Por que produzir uma simples caneta esferográfica ainda é um desafio na China

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Por: BBC Brasil

A China enviou foguetes ao espaço, produziu milhões de smartphones e fabricou trens de alta velocidade mas, até hoje, não tinha conseguido avançar em um setor: a produção de canetas esferográficas.

Há um ano, o primeiro-ministro, Li Keqiang, fez um pronunciamento em rede nacional de televisão lamentando o fracasso do país na produção de uma versão de boa qualidade de uma simples caneta.

De acordo com Li, as canetas produzidas no país eram “ásperas” quando comparadas com as fabricadas na Alemanha, Suíça e Japão.

O problema não está na tinta ou no corpo do objeto, mas na ponta, a bolinha que espalha a tinta enquanto a pessoa escreve.

Parece um dispositivo simples, mas para sua fabricação são necessárias máquinas de alta precisão e sólidas placas de aço que sejam muito finas.

Para resumir: o aço chinês não é suficientemente bom para fabricação destas placas. E é por isso que o país ainda luta para dar uma forma mais adequada às pontas das canetas esferográficas.

Com isso, os cerca de 3.000 fabricantes chineses de canetas tinham que importar esta parte crucial do objeto, algo que custa a esta indústria algo em torno de 120 milhões de yuans, ou US$ 17,3 milhões (mais de R$ 55 milhões) por ano.

O jornal local “People’s Daily” informou que a empresa estatal de ferro e aço Taiyuan Iron and Steel Co acredita ter encontrado um jeito para dar um fim a este problema depois de cinco anos de pesquisa.

O primeiro lote de pontas de canetas esferográficas de 2,3 milímetros da Taiyuan Iron and Steel Co acabou de ser produzido, segundo o jornal.

Se os testes de desempenho do produto derem certo, espera-se que a China consiga acabar com as importações deste componente das canetas nos próximos dois anos.

Simbólico

Na verdade, a capacidade de fazer uma boa esferográfica não é tão importante assim para a China.

O governo está muito mais preocupado é com a fabricação de produtos inovadores e de alta tecnologia, um dos pontos principais do programa “Made in China 2025”, criado para acelerar o crescimento interno.

E objetos de valor relativamente baixo, como as canetas esferográficas, não são prioridade.

Mas o mistério da fabricação destas canetas tinha um caráter simbólico.

Apesar de produzir mais da metade do ferro-gusa e do aço do mundo, a China continuava dependendo, em grande medida, das importações de aço de alta qualidade.

O premiê Li dizia que essa falha mostrava a necessidade de o país melhorar sua capacidade de manufatura.

Engenharia de precisão

“Historicamente, a China nunca conseguiu produzir engenharia de precisão e a ponta das canetas é um exemplo disso”, explicou George Huang, professor e chefe do departamento de engenharia mecânica e industrial da Universidade de Hong Kong.

“Suas partes são muito pequenas e precisas e não é simples resolver este problema.”

Huang conta que a engenharia de precisão está evoluindo apenas em alguns setores da China como o aeroespacial e o de defesa, que são prioridades para o governo.

Até nos casos dos smartphones e computadores, os chips mais sofisticados geralmente são importados do Japão e Taiwan.

Huang disse que a China não tem uma cultura de excelência em engenharia de precisão e o professor usou até uma palavra em mandarim, “fuzao”, que se refere a algo que não é 100% confiável ou estável.

“A cultura é diferente da japonesa ou da alemã”, acrescentou o professor sobre os países conhecidos por inovação em engenharia.

“Nós os chineses supostamente deveríamos ser os artesãos, mas de alguma forma nossa engenhosidade não é tão boa”, afirmou o professor.

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Inflação volta à meta e BC acelera a redução de juros

juros banco central
Redução dos juros pelo Banco Central surpreendeu o mercado

Por: Valor Econômico

Numa decisão que surpreendeu mercado e analistas, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu ontem a taxa básica de juros de 13,75% para 13% ao ano. A expectativa dominante era que corte seria de 0,5 ponto percentual. A decisão foi tomada por unanimidade e, no comunicado, o Comitê a justificou afirmando que a retomada da economia, em recessão há quase três anos, deve ser “ainda mais demorada e gradual”. Além disso, alegou que a queda dos preços se mostra mais “difundida”, incluindo o setor de serviços.

Ontem, o IBGE informou que a inflação de 2016, medida pelo IPCA, foi de 6,29%, abaixo, portanto, das previsões do mercado e do próprio governo e dentro do intervalo de tolerância do regime de metas, que vai de 2,5% a 6,5%. Houve recuo relevante na inflação de serviços – de 8,33% em 2015 para 6,47% em 2016.

Como as expectativas para 2017 mostram o IPCA convergindo para algo próximo da meta, haveria espaço para acelerar o corte. Num exercício revelado no comunicado da reunião de ontem, o Copom informou que, se a taxa Selic cair para 10,25% ao ano até dezembro, conforme a mediana das expectativas do mercado colhidas pelo Banco Central, o IPCA ficará em 4,4% neste ano e em 4,5% em 2018, portanto, na meta (de 4,5%).

O debate agora entre os analistas é sobre o ritmo dos próximos cortes da taxa básica e o patamar a que ela chegará ao fim do ciclo atual de afrouxamento monetário. Alguns analistas acham que o Copom praticamente deixou certo que o próximo corte, daqui a 45 dias, será de pelo menos 0,75 ponto percentual. Já há quem acredite que o ritmo de corte deva ser elevado para 1 ponto percentual.

