Atenção à saúde na hora de aproveitar o Carnaval

Chega o carnaval e todo mundo quer colocar o seu bloco na rua, mas para não deixar o samba atravessar e acabar vendo a festa do Momo pela televisão, ou, pior ainda, em uma emergência de um hospital, é importante prestar atenção no que se come, bebe e veste.

“Desidratação, infecção intestinal e  uso abusivo de álcool são os principais vilões do carnaval. O folião tem que brincar, mas com responsabilidade. É extremamente comum, nesta época, você encontrar nas emergências dos hospitais jovens e adultos com problemas decorrentes da ingestão excessiva de álcool, que, eventualmente, acarretam graves problemas de saúde”, alerta o especialista em medicina preventiva e diretor médico da Med-Rio Check-Up, Gilberto Ururahy.

E para garantir um carnaval com muita animação e saúde, Gilberto aponta algumas dicas que devem estar no samba-enredo de todo folião.

Alimentação equilibrada

Para manter a energia e a saúde, é preciso tomar cuidado com a alimentação. Prefira refeições leves, que facilitem a digestão, e evite alimentos ricos em gorduras e sal. Cuidado principalmente com alimentos expostos à temperatura ambiente durante longo período. Para quem vai encarar a maratona de blocos de rua, é fundamental evitar ficar mais de 4 horas sem se alimentar durante a folia.

Descanse
Antes de ir para a folia procure dormir bem, lembre-se que o organismo precisa de 6 a 8 horas de sono por dia. Se você abusar seu corpo vai dar sinal de cansaço e até esgotamento.

Hidratação
Antes de sair para a festa de carnaval faça uma boa hidratação com o consumo de água e sucos naturais. Durante a folia não descuide e siga ingerindo água, sucos e água de coco. Para quem exagerar no consumo de bebida alcóolica, a hidratação ajuda a reduzir os efeitos da ressaca.

Alerta aos sedentários

Acompanhar as centenas de blocos de rua que alegram o carnaval do Rio exige condicionamento físico. Quem é sedentário corre o risco de não suportar o desgaste, o que pode comprometer a saúde e ocasionar lesões. Respeite o limite do seu corpo.

Sol
Tenha cuidado com a exposição demasiada ao sol. Use camiseta, chapéu e protetor solar.

Roupas leves

Não se esqueça que é verão no Rio. Por isso opte por roupas leves e em que se sinta confortável. Conforto também deve ser prioridade nos calçados, para evitar lesões nos pés e nas pernas.

Alimentação balanceada no Carnaval é essencial para evitar desgaste do corpo

O Carnaval está próximo. Seja em bloquinhos de rua, passarelas das avenidas ou em trios elétricos, o folião precisa estar preparado para aguentar os dias de festa. Entre os cuidados necessários, a alimentação é fator essencial para manter a energia e o corpo saudável durante os dias de festa.

O nutrólogo da Rede D’Or São Luiz Allan Ricardo Ferreira destaca que fazer as três principais refeições (café da manhã, almoço e jantar) é essencial no período. Os alimentos precisam ser ricos em carboidrato, como cereais, pães, arroz e massa. Porém, com preferência pelas versões integrais destes alimentos. Os lanches também não devem ser esquecidos. Frutas frescas, sucos de frutas, castanhas, biscoitos integrais e barra de cereal são boas opções para os foliões.

“A alimentação é a base para tudo. Porém, ao se alimentar na rua, é preciso atenção às condições sanitárias dos estabelecimentos. Deve-se ter um cuidado especial ao consumo de frutos do mar e alimentos vendidos na praia, pois, em virtude do calor excessivo, eles estragam com maior facilidade se não forem mantidos na temperatura correta. Afinal, ninguém quer passar o Carnaval com uma infecção intestinal grave”, alerta o especialista.

De acordo com Allan, quem for aproveitar a folia não pode esquecer de beber bastante água  (pelo menos de 2 a 3 litros por dia). O lembrete é ainda mais importante se a pessoa for consumir bebidas alcoólicas. A água, além de hidratar, diminui os efeitos de uma possível ressaca e ajuda no processamento do álcool pelo fígado. Outros líquidos como água de coco e sucos naturais também são alternativas para a hidratação. Entretanto, ele ressalta que é importante tomar cuidado com bebidas isotônicas, que possuem quantidade significativa de sódio em sua composição e, quando consumidos em excesso, sobrecarregam os rins, podendo elevar a pressão arterial e aumentar o risco de cálculos renais.

