Endoscopia
Coluna assinada por Claudio Rufino Gomes Júnior, coordenador do serviço de endoscopia do Hospital e Maternidade Ribeirão Pires - Rede D'Or

(Imagem: Freepik)

Publicado no jornal Diário do Grande ABC.

O que é endoscopia?

A endoscopia digestiva alta é o exame do trato digestivo alto, onde o esôfago, estômago e parte do duodeno são visualizados diretamente, através de um aparelho chamado videoendoscópio, que possibilita também fotografar e filmar as partes examinadas.

Para que serve a endoscopia?

Podemos dividir os exames endoscópicos em diagnósticos e terapêuticos. A investigação de diferentes sinais e sintomas apresentados pelo paciente, por meio do exame direto da mucosa, é função da parte diagnóstica. A endoscopia terapêutica permite tratar endoscopicamente algumas doenças, como retirada de tumores e dilatação de segmentos que apresentam diminuição do seu calibre. Também atua em casos urgentes, permitindo a remoção de corpo estranho, que ocorre muito em crianças, e no tratamento de sangramentos digestivos. Essa parte terapêutica tem crescido bastante, substituindo inclusive alguns procedimentos cirúrgicos, como no caso da gastrostomia (colocação de sonda para alimentação) e também no auxílio da perda de peso, com a implantação de balões intragástricos e a realização de gastroplastia endoscópica (redução do estômago).

Como é o preparo da endoscopia?

O preparo é simples, consistindo no jejum absoluto de cerca de oito horas. Entretanto, vale lembrar que os pacientes que utilizam alguns medicamentos para controle da diabetes e do peso, como a semaglutida e liraglutida, possuem um esvaziamento gástrico mais lento. Neste caso, há a necessidade de jejum maior, sendo esta condição comunicada na marcação do exame.

Quais as principais doenças que podem ser de-tectadas com o exame?

Inflamações como esofagite, gastrite e úlceras. A evolução dos aparelhos permite também o diagnóstico de tumores nos seus estágios iniciais, possibilitando a retirada destas lesões antes da fase avançada.

A endoscopia é segura? Existem contraindicações?

Sim, é um exame seguro. Porém, devemos lembrar que, na grande maioria das vezes, o exame é realizado com sedativo endovenoso. Portanto, sempre temos que verificar antecipadamente se o paciente possui condições clínicas para receber a sedação para que não ocorram eventuais complicações. As contraindicações são poucas nos exames diagnósticos de rotina. Pacientes com alterações cardiopulmonares importantes, por exemplo, devem possuir liberação do seu médico.

Quais são os diferenciais do Hospital e Maternidade Ribeirão Pires para a realização do exame?

Possuímos um setor de endoscopia amplo, com profissionais experientes e capacitados, onde todos os exames são realizados com o acompanhamento de médico anestesiologista. Desta maneira, há a diminuição de riscos eventuais, permitindo assim a realização de exames e procedimentos diversos que não podem ser efetuados em clínicas ou hospitais de menor estrutura.
Além disso, contamos com vários aparelhos no setor, seguindo os principais protocolos para desinfecção.

Tecnologia utilizada no Hospital DF Star é alternativa para tratamento de Neuralgia do Trigêmeo
Hospital foi pioneiro na América Latina a utilizar o Gamma Knife Icon, aparelho de radiocirurgia dedicado a tratamento de lesões no sistema nervoso central

Hospital DF Star o primeiro da América Latina a utilizar o Gamma Knife Icon. (Foto: Divulgação)

Da Redação

Conhecida por ser a doença que desenvolve “a pior dor do mundo”, a Neuralgia do Trigêmeo é uma patologia relacionada a uma dor intensa na face, ocasionada por disfunção do nervo trigêmeo (nervo sensitivo da face). A forma clássica da doença causa dor extrema e repentina, semelhante a um choque com duração de alguns segundos, podendo chegar a minutos.

O tratamento inicial para a enfermidade é realizado por meio de medicamentos, especialmente anticonvulsivantes. “Caso haja resistência da doença à terapia medicamentosa ou intolerância aos remédios, procedimentos como a radiocirurgia por Gamma Knife pode ser indicada”, explica o radio-oncologista da Oncologia D’Or, Allisson Borges. O Gamma Knife Icon é um aparelho de radiocirurgia estereotáxica, que dispensa a necessidade do uso de bisturi e incisão. Para realizar o procedimento da radiocirurgia, o equipamento utiliza 192 fontes de cobalto que emitem radiação com uma alta precisão, para tratamento tanto de tumores, malignos e benignos, quanto distúrbios vasculares e funcionais no cérebro, com uma dose baixa nos tecidos sadios adjacentes.

No caso do uso para tratamento de Neuralgia do Trigêmeo, o procedimento é realizado por uma equipe multidisciplinar formada por radioterapeuta, neurocirurgião, físico médico e enfermagem. “O objetivo é aplicar uma alta dose de radiação em uma porção do nervo acometido, gerando uma ablação do nervo e, com isso, a redução da chegada do estímulo doloroso ao sistema nervoso central. Como a dose é muito alta, cerca de quatro vezes maior do que a dose de radiação usada para tratamento de um tumor cerebral, a precisão do equipamento precisa ser submilimétrica e a equipe precisa ter uma expertise para garantir a correta entrega da dose de radiação no alvo”, explica Allisson Borges.

