A evolução do Recursos Humanos

Tania
Tânia Ludovico é executiva de RH da innovativa Executivos Associados

Nas últimas décadas a área de Recursos Humanos cresceu em relevância e importância nas organizações. É comum afirmar que as pessoas desempenham papel vital na obtenção de resultados sustentáveis e na construção da vantagem competitiva de uma empresa.

A gestão empresarial evoluiu muito ao longo dos séculos, em destaque há três eras empresariais marcantes onde é possível observar a área de RH e sua trajetória:

  1. Era da industrialização clássica – Relações Industriais = Eficiência e custos eram as preocupações básicas. A ênfase estava na padronização dos processos de trabalho e das máquinas, não nos trabalhadores.
  2. Era neoclássica – Relações Humanas = O homem social, onde a eficiência e produtividade passam a ser motivadas por reconhecimento, valorização e compartilhamento. O foco passou das tarefas para as pessoas.
  3. Era da informação – Gestão de Pessoas e Capital Humano= surgem os departamentos de Recursos Humanos com funções mais especializadas como: recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, avaliação de desempenho e potencial, governança corporativa, e-learning, programas de jovens talentos, trainees, entre outros. Todas estas expressões utilizadas para designar o processo de gerir pessoas nas organizações modernas, reforçou a administração gerencial, onde o objetivo era o alinhamento dos serviços prestados ao cliente (interno e externo).

Os impactos destas eras foram importantes para a área de recursos humanos, que ao longo deste tempo, sofreu diversas mutações quanto às suas concepções, visão, missão e prioridades.

Nos últimos 20 anos, a gestão de pessoas conquistou uma função estratégica com a orientação e suporte às práticas de recursos humanos, agora também delegadas a todos os gestores de pessoas. A maioria das atividades burocráticas foram transferidas através de outsourcing ou automatizadas pela tecnologia.

Hoje, a gestão de pessoas cabe desenhar e implantar as políticas de RH de forma que estejam alinhadas à visão, missão e valores institucionais. O foco agora é centralizar em educação continuada com treinamentos e desenvolvimento, proporcionando competitividade à empresa, através de pessoas qualificadas e conscientes de seus papeis neste contexto.

O momento atual da área de recursos humanos é marcado pela presença imperativa da tecnologia e pela entrada da nova geração, os chamados millenniuns. Neste cenário, a missão de RH é ser agente de transformação, ativo e atuante em todas as camadas da organização e principalmente com o CEO e C-Level. Implantar e fomentar um departamento de recursos humanos estratégico, que fala a língua do negócio, significa conectar os programas formais e as às iniciativas com foco nas pessoas e nos desafios de curto, médio e longo prazos da empresa; bem como mensurar os resultados dessas iniciativas e apresentar como contribuem para o desempenho do negócio.

No RH, a tecnologia automatiza rotinas e processos burocráticos aumentam a produtividade e fornecem informações relevantes para tomada de decisão. O profissional de recursos humanos neste cenário foca na gestão e desenvolvimento das pessoas, possibilitando uma administração mais estratégica e de longo prazo para a empresa e colaborador.

Hoje é indiscutível que o RH deve cuidar e gerenciar, para que a organização consiga trabalhar com custos competitivos, administrando o número e custos de pessoal acordados e aprovados com o CEO e C-Level. Outra missão é a realização de um acompanhamento da performance das equipes e dos times, juntamente com o gestor de cada área, que é o protagonista no desenvolvimento de equipes de alto desempenho e na conquista e na potencialização de resultados.

O RH tem um papel importantíssimo na formação e desenvolvimento da liderança, destaco dois programas:

  • Gestão do Desempenho: orientar os gestores, minimizar a subjetividade da gestão do desempenho e posicioná-la sobre dados concretos e análises que trazem subsídios para a tomada de decisão nas organizações.
  • Desenvolvimento e Coaching das Lideranças: no desenvolvimento e coaching das lideranças, deve contribuir e conduzir este processo, oferecendo recursos para concretização e tangibilização das atividades. Desta forma habilita o gestor a medir com eficácia e eficiência a contribuição de cada membro de sua equipe, tanto do ponto de vista de resultados quantitativos como o qualitativo e comportamental relacional.

