Julho Amarelo alerta para os riscos das hepatites virais

Da Redação

Hepatites virais são inflamações causadas por vírus que atingem o fígado, acarretando ao órgão alterações leves, moderadas ou graves. No mês de julho, é celebrado a luta contra as Hepatites Virais. A data tem como objetivo alertar a população dos riscos da doença.

A hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus VHA. Sua transmissão é fecal-oral, ou seja, por contato entre indivíduos ou por meio de alimentos e água contaminados. A hepatite B é causada pelo vírus HBV. Por este tipo de vírus estar presente no sangue, espermatozóide e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. Já a hepatite C é causada pelo vírus HCV. Assim como o vírus da hepatite B, o causador da hepatite C está presente no sangue. A transmissão é feita por compartilhamento de material como seringas, agulhas, lâminas de barbear, escovas de dentes, alicates de unha, instrumentos usados para confecção de tatuagens e colocação de piercings, e relação sexual sem proteção.

Os sintomas das hepatites A e B geralmente são cansaço, tontura, enjoo/vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Na hepatite A, os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. Na hepatite B, os sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção. Já a hepatite C não possui sintomas. Porém, os vírus das hepatites B e C podem causar infecção que pode persistir por mais de seis meses.

De acordo com a hepatologista do Hospital DF Star, da Rede D’Or, Liliana Mendes, a maior diferença entre as hepatites A, B e C é que a hepatite A só tem a fase aguda. “Ela não gera consequências tipo fibrose, cicatrizes e cirrose, mas pode ser muito grave e provocar a necessidade de transplante de fígado. As hepatites B e C podem ser mais prolongadas. Muitas vezes, elas precisam de medicamentos para que possam ser eliminadas ou controladas. Se não forem tratadas, podem levar a cirrose e câncer de fígado”, explica.

Segundo a hepatologista, as hepatites B e C têm mais importância no Brasil e no mundo. “Durante muitos anos, a hepatite C foi a principal causa de transplante hepático no Brasil e no mundo. No ano de 1992, ela foi rastreada pela primeira vez no Brasil em bolsas de sangue. Desde então, a gente pôde ter um agente que fosse responsável por essa hepatite crônica que levava os pacientes a tantos óbitos. A partir daí, conseguimos identificar um tratamento que resultasse em respostas melhores. Atualmente, com o uso de comprimidos, durante 12 semanas, a gente tem a cura da hepatite C em 95% dos pacientes tratados, sem tantos efeitos colaterais”, afirma Liliana Mendes.

No Distrito Federal, a cobertura vacinal de Hepatite A infantil está em 86,22%, Hepatite B, 85,58%, e Pentavalente em 85,56%, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. “O ideal é que as pessoas façam exames anualmente com a dosagem das enzimas do fígado, para ver se existe inflamação que seja suspeita de hepatite. A orientação é que todo mundo, pelo menos uma vez na vida, faça a dosagem do anticorpo para hepatite C. Se a pessoa não foi vacinada para hepatites A e B, e não tem anticorpos por ter adquirido os vírus A e B, pode ser tomada a vacina. Já a hepatite C, não tem vacina. O que deve ser feito é a prevenção. Garantir que todo material perfurocortante seja de uso individual. Além de evitar sexo desprotegido”, conclui a hepatologista.

Cardiopatia congênita afeta 30 mil crianças por ano e 40% necessitam de cirurgia
Diagnóstico precoce é crucial; Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D'Or, é referência para tratamento

A cardiopatia congênita é um problema na estrutura do coração presente no nascimento. Ela se origina de uma alteração no desenvolvimento embrionário do coração, afetando tanto a estrutura quanto a função do órgão.

Por ano, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem com o problema no Brasil e aproximadamente 40% vão necessitar de cirurgia ainda no primeiro ano, o que representa 12 mil pacientes. As estatísticas mostram que, em média, 1.800 destas crianças morrem antes de completar um ano de vida. Na apresentação grave da doença após o nascimento, ela pode ser responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.

O diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas durante a gravidez é crucial para melhorar o prognóstico da criança, reduzir o risco de complicações, oferecer mais opções de tratamento e diminuir a ansiedade dos pais.

De acordo com o Ministério da Saúde, estatísticas demonstram que 90% da incidência em crianças ocorre na gestação, sem fator de risco comprovado. A recomendação é evitar as principais causas para todas as malformações: tabagismo, alcoolismo e uso de determinados medicamentos. Além disso, é importante saber se há histórico da doença na família.

O Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or, em Santo André, é referência na região para o tratamento do problema. Possui uma equipe de cardiopatia congênita especializada em pediatria, cardiologia, obstetrícia, medicina fetal, neonatologia, arritmias e cuidados fetais. Oferece toda a estrutura e exames para os cuidados necessários. É o único da região que conta com ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), equipamento de alta complexidade que pode funcionar como pulmão ou coração artificiais.

“A equipe de Cardiopatia Congênita do Hospital e Maternidade Brasil está preparada com excelentes profissionais para o diagnóstico e tratamento. Temos o propósito também de combater possíveis discriminações, apoiar as famílias e promover a inclusão dos pacientes”, afirma Fernanda Campanha, médica responsável pelo Programa de Cardiologia Pediátrica e Congênita do Hospital e Maternidade Brasil.

Hospital Santa Helena salva vida de paciente, mas sofre com falsa denúncia de ex-deputado
Hospital atendeu homem com princípio de AVC na terça-feira (23) e foi surpreendido com ex-deputado invadindo a emergência e confrontando funcionários na madrugada

Hospital Santa Helena, no Distrito Federal, salvou vida de paciente de 76 anos com princípio de AVC.

Da Redação

A madrugada da última quarta-feira, dia 24, parecia ser mais um dia comum na emergência 24 horas do Hospital Santa Helena, em Brasília. Até que o ex-deputado Raad Massouh chegou à recepção do hospital. O ex-parlamentar, que teve o mandato cassado em 2013, estava com ânimo alterado e agressivo e contava com a presença de assessores que o filmavam enquanto confrontava funcionários do local. Ele quebrou uma tela de computador. A agressão seria por causa de uma suposta má conduta do hospital, a qual Raad foi incapaz de comprovar.

Atendimento rápido na emergência

Na noite de terça-feira, um paciente de 76 anos deu entrada no pronto-socorro com quadro disártrico, dificuldade de fala e perda de força; sinais típicos de princípio de AVC. A equipe, uma das mais bem preparadas do Distrito Federal, prontamente iniciou sua triagem. Após dez minutos da entrada na emergência, ele já havia passado pelo emergencista, neurologista e encaminhava-se para realização de tomografias e ressonâncias, seguindo o protocolo de alto nível da unidade.

O atendimento foi bem sucedido e o paciente se encontrava estável em um box do pronto-socorro. Seguindo o cronograma estipulado, duas horas após o serviço, uma funcionária foi até a família do acamado e passou a estimativa de custo para uma internação por dez dias, tempo necessário para seus cuidados. O valor inicialmente assustou a família, que desejava retirar o paciente do hospital. Mas, após ouvir recomendações da equipe médica do SAMU, decidiram permanecer.

Invasão e agressão

Vinte minutos após essa conversa, o ex-deputado distrital Raad Massouh invadiu o hospital, adentrando, inclusive, em áreas restritas da unidade, ignorando a presença de funcionários. Insultando a todos de diversas maneiras, Raad criou caos e confusão, apontou o dedo para enfermeiras e atendentes e, em dado momento, quebrou aparelhos eletrônicos no local. O ex-parlamentar insinuou que o hospital teria solicitado um cheque caução e negado atendimento ao paciente até que o valor fosse pago.

