Covid-19: UFRJ desenvolve teste sorológico 20 vezes mais barato
O objetivo da pesquisa é tornar o teste mais acessível à população

Da Agência Brasil

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram um teste sorológico para covid-19 que custa cerca de 20 vezes menos que os testes rápidos disponíveis em farmácias do Brasil. A metodologia, chamada de S-UFRJ, é resultado de uma parceria entre o Instituto de Biofísica e o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe).

O teste sorológico da UFRJ consegue captar anticorpos IgG (de longa duração) produzidos pelo corpo humano com precisão que chega a 100% após 20 dias do início dos sintomas. De acordo com os resultados, o método também é capaz de identificar anticorpos dez dias após os sintomas terem começado, mas a precisão cai para 90%.

A redução de custos se deve principalmente ao fato de que, apesar de ser do tipo Elisa (ensaio de imunoabsorção enzimática), o teste pode ser realizado com uma gota de sangue retirada da ponta do dedo. Uma das coordenadoras da pesquisa, a professora da Coppe Leda Castilho explica que esse modelo de coleta de amostras custa bem menos que extrair o sangue de uma veia do braço com uma seringa.

“Para tirar sangue da veia, você precisa ter uma estrutura laboratorial, operadores treinados da área da saúde e todo o material estéril, como a seringa e o tubo especial. Depois, tem que ter uma estrutura para separar o soro desse sangue”, disse. “Nossa metodologia tem a coleta a partir de um furinho na ponta do dedo, e a amostra é embebida em um papel filtro, que, no limite, pode ser um filtro de café”, acrescenta.

O custo dos insumos necessários para o teste não passa de R$ 2, quando considerada a saúde pública e organizações não governamentais com isenções tributárias. Apesar de um pouco maior, o custo baixo também vale para estabelecimentos privados, que conseguirão fazer o teste gastando R$ 5, calcularam os pesquisadores.

O objetivo da pesquisa é fazer com o que o teste sorológico seja mais acessível e também chegue a regiões com menor estrutura laboratorial, destacou a pesquisadora. Com a realização desse tipo de testes, é possível acompanhar a prevalência sorológica de populações mais distantes das capitais e em países de menor renda.

“O que a UFRJ oferece para a sociedade é um teste que pode ser feito na população ribeirinha do Amazonas, no meio do Cerrado ou no interior do sertão nordestino. E um teste que, além da alta confiabilidade e da simplicidade de coleta de amostra e processamento, tem um custo baixíssimo, de pelo menos 20 vezes menos que testes rápidos que têm sido realizados em farmácias e laboratórios do Brasil”.

A metodologia para a realização do teste foi publicada cientificamente para ser replicada por institutos de pesquisa, empresas e governos de todo o mundo. Leda Castilho explica que a opção por não patentear e cobrar pela tecnologia faz parte da proposta de tornar o teste mais acessível. “A gente acha que, num horizonte de pandemia, as plataformas devem ser abertas para qualquer um em qualquer lugar do mundo”, disse. Segundo ela, todo o processo de licenciamento também atrasaria a aplicação das descobertas no combate à pandemia. “Isso tem sido feito em todas as áreas e em todo o mundo. Não somos só nós que estamos fazendo isso”.

Proteína S

O desenvolvimento do teste sorológico é resultado de outro trabalho da UFRJ: a produção em laboratório da proteína S, que forma os pequenos espinhos que o coronavírus utiliza para invadir as células. Já em fevereiro, a universidade havia iniciado a produção da proteína, e, desde março, outras instituições e empresas brasileiras vêm se beneficiando dessa produção para outras descobertas. A proteína S produzida na UFRJ foi utilizada, por exemplo, no desenvolvimento do teste rápido do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), informa Leda Castilho.

Qual é o som do coronavírus que circula no Brasil?
Pesquisadores do IDOR e da UFRJ transformaram trechos do material genético do vírus em notas musicais

Três cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), José Alexandre Salerno, Luiz Guilherme Hendrischky e Stevens Rehen, “musicalizaram” um pequeno trecho do genoma do novo coronavírus (SARS-CoV-2), sequenciado por colegas brasileiros em fevereiro deste ano.
Pensando numa maneira diferente de lembrar sobre a necessidade do isolamento contra a pandemia, os pesquisadores misturaram arte e conhecimento, conferindo agora um som ao Sars-CoV-2.

