CNI divulga estudo sobre mercado de carbono no mundo
Ações de precificação cobrem 21,5% das emissões mundiais de gases

 

Da Agência Brasil

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou nesta terça-feira (14) o estudo Mercado de Carbono: Análise de Experiências Internacionais. O documento apresenta iniciativas da União Europeia, do México, do Western Climate Initiative (WCI) no Canadá e Califórnia, do Japão e da Coreia do Sul. O objetivo é apontar elementos comuns que possam ser úteis para a reflexão sobre a governança de um mercado de carbono no Brasil.

Os principais pilares apontados no estudo para mercados de carbono estão liderança no Executivo, descentralização, criação de novas estruturas, organização dos sistemas de compensação, interface com o setor privado e formas de interação com setores não regulados.

De acordo com dados do Banco Mundial, as iniciativas de precificação de carbono cobrem cerca de 21,5% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, com 64 iniciativas implementadas ou em estudo. Os preços de comercialização variam entre US$ 1 e US$ 137 por tonelada de CO² equivalente, sendo que mais de 51% das emissões cobertas por sistemas de precificação de carbono têm preço médio de US$ 10 por tonelada de CO² equivalente.

O estudo mostra que, nos países analisados, o sucesso na implementação de programas duradouros esteve associado a três elementos: governos com forte capacidade de articulação com o setor privado, vontade política para avançar na agenda climática como um tema de Estado, e não de governo, com um sistema de relato obrigatório de emissões.

Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o mercado regulado de carbono precisa ser planejado com uma estrutura de governança adequada para que seja viável e atrativo a investimentos. O objetivo do estudo, que foi entregue a representantes do governo e parlamentares, é subsidiar os debates da regulamentação desse mercado.

Os cinco mercados analisados têm modelos de governança distintos e, portanto, com graus diferentes de descentralização. Os programas que nascem com o desafio de integrar jurisdições de países diferentes, como o sistema de comércio de carbono europeu (EU-ETS) e a WCI, apresentam maior grau de descentralização.

De acordo com o documento, todos os programas estudados têm um ou mais entes privados em sua estrutura de governança. A função mais frequente atribuída a um ente privado é a verificação dos relatos, que é feita total ou parcialmente por ele nos cinco modelos.

A segunda função mais frequente é a de plataforma de comércio de permissões, que é executada por bolsas de valores na União Europeia e Coreia do Sul, por uma empresa privada na WCI e que, potencialmente, também será executada pela bolsa de valores no México.

Rede D’Or São Luiz recebe prêmio por liderança climática na área de saúde
Pelo segundo ano seguido, a empresa é reconhecida por adoção de políticas sustentáveis para o clima

Da Redação

A Rede D’Or São Luiz conquistou o selo Ouro na Categoria Energia Renovável na premiação 2020 Climate Champions of the Health Care Climate Challenge. Promovida pela Global Green and Healthy Hospitals (GGHH), a premiação destaca anualmente hospitais, sistemas de saúde e organizações de saúde que estão avançando em direção a cuidados inteligentes em termos de clima, mitigando seu próprio impacto climático, economizando dinheiro e liderando pelo exemplo. Para o vice-presidente executivo, Mauricio Lopes, o reconhecimento reforça o compromisso da empresa na condução dos seus negócios de forma sustentável. “A premiação também evidencia que os investimentos estão alinhados com políticas, normas e práticas responsáveis de gestão, considerando os impactos positivos ao meio ambiente, ao desenvolvimento social e à governança”, afirma.

Mauricio explica que a empresa vem dedicando relevantes investimentos e esforços para minimizar o impacto ambiental. Prova disso, é que a Rede D’Or já havia conquistado, em 2019, o selo ouro na América Latina como liderança climática de organizações de saúde na premiação Health Care Climate Challenge 2019. As premiações consagram a empresa na vanguarda na adoção de políticas sustentáveis para o clima.

Aferimento das emissões de carbono, diversificação da matriz energética, redução de consumo de energia com equipamentos eficientes e rateio do número de máquinas em operação conforme demanda, reaproveitamento térmico para aquecimento de água e menor nível de ruído são exemplos da política ambiental que norteia as boas práticas desenvolvidas. Mauricio ainda destaca a adesão de hospitais da Rede ao Projeto Hospitais Saudáveis, que simboliza o compromisso em alcançar as metas da Agenda Global para Hospitais Verdes e Saudáveis (AGHVS).

A contratação de energia no Mercado Livre é mais um movimento que vai ao encontro da política de reduzir o impacto ambiental e tornar suas atividades cada vez mais sustentáveis. Toda a energia contratada no Mercado Livre é gerada por fontes renováveis certificadas como usinas eólicas. “As mudanças climáticas são uma preocupação para o nosso planeta e exigem que as empresas tomem medidas responsáveis. No nosso caso, por sermos da área de saúde, o dever é ainda maior, pois os problemas ambientais impactam diretamente no bem estar das pessoas”, afirma o vice-presidente executivo.