A primeira Radiocirurgia Funcional do Centro-Oeste para tratamento de Neuralgia do Trigêmeo foi realizada no ano de 2019, no Hospital DF Star, em Brasília. Por não ser invasivo, a paciente fez o tratamento e no mesmo dia foi liberada para voltar para casa.

Julho Amarelo alerta para os riscos das hepatites virais

Da Redação

Hepatites virais são inflamações causadas por vírus que atingem o fígado, acarretando ao órgão alterações leves, moderadas ou graves. No mês de julho, é celebrado a luta contra as Hepatites Virais. A data tem como objetivo alertar a população dos riscos da doença.

A hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus VHA. Sua transmissão é fecal-oral, ou seja, por contato entre indivíduos ou por meio de alimentos e água contaminados. A hepatite B é causada pelo vírus HBV. Por este tipo de vírus estar presente no sangue, espermatozóide e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. Já a hepatite C é causada pelo vírus HCV. Assim como o vírus da hepatite B, o causador da hepatite C está presente no sangue. A transmissão é feita por compartilhamento de material como seringas, agulhas, lâminas de barbear, escovas de dentes, alicates de unha, instrumentos usados para confecção de tatuagens e colocação de piercings, e relação sexual sem proteção.

Os sintomas das hepatites A e B geralmente são cansaço, tontura, enjoo/vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Na hepatite A, os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. Na hepatite B, os sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção. Já a hepatite C não possui sintomas. Porém, os vírus das hepatites B e C podem causar infecção que pode persistir por mais de seis meses.

De acordo com a hepatologista do Hospital DF Star, da Rede D’Or, Liliana Mendes, a maior diferença entre as hepatites A, B e C é que a hepatite A só tem a fase aguda. “Ela não gera consequências tipo fibrose, cicatrizes e cirrose, mas pode ser muito grave e provocar a necessidade de transplante de fígado. As hepatites B e C podem ser mais prolongadas. Muitas vezes, elas precisam de medicamentos para que possam ser eliminadas ou controladas. Se não forem tratadas, podem levar a cirrose e câncer de fígado”, explica.

Segundo a hepatologista, as hepatites B e C têm mais importância no Brasil e no mundo. “Durante muitos anos, a hepatite C foi a principal causa de transplante hepático no Brasil e no mundo. No ano de 1992, ela foi rastreada pela primeira vez no Brasil em bolsas de sangue. Desde então, a gente pôde ter um agente que fosse responsável por essa hepatite crônica que levava os pacientes a tantos óbitos. A partir daí, conseguimos identificar um tratamento que resultasse em respostas melhores. Atualmente, com o uso de comprimidos, durante 12 semanas, a gente tem a cura da hepatite C em 95% dos pacientes tratados, sem tantos efeitos colaterais”, afirma Liliana Mendes.

No Distrito Federal, a cobertura vacinal de Hepatite A infantil está em 86,22%, Hepatite B, 85,58%, e Pentavalente em 85,56%, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. “O ideal é que as pessoas façam exames anualmente com a dosagem das enzimas do fígado, para ver se existe inflamação que seja suspeita de hepatite. A orientação é que todo mundo, pelo menos uma vez na vida, faça a dosagem do anticorpo para hepatite C. Se a pessoa não foi vacinada para hepatites A e B, e não tem anticorpos por ter adquirido os vírus A e B, pode ser tomada a vacina. Já a hepatite C, não tem vacina. O que deve ser feito é a prevenção. Garantir que todo material perfurocortante seja de uso individual. Além de evitar sexo desprotegido”, conclui a hepatologista.

Cardiopatia congênita afeta 30 mil crianças por ano e 40% necessitam de cirurgia
Diagnóstico precoce é crucial; Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D'Or, é referência para tratamento

A cardiopatia congênita é um problema na estrutura do coração presente no nascimento. Ela se origina de uma alteração no desenvolvimento embrionário do coração, afetando tanto a estrutura quanto a função do órgão.

Por ano, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem com o problema no Brasil e aproximadamente 40% vão necessitar de cirurgia ainda no primeiro ano, o que representa 12 mil pacientes. As estatísticas mostram que, em média, 1.800 destas crianças morrem antes de completar um ano de vida. Na apresentação grave da doença após o nascimento, ela pode ser responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.

O diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas durante a gravidez é crucial para melhorar o prognóstico da criança, reduzir o risco de complicações, oferecer mais opções de tratamento e diminuir a ansiedade dos pais.

De acordo com o Ministério da Saúde, estatísticas demonstram que 90% da incidência em crianças ocorre na gestação, sem fator de risco comprovado. A recomendação é evitar as principais causas para todas as malformações: tabagismo, alcoolismo e uso de determinados medicamentos. Além disso, é importante saber se há histórico da doença na família.

O Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or, em Santo André, é referência na região para o tratamento do problema. Possui uma equipe de cardiopatia congênita especializada em pediatria, cardiologia, obstetrícia, medicina fetal, neonatologia, arritmias e cuidados fetais. Oferece toda a estrutura e exames para os cuidados necessários. É o único da região que conta com ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), equipamento de alta complexidade que pode funcionar como pulmão ou coração artificiais.

“A equipe de Cardiopatia Congênita do Hospital e Maternidade Brasil está preparada com excelentes profissionais para o diagnóstico e tratamento. Temos o propósito também de combater possíveis discriminações, apoiar as famílias e promover a inclusão dos pacientes”, afirma Fernanda Campanha, médica responsável pelo Programa de Cardiologia Pediátrica e Congênita do Hospital e Maternidade Brasil.