Nestlé anuncia nova aliança com UNESCO para investir no potencial da juventude: “Impulso Jovem – Because Youth Matter”
Acordo tem como objetivo gerar impacto social positivo na sociedade

Nestlé e UNESCO anunciaram acordo de colaboração para fornecer aos jovens os recursos e as habilidades de que precisam para desenvolver e realizar projetos inovadores que tenham um impacto social positivo em suas comunidades. A iniciativa começará com a implementação de um programa piloto na América Latina por meio de uma chamada aberta para inscrições em toda a região. O objetivo é que a aliança se expanda globalmente no futuro. A aliança “Impulso Jovem – Because Youth Matter” será desenvolvida pela UNESCO em cooperação com a Nestlé.

Em 2023, um capital inicial de US$ 10.000 será concedido a 20 jovens líderes, empreendedores e organizações juvenis para ajudá-los a criar e implementar iniciativas com impacto social. Os beneficiados também receberão treinamentos e mentoria durante o desenvolvimento de seus projetos por especialistas da Nestlé e da UNESCO. Com o apoio da UNESCO, os jovens poderão ainda apresentar suas ideias e propostas aos formuladores de políticas e a diferentes atores da sociedade civil para aumentar seu impacto.

Gabriela Ramos, Diretora-Geral Adjunta de Ciências Sociais e Humanas da UNESCO, e Laurent Freixe, CEO Latam da Nestlé

Um júri internacional formado por jovens e especialistas, selecionados pela Nestlé e pela UNESCO, avaliará as candidaturas. Jovens entre 18 e 30 anos serão selecionados com base em seu potencial para provocar mudanças reais em suas comunidades.

Esta aliança visa ajudar os jovens a atingir seu pleno potencial em um momento em que existem múltiplas crises que afetam o mundo. Os países ainda lutam para se recuperar dos efeitos da pandemia do COVID-19, bem como para prevenir e mitigar os efeitos das mudanças climáticas e para lidar com as consequências da guerra na Ucrânia. Os jovens estão entre os grupos mais afetados: sua saúde mental se deteriora: 80% dos jovens em todo o mundo são vulneráveis ​​à depressão e à falta de esperança. Adicionalmente, mais de um em cada cinco jovens (com menos de 25 anos) não estuda, não trabalha e não recebe formação, o que compromete as suas perspectivas de emprego futuro.

As mulheres jovens são especialmente vulneráveis ​​em termos de deterioração da saúde mental e situações crônicas de pobreza. O fato de o número de jovens no mundo já ultrapassar 1,2 bilhão só aumenta a urgência e a necessidade desse tipo de iniciativa. “É preciso dar aos jovens a oportunidade de se tornarem empreendedores e inovadores. Os jovens impulsionam o progresso econômico e social, mas o mundo não os apoia suficientemente. Eles precisam de apoio financeiro e não participam da tomada de decisões. Por meio desta nova parceria com a UNESCO, esperamos fazer a diferença e ajudar futuros líderes a encontrar sua voz e colocar suas ideias em prática”, disse Laurent Freixe, CEO da Nestlé na América Latina e fundador da iniciativa Nestlé Needs YOUth, lançada em 2013.

A parceria com o Setor de Ciências Sociais e Humanas da UNESCO é um passo importante no compromisso da Nestlé com os jovens. “A juventude merece a oportunidade de ter sucesso e, ao fazê-lo, mudar o mundo. A UNESCO fez parceria com a Nestlé para ajudar as ideias dos jovens a prosperar e contribuir para a transformação de nossas sociedades. Nosso programa conjunto criará um espaço para os jovens causarem impacto, inspirando muitos outros, velhos e jovens, a seguir o exemplo. A solução para as múltiplas crises que sofremos exige que todos os jovens se ponham a trabalhar”, declarou Gabriela Ramos, Diretora-Geral Adjunta de Ciências Sociais e Humanas da UNESCO.

“Because Youth Matter” faz parte do Global Youth Grants Scheme da UNESCO, um programa que mobiliza apoio financeiro e em espécie para jovens em todo o mundo. O programa também se beneficia dos 20 anos de experiência da organização trabalhando com jovens em todo o mundo, estabelecendo e apoiando iniciativas e redes lideradas por jovens, fortalecendo as capacidades dos jovens, fomentando sua produção de conhecimento por meio da “Iniciativa Juvenil como Pesquisadores” e criando espaços de diálogo entre jovens, líderes políticos e outros parceiros.

Saiba mais em: Link

Covid-19 deixa mais de 776 milhões de alunos fora da escola
Estimativa é da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

Pelo menos 85 países fecharam escolas em todo o território para tentar conter a disseminação do novo coronavírus. A medida teve impacto em mais de 776,7 milhões de crianças e jovens, segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

Falando à ONU News, de Bruxelas, o representante da agência na ONU e em Organizações Internacionais, Vincent Defourny, disse que a agência atua junto das autoridades na implementação desse tipo de programas.

