Procurador-geral do MP recomenda suspensão do futebol em São Paulo
Mario Sarrubbo cita avanço de casos, internações e mortes por covid-19

 

Da Agência Brasil

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Mario Sarrubbo, recomendou ao governo paulista a suspensão de eventos esportivos, inclusive partidas de futebol, na Fase Vermelha do Plano São Paulo. Mais restritiva, a fase autoriza somente o funcionamento de serviços essenciais, visando conter o avanço do novo coronavírus (covid 19).

Segundo nota divulgada pelo MP, a recomendação foi assinada nesta terça-feira (9), será publicada no Diário Oficial de quarta-feira (10) e ainda inclui “cultos, missas e demais atividades religiosas de caráter coletivo” entre os eventos a serem suspensos. Para entrar em vigência, ela precisa ser referendada pelo governador João Doria ou pela Justiça.

O governo estadual e a Federação Paulista de Futebol (FPF) ainda não se pronunciaram. No último dia 3, quando anunciou que o estado seria inserido na Fase Vermelha a partir do dia 6, o Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo informou que o futebol não precisaria ser interrompido e seguiria o modelo adotado na Europa, onde vários países decretaram lockdown, mas mantiveram as atividades esportivas sem presença de público.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) se manifestou contrária à recomendação. Em nota, afirma ter um “rigoroso protocolo de saúde”, aprovado pelo Centro de Contingência e pelo próprio Ministério Público; menciona Alemanha e Estados Unidos como países onde o lockdown não interrompeu as competições, “sob o correto conceito técnico de que os jogos de futebol não são, sob nenhuma hipótese, locais que sugerem qualquer tipo de contaminação”; e destaca que a modalidade “é um importante entretenimento à população neste trágico momento que vivemos”.

A entidade encerra o comunicado afirmando que “não há qualquer argumento científico que sustente a tese de que o futebol profissional gere aumento no número de casos” e diz que a paralisação “deixaria expostos milhares de atletas, que não mais passariam a ter o controle médico diário e de testagem que o futebol oferece”.

Além do futebol, São Paulo recebe competições de outras modalidades. Caso das Superligas Masculina e Feminina de vôlei, que iniciam nesta semana o mata-mata; do Novo Basquete Brasil (NBB), que tem cinco dos sete ginásios-sede do segundo turno situados no estado; e da Liga de Basquete Feminino (LBF), onde cinco dos oito participantes são clubes paulistas.

Na recomendação, de acordo com a nota do MP, Sarrubbo afirma que “o recrudescimento da situação causada pela covid-19, com o aumento do número diário de pessoas infectadas, de internações e de mortes” torna “imprescindível” a suspensão das atividades esportivas. Ainda segundo o comunicado, os médicos que integram o gabinete de crise da Procuradoria-Geral de Justiça alertaram para a taxa de ocupação de leitos das unidades de terapia intensiva (UTIs) no estado e “o maior índice de transmissibilidade das novas cepas do coronavírus”.

Na segunda-feira (8), o governo paulista registrou que a taxa de ocupação das UTIs está em 80% no estado e em 81,2% na Grande São Paulo. O total de pacientes internados por conta da covid-19 é de quase 20 mil, sendo 11 mil em enfermaria e 8,6 mil nas unidades de terapia intensiva.

Idosos acima de 90 anos começam a ser vacinados em São Paulo
Quem tem mais de 85 receberá a vacina a partir do próximo dia 15

 

Da Agência Brasil

O estado de São Paulo começa hoje (8) a vacinar idosos acima de 90 anos contra a covid-19. Aqueles com idade acima de 85 anos começam a ser vacinados no próximo dia 15.

O estado tem cerca de 515 mil pessoas com idade acima de 85 anos. Cerca de 37% das pessoas com 85 anos ou mais e que tiveram a doença evoluíram para óbito no decorrer da pandemia, sendo essa a parcela da população mais vulnerável ao novo coronavírus.

Até o momento, estão sendo vacinados em todo o estado os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas, que somam cerca de 1,6 milhão de pessoas. Segundo o Vacinômetro, até o meio dia de ontem (7) 795.702 haviam sido imunizadas contra a covid-19 em todo o estado. O Vacinômetro é uma ferramenta digital, desenvolvida em parceria com a Prodesp (empresa de tecnologia da informação), que permite a qualquer pessoa acompanhar em tempo real o número de vacinados no estado.

