Escolas reiniciam ensino presencial em nove estados
Especialistas alertam para cuidados que devem ser tomados

 

Da Agência Brasil

No segundo semestre deste ano, mais escolas públicas e particulares deverão retomar as atividades presenciais. A volta às salas de aula ocorrerá de forma diferente em cada localidade. O ensino remoto ainda deve seguir, mesmo que junto com o presencial, para evitar aglomerações. Para que as escolas sejam reabertas da forma mais segura possível, segundo especialistas, além de cumprir os demais protocolos de segurança, uma atitude faz toda a diferença: que todos usem máscaras da maneira correta, cobrindo o nariz e a boca.  

Segundo levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), atualizado na última quinta-feira (26), pelo menos nove estados e o Distrito Federal definiram os calendários ou sinalizaram a volta ao ensino presencial ao menos para uma parcela dos estudantes neste segundo semestre. Esses estados são Acre, Alagoas, Ceará, Sergipe, Goiás, Piauí, Roraima, Tocantins e Mato Grosso do Sul.

Eles se somam a Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que já retomaram este ano alguma atividade presencial. Os demais estados ainda estão sem definição. As redes públicas estaduais concentram as matrículas do ensino médio e dos anos finais do ensino fundamental, do sexto ao nono ano.

Entre as redes municipais, o último balanço divulgado pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) mostrou que cerca de 16% das redes já retomaram o ensino presencial em 2021. A maioria em modelo híbrido, ou seja, mesclando aulas presenciais com o ensino remoto. As redes municipais são responsáveis, por sua vez, pela creche, pré-escola e ensino fundamental até o quinto ano.

Entre as escolas particulares, a reabertura, de acordo com balanço da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), já é permitida em todos os estados. Cabe às escolas, de acordo com o contexto local, definir como se dará a retomada conforme as necessidades dos alunos e das famílias.

Orientações para a reabertura

Visando orientar escolas e redes de ensino no retorno às atividades presenciais, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou, em julho deste ano, um parecer com esclarecimentos sobre cumprimento de carga horária, formação de professores e outras questões. O documento, aprovado por unanimidade, aguarda a homologação do Ministério da Educação (MEC).

“O CNE reconhece, em primeiro lugar, que a pandemia não acabou”, disse o conselheiro Mozart Neves Ramos. “A primeira [recomendação] é o controle sanitário e a vacinação, para o retorno seguro ao presencial. Recomendamos fortemente esse retorno presencial, porque os danos de aprendizagem que estão aí são muito preocupantes”, acrescentou.

O Conselho recomenda, ainda, que seja feita uma avaliação diagnóstica para saber a situação de cada estudante e o que pode ser aprendido até o momento. A orientação é que as escolas sigam a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que reúne o mínimo que deve ser aprendido a cada ano, como o essencial que deve ser passado aos estudantes.

O ensino remoto, segundo Ramos, deverá permanecer, seja para que estudantes intercalem aulas presenciais com a distância para evitar aglomeração, seja para recuperar conteúdos que não foram aprendidos até o momento. Para isso, os professores devem também ser formados.

“Uma recomendação forte do CNE para o ensino híbrido [que mescla presencial e remoto]. Não dá para fazer como se fez no ano passado. No ano passado, era o que tinha. Os professores foram para a luta sem estar preparados. A consequência foi, mesmo para quem teve a oportunidade de acesso ao ensino híbrido, situações muito a desejar, porque não tínhamos nem material adequado para isso”.

Uso de máscaras

Usar máscaras de boa qualidade e da maneira correta, bem justas ao rosto, cobrindo o nariz e a boca, reduz o contágio por covid-19 nas escolas significativamente, de acordo com estudos do projeto ModCovid19. Por meio de simulações, o grupo de estudos concluiu que, sem os devidos cuidados, com o uso de máscaras de pano finas que não retêm as partículas apropriadamente, o risco de contrair a doença aumenta 1.141%.

Caso os professores utilizem todos máscaras do modelo PFF2, adequadamente, cobrindo o nariz e a boca, e os estudantes usem corretamente máscaras de pano de boa qualidade – mais grossas, com duas camadas de tecido – o percentual de contágio cai para 39%.

“Se estamos em um ambiente fechado, como são muitas salas de aula, a maior linha de infecção é inspirando partículas virais que estão no ar”, explicou o bolsista Marie Curie, na Universidade de Roma Guilherme Goedert, que integra o grupo de estudos e é responsável pelo desenvolvimento do modelo de simulação. “É a nossa recomendação de ouro, tudo que a gente testou funcionou muito melhor com professores com PFF2”, ressaltou.

Goedert disse que os professores circulam entre as turmas e são também os que mais falam em voz alta, expelindo mais partículas no ambiente e facilitando a disseminação da covid-19 caso sejam contaminados, por isso precisam dessa proteção.

A recomendação para os alunos é uma máscara de tecido grosso que se ajuste bem ao rosto. “Pode usar [máscara] de pano, mas tem que ser de boa qualidade e tem que se ajustar bem ao rosto, senão não é efetiva. Se puderem, havendo de pano e descartáveis, juntando ambas, estudos mostram que aumenta bastante o poder de filtragem com o uso das duas máscaras juntas”.

Além do uso de máscaras, a circulação do ar nas salas, por meio de janelas e portas abertas; a divisão dos estudantes em grupos que se alternam entre aulas presenciais e remotas, para reduzir aqueles que ficam nas salas; e o rastreamento de casos – se houver caso na família, o estudante deve ser afastado por 14 dias. Se o aluno ficar doente, o grupo presencial dele deve ser todo afastado – são medidas que aumentam a segurança no retorno às aulas.

“Estamos reabrindo as escolas quando uma nova variante está chegando. Precisamos reabrir? Precisamos. Mas, precisamos ter cuidado em como fazer isso”, disse o pesquisador.

O ModCovid19 é um grupo de estudos formado por pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos (ICMC), Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp (Imecc), do Instituto de Matemática Pura e Aplicada do Rio de Janeiro (Impa), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Rio).

Cuidados com o emocional

Além de todos os cuidados para evitar a disseminação, outro cuidado será necessário nesse retorno: o emocional. Para a gerente de projetos do Instituto Ayrton Senna e especialista na área de Formação de Educadores, Silvia Lima, a relação entre as escolas e as famílias será fundamental para o processo de readaptação dos estudantes no retorno às atividades escolares presenciais e servirá como importante ponto de apoio no cuidado emocional de todos.

“Famílias e professores devem considerar não apenas como se dará a retomada dos conteúdos pedagógicos, que estará definida nos planos de retorno e readaptação à rotina escolar, mas também ao cuidado socioemocional. Contudo, será preciso cuidar das emoções e sentimentos da equipe escolar e dos estudantes, retomando os processos de ensino e aprendizagem com base no acolhimento e empatia”, disse.

Este é, de acordo com Silvia, um momento importante para que se trabalhe nas escolas as chamadas habilidades socioemocionais, que estão previstas inclusive na Base Nacional Comum Curricular. “Sendo as competências socioemocionais as capacidades individuais das pessoas que se manifestam por meio dos pensamentos, sentimentos e comportamentos, é possível aproveitar  para aliar as competências socioemocionais a uma rotina de sala de aula e trabalhar não só com os estudantes, mas também com os educadores. Foco, empatia, respeito, tolerância ao estresse, imaginação criativa, organização e outros [fatores] serão importantes para essa retomada”, explicou.

O instituto elaborou um guia com dicas para a acolhida pós isolamento social, que está disponível na internet.

Unimed Volta Redonda recebe reconhecimento por medidas de proteção ao meio ambiente
Descarte correto de cabo reduziu a extração de 41 mil kg de minério de cobre e economizou mais de 4.130 kWh de energia

 

Da Redação

O descarte consciente de sucata de cabos fez a Unimed Volta Redonda receber a certificação do Programa Green It, da Furukawa – fabricante de soluções de infraestrutura de comunicações – como empresa que contribui com o meio ambiente. O reconhecimento reforça o compromisso da Cooperativa na condução dos seus negócios de forma sustentável. “Desenvolver ações em prol do meio ambiente significa oferecer maior qualidade de vida para a sociedade como um todo. E a qualidade de vida impacta diretamente na saúde das pessoas.”, destaca a diretora da Unimed Volta Redonda, Elaine de Fatima Nogueira.

O impacto do descarte correto é impressionante. A reciclagem de 432 kg de sucata evitou que mais de 216kg de materiais contaminados com metais pesados fossem depositados em aterros industriais. Também reduziu a extração de mais de 41 mil kg de minério de cobre e o consumo em mais de 4.130 kWh de energia, o que abasteceria 28 residências por um mês. O resultado foi tão satisfatório, que o objetivo da Unimed Volta Redonda é renovar esses indicadores para continuar colaborando com a sustentabilidade do planeta.

Se descartado de forma incorreta, o PVC contido nos cabos pode levar de 200 a 600 anos para se decompor, e se for queimado, o material liberaria na atmosfera substância altamente tóxicas e prejudiciais à saúde humana. “Preservar o meio ambiente significa também investir em prevenção. Muitas doenças respiratórias, por exemplo, são provocadas por uma qualidade de ar ruim, consequências das substâncias tóxicas liberadas no meio ambiente”, alerta Elaine.

No quesito ambiental, a Unimed Volta Redonda promