Startup desenvolve teste para rastreamento de câncer do colo do útero
Exame é semelhante a testes rápidos de gravidez

Da Agência Brasil

Projeto desenvolvido por startup apoiada pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), elaborou um autocoletor de amostras do colo do útero que pode detectar instantaneamente a presença de células cancerígenas no órgão.

O teste é semelhante a testes rápidos de gravidez. Caso o resultado seja negativo, a mulher deve repeti-lo um ano depois. Se for positivo, ela deve entrar em contato com um profissional especializado.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer do colo do útero é o terceiro tumor mais frequente entre mulheres no Brasil em regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo. Com acesso ao teste, que funciona como uma triagem, seria possível reduzir essa incidência, caso as mulheres em idade de rastreamento no país tivessem acesso à avaliação de células de forma periódica. O teste funciona como triagem.

“Descobrimos um marcador que consegue identificar as lesões e pensamos que se conseguíssemos uma forma de a mulher fazer sua própria coleta e teste, isso melhoraria muito o acesso. Então, desenvolvemos um auto coletor de célula do colo do útero que já tem patente, registro na Anvisa, e está no mercado. Basta a mulher coletar, misturar o material em um líquido e levar esse material ao laboratório para análise”, explicou Caroline Brunetto de Farias, CEO da Ziel Biosciences.

Startup

Segundo Caroline, a startup apoiada pela Pipe já tem parcerias com prefeituras. Um agente de saúde vai até as casas das mulheres para entregar o autocoletor e levá-lo ao laboratório. O serviço serve para auxiliar aquelas  que não costumam ir até as unidades básicas de saúde (UBS) ou moram em na zona rural, são ribeirinhas, não têm dinheiro para o transporte, ou algum outro motivo.

O teste ainda está em fase final de validação, com perspectiva de ser submetido a registro pela Anvisa, no primeiro trimestre de 2024. O coletor e o teste pode ser comprado em kits ou separadamente, por isso o coletor já está disponível.

“Também estamos desenvolvendo aplicativo para tirar uma foto desse teste rápido e com o auxílio desse aplicativo interpretar o resultado. Percebemos que às vezes tem muita insegurança assim, porque assim como nos testes de gravidez dois traços, é positivo e um, é negativo. Mas às vezes o traço fica muito claro, por isso o aplicativo pode ajudar a entender que tipo de lesão é”, afirmou.

O conceito de autocoletor não é inédito, mas a solução da startup — que agrega o teste rápido — é a única que faz a citologia líquida instantaneamente. “Não existe nenhum teste rápido para câncer do colo do útero no mundo. Nossa patente é justamente para isso. E queremos levar tanto para o Brasil quanto para outros lugares do mundo onde a realidade é muito parecida com a nossa.”

De acordo com Caroline, ainda não se sabe quanto o produto vai custar e quando chegar às farmácias. Além disso, o kit pode estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), levando mais mulheres a fazerem o exame, o que resultaria em redução da incidência dos tumores e dos custos com os tratamentos, desonerando o Estado.

TerraNova é destaque no top 3 do ranking 100 Open Startups
Empresa foi premiada pela segunda vez na categoria Water and Sanitation

A TerraNova, startup focada em soluções de desinfecção para ambientes industriais que exigem alto controle microbiológico, conquistou o 3º lugar na categoria Water and Sanitation do ranking 100 Open Startups 2023, que destaca as empresas mais atraentes para o mercado corporativo e também as corporações líderes em inovação aberta. A premiação da 8ª edição do 100 Open Startups aconteceu ontem, dia 18 de outubro, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

A premiação representa uma evolução para a TerraNova, que em 2021 já havia conquistado a 10ª colocação no ranking. “Nós somos uma empresa relativamente nova. Iniciamos o projeto em 2017, mas somente em 2020 fomos realmente para o mercado tracionar. E em 2021 já tínhamos entrado para o ranking com um ótimo resultado”, destaca Willian Saito, cofundador da TerraNova.

“O 100 Open Startups é um ranking 100% baseado em dados e critérios objetivos. A pontuação leva em conta contratos firmados entre corporações de médio e grande porte. Foram mais de dez mil entidades que participaram dessa edição, entre corporações, startups e agentes do ecossistema, mais de cinquenta e quatro mil contratos registrados e R$ 6,4 bilhões movimentados. Estar listado no ranking é estar entre as empresas brasileiras líderes em inovação”, completa o executivo.

Willian Saito e Daniel Christo, fundadores da TerraNova.

Somente as empresas que participaram da categoria Water and Sanitation apresentaram um crescimento de quase sete vezes no valor movimentado em contratos de inovação aberta no último ano, passando de R$ 23 milhões para R$ 155 milhões. E ter subido no ranking significa ter crescido mais que a média da categoria. O ranking 2023 de startups em Water and Sanitation pode ser acessado no link https://www.openstartups.net/site/ranking/rankings-categories.html?cat=TOP%2010%20Water%20and%20Sanitation%202023.