A ordenação das notas musicais foi criada utilizando o DNA Sonification, software que permite que sequenciamentos genéticos sejam transformados em partituras e interpretados por diversos instrumentos.
A melodia utilizou como base a proteína S, glicoproteína presente na superfície do vírus e por onde ele se liga às células humanas. A ideia foi inspirada na iniciativa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que já havia criado uma interpretação musical “americana” para o SARS-CoV-2.

O pesquisador José Salerno explica a ciência por trás da partitura: “Com uma ordem de leitura que imita o processo biológico da expressão da proteína S, cada códon – trio de bases nitrogenadas do RNA viral – foi transformado em uma única nota para o som do piano”.

Luiz Hendrischky informa que o processo foi repetido em outros dois esquemas de leitura, que transformaram a sequência desta vez em notas de guitarra e percussão.  No fim, as três melodias sobrepostas formaram a música. Acesse o link (https://www.rededorsaoluiz.com.br/instituto/idor/novidades/qual-a-melodia-do-novo-coronavirus) e confira a música .

TEDMED Live UFRJ reúne profissionais de saúde para debater atualidades do setor
Especialistas vão comentar as palestras realizada na edição norte-americana

O cirurgião Alfredo Guarisch vai mediar a mesa sobre qualidade e segurança

 

Da Redação

Acontece no dia 12 de março, das 8h às 18h, no Teatro XP Investimentos, no Rio de Janeiro, o TEDMED Live 2020 UFRJ. Idealizado a partir das conferências TED, que visam promover idéias nas áreas de Tecnologia, Entretenimento e Design, o TEDMED é um encontro de profissionais de saúde, realizado anualmente nos EUA. Neste ano, a edição foi realizada em Boston com o tema “Abram alas para a MARAVILHA” (Make way for Wonder).

O TEDMED Live 2020 UFRJ será uma oportunidade para assistir e debater 12 palestras realizadas na edição norte-americana com especialistas nos diferentes temas abordados: escassez de água, música e demência, viver com câncer, jornalismo investigativo em saúde e muitos outros. As inscrições são gratuitas pelo site https://www.sympla.com.br/.

O evento é dividido em quatro módulos: Médicos e Pacientes, Meio Ambiente, Qualidade e Segurança e Cérebro e Criatividade. O módulo sobre qualidade e segurança, por exemplo, terá a participação, como moderadores, do cirurgião Alfredo Guarischi e da PhD em Administração pelo COPPEAD/UFRJ Catia Moreira.

UFRJ recebe debate sobre doação e transplante de órgãos

A coordenadora geral do Sistema Nacional de transplante, Rosana Nothen, será uma das palestrantes

O Instituto Coppead de Administração da UFRJ receberá, no dia 13/03, palestrantes nacionais e internacionais para debater a questão da  Doação e Transplante de Órgãos no Brasil, que muitas vezes é a única opção terapêutica para pacientes que sofrem de doenças crônicas, podendo salvar vidas, porém há uma grande escassez de órgãos para doação no mundo inteiro. A primeira edição do Debates em Saúde irá abordar os desafios da gestão na saúde, levando a interação entre mercado e academia de forma interdisciplinar e moderna e trazendo questionamentos como: “Como aumentar a capacitação? Será necessário realmente aumentar a captação ou o problema é a má gestão do processo e o baixo aproveitamento dos órgãos capacitados? Como reduzir a perda de órgãos ao longo do processo?”. Carmen Segovia, da Espanha,  Rosana Nothen (BRA), Joel Andrade (BRA) e Rodrigo Sarlo (BRA) serão os palestrantes, que irão trocar experiências com profissionais da área.

Outros três seminários serão realizados durante o ano sobre os seguintes temas:  Saúde 4.0 (no dia 23/05), Market Acess (em 22/08) e  Sistema em Crise (em 17/10). Sempre no horário das 8h às 17h, no Coppead, localizado na Ilha do Fundão – Rio de Janeiro. As inscrições, no valor de R$ 90,00 por seminário, podem ser realizadas pelo site www.debatesemsaude.coppead.ufrj.br. O evento é promovido pelo Centro de Estudos em Gestão de Serviços em Saúde (CESS).