“A Unesco aconselha a aliviar o impacto sobre o currículo escolar de várias formas. A primeira coisa é fazer o uso mais extensivo possível de todos os recursos a distância, que podem ser pela internet, pela rádio, pela televisão e todas as formas que permitem aprender e manter contato com a aprendizagem a distância.”

Cerca 15 nações fecharam as escolas de forma parcial. Se a medida for implementada, em nível nacional, deixará mais centenas de milhões de alunos sem aulas. Defourny disse que é preciso conciliar esta decisão a cada realidade.

“Nesse contexto é muito importante também manter um vínculo com os alunos, criar comunidade e criar um sentido de pertença que seja importante tanto para os alunos como para os professores e para a comunidade. Por isso é muito importante que a estratégia de cada professor seja adaptada à circunstância do país e à circunstância da sua turma. Por isso, o currículo será revisado. Mas damos a possibilidade de manter esse vínculo de aprendizagem e de trabalhar a distância da melhor forma possível.”

Continuidade

Como parte das medidas para tentar retardar a propagação do novo coronavírus, a agência apoia ações para minimizar perturbações no sistema de educação e facilitar a continuidade do aprendizado, especialmente para os mais vulneráveis.

Uma reunião virtual com ministérios da Educação dos países afetados e preocupados em garantir meios alternativos de aprendizado para crianças e jovens juntou 73 países, incluindo ministros e vice-ministros.

Os temas discutidos na semana passada incluem a ajuda para preparar e implantar soluções de aprendizado à distância e de forma inclusiva, experiências e recursos digitais para abrir oportunidades a mais alunos sem grandes custos.

A agência incentiva plataformas de aprendizagem para apoiar a continuidade das aulas sem afetar o currículo local, parcerias para educação a distância e acompanhamento global de escolas e dos alunos afetados.

Oportunidades

A Unesco destaca que o encerramento das escolas, mesmo que seja de forma temporária, traz um custo social e econômico alto. Os mais favorecidos ficam com menos oportunidades para crescer e desenvolver.

Na área de nutrição, muitos menores ficam sem alimentos a que têm acesso na escola. Os pais com limitações para que os filhos acompanhem o aprendizado a distância podem sofrer com a falta de acesso a ferramentas digitais.

A Unesco aponta que vários menores também podem ter maior exposição a comportamentos de risco ficando sozinhos em casa.

Relatório da Unesco sobre água propõe soluções baseadas na natureza

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lança nesta segunda-feira (19) o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2018, durante a abertura oficial do Fórum Mundial da Água, em Brasília. A edição incentiva a busca por soluções baseadas na natureza (SbN), que usam ou simulam processos naturais para contribuir com o aperfeiçoamento da gestão da água no mundo.

O documento mostra que apesar da disseminação das tecnologias que envolvem a conservação ou a reabilitação de ecossistemas naturais, esses processos correspondem a menos de 1% do investimento total em infraestrutura para a gestão dos recursos hídricos. Segundo a oficial do Programa Mundial de Avaliação de Recursos Hídricos da Unesco, Angela Ortigara, o objetivo da publicação é incentivar a adoção de soluções baseadas na natureza para que sejam sejam efetivamente consideradas na gestão da água.

“O que acontece,  muitas vezes, é que, por facilidade, praticidade ou falta de conhecimento, ninguém pensa que se pode utilizar a natureza para gerenciar, por exemplo, enchentes ou prevenir um caso de seca. E, no entanto, o que a gente quer nesse relatório é mostrar que não é preciso necessariamente construir grandes obras de infraestrutura para melhorar a gestão da água”, afirmou Angela, em entrevista exclusiva aos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O relatório da Unesco ressalta que abordagens tradicionais não permitem que a segurança hídrica sustentável seja alcançada. Já as soluções baseadas na natureza trabalham diretamente com a natureza, não contra ela e por isso oferecem meios essenciais para ir além das abordagens tradicionais, de modo a aumentar os ganhos em eficiência social, econômica e hidrológica no que diz respeito à gestão da água. “As SbN são especialmente promissoras na obtenção de progressos em direção à produção alimentar sustentável, à melhora dos assentamentos humanos, ao acesso ao fornecimento de água potável e aos serviços de saneamento, e à redução de riscos de desastres relacionados à água. Elas também podem ajudar na resposta aos impactos causados pela mudança climática sobre os recursos hídricos”, diz a publicação.