“O Comitê entende que o atual cenário, com um processo de desinflação mais disseminado e atividade econômica aquém do esperado, já torna apropriada a antecipação do ciclo de distensão da política monetária, permitindo o estabelecimento do novo ritmo de flexibilização”, diz o comunicado do Copom.

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Turismo injetará R$ 21 bilhões no Brasil com feriados

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Em 2016, mais de 160 mil pessoas visitaram a Basílica de Aparecida no dia 12 de outubro

Por: Eliane Oliveira, do Globo

Ao contrário do comércio e da indústria, que se queixam da grande quantidade de feriados em 2017, o setor de turismo tem tudo para comemorar. Projeção feita pelo Ministério do Turismo, em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas, revela que as viagens nos fins de semana prolongados por feriados que caem na segunda, terça, quinta ou sexta-feira injetarão R$ 21 bilhões a mais na economia do Brasil.

O levantamento considerou um acréscimo de 22 dias de folga, quando 10,5 milhões de viagens deverão ser realizadas. Foram excluídos do cálculo o Carnaval, a Semana Santa, o Natal e o Réveillon, períodos tradicionais de alta movimentação nos aeroportos, rodoviárias e rodovias.

De acordo com o estudo, o feriado que deve gerar o maior impacto é o Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, quando 1,94 milhão de viagens movimentarão R$ 3,9 bilhões na economia.

— São números que reforçam a vocação do turismo para ajudar no desenvolvimento econômico e na geração de emprego do país. Enquanto diversas atividades demonstram preocupação com os fins de semana prolongados em 2017, o setor de viagens se prepara para faturar — disse o ministro do Turismo, Marx Beltrão.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), Edmar Bull, as empresas do segmento já começaram a sentir o impacto dos feriados com o aumento na procura por pacotes de viagens. A entidade estima que a demanda por viagens de lazer em 2017 deverá crescer entre 8% e 14%.

— Os brasileiros vão poder viajar mais, gastando menos, porque uma das vantagens da ocupação pulverizada ao longo do ano é o maior equilíbrio na equação oferta x demanda, o que impacta diretamente na composição das tarifas aéreas e hoteleiras — afirmou Bull.

A pesquisa levou em consideração os feriados de 21 de abril (Tiradentes, sexta-feira), 1º de maio (Dia do Trabalho, segunda-feira), 15 de junho (Corpus Christi, quinta-feira), 7 de setembro (Independência do Brasil, quinta-feira), 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida, quinta-feira) e 2 de novembro (Finados, quinta-feira).

Carnaval, Semana Santa, Natal e Réveillon foram desconsiderados, porque via de regra geram fins de semana prolongado e a ideia da projeção foi levantar qual o valor a ser acrescentado na movimentação econômica nacional em 2017.

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Senado norte-americano aprova primeiro passo para revogação do ‘Obamacare’

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Programa idealizado pela governo Obama está em vigor desde 2010

Por: Uol

O Senado norte-americano aprovou no início desta quinta-feira (12), após debate de sete horas, projeto de orçamento apelidado de “resolução de revogação”, considerado o primeiro passo rumo à revogação do programa de saúde conhecido como ‘Obamacare’ – um dos principais objetivos dos republicanos do Congresso e do presidente eleito Donald Trump.

Foram 51 votos (contra 48) a favor da proposta, que os líderes da Câmara planejam levar para apreciação da Casa já nesta sexta-feira (13).

“Esta resolução preparará o terreno para o verdadeiro alívio legislativo do ‘Obamacare’ que os americanos têm exigido há muito tempo, garantindo uma transição estável”, afirmou Mike Enzi, senador do Partido Republicado pelo Estado de Wyoming, à CNN.

Segundo os republicanos, a lei de saúde de 2010 está quebrada e deve ser revogada e substituída.

Republicanos disseram que o processo de derrubar o Obamacare pode levar meses, e o desenvolvimento de um plano substituto pode levar mais tempo. Mas eles estão sob pressão de Trump para agir rapidamente.

Na quarta-feira (11), o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou em entrevista coletiva sua intenção de derrubar o programa de Obama e anunciou que o substituirá “quase simultaneamente” por um novo plano.

“‘O ‘Obamacare’ é um completo desastre”, disse Trump em Nova York. “Vamos ter um sistema de saúde que é muito menos caro e muito melhor.” Ele não deu detalhes, porém, de como a iniciativa funcionará.
criada pelo governo Obama. A cobertura foi estendida com a expansão de um outro programa, chamado Medicaid, e através de consultas online onde consumidores podem receber subsídios baseados em sua renda.

No passado, republicanos lançaram sucessivos esforços legais e legislativos para derrubar a lei, criticando-a como um excesso do governo. Eles dizem que querem substituí-la ao dar aos Estados, e não ao governo federal, mais controle.

Mas, recentemente, alguns republicanos expressaram preocupações sobre a atual estratégia do partido de votar por uma revogação sem ter um plano substituto pronto.

O presidente da Casa, Paul Ryan, disse nesta semana querer colocar o máximo de provisões possíveis de substituição na legislação de revogação do Obamacare. Mas o presidente do Comitê de Finanças do Senado, Orrin Hatch, um republicano, disse que isso pode ser difícil sob as regras do Senado.

A resolução aprovada nesta quinta-feira instrui comitês da Câmara e do Senado a traçarem uma legislação de revogação, com prazo estimado de 27 de janeiro. Ambas as Casas precisão, então, aprovar a legislação resultante antes de qualquer revogação entrar em efeito.