Avaliação médica antes da atividade física reduz riscos de lesões e complicações

É preciso saber os limites do corpo para não sofrer com lesões

Grande aliado da saúde física e emocional, o esporte é responsável pelo desenvolvimento de diversas habilidades, sendo indicado para qualquer faixa etária para preservação da saúde. Um grande leque de opções é oferecido para diferentes perfis, porém, a escolha pela atividade que será praticada deve estar alinhada à outras questões como, por exemplo, doenças pré-existentes, limitação física e idade. Os limites do corpo devem ser respeitados e a consulta médica antes do início de qualquer esporte deve ser uma regra para evitar lesões musculares e/ou danos permanentes à saúde.

– Através da avaliação médica é possível identificar algumas inconformidades como hipertensão arterial, problemas cardíacos, pulmonares, entre outros. Caso alguma doença seja diagnosticada será preciso visitas regulares ao médico, além de acompanhamento do profissional de educação física que irá prescrever a atividade correta, respeitando o histórico de cada aluno. Vale ressaltar que o uso associado de estimulantes, energéticos e anabolizantes pode provocar arritmia cardíaca – detalha Dra. Olga Ferreira de Souza, coordenadora do serviço de arritmia e eletrofisiologia da Rede D’Or São Luiz.

Além das doenças pré-existentes, é preciso ficar atento à algumas patologias como hérnia de disco, condromalácea patelar (desgaste na cartilagem do joelho), lesões no menisco e no ombro, que exigem atenção especial no momento da prática esportiva. Em caso de hérnia de disco, por exemplo, o indicado são atividades sem impacto como natação, hidroginástica, alongamento e exercícios de fortalecimento da musculatura abdominal, paravertebral e do posterior de coxa.

É fundamental estar alerta aos sinais que o corpo dá através da dor. As lesões musculares são comuns nos esportes e, geralmente, são relacionadas a contusões ou traumas, lesões musculares, ligamentares ou sobrecargas articulares.

– As lesões musculoesqueléticas representam até 55% de todas as lesões. Geralmente é reconhecida por ser uma dor mais generalizada e aguda. É necessário interromper a atividade imediatamente e procurar atendimento médico, pois o quanto antes o paciente for atendido suas chances de recuperação são potencializadas. Porém, nem toda dor representa lesões graves, pois é comum a presença desse incômodo quando iniciamos alguma atividade, após longo tempo inativos – comentou o ortopedista do Hospital Rios D’Or, Rodrigo Rezende.

Brasileira cria teste que detecta HIV em tempo recorde

Rapidez do exame criado pela brasileira vai permitir que o tratamento comece mais cedo (Joan Costa/CSIC/Divulgação)

Uma cientista brasileira criou um novo teste que pode revolucionar o diagnóstico de HIV. Priscila Kosaka e um time de pesquisadores do Conselho Nacional de Investigação da Espanha (CSIC) desenvolveram um biossensor que pode detectar o vírus da Aids durante a primeira semana após a infecção.

Geralmente, o exame tradicional só deve ser feito após um mês de exposição a alguma situação de risco, como sexo sem camisinha ou compartilhamento de agulhas. A espera se deve à janela imunológica, um período em que o corpo ainda não produziu anticorpos suficientes para serem encontrados, segundo o site do departamento de IST, Aids e Hepatites Virais do governo brasileiro.

Há duas maneiras de se detectar o HIV no sangue. A primeira é a partir da identificação do RNA viral com testes de amplificação de ácido nucleico. Com esse exame, existe um limite de detecção de 20 a 35 cópias de RNA por mililitro de sangue, uma concentração que pode ser encontrada duas semanas após a infecção. Apesar de muito sensível, esse exame é extremamente caro.

A segunda técnica consiste em detectar uma proteína do HIV-1, a p24, quando ela alcança 10 picogramas por mililitro de sangue. Essa concentração pode ser atingida aproximadamente entre três e quatro semanas após a infecção. O que Kosaka e os pesquisadores fizeram foi pegar esse último teste e aprimorá-lo.

No exame, o soro (material obtido a partir da coagulação do sangue) é depositado no biossensor, que já está preparado para encontrar qualquer partícula de proteína p24. “O sensor é como um trampolim de piscina. Ele vibra com uma determinada frequência quando há algo sobre ele”, explica Priscila Kosaka, em entrevista a EXAME.com. Desse modo, é possível medir a massa das proteínas.

Em seguida, nanopartículas de ouro são colocadas sobre o sensor. “Elas possuem ressonâncias ópticas que fazem as proteínas brilharem”, diz Kosaka. De acordo com a cientista, a combinação da estrutura mecânica do biossensor com as nanopartículas de ouro faz com que o exame seja 100 mil vezes mais sensível à proteína p24 do que o teste tradicional. “A especificidade é tão alta que a taxa de erro é quase mínima.”

Todo esse processo leva menos de cinco horas para ser feito e os resultados clínicos podem ser obtidos no mesmo dia.

O que impressiona, no entanto, é o tempo necessário para que o teste seja feito. A nova tecnologia possibilita que o exame seja feito apenas uma semana após a exposição ao HIV. Nesse período, segundo Kosaka, a quantidade de vírus no sangue cresce rapidamente.

Assim, ao saber da contaminação, o paciente poderá iniciar o tratamento antes de a carga viral aumentar. Esse início precoce da terapia antirretroviral pode beneficiar na contagem de células CD4, que organizam a resposta imunológica do corpo. “Logicamente, a detecção também é crítica para a prevenção da transmissão do HIV”, conta a cientista.