Gerir gente de forma eficaz e adequada é saber identificar e definir as necessidades das pessoas, ou seja, é saber atrair, contratar, reter, motivar, avaliar desempenho, desenvolver, remunerar, reconhecer desempenho e seu valor nesta cadeia. É reconhecer que gente é o motor que move as empresas.

Excesso de proatividade pode atrapalhar concretização de novos projetos

Em todos os fins de ano ou inícios, boa parte das pessoas mergulha num estado de ansiedade coletiva por transições e alento para solucionar situações de desgaste ou estagnadas. É como um disparador psicológico que indica um bom período para iniciar mudanças na vida pessoal, nos relacionamentos e, principalmente, profissionais. Nessa época, uma frase ecoa quase que invariável, seja silenciosamente ou compartilhada com próximos: “Ano que vem, tudo será diferente”. “Será? Tudo mesmo? É o que deveríamos nos perguntar ao avaliar com cuidado o que e quando é preciso mudar”, afirma Ana Carolina Lynch, psicanalista com formação em treinamento empresarial e consultora em gestão de pessoas.

Se o assunto é realização no trabalho – universo que costuma concentrar muitas das resoluções de fim de ano –, é preciso considerar fatores que, apesar de insuspeitos para alguns, podem virar obstáculos. “Querer assumir responsabilidades demais, fazer mais planos do que os que cabem em 12 meses ou fixar metas por demais desafiadoras achando que isso é algo positivo são exemplos”, alerta Ana Carolina. Segundo ela, trata-se do excesso de proatividade em planejar o futuro, postura que, ao contrário de produzir bons resultados, quase sempre desencadeia boa dose de estresse e pode até sabotar projetos.

“Tudo em excesso é prejudicial, até o desejo de ser eficiente. As pessoas podem se perder quando se exigem demais ao estabelecer projetos e buscar transformações. Há certa fantasia, alimentada pela ditadura do sucesso, de que temos total controle sobre o que está reservado a nós”, diz a consultora. Ela acrescenta que planejar e se movimentar são atitudes fundamentais, mas nem sempre a resposta é imediata. “Estamos nos distanciando de valores importantes, como amadurecer as ideias, saber esperar e perceber, a si e o entorno, que tem suas regras. As escolhas, por vezes, nos são oferecidas, e muitas trazem vantagens para as pessoas mais adaptáveis”, garante Ana Lynch.

Mediação é tema de encontro entre o presidente do TJRJ e especialistas em Recursos Humanos

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O presidente do TJRJ, Milton Fernandes de Souza, Manuel Sousa Antunes, Paulo Sardinha e Magda Hruza / Foto de Rosane Naylor

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Milton Fernandes de Souza, recebeu nesta segunda-feira, dia 27, a visita do professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-ULisboa) e presidente do Fórum Pessoas e organizações (Pessoas@2020), Manuel Sousa Antunes. O objetivo da visita foi estabelecer um intercâmbio para trocas de informações sobre Mediação.

“O número de processos no Tribunal de Justiça do Rio é expressivo, chega a quase cinco milhões, fora as ações de execução fiscal. Por isso é importante recorrermos à Mediação como forma de resolver alguns tipos de conflitos antes que eles cheguem ao judiciário”, explicou o presidente do TJRJ.

O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), Paulo Sardinha, e a diretora jurídica da ABRH- RJ, Magda Hruza Alqueres, acompanharam o professor Manuel Antunes no encontro, que teve a participação do desembargador César Cury, presidente do Fórum Nacional da Mediação e do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do TJRJ.

“O Judiciário do século XXI não apenas se abre, mas busca o relacionamento com a sociedade. E a Mediação é uma porta muito eficaz para isso”, avaliou o desembargador César Cury. Ele considera que a troca de experiências nessa área entre Brasil e Portugal vai favorecer os dois países, tanto no campo da formação prática quanto acadêmica.

