Espetáculos de dança, de teatro, mostras de filmes, cortejos e shows marcam a primeira edição do Festival de Cultura Popular Brasileira, que ocorre a partir de hoje (18) no Museu da Vida Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O evento é gratuito e a programação segue até sexta-feira (21), no campus Manguinhos, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.
O Festival de Cultura Popular Brasileira faz parte da programação da 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). O festival nasce a partir de experiências prévias de eventos culturais no campus Manguinhos. A partir de outras atividades, o Museu da Vida Fiocruz identificou um interesse dos participantes por ações relativas a temas de viés cultural.
Na programação, o Ballet Manguinhos unirá o balé clássico e a dança contemporânea com músicas de Elza Soares e o Jongo da Serrinha, com o show Vida ao Jongo, que conta a história do ritmo que deu origem ao samba, tombado em 2005 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como primeiro Patrimônio Imaterial do Sudeste.
O Centro de Recepção e a Tenda da Ciência do Museu da Vida Fiocruz serão os grandes palcos do festival. Festas típicas brasileiras, de diferentes regiões, serão homenageadas ao longo de 4 dias.
Segundo a Fiocruz, o objetivo é oferecer um evento sobre cultura popular de forma mais ampliada e atingir outros grupos, como o público escolar, já que, de terça-feira a sexta-feira, o espaço recebe, majoritariamente, etudantes e professores de escolas públicas e particulares. A programação está disponível no site do Museu da Vida.
Para além do Festival, a 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia acontece também até sexta-feira em diversas instituições públicas e privadas de todo o país, incluindo universidades, museus, fundações de amparo à pesquisa, parques ambientais, jardins botânicos e zoológicos, secretarias estaduais e municipais, entre outras instituições. O objetivo da SNCT é mobilizar a população brasileira, em especial os jovens, para iniciativas científico-tecnológicas por meio de atividades gratuitas e abertas à comunidade. A programação completa está disponível no site do evento.
Quem for ao Museu do Amanhã no 7 de outubro, terá um dia de cultura e serviços de saúde gratuitos. A entrada no Museu será franca, concedida pela Rede D’Or via Lei Federal de Incentivo à Cultura. O público poderá apreciar a mostra Amazônia, do fotógrafo Sebastião Salgado. Ele é reconhecido mundialmente por retratar em preto e branco a natureza e a desigualdade social. A exposição, que já recebeu mais de 100 mil visitantes, é resultado de sete anos de experiências e expedições de Sebastião Salgado na Amazônia brasileira. Através de suas lentes, o fotógrafo retrata a vida na floresta e os povos originários.
Em paralelo à exposição, das 10h às 17h, em uma tenda montada no jardim do Museu pelo Hospital Glória D’Or, o público poderá fazer exames de pressão arterial, colesterol e teste de glicemia. Diretor do hospital, Bruno Queiroz, explica que os exames são vitais na prevenção de doenças crônicas, como hipertensão e diabete. Ele relata que muitas vezes, na correria do dia a dia, as pessoas não conseguem ter tempo para realizar exames simples, porém fundamentais. Também haverá uma programação especial para as crianças, inclusive com pediatras tirando dúvidas sobre vacinação. Por isso é importante que os pais levem a carteira de vacinação de seus filhos. “Será uma oportunidade de aproveitar o dia com a família, admirando uma exposição que vem encantando o mundo inteiro e ainda poder dedicar um momento para cuidar da saúde”, destaca Bruno.
Emblema de uma cultura de mais de 3 mil anos, quando eram usadas como transporte pelos povos polinésios, a canoa havaiana, no dia 1 de outubro, também será símbolo da perseverança para mulheres que enfrentam o câncer de mama. Com o apoio da Oncologia D’Or, o clube He Hei VA’A vai promover na Praia de Charitas, em Niterói, uma ação para mostrar como a prática desse esporte pode ser uma importante ferramenta para fortalecer o físico e autoestima de mulheres que convivem com o câncer.
No dia, haverá apresentação do esporte feito pela equipe Rosas Va’a, formada por mulheres que fazem tratamento ou que já enfrentaram algum tipo de câncer. A equipe nasceu como uma atividade de promoção à saúde, mas deu tão certo que hoje elas disputam o Campeonato Estadual de Canoa Havaiana. Em paralelo, também serão realizadas no dia palestras motivacionais, campanhas de conscientização, bem como ações de incentivo à prática esportiva e ao benefício da competição.
Para o diretor da Oncologia D’Or, Marcus Vinicius J. dos Santos, a equipe do He Hei VA’A transmite uma mensagem fundamental de que a vida não deve parar após o diagnóstico de um câncer e de que é possível continuar sua rotina e desenvolver novos projetos. “No dia que marca o início da campanha mundial de prevenção ao câncer de mama, é muito bom poder apoiar uma iniciativa que compartilha o exemplo dessas mulheres que formam a equipe Rosas Va’a. Que elas possam encorajar mais pessoas que também enfrentam algum tipo de câncer”, afirma Marcus Vinicius. Ele ainda ressalta que a prática da atividade física é um importante aliado na prevenção à doença, bem como pode contribuir para amenizar os efeitos de tratamentos oncológicos, desde que realizados sob orientação médica.