Arábia Saudita anuncia criação de cidade ecológica sem carros
O novo centro será também baseado em tecnologias de inteligência artificial

Da Agência Brasil

A Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo bruto, anunciou a criação de uma cidade ecológica com “zero carros, zero estradas, zero emissões de CO²” no Neom, área no noroeste do país que se encontra em desenvolvimento. Uma região futurista e turística, Neom está na lista dos muitos megaprojetos em curso para diversificar a economia da Arábia Saudita, que depende fortemente da exportação do petróleo.

“Como presidente da direção da Neom, apresento “The Line”, uma cidade que pode acomodar 1 milhão de habitantes, tem 170 quilômetros de comprimento e preservará 95% das áreas naturais”, anunciou o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman em comunicado transmitido na televisão.

“Não haverá carros, estradas e terá emissões zero de carbono”, acrescentou o líder do país, que é a maior economia do mundo árabe, mas regularmente classificada entre os estados mais poluidores do mundo.

“Devemos transformar as cidades em cidades do futuro”, disse, referindo-se a uma “revolução civilizacional”.

Detalhes do projeto serão divulgados mais tarde, assegurou o príncipe Mohammed bin Salman, antes de mostrar imagens computorizadas da “linha” e paisagens de desertos primitivos e mares azuis.

A cidade pensada para pedestres terá serviços como escolas e centros de saúde, bem como espaços verdes e transportes públicos de alta velocidade, que não fazem mais de 20 minutos de viagem, de acordo com um comunicado de imprensa.

O novo centro urbano será também baseado em tecnologias de inteligência artificial (IA) e “equipamento de baixo impacto de carbono, alimentado a 100% por energia renovável”.

A construção da “The Line” terá início no primeiro trimestre de 2021 e será financiada pelo Fundo Saudita de Investimento Público (PIF), o principal instrumento da política de diversificação econômica do país.

O projeto vai criar 380 mil empregos e a sua contribuição para o Produto Interno Bruto está estimada em 180 bilhões de riyals (moeda da Arábia Saudita, mais de 39 bilhões de euros) até 2030, de acordo com a nota da Neom.

Emissões mundiais de dióxido de carbono caem 7% devido à pandemia
Informação é do Projeto Carbono Global, integrado por cientistas

A pandemia confinou populações, reduziu viagens e quase paralisou a economia, levando o planeta a diminuir emissões de dióxido de carbono (CO²) em 7%, a maior queda já registrada, segundo dados preliminares de um grupo de cientistas. O Projeto Carbono Global, formado por dezenas de cientistas internacionais, calculou que o mundo terá lançado 34 bilhões de toneladas de CO² na atmosfera em 2020, contra 36,4 bilhões em 2019, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (11) na revista Earth System Science Data.

De acordo com os pesquisadores, a histórica redução deve-se sobretudo ao fato de as pessoas terem ficado em casa, viajando menos de carro e de avião. O transporte terrestre representa cerca de um quinto das emissões de dióxido de carbono, provenientes da combustão de combustíveis fósseis, principais responsáveis pelo aquecimento global que dá origem a alterações climáticas.

Os cientistas alertaram, no entanto, que as emissões de gases poluentes voltarão a aumentar após o fim da pandemia.

“Claro que o confinamento não é de maneira nenhuma a forma de combater as alterações climáticas”, disse Corinne LeQuere, cientista climática da Universidade de East Anglia e coautora do estudo.

O grupo de cientistas tinha previsto quedas nas emissões de 4% a 7% este ano, dependendo da progressão da pandemia de covid-19. O surgimento de novos casos da doença e as reduções contínuas nas viagens levaram a diminuição a atingir os 7%, explicou LeQuere.

As emissões diminuíram 12% nos Estados Unidos e 11% na Europa, mas apenas 1,7% na China, que iniciou mais cedo o confinamento e não registrou aumento de casos, com a indústria também menos afetada que em outros países.

Apesar da redução sem precedentes das emissões de CO² em 2020, o mundo colocou em média 1.075 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera a cada segundo.

Os cientistas esperam que o mundo tenha aprendido algumas lições com a pandemia.

“À medida que as pessoas se habituam a fazer teletrabalho um par de dias por semana ou se apercebem de que não precisam de fazer tantas viagens de negócios, poderemos ver diminuir as emissões futuras relacionadas com o comportamento”, afirmou o diretor do Stanford Woods Institute for the Environment, Chris Field, citado pela agência de notícias Associated Press (AP).