Ex-deputado distrital Raad Massouh ofendeu funcionários e quebrou aparelhos da unidade (Foto: divulgação)

O atendimento, que foi feito sem nenhum sinal financeiro e, muito menos, cobrança, desde a entrada na emergência até a conduta final, durou 58 minutos. É um tempo de excelência e que segue os padrões dos melhores hospitais do mundo. Sem a devida atenção, provavelmente o paciente teria ido a óbito. A atitude abusiva e infundada de Raad Massouh assustou funcionários e pacientes que estavam no local. Após um atendimento exemplar, o hospital era falsamente acusado de negar ajuda. Até o momento, o ex-parlamentar não conseguiu comprovar suas acusações.

O quadro do paciente era tão grave que um médico do SAMU se recusou a levá-lo para unidade pública. Após a família ouvir o valor estimado para internação e decidir tirar o acamado do hospital privado, ligaram para o serviço público. Chegando ao Hospital Santa Helena, no entanto, o médico responsável pelo transporte entendeu que o paciente estava sendo muito bem conduzido e uma possível transferência poderia piorar seu caso, se recusando a realizá-la.

Na quarta-feira, o enfermo foi encaminhado para Unidade de Tratamento Intensivo do hospital mesmo sem qualquer sinalização de pagamento, demonstrando o comprometimento em ajudá-lo. Horas depois, no entanto, teve a transferência concluída para um hospital de menor porte a pedido da família, completando sua estadia no Hospital Santa Helena.

Fica comprovado o ótimo protocolo da unidade para casos princípios de AVC e uma bela conduta de funcionários e enfermeiros ao exercer sua profissão. A revolta e lamentação são pelas cenas protagonizadas por Raad, que demonstra total descontrole emocional e desrespeito com a instituição e profissionais da saúde.

Vírus respiratório ainda é principal causa de internações de crianças
Dados são do boletim InfoGripe da Fiocruz

Da Agência Brasil

O vírus sincicial respiratório (VSR) se mantém como a principal causa de internação e óbitos em crianças pequenas, ainda que tenha apresentado queda nas últimas semanas, segundo o boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (25).

Apesar de a análise ter observado sinais de interrupção do crescimento ou início de redução das hospitalizações por VSR e influenza A, em alguns estados do centro-sul ainda há crescimento dos casos do vírus influenza, especialmente entre os idosos, e do VSR e rinovírus, em crianças em alguns estados do Sul e Sudeste.

O boletim apontou também que alguns estados do Norte registram continuidade do aumento de casos de VSR e rinovírus na população de até 2 anos de idade.

O estudo aponta indícios de queda da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo no Acre, Bahia, Minas Gerais e Roraima. Entre as capitais, cinco têm indícios de crescimento de SRAG: Boa Vista, Fortaleza, Rio Branco, Salvador e São Luís.

A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe Tatiana Portella observa que o cenário atual da SRAG no país é decorrente principalmente dos vírus VSR, influenza A e rinovírus.

“Apesar de o vírus influenza A ainda apresentar crescimento, principalmente em idosos, em alguns estados das regiões Sul e Sudeste, como Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, já é possível observar interrupção do crescimento em alguns estados da região centro-sul”.

Covid-19

A circulação da covid-19 tem aumentado entre os idosos nas últimas semanas em alguns estados do Nordeste e no Amazonas. Contudo, o vírus ainda se mantém em patamares baixos quando comparado ao seu histórico de circulação. No Amazonas, Alagoas e Pernambuco, já é possível observar um leve sinal de aumento nas internações por SRAG em idosos devido à covid-19. No Ceará e no Piauí a principal causa de internações por SRAG em idosos na última semana foi a covid-19.

“Diante desse contexto, é muito importante que os hospitais e as unidades sentinelas de síndrome gripal das regiões Norte e Nordeste reforcem a atenção para qualquer sinal de aumento expressivo na circulação do vírus”, alerta Tatiana Portella.

Óbitos

A mortalidade da SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante entre crianças pequenas e idosos. Na população idosa se destacam aquelas associadas ao vírus da gripe influenza A e à covid-19. Na população entre 5 e 64 anos de idade, a presença do vírus influenza A domina entre os óbitos das últimas semanas.