Os idosos acima de 90 anos contarão com cinco pontos na capital paulista para a vacinação em sistema drive-thru: o Estádio do Pacaembu, a Arena Corinthians, o Autódromo de Interlagos, o Anhembi e a Igreja Boas Novas, na Vila Prudente. Além desses locais, a prefeitura de São Paulo vai garantir a vacinação dos idosos em uma rede de 468 unidades básicas de Saúde (UBSs) espalhadas em todas as regiões da cidade e em quatro centros-escola do município.

Os drive-thrus funcionarão das 8h às 17h. Já nas UBSs, a vacinação será realizada das 7h às 19h. Apenas na capital, a previsão é imunizar mais de 32 mil idosos acima de 90 anos, de um total de 206 mil em todo o estado.

Pré-cadastro

Para agilizar o atendimento, a recomendação é de que seja feito o pré-cadastramento no site Vacina Já. Com o preenchimento prévio da ficha, o tempo de atendimento nas unidades para a imunização é de um minuto. Se o cadastro for preenchido presencialmente o tempo é maior, já que a coleta das informações leva cerca de dez minutos.

A ferramenta não funciona como agendamento e nem é obrigatória para receber a vacina. O objetivo é evitar as aglomerações nos postos de vacinação. O pré-cadastro pode ser feito por familiares de idosos ou de qualquer pessoa que participe dos públicos previstos na campanha.

Alunos e professores em home office “furam fila” da vacina no HC de SP.
Prefeitura reclama de "privilégio" no HC

Do UOL

Embora existam na capital paulista postos de saúde e hospitais ainda sem previsão de receber a vacina contra a covid-19, estudantes de medicina, funcionários da administração e professores do Hospital das Clínicas trabalhando em home office foram imunizados nesta semana com as doses distribuídas pelo governo do estado. Na ultima terça, o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o governo vai priorizar a vacinação dos profissionais de saúde que estão na linha de frente, pois “infelizmente”, não há doses para todos os trabalhadores da saúde.

O UOL teve acesso à lista com os nomes das pessoas escolhidas pelo HC para receberem o imunizante da CoronaVac, entre elas estudantes e profissionais que não atuam na linha de frente no combate ao coronavírus, viu em redes sociais publicações e fotos de professores e alunos sendo vacinados, conversou com um deles e com médicos que testemunharam a imunização de quem não deveria estar, pelos critérios do governo, no início da fila.

“Não sou grupo de risco, já peguei covid e ainda devo estar com anticorpos. Mais do que isso, não atuo na linha de frente no combate à pandemia. Vou ao HC apenas algumas vezes na semana para supervisão no curso de Fisioterapia Esportiva, em que poucos pacientes são do grupo de risco”, afirmou um aluno pós-graduando em uma postagem no Instagram em que exibe uma carteirinha de vacinação. O nome dele está na lista consultada.

“Concordando ou não com a estratégia de vacinação dessas primeiras doses, fui e fiz minha parte. Vamos seguir na expectativa e cobrança para o acesso o quanto antes dos grupos prioritários”, disse o rapaz. “Baita organização do @hospitalhcfmusp. Menos de 2 min que entrei já estava vacinado.”.

Um médico que conversou com a reportagem sob a condição de não se identificar contou que, na quarta-feira, um de seus alunos deixou de ir ao estágio no hospital para se vacinar no HC. Ele disse ter ficado ainda mais indignado ao saber que a professora dos alunos que estagiam com ele —que está trabalhando de casa— receberá a vacina também. “Eu recebo as alunas das docentes, ensino no campo, só tenho contato com a professora por videochamadas. Eu formo para ela, mas ela é vacinada antes de mim”, afirmou.

Segundo relatos feitos à reportagem por outros profissionais que também pediram anonimato, há professores e alunos ligados ao Fofito, o Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da faculdade de medicina, sendo vacinados no hospital. Uma professora da fonoaudiologia compartilhou uma mensagem de áudio em um grupo de médicos no WhatsApp dizendo ter sido convocada por e-mail para ser vacinada. Caso recusasse, disse ela, a opção seria esperar a chegada da vacina a um posto de saúde.

Prefeitura reclama de “privilégio” no HC

O governo do estado de São Paulo enviou lotes da CoronaVac à Prefeitura de São Paulo nesta semana para imunizar trabalhadores da linha frente nos hospitais da cidade. O HC, no entanto, apresentou seu plano de vacinação diretamente ao governo estadual, que encaminhou as doses ao hospital, referência no tratamento à covid-19.