Mostra “O Conto da Ilha Desconhecida”, inspirada na obra de José Saramago, no Museu da Língua Portuguesa.
Da Agência Brasil
A instalação O Conto da Ilha Desconhecida, inspirada em livro de mesmo nome do escritor português José Saramago, está em cartaz no Museu da Língua Portuguesa, na estação da Luz, em São Paulo, até o dia 24. As crianças que forem visitar o local podem participar ainda do projeto Estação Férias – Lugares para Mirar, que promove uma série de oficinas e atividades socioeducativas. A visita à instalação e a participação nas oficinas são gratuitas e não precisam de agendamento: basta se dirigir ao Saguão B do Museu da Língua Portuguesa.
“É uma programação especial de férias, de terça-feira a domingo, e temos atividades inspiradas em O Conto da Ilha Desconhecida, do José Saramago, porque o Museu da Língua Portuguesa integra as instituições que celebram o centenário do Saramago”, explicou Marília Bonas, diretora-técnica do Museu da Língua Portuguesa. “Saramago tem essa fama de ser um autor difícil. Mas ele tem uma produção muito extensa e uma produção, inclusive, de literatura infantil e infanto-juvenil. O Conto da Ilha Desconhecida é um livro para todas as idades e a gente o escolheu porque ele consegue trazer e se conectar intergeracionalmente. E esse é um compromisso do museu: ampliar os horizontes quando estamos falando de literatura”, acrescentou.
O Conto da Ilha Desconhecida fala da possibilidade de se realizar sonhos. Um homem vai ao rei e lhe pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que ela é desconhecida. O homem argumenta que assim são todas as ilhas até que alguém desembarque nelas. Há várias interpretações possíveis para o livro, mas o que o museu busca com as atividades é proporcionar uma experiência lúdica ao público.
A começar pela instalação que foi criada pela companhia teatral Pia Fraus e que consiste em uma barca inflável de sete metros de comprimento. Dentro da barca se encontram os personagens do livro: uma série de bonecos feitos dos mais diferentes materiais. A barca pode ser visitada diariamente. E, aos domingos, às 10h30, ainda há contação de histórias no local.
Ao lado da barca, foram instaladas mesas para as atividades e oficinas de férias. Ali, há espaço para escrita, leitura de livros, confecção de materiais e as crianças podem se sentar próximo a uma máquina de escrever para registrar seus pedidos ao rei. Foi o que os primos João Augusto e Matheus fizeram.
“Pedi um outro barco ao rei para poder colocar mais pessoas na tripulação”, contou Matheus, 11 anos. Já o primo João Augusto, 13 anos, fez um pedido mais pessoal. “Eu pedi ao rei para ser jogador”, falou ele.
João e Matheus participaram das atividades após terem visitado o museu. Matheus gostou muito do que encontrou por lá. “O Museu conta a história da língua [portuguesa], das pessoas. É muito legal. Bem divertido. A parte que eu mais gostei foram os totens, onde tem pessoas falando em outras línguas. Dá para você conhecer um pouco da outra língua”, contou. “Vim aqui passear com minha tia-prima, minha mãe e meu primo. Foi a primeira vez que vim e achei sensacional. Gostei de tudo”, falou João Augusto.
A dona de casa Erinalva Gomes da Rocha, mãe de João Augusto, contou ter aproveitado o período de férias para levar o filho e o primo ao museu. “Acho ótimo [ter uma atividade para as crianças nas férias] porque assim tiramos eles do celular e da tecnologia. Distrai a cabeça, aprende”, falou ela à reportagem.
A administradora Silvana Watanabe também aproveitou uma visita que fez ao museu com as duas filhas e a sobrinha para conhecer o espaço em homenagem a Saramago. “Nós viemos ao museu e acabamos vendo essa exposição. Aqui elas descobriram a máquina de escrever e acharam muito legal. Gostaram do carimbo também”, disse ela à Agência Brasil.
Silvana diz ter o hábito de sempre levar as filhas a museus. “A cultura é muito importante para as crianças. Conhecer pessoalmente e tocar é muito mais lúdico para elas do que só estudar nas escolas”, falou ela.
“A ação educativa está com o ateliê aberto, onde as pessoas podem entrar em contato de forma poética com o conto. E, diariamente, estamos oferecendo oficinas. Uma delas é a Objetos de Mirar, onde a ideia é que as crianças possam construir objetos ópticos como monóculos e lunetas, com a ideia de ver com mais poesia o cotidiano. E também temos a oficina Embarcar, em que as crianças aprendem a construir embarcações com folhas, com páginas dos livros, já suscitando a ideia de que a própria leitura é uma viagem”, disse Rochele Beatriz, supervisora das oficinas promovidas pelo museu.
A Estação Férias ocorre de terça a domingo, das 10h as 17h, com as oficinas acontecendo às 10h30 e às 14h. Mais informações sobre a programação de férias do Museu da Língua Portuguesa podem ser obtidas aqui.