Com relação aos refrigerantes, o alerta é para a grande quantidade de açúcar em sua composição. Uma lata de refrigerante é o suficiente para ultrapassar os níveis máximos diários recomendados de açúcar. Um litro de refrigerante tipo cola, por exemplo, fornece 350 miligrama de sódio (tolerado até 2.000 miligramas) e até 100/120 gramas de açúcar (tolerado 20g diários).

Dicas

Opte por alimentos leves e ricos em carboidratos (frutas frescas ou sucos de frutas, castanhas, biscoitos integrais e barra de cereal). Eles fornecerão a energia adequada para participar da festa.

Entre uma festa e outra, o corpo precisa de descanso. Lembre-se que o sono é sempre reparador.

5,6 milhões de brasileiras não vão ao ginecologista

Pelo menos 5,6 milhões de brasileiras não costumam ir ao ginecologista-obstetra, 4 milhões nunca procuraram atendimento com esse profissional e outras 16,2 milhões não passam por consulta há mais de um ano, indicou uma pesquisa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) em parceria com o Datafolha.

Segundo a pesquisa Expectativa da Mulher Brasileira Sobre Sua Vida Sexual e Reprodutiva: As Relações dos Ginecologistas e Obstetras Com Suas Pacientes, o resultado mostra que 20% das mulheres com mais de 16 anos correm o risco de ter um problema sem ao menos imaginar. Foram entrevistadas 1.089 mulheres de 16 anos ou mais de todas as classes sociais, em todo o país.

Entre as mulheres que já foram ao ginecologista, seis a cada dez (58%) são atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto 20% passam pelo médico particular e outras 20% têm plano de saúde. Quando questionadas sobre qual especialidade médica é a mais importante para saúde da mulher, 68% citam a ginecologia, principalmente por mulheres que usam atendimento particular ou convênio. Em seguida, mencionam clínica geral e cardiologia.

“Sete em cada dez mulheres têm o ginecologista como seu médico de atenção para cuidar da especialidade e para cuidar da saúde de um modo geral. Não é diferente em outros países. É como se a ginecologia fosse a porta de entrada da mulher para a assistência básica de saúde. É muito comum a mulher que tem problemas que não são propriamente ginecológicos marcar consulta com o ginecologista e ele encaminhar para outro especialista”, explicou o presidente da Febrasgo, César Eduardo Fernandes.

O levantamento mostra ainda que nove de cada dez brasileiras costumam ir ao ginecologista – principalmente as que utilizam atendimento particular e convênio. Metade delas vai ao médico, sendo metade uma vez ao ano. Já 2% não têm frequência definida, 5% nunca foram e 8% não costumam ir.

Quando se trata do acesso ao ginecologista entre aquelas que já passaram por consulta, a média da idade para a primeira vez é de 20 anos e os motivos foram a necessidade de esclarecer algum problema ginecológico (20%), a gravidez ou a suspeita dela (19%) e a prevenção (54%). Normalmente quem as motivou a procurar o médico foram mulheres próximas (57%), a mãe (44%) ou mesmo a iniciativa própria (24%).

“Nós entendemos que a razão da primeira consulta não deveria ser por problemas ginecológicos ou gravidez. Acredito que falta da parte dos educadores e dos médicos esclarecer que a mulher deve ir na primeira consulta assim que iniciar seu período de vida menstrual ou até antes disso para entender quais são os eventos de amadurecimento puberal que ela tem para que possa ter noção de como deverá ser a sua habitualidade menstrual, para receber orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis, iniciação sexual, métodos contraceptivos”, ressaltou Fernandes.

De acordo com as informações da pesquisa, entre aquelas que não costuma ir ao ginecologista, as razões mais alegadas são ‘não preciso ir, pois estou saudável (31%)’ e ‘não considero importante ou necessário ir ao ginecologista (22%)’. Há ainda aquelas que dizem não ter acesso ao médico ginecologista ou não haver esse especialista na localidade onde residem (12%), ter vergonha (11%), ou não ter tempo (8%).

