Líderes saudáveis são exemplos para seus liderados

IMG_0206red
Marie Bendelac, Margareth Moore e Gilberto Ururahy destacaram como é difícil mudar hábitos de vida

Quando o assunto é conquistar qualidade de vida, além de alcançar realização pessoal e no trabalho, estabelecer metas e promover transformações internas são posturas que estão na ordem do dia – e o apoio profissional para vencer esse desafio é algo que um número cada vez maior de pessoas procura, em todo o mundo. Dentro de empresas e instituições, as lideranças também têm papel fundamental, que é disseminar informação sobre a importância do bem-estar e do equilíbrio, oferecendo aos colaboradores meios para que possam obter atendimento e se desenvolver.

Essa foi a tônica do debate ‘Por que é tão difícil mudar o estilo de vida, e como fazer?’, que ocorreu no Primeiro Fórum de Saúde da ABRH-RJ (Associação Brasileira de Recursos Humanos), neste mês, na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro). O encontro reuniu duas especialistas em Coaching de Saúde e Bem-Estar – a norte-americana Margareth Moore, fundadora da Wellcoaches Corporation e professora da Universidade de Harvard (EUA), e a francesa radicada no Brasil Marie Bendelac Ururahy, sócia-diretora e co-fundadora da Be Coaching Brasil.

“Muitas pessoas que não conseguem promover mudanças em suas vidas, em geral, adiam esse passo, dizem que já sabem o que fazer, prometem que o farão, e nada acontece. O que elas precisam entender é que não é necessário andar sozinhas. Há hoje profissionais qualificados para auxiliar nisso, com uso de metodologias reconhecidas ”, disse Marie, durante sua palestra, ao citar o coaching – conhecimento estudando e  desenvolvido em grandes instituições acadêmicas do mundo, como a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

O coaching, explicou Marie, não é algo impositivo. O processo permite que as pessoas retomem o autocontrole, ganhem produtividade, saúde e bem-estar. Assim, completou a especialista, tornam-se protagonistas da própria integridade. Para uma plateia de aproximadamente 100 pessoas, Marie chamou a atenção dos líderes, que devem se ater aos exemplos que estão dando. Lideranças saudáveis têm mais sucesso em ter equipes saudáveis. Segundo ela, há estudos apontando que, para cada 1 mil dólares investidos pelas empresas em bem-estar, o retorno é de 4 mil dólares.

“O processo de coaching atua para que as mudanças sejam mais fáceis e rápidas. As transformações estão se acelerando no mundo, e as pessoas precisam se adaptar. Nos EUA, dois-terços das pessoas são obesas, 90% não gostam do seu trabalho e 80% dos adultos não estão prosperando. Temos que transformar nosso pensamento. É onde esse conhecimento é aplicado, ajudando os indivíduos a fazer as pequenas e progressivas mudanças. O coache profissional foca na facilitação, ajuda as pessoas em seu crescimento, faz com que saiam da baixa confiança”, destacou Margaret Moore.

De acordo com a especialista de Harvard, o mundo passa por uma fase de aceleração em que todos precisam aprender a mudar e prosperar ao mesmo tempo. “Isso nos leva à Medicina do estilo de Vida. Outro benefício é equilibrar as emoções, temos isso como um objetivo coletivo”, observou Moore.

O debate foi mediado pelo médico Gilberto Ururahy, diretor-médico da Med-Rio Check-up, que recentemente trouxe ao Brasil outro especialista de Harvard, Edward Philips, para o evento A Medicina Preventiva Aplicada ao Estilo de Vida, na PUC-Rio. Gilberto Ururahy será coordenador de um curso na área de Medicina Preventiva que será oferecido pela universidade a partir de 2018.

ABRH-RJ realiza o I Fórum de Saúde

Foto (163)red
Manoel Peres: “Planos de saúde chegam a responder por 18% dos custos da área de RH”

Aconteceu, nos dias 11 e 12 de setembro, o I Fórum de Saúde da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ). Realizado no auditório da FIRJAN, o evento reuniu executivos, médicos e especialistas em saúde que debateram com profissionais de RH a importância das empresas promoverem uma gestão estratégica da saúde. Custos com os planos de saúde, efeitos da longevidade, o crescimento da judicialização do setor e a necessidade das empresas estimularem hábitos saudáveis entre os funcionários foram algumas das questões presentes nos debates dos dois dias de Fórum.

“A equipe da ABRH-RJ planejou esse evento pensando nos profissionais de RH. O objetivo foi apresentar as questões que realmente estão presentes no dia a dia das organizações, mas também compartilhar práticas para a gestão de saúde”, destacou o presidente da diretoria executiva da ABRH-RJ, Paulo Sardinha.

O diretor-geral da Bradesco Saúde, Manoel Peres, abriu o evento apresentando o atual cenário econômico do país e como esse vem refletindo no setor saúde. Peres explicou que os planos de saúde perderam mais de 2,7 milhões de beneficiários nos últimos três anos, como consequência da queda de renda e do crescimento desemprego. Ele também destacou que o benefício se tornou um dos maiores gastos das organizações, tendo locais em que ele responde por até 18% dos custos da área de RH.