Para isso, HC montou 30 estações no centro de convenções do complexo. “Em outros hospitais, profissionais que enfrentaram a pandemia desde o começo, trabalhando em UTIs, podem ficar sem o imunizante”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. “Há declarações de que até funcionários do setor administrativo receberam vacina. Não somos contra o HC, somos a favor de ter critérios que priorizem os da linha de frente.”

Virada Cultural será no próximo fim de semana na capital paulista
Tema da edição será Tudo de arte, nada de aglomeração

Da Agência Brasil

A 16ª edição da Virada Cultural na capital paulista acontece no próximo final de semana, dias 12 e 13 de dezembro, com o mote Tudo de Arte, Nada de Aglomeração e mais de 400 atrações, entre atividades online e intervenções urbanas. Além das ruas e ambiente virtual, o evento estará em seis teatros, nove centros culturais, 13 casas de cultura e 22 bibliotecas espalhadas por todas as regiões da cidade.

O evento, que conta com um investimento de R$ 6 milhões, deverá celebrar a pluralidade nas diversas linguagens artísticas para diferentes faixas etárias nas artes visuais, circo, dança, literatura, moda, música, performance e teatro, com programação interativa que também prevê rodas de conversa e debates.

Segundo a prefeitura, a cidade continua em quarentena, mas segue ativa em relação à cultura, movimentando a geração de trabalho e renda do setor – foram 3.411 pessoas contratadas, entre artistas, técnicos e fornecedores para o evento.

Entre os destaques, estão os shows que serão transmitidos do Theatro Municipal de São Paulo, incluindo os de Elza Soares e Flavio Renegado, Arnaldo Antunes, Criolo, Gloria Groove, MC Kekel e Renan da Penha, Elba Ramalho, o Quarteto de cordas da cidade de São Paulo, a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e o Terceiro Encontro Nacional de Mulheres na roda do samba, com Mart’nália e Fabiana Cozza.

O Clube em Casa reúne os principais DJs da cidade em uma série de apresentações musicais online utilizando como cenário algumas casas de show que atualmente se encontram fechadas por conta da pandemia. São elas: Aparelha Luzia, Casa Caracol, Casa da Luz, Casa do Mancha, Fatiado Discos, Mundo Pensante, Prato do Dia e Tokyo.

Durante a virada, o Palco Piano vai percorrer a cidade com mais de 13 pianistas se revezando na execução integral das 32 sonatas de piano de Beethoven, compostas entre 1795 e 1822, que totalizam uma obra-prima de 10 horas e 12 minutos. O evento, que será transmitido pela internet, marca as comemorações de 250 anos do gênio da música.

No teatro, o espetáculo (In)justiça, da Companhia de Teatro Heliópolis, reflete sobre o sistema jurídico brasileiro e o conceito de justiça. Já o Festival Sem Barreiras, parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED), destaca o trabalho de 19 artistas de variadas linguagens, como o samba, o rap, o teatro e a fotografia.

Nas ruas

O projeto Empena Feminina faz a ocupação Resultante Peso, com intervenções urbanas em seis empenas que rodeiam o Minhocão. Empena é a parte superior das paredes externas, acima do forro, fechando o vão formado pelas duas águas de uma cobertura. Serão projetados dez trabalhos de dez mulheres e uma apresentação será transmitida online e em tempo real com mulheres convocadas para participar nas redes do projeto. Segundo a organização, a proposta é discutir os diferentes pesos, tanto o físico imposto por uma sociedade patriarcal como o poético e simbólico.

O projeto Jazz na Kombi, que ocupa espaços públicos e leva o jazz para as ruas também estará na programação. Desde 2014, quando nasceu em uma das escadarias da Praça Roosevelt, o projeto realiza edições do “Menor Festival de Jazz do Mundo”, além de nove edições do Iquiririm Jazz Festival. Já o Drags na Rua convida drag queens para paradas e apresentações de lip sync (sincronia labial) trazendo a cultura das boates LGBTs para as ruas da cidade.

A proposta da instalação Mata, do Midiadub – estúdio de produção criativa interdisciplinar formado por artistas, designersstorytellers e desenvolvedores – é recriar a destruição provocada pelas queimadas na Amazônia no meio da cidade de São Paulo, com o uso de softwares 3D e com uma trilha sonora imersiva.

No Jaraguá, 12 indígenas participam do Grafitaço no Jaraguá, no entorno da reserva dos índios Tekoa Pyau, em intercâmbio com outros artistas em ação coletiva que convida para a reflexão sobre a memória, a existência e a diversidade indígena.