Participar do ranking tem também outro significado muito importante para a TerraNova, pois dentre todas as startups que compõem a lista, a empresa é única no tipo de serviço que oferece. “É possível notar que há grande presença de empresas focadas em inovações para recursos hídricos, resíduos de lixo e agronegócio, o que faz sentido, pois são dores visíveis, noticiadas e de grande preocupação em escala global. No entanto, é muito importante para nós entendermos que ocupamos um nicho de mercado pouco explorado e com grande magnitude de impacto. O controle microbiológico nas indústrias farmacêutica e alimentícia está diretamente relacionado com a saúde da população. Ser a única empresa nessa atuação da listagem nos coloca em primeira posição no segmento brasileiro”, explica Saito.

A TerraNova inova constantemente em maneiras de melhorar o controle microbiológico em áreas críticas. Por isso, foi criado o Ultrafog, para simplificar o processo de sanitização.

A indústria farmacêutica é um dos setores que mais demandam rigorosos protocolos de sanitização, devido à importância de garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos produzidos, e os equipamentos Ultrafog se encaixam perfeitamente em ambientes farmacêuticos, com áreas classificadas e para atender os rigorosos procedimentos de manutenção das salas limpas. Os equipamentos ajudam a indústria a reduzir as chances de erro humano, passivo trabalhista e o tempo de desinfecção das linhas de produção, aumentando a produtividade.

Na indústria alimentícia, a solução aumenta o tempo de prateleira de alimentos (shelf life), melhora a qualidade para os clientes e aumenta a lucratividade. Não há necessidade de adaptações estruturais, ar comprimido ou ventiladores. O processo realizado pelos equipamentos Ultrafog tem alto poder de dispersão, grande penetrabilidade, alta eficiência e baixa umidade, não gerando condensação nas superfícies.  Trata-se de um processo rápido, sem necessidade de enxague ou secagem após a sanitização.

Startup mineira participa de evento internacional de saúde auditiva e apresenta tecnologia inédita no Brasil
Com sede em BH e atuação em todo o País, a Me Escuta quer democratizar o acesso das pessoas a tratamentos de fonoaudiologia e aparelhos de audição

A Me Escuta, startup mineira de fonoaudiologia, foi uma das participantes do XX Encontro Internacional sobre Próteses Auditivas (EIPA), que aconteceu de 31 de maio a 2 de junho no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP).

Sediada em Belo Horizonte e com atuação em todo o Brasil, a Me Escuta tem o propósito de democratizar o acesso a aparelhos auditivos de qualidade e a tratamentos fonoaudiológicos por meio de parcerias com profissionais da área.

Durante o EIPA, a Me Escuta apresentou a plataforma FEME, Fonoaudiólogas Empreendedoras Me Escuta, que obteve um incrível interesse e adesão. Com mais de 250 inscrições, a FEME é a primeira plataforma destinada a capacitar fonoaudiólogas para se tornarem empreendedoras. Essa iniciativa pioneira oferece às profissionais a oportunidade de expandir seus horizontes e estabelecer seus próprios negócios, aproveitando a experiência e o suporte da Me Escuta.

Rodolfo Zhouri, CEO da Me Escuta, compartilhou sua empolgação com o lançamento da plataforma FEME: “Estamos extremamente orgulhosos de apresentar essa inovação no EIPA. A plataforma FEME é um passo significativo para emponderar fonoaudiólogas e promover o empreendedorismo nesta área. Acreditamos que isso abrirá novas perspectivas e oportunidades para as profissionais, ao mesmo tempo em que fortalece nosso compromisso em oferecer soluções abrangentes e acessíveis para problemas auditivos.”

Além do lançamento da plataforma, durante o evento a startup sorteou um audiômetro uSound, dispositivo portátil de avaliação auditiva ainda inédito no Brasil. Com um design ergonômico, tecnologia inovadora e pesando apenas 500g, o uSound proporciona conforto tanto para o paciente quanto para o profissional, eliminando a necessidade de cabine acústica nos consultórios e simplificando o diagnóstico.

De acordo com Zhouri, a tecnologia contribui para que cada vez mais brasileiros, inclusive em áreas remotas do País, tenham sua saúde auditiva avaliada de maneira precisa. “Estamos entusiasmados em apresentar essa inovação no EIPA, um evento que traz o que de mais pioneiro existe na ciência da audição e fonoaudiologia. O uSound chega ao Brasil com a missão de tornar os exames auditivos mais acessíveis e práticos, ao mesmo tempo em que possibilita um diagnóstico mais preciso e, consequentemente, tratamentos mais eficazes e precoces”, diz o executivo.

Na última edição da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019 pelo Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 2,3 milhões de pessoas declararam ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum ouvir. O número equivale a 1,1% da população brasileira.

“É um problema que afeta muitas pessoas, que não raramente sofrem com a estigmatização em torno da deficiência. Queremos mudar esse cenário e levar o tratamento auditivo e fonoaudiológico para todo o Brasil”, diz Zhouri.