Formada pelo diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Saúde, Leandro Fonseca da Silva, e pelo superintendente de Regulação da FenaSaúde, Sandro Leal Alves, a segunda mesa do dia inseriu os profissionais de RH no debate sobre a regulação dos planos de saúde. “Hoje, 80% dos beneficiários são de planos coletivos. E são as empresas os principais contratantes, por isso a dinâmica do mercado de saúde suplementar está diretamente ligada à dinâmica do mercado de trabalho”, observou Fonseca.

O diretor-presidente da ANS ressaltou que as empresas vão ter lidar com os efeitos que a longevidade terá no uso dos planos de saúde, pois a expectativa é de que a frequência do uso do benefício aumente com o envelhecimento da população. Para minimizar esse cenário, Fonseca defende a implantação de programas de Promoção à Saúde e Prevenção nas organizações. “É preciso que os gestores tenham perspectiva de longo prazo e estejam dispostos a gastar com saúde hoje para poupar amanhã”.

A busca de soluções para reduzir os custos com o planos de saúde também esteve presente na terceira mesa do dia, que contou com palestras do diretor de Saúde Integrada e Sustentabilidade da Firjan, Luiz Ernesto, e do CEO da Ben’s Consultoria, Benivaldo Ramos.

Ernesto reforçou o alerta feito pelo diretor-presidente da ANS sobre a necessidade das empresas se prepararem para o aumento da longevidade. “Pesquisas apontam que apenas 38% das organizações promovem ações com atenção à terceira idade”, relatou.

Para o diretor da Firjan também é urgente que as empresas desenvolvam programas voltados para a disseminação de hábitos saudáveis entre os funcionários, como forma de reduzir a incidência de doenças crônicas, que impactam diretamente em índices de absenteísmo e presenteísmo. “O mundo parou de se movimentar. Um levantamento da OMS projeta que, de 2002 até 2030, haverá uma redução de 30% de atividade física no mundo. Essa situação favorece o aumento da obesidade e de casos de doenças cardiovasculares”, alertou.

Justamente o desafio de mudar o estilo de vida foi o tema central da mesa que fechou o primeiro dia do Fórum e que teve a participação internacional da fundadora e CEO da Wellcoaches Corporation, Margaret Moore. Ao lado da especialista em desenvolvimento de líderes e sócia-diretora da Be Coaching Brasil, Marie Bendelac, Margaret mostrou como a metodologia do Wellness Coaching pode contribuir na área de prevenção e bem-estar nas organizações.

2º dia teve judicialização e saúde mental

Foto (76)red
Desembargador Cesar Cury, o diretor executivo da FenaSaude José Chechin e o diretor da ABRH-RJ Isaque Farizel

Um dos destaques do segundo dia do evento foi o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Cesar Cury, que, ao lado do diretor executivo da FenaSaude José Chechin, falou sobre o peso da Judicialização da Saúde nas empresas.

“Infelizmente, hoje lidamos com uma ascensão contínua da judicialização na saúde. Dos 11 milhões de processos em andamento no Tribunal de Justiça do Rio, cerca de 300 mil são relacionados à saúde”, destacou o desembargador.

Cury também destacou que o lítigio da saúde costuma ser mais caro do que um processo comum. Enquanto este gera um custo médio de R$ 2 mil para o judiciário, uma demanda da saúde pode sair até quatro vezes mais caro. São litígios que permanecem por mais tempo nos tribunais por necessitarem de perícias e diligências. O tempo médio de uma perícia, por exemplo, é de 8 meses.

Cechin criticou as decisões de juízes que impõem ao plano a prestação de serviços que não estão previstos no contrato. “Esse cenário provoca um ambiente de incerteza jurídica. Como consequência, são inibidas iniciativas empreendedoras, é imposto um ônus à coletividade e há uma elitização do acesso á saúde”.

Galeria 333
1. O sócio-diretor da B2 Saúde, Francisco Vignoli, a presidente do Conselho Deliberativo da ABRH-RJ, Leila Felício, o presidente da diretoria executiva da ABRH-RJ, Paulo Sardinha e o diretor da Amil Dental, Alfieri Casalecchi. 2. O diretor-presidente substituto da ANS, Leandro Fonseca da Silva

O olhar do RH sobre a gestão da saúde

Marie reduzida
Marie: “Conscientização deve vir de cima para abaixo”

Custos com planos de saúde, absenteísmo, presenteísmo e baixa produtividade são alguns exemplos de como a saúde dos colaboradores impacta diretamente nas organizações. Para debater essas e outras questões relevantes para os profissionais de RH, a ABRH-RJ promoverá, no auditório da FIRJAN, nos dias 11 e 12 de setembro, o I Fórum de Saúde.

O primeiro dia será encerrado pela especialista em desenvolvimento de líderes e sócia-diretora da Be Coaching Brasil, Marie Bendelac, enquanto que a geriatra Carla Frohmuller fechará o evento. O Fórum ainda terá a participação internacional da fundadora e CEO da Wellcoaches Corporation, Margaret Moore. Também está confirmada a CEO do Grupo Inédita – Soluções em Neurociência e professora da Faculdade da Santa Casa de São Paulo, Carla Tieppo.