Uma grande aplicação do teste, de acordo com Kosaka, é para os bancos de sangue. Como o exame de HIV é grátis e necessário antes da doação de sangue, muitas pessoas que estão com dúvida se têm ou não a doença fazem o teste.

No entanto, com os diagnósticos atuais, se o indivíduo foi contaminado há menos de um mês, o exame não irá sempre detectar o vírus. “A nossa tecnologia irá evitar que outra pessoa receba sangue contaminado.”

Além disso, o biossensor também está sendo aplicado na detecção precoce de certos tipos de câncer, como leucemia mielóide, câncer de pulmão e câncer de mama.

Leia aqui a matéria original.

Com rebaixamento de planos de saúde, medicina de grupo ganha beneficiários

Especialistas apontam que clientes estão migrando de cooperativas para convênios

As empresas de medicina de grupo —que fazem a maior parte de seus atendimentos em redes próprias—, ampliaram em 1,2% o número de beneficiários em 2016, segundo a ANS, que regula o setor. Entre as modalidades de operadoras de planos de saúde, essa foi a única que cresceu no ano passado. A carteira das cooperativas médicas, como as Unimeds, caiu 5,4%.

“Há uma migração de cooperativas para convênios”, afirma Lício Cintra, diretor-presidente do grupo São Francisco, de Ribeirão Preto, que aumentou em 18,6% o total de clientes em 2016.

A crise das Unimeds contribuiu para esse movimento, segundo Cintra.

O custo dos convênios também teve influência, principalmente no setor empresarial —com a crise, caiu o valor dos benefícios concedidos a funcionários, o que beneficiou planos mais baratos.

“A média de preço da medicina de grupo é de 30% a 40% mais baixa que a de planos em que o cliente tem liberdade para escolher onde fazer seu atendimento, como os seguros”, afirma Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida.

A operadora aumentou em 9,6% a venda de planos coletivos (empresariais) no ano.

No caso da São Francisco, cresceu o total de empresas que contratam planos, mas caiu número de funcionários por companhia, diz Cintra.

“Com uma retomada do emprego, o número de beneficiários deverá crescer de forma significativa, sem necessidade de um esforço nosso de buscar novos clientes.”

Leia aqui a matéria original.

Cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia, alerta OMS

Tratamento com medicamento surge efeito em 70% dos casos

Aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de epilepsia, um tipo de transtorno mental crônico que afeta homens e mulheres de todas as idades. Os números, divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), posicionam a epilepsia como uma das doenças neurológicas mais comuns no planeta.

No Dia Internacional da Epilepsia, lembrado hoje (13), a entidade alertou que quase 80% dos casos registrados globalmente estão em países de baixa e média renda. Os dados revelam que três quartos das pessoas com a doença que vivem nessas localidades não recebem tratamento adequado – ainda que o transtorno responda aos remédios em até 70% dos pacientes.

“Em muitas partes do mundo, pessoas com epilepsia e suas famílias sofrem com o estigma e a discriminação”, destacou a OMS.

Doença

A epilepsia é caracterizada por convulsões recorrentes – breves episódios de movimento involuntário que podem envolver uma parte do corpo ou todo o corpo, algumas vezes acompanhados de perda de consciência e do controle da bexiga ou do intestino.

Os episódios de convulsão são resultado de descargas elétricas excessivas num grupo de células cerebrais, sendo que diferentes partes do cérebro podem ser atingidas pelo problema. As convulsões podem variar entre breves lapsos de atenção e espasmos musculares até episódios prolongados e severos.

Uma única convulsão não necessariamente significa diagnóstico de epilepsia, já que até 10% da população global apresenta pelo menos um episódio desses ao longo da vida. A doença é caracterizada após o registro de duas ou mais convulsões não provocadas.

“A epilepsia é uma das mais antigas condições reconhecidas no mundo, com registros escritos datando de 4000 a.C. Medo, desconhecimento, discriminação e estigma social têm cercado a epilepsia há séculos. Esse estigma permanece em diversos países atualmente e pode impactar na qualidade de vida das pessoas com o transtorno e suas famílias”, informou a OMS.

Sinais e sintomas

As características das convulsões variam e dependem da parte do cérebro inicialmente afetada pelo transtorno e do quão rápido ele se espalha. Sintomas temporários podem ocorrer, como perda de consciência, além de perturbações de movimento, sensação (incluindo visão, audição e paladar) e humor.

Pessoas com convulsões tendem a apresentar mais problemas físicos, como fraturas e contusões provocadas pelos episódios, assim como taxas mais altas de condições psicológicas, incluindo ansiedade e depressão. Além disso, o risco de morte prematura em pacientes com epilepsia chega a ser três vezes maior que na população em geral, sendo que as maiores taxas são registradas em países de baixa e média renda.

“Grande parte das causas de morte relacionadas à epilepsia em países de baixa e média renda são potencialmente preveníveis, como quedas, afogamento, queimaduras e convulsões prolongadas”, acrescentou a OMS.

Causas

A epilepsia não é contagiosa. O tipo mais comum, denominado epilepsia idiopática, afeta seis entre dez pessoas com a doença e não tem causa definida. Já o tipo de epilepsia de causa conhecida é denominado epilepsia secundária ou epilepsia sintomática. As principais causas, nesses casos, são:

– dano cerebral provocado por lesões pré-natais ou perinatais, como perda de oxigênio ou trauma durante o parto e baixo peso ao nascer;
– anormalidades congênitas ou condições genéticas associadas a malformações cerebrais;
– ferimento grave na cabeça;
– derrame que limite a quantidade de oxigênio no cérebro;
– infecções do cérebro, como meningite, encefalite e neurocisticercose;
– determinadas síndromes genéticas;
– tumor cerebral.