“O relatório quer que as pessoas abram os olhos para soluções que talvez não estejam tão claras do ponto de vista de engenharia, não sejam tão conhecidas, mas que podem trazer soluções que não são banais. Se decidir reflorestar uma área, a primeira coisa que vai pensar é: essa área estará coberta, terá animais, mas também ajudará a recarregar a água subterrânea, os aquíferos”, disse a oficial da Unesco. “Há uma série de benefícios que são difíceis de ser quantificados economicamente e talvez essa seja uma das razões pelas quais essas soluções não venham sendo utilizadas. No entanto, são benefícios que têm que ser considerados se pensarmos em longo prazo”, completou Angela.

Entre os exemplos dados pela publicação está a ampliação de banheiros secos, aqueles que evitam o lançamento de dejetos em tubulações ligadas a centros de tratamento de água ou em rios. Esse tipo de banheiro também permite a produção de composto orgânico ao final do processo. Em uma proposta de solução mais ampla, o relatório apresenta a experiência das cidades-esponjas, na China, em que construções absorvem água da chuva de forma rápida e segura.

Economia

De acordo com o relatório, as soluções baseadas na natureza apoiam a “economia circular”, aquela considerada restauradora e regenerativa, que busca reduzir os desperdícios e evitar a poluição, inclusive por meio do reúso e da reciclagem. Além disso, a tecnologia apoia os conceitos de crescimento verde e de economia verde, que  promovem o uso sustentável dos recursos naturais e aproveitam os processos naturais como fundamento das economias. “Essa utilização das SbN no setor hídrico também gera benefícios no campo social, econômico e ambiental, incluindo a melhoria da saúde humana e dos meios de subsistência, o crescimento econômico sustentável, empregos dignos, a reabilitação e a manutenção de ecossistemas, e a proteção/desenvolvimento da biodiversidade”, ressalta a publicação.

O relatório diz que a demanda mundial por água tem aumentado a uma taxa de aproximadamente 1% ao ano, devido ao crescimento populacional, ao desenvolvimento econômico e às mudanças nos padrões de consumo, entre outros fatores, e continuará a aumentar de forma significativa durante as próximas duas décadas. No entanto, ao mesmo tempo, o ciclo hídrico mundial está se intensificando devido à mudança climática, com a tendência de regiões já úmidas ou secas apresentarem situações cada vez mais extremas.

Atualmente, estima-se que 3,6 bilhões de pessoas (quase metade da população mundial) vivem em áreas que apresentam potencial escassez de água de, pelo menos, um mês por ano. A expectativa, segundo a publicação, é de que essa população poderá aumentar para algo entre 4,8 bilhões e 5,7 bilhões até 2050.

Relatório da Unesco alerta para responsabilidade compartilhada na educação

Atualmente, 264 milhões de crianças e jovens no mundo estão fora da escola

Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) alerta governos, escolas, professores, pais e atores privados de que a educação precisa ser uma responsabilidade compartilhada. Segundo o documento, a culpa desproporcional sobre qualquer ator em relação a problemas educacionais sistêmicos pode ter sérios efeitos colaterais negativos, além de ampliar a inequidade e prejudicar a aprendizagem.

O Relatório de Monitoramento Global da Educação 2017-2018, com o tema “Responsabilização na Educação: Cumprir nossos compromissos” será lançado mundialmente amanhã (24). Pela primeira vez, o lançamento mundial acontecerá também no Brasil, em Brasília, e ao mesmo tempo em Londres (Reino Unido) e Maputo (Moçambique).

A coordenadora de educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, explica que a responsabilização de todos os setores da sociedade é fundamental para a qualidade da educação. “Cada ente tem uma responsabilização. Isso tem que estar muito claro, baseado em um arcabouço legal, justificável no sentido de essa responsabilidade poder ser cobrada. Nós só vamos atingir uma qualidade da educação, inclusiva, equitativa, se conseguirmos efetivamente fazer uma boa prestação de contas e ir corrigindo os problemas que encontramos no meio do caminho”, diz.

O relatório enfatiza a importância da responsabilização para enfrentar lacunas e desigualdades. Mundialmente, menos de 20% dos países garantem legalmente 12 anos de educação gratuita e obrigatória. Atualmente, há 264 milhões de crianças e jovens fora da escola, e 100 milhões de jovens incapazes de ler.

As políticas para melhorar práticas existentes “centradas na construção, em vez de na acusação”, têm mais chances de produzir sistemas educacionais equitativos, inclusivos e de qualidade, de acordo com o estudo da Unesco. “Nenhuma abordagem de responsabilização pode ser bem-sucedida se os atores não tiverem um ambiente favorável ou se forem despreparados para cumprir suas responsabilidades. Sem informações claras, nem recursos ou capacidades suficientes, seus esforços serão frustrados”, aponta o relatório.