Manuel Antunes explicou que a intenção é aperfeiçoar o trabalho de Mediação em Portugal, aprendendo com a experiência do Tribunal de Justiça do Rio. “Queremos qualificar os nossos quadros com a Mediação, com enfoque na capacitação de pessoas e no desenvolvimento de lideranças. Minha impressão é que o Brasil está mais adiantado que Portugal nesse sentido”.

No final do encontro, os participantes afirmaram que outras conversas acontecerão, para que os laços entre os dois países se estreitem ainda mais, através da troca de experiências no campo da Mediação.

Conheça os vencedores do Prêmio Ser Humano

A importância de investir na gestão de pessoas foi celebrada, nesta quinta-feira (23), durante a 37ª edição do Prêmio Ser Humano – organizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ) no auditório da FIRJAN, no Centro. Na categoria Média e Grande Empresa, o case vencedor foi a “Universidade Estendida e o Desenvolvimento de Capacidades de seus Parceiros: Uma Estratégia de Negócio”, da Gas Natural Fenosa. Entre as Organizações Setor Público, a vencedora foi a Dataprev, com o projeto “Hackathon: Inovação e Conhecimento com foco no cidadão”. O programa “Mina de Idéias”, com foco em inovação, fez a New Steel, em sua primeira participação, vencer entre Micros e Pequenas Empresas. Já a monografia “A análise dos fatores críticos em gestão de pessoas para a implementação da responsabilidade social em uma Instituição Federal de Ensino” fez a estudante da UFF Rita de Cassia de Jesus receber o PSH na categoria Trabalhos Acadêmicos.

Durante a apresentação dos finalistas, o diretor da ABRH-RJ e coordenador do PSH, José Carlos Freitas, destacou a qualidade de todos os cases selecionados. “Não é por acaso que costumamos falar na ABRH-RJ que todos são vencedores, pois a qualidade das práticas relatadas pelas organizações torna muito difícil o trabalho da comissão julgadora de apontar o melhor”, celebrou.

O presidente da ABRH-RJ, Paulo Sardinha, também elogiou a qualidade das práticas implementadas pelas organizações finalistas e observou que o prestígio do PSH pode ser observado pelo fato de ter empresas que têm participado mais de uma vez, ao mesmo tempo que todo ano há novos participantes. “Há sempre empresas que voltam a inscrever novos cases, isso quer dizer que estamos falando de organizações que se mantêm ao longo do tempo, com ambiente estável e com boas práticas que se transformam em cases. Mas, também houve organizações que participaram pela primeira vez, mostrando que há renovação”, destacou Sardinha.

O exemplo da Gas Natural Fenosa mostra que a persistência traz resultado. Depois de ficar dois anos entre os finalistas do PSH, ela venceu pela primeira vez a categoria Média e Grande Empresa. “O reconhecimento é importante, pois confirma que você está no caminho certo, principalmente quando essa validação é feita de forma qualificada. Ter o reconhecimento pela ABRH, após uma comissão julgadora avaliar o nosso projeto frente a outros, coloca o resultado numa situação ainda mais representativa”, celebra André Luiz Franco Braga, Diretor de Pessoas, Organização e Cultura.

A equipe da Dataprev também não escondia a felicidade pela premiação. A gerente do departamento de Gestão de Carreira, Lucilia Ferreira, revelou que o reconhecimento do PSH reforçou o excelente momento que o setor vem tendo dentro da organização. “É bacana é saber que os projetos que são desenvolvidos com hackathon, que nós organizamos, viraram negócio. Nesta semana, por exemplo, o Governo anunciou a carteira de trabalho digital, que foi um dos projetos desenvolvidos dentro do programa no ano passado. Saber que de fato estamos gerando resultado, não somente para a organização, mas também para o cidadão. Isso nos traz muita alegria”, afirmou.

O gerente de Gente & Gestão da New Steel, Mario Mota, não escondeu o orgulho de receber o PSH. Para ele, o que torna o feito ainda mais simbólico é o fato da empresa ainda estar em regime de startup. Mas ele já faz planos de voltar a participar de novas edições e disputar o PSH em outra categoria. “Quem sabe no futuro receberemos o Prêmio Ser Humano outra vez, mas já na categoria Média e Grande empresa”.