares

Montado em um terreno do Poder Público, no Parque dos Atletas, na Zona Oeste do Rio, a unidade operou com 200 leitos, sendo 100 de UTI e 100 de enfermaria, e contou com uma estrutura similar aos dos melhores hospitais privados, com tomografia digital, radiologia convencional, aparelhos de ultrassom e ecocardiograma e laboratório de patologia clínica.

Rede D’Or São Luiz ganha selo Top Performer da Associação de Medicina Intensiva Brasileira
Certificado é em reconhecimento ao desempenho das UTIs

 

 

Da Redação

A Rede D’Or São Luiz recebe nesta quinta-feira o certificado Top Perfomer da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), pelo desempenho de suas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Este selo é concedido às UTIs que apresentam alta eficiência, registrando menor mortalidade e consumo de recursos materiais e humanos em relação às demais. As UTIs da Rede representam 32% do total de unidades certificadas pela AMIB.

Hospital de Campanha Lagoa Barra atendeu 742 vidas
Unidade financiada exclusivamente pela iniciativa privada operou por quatro meses, no período mais grave da pandemia

 

Unidade reuniu 100 leitos de UTI e 100 de enfermaria.

 

Da Redação

É com a sensação de dever cumprido que o diretor do Hospital de Campanha Lagoa, Werner Scheinpflug, vai entrar na unidade nesta quinta-feira (20). Depois de quatro meses de funcionamento e de ter atendido 742 pacientes, o hospital vai encerrar as atividades. Inaugurada em 25 de abril, com uma semana de antecedência, a unidade foi planejada para funcionar por quatro meses, justamente para contribuir na gestão de saúde pública no momento mais grave da pandemia.

“Era uma missão nobre e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade estar na linha de frente dessa pandemia. Mas com a dedicação e o espírito de solidariedade de todos os funcionários, conseguimos entregar o que há de melhor na medicina com um atendimento humanizado”, destaca Werner.

O cuidado com o bem estar dos pacientes está presente desde ações simples como a realização de uma videochamada com parentes até a criação de um solário, onde os internados puderam aproveitar um banho de sol. Outro projeto que teve grande repercussão foi o pedido para que jogadores de futebol enviassem mensagens de apoio. A iniciativa gerou a participação de craques dos quatro grandes clubes do Rio e trouxe alegria aos pacientes.

“Muitos dos pacientes ficaram semanas internados sozinhos no leito. Então, a gente sempre tentava ampliar essa sensação de acolhimento, fazendo videochamadas, cantando parabéns no aniversário. A gente queria curar, mas também que ele se sentisse bem”, conta a coordenadora médica, Luciana Paez.

A montagem e gestão da unidade também foi um verdadeiro desafio. O hospital foi construído em 19 dias e mobilizou mais de mil funcionários. A Rede D’Or liderou a construção e operação do Hospital. O investimento total foi de R$ 60 milhões provenientes exclusivamente da iniciativa privada. A Rede D’Or arcou com R$ 40 milhões e R$ 20 milhões foram custeados pela Bradesco Seguros, Lojas Americanas, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Banco Safra em partes iguais.

Para o vice-presidente médico da Rede D’Or, Leandro Reis Tavares, a expertise do Grupo na gestão hospitalar foi fundamental para o sucesso da iniciativa. “Nossa expertise em construir e equipar hospitais, recrutar profissionais e comprar medicamentos e insumos teve grande importância. Essa bagagem proporcionou agilidade e garantiu a manutenção diária na qualidade do atendimento, exatamente igual ao oferecido em nossa rede”, afirma.

Montado em um terreno do governo do Estado ao lado do 23º Batalhão da Polícia Militar, no Leblon, a unidade operou com 200 leitos, sendo 100 de UTI e 100 de enfermaria, e contou com uma estrutura similar aos dos melhores hospitais privados, com tomografia digital, radiologia convencional, aparelhos de ultrassom e ecocardiograma e laboratório de patologia clínica.