Relação médico-paciente

Todas as brasileiras entrevistadas (98%) consideram importante que o ginecologista dê acolhimento, realize exames clínicos, dê atenção, aconselhe, passe confiança e forneça informações claras. Nove em cada dez dizem estar satisfeitas com esses atributos em seus médicos.

“Esse é o dado que mais nos envaidece. Os números são extremamente favoráveis à atenção dos ginecologistas. Essa é uma especialidade que precisa ser resgatada, porque ela é fundamental para a boa assistência à mulher. Claro que há especialistas que merecem condenação, mas essa não é a realidade da maioria dos ginecologistas e obstetras”, disse o presidente das Febrasgo.

Em uma situação de parto, 89% declararam que se sentiriam seguras com a assistência de um ginecologista/obstetra, percentual que cai para 54% se o atendimento fosse feito por um plantonista, 49% se fosse uma doula, 43% se fosse uma enfermeira e 42% caso o parto fosse acompanhado por uma parteira.

“Existe uma confusão conceitual por parte das pessoas, especialmente da mulher, com relação ao que é uma boa assistência ao parto. Então, ela pede à doula, que não é profissional de saúde, apesar de ser importante para oferecer suporte emocional e físico. Mas a doula não pode fazer o parto. Quem pode fazer o parto é uma enfermeira com formação obstétrica, desde que acompanhada por um médico”, disse Fernandes.

Interrupção da gravidez

A pesquisa mostrou ainda que sete a cada dez brasileiras acreditam que a decisão sobre a interrupção da gravidez cabe somente à mulher. Outras 25% disseram que a questão deve ser decidida pelas leis da sociedade. A Febrasgo destacou que não é nem contra nem a favor do aborto, mas luta pela descriminalização.

“Nós entendemos que essa é uma decisão da mulher. E isso está alinhado ao que 70% das mulheres pensam. Nossa legislação é da década de 40 e manda prender a mulher que faz o aborto e qualquer pessoa envolvida em ajudar essa mulher”, lembrou o presidente da Febrasgo.

Segundo Fernandes, a orientação da entidade é a de que os médicos não soneguem a informação e orientação sobre os prós e contras no momento em que forem indagados pela paciente que manifestar desejo bem discutido. “Mas a decisão não nos cabe e nem devemos induzi-la a tomar uma ou outra decisão. O problema começa quando ela nos pergunta para onde a encaminhamos porque não temos para onde encaminhar”.

Doenças de verão? Fique atento aos principais sintomas das enfermidades no período

Com a chegada do verão e as férias, no mês de janeiro, além da diversão, o período também é propício a propagação de algumas doenças. Entre as mais frequentes enfermidades que podem atrapalhar o tão esperado descanso estão as doenças de pele (micoses, queimaduras solares), insolação, desidratação, otite, conjuntivite, infeções gastrointestinais e arboviroses (infecções transmitidas por insetos). O médico clínico, do Hospital Santa Helena, Daniel Salomão destaca alguns fatores que podem evitar a interrupção do momento de lazer.

 “É comum os hospitais ficarem cheios para atendimentos do que podem ser classificadas como “doenças de verão”. Para prevenir, é importante uma hidratação frequente – com o consumo de bastante água, ter cuidados com a pele, especialmente com uso de protetores solares e evitar a exposição prolongada ao sol. Fazer uso de repelentes, lavar as mãos, especialmente após o uso do banheiro e antes das refeições, e  armazenar os alimentos com atenção e cuidado, especialmente os mais perecíveis, também são cuidados fundamentais”, destaca, o especialista.

Salomão também ressalta que o paciente deve estar atento aos sintomas e, ao perceber maior gravidade, suspender a automedicação ou tratamento caseiro e procurar o profissional de saúde. O médico destaca que falta de ar, desmaios, sangramentos, dores persistentes, alteração em sensibilidade ou movimentação em alguma parte do corpo ou dor no peito são sinais de alerta que devem motivar a busca a um atendimento de urgência, independente do quadro do paciente.

“Alterações na pele que estão associadas à dor ou saída de secreções também requerem uma avaliação por um médico. Casos de alterações nos olhos, persistência de diarreia ou vômitos por mais de três dias em pacientes adultos também necessitam de atenção. No caso de crianças, especialmente menores de dois anos, devem sempre ser avaliadas em caso de diarreia ou vômitos ainda no primeiro dia de sintomas”, alerta.