Marie avalia que o ambiente de trabalho é um fator imprescindível na hora de discutir saúde nas empresas, pois estudos apontam que a situação que mais costuma afetar a saúde dos profissionais é o estresse. Esse, normalmente provocado pela falta de habilidade no relacionamento interpessoal dos gestores, bem como pela dificuldade das pessoas em lidar com a pressão de manter alta performance. “Mas existem ferramentas, como as técnicas de comunicação empática e a Comunicação Não-Violenta (CNV), que têm efeitos comprovados na harmonização dos ambientes corporativos”, destaca.

Dra.Carla Frohmuller reduzida
Carla: “Precisamos aprender a envelhecer”

Também é necessário que as organizações estejam atentas ao envelhecimento da população. Aliada à Reforma da Previdência, que está em discussão na Câmara, o crescimento da longevidade deve aumentar a presença dos idosos no mercado de trabalho, o que traz para o debate questões como a incidência de doenças crônicas. “Precisamos aprender a envelhecer e as empresas devem ajudar na educação das pessoas. Passamos boa parte do dia no trabalho, então as organizações têm a oportunidade de desenvolver ações que ajudem a mudar os hábitos dos funcionários”, pondera Carla.

Para reforçar a avaliação da geriatra, Marie cita uma pesquisa de Harvard que aponta que 85% das pessoas não conseguem fazer sozinhas mudanças em seu estilo de vida. “E isso acontece mesmo quando se trata de questão de vida ou morte e apesar de saberem o que devem fazer, orientados por profissionais de saúde”.

Entretanto a sócia-diretora da Be Coaching Brasil observa que a conscientização deve partir de cima para baixo, ou seja, com o exemplo de CEOs, executivos e gestores. “Se um colaborador vê o líder aberto à mudança de hábitos e disposto a cuidar da própria saúde, as chances de ser influenciado positivamente são muito maiores”, afirma.

*Matéria publicada na coluna Gestão de Pessoas, da ABRH-RJ

O papel estratégico da saúde nas empresas

Marie reduzida
Marie: 85% das pessoas não conseguem fazer sozinhas mudanças em seu estilo de vida

Custos com planos de saúde, absenteísmo, presenteísmo e baixa produtividade são alguns exemplos de como a saúde dos colaboradores impacta diretamente nas organizações. Buscar ações voltadas para o bem-estar deles torna-se, assim, uma necessidade estratégica para a sustentabilidade do negócio. Tendo essa prioridade em vista, é que a ABRH-RJ promoverá, no auditório da FIRJAN, nos dias 11 e 12 de setembro, o I Fórum de Saúde. O primeiro dia será encerrado pela especialista em desenvolvimento de líderes e sócia-diretora da Be Coaching Brasil, Marie Bendelac Ururahy, enquanto que a geriatra Carla Frohmuller fechará o evento. Parte do valor da inscrição será destinada a uma instituição social.

Marie avalia que o ambiente de trabalho é um fator imprescindível na hora de discutir saúde nas empresas, pois estudos apontam que a situação que mais costuma afetar a saúde dos profissionais é o estresse. Esse, normalmente provocado pela falta de habilidade no relacionamento interpessoal dos gestores, bem como pela dificuldade das pessoas em lidar com a pressão de manter alta performance.  “Mas existem ferramentas, como as técnicas de comunicação empática e a Comunicação Não-Violenta (CNV), que têm efeitos comprovados na harmonização dos ambientes corporativos”, destaca.

Dra.Carla Frohmuller reduzida
Carla: Precisamos aprender a envelhecer

Também é necessário que as organizações estejam atentas ao envelhecimento da população. Aliada à provável Reforma da Previdência, o crescimento da longevidade deve aumentar a presença dos idosos no mercado de trabalho, o que traz para o debate da gestão de saúde questões como a incidência de doenças crônicas. “Precisamos aprender a envelhecer e as empresas devem ajudar na educação das pessoas. Passamos boa parte do dia no trabalho, então as organizações têm a oportunidade de desenvolver ações que ajudem a mudar os hábitos de vida dos funcionários”, pondera Carla.

Para reforçar a avaliação da geriatra, Marie cita uma pesquisa de Harvard que aponta que 85% das pessoas não conseguem fazer sozinhas mudanças em seu estilo de vida. “E isso acontece mesmo quando se trata de questão de vida ou morte e apesar de saberem o que devem fazer, orientados por profissionais de saúde” destaca.

Investir em programas de qualidade de vida pode ser uma boa opção, entretanto a sócia-diretora da Be Coaching Brasil observa que a conscientização deve partir de cima para abaixo, ou seja, com o exemplo de CEOs, executivos e gestores. “Só dessa forma é possível sensibilizar e gerar engajamento. Se um colaborador vê seu líder aberto à mudança de hábitos e disposto a cuidar da própria saúde, as chances de ser influenciado positivamente são muito maiores”, afirma.

A programação completa e informações sobre inscrição estão disponíveis no site www.abrhrj.org.br.

*Matéria publicada na coluna Gestão de Pessoas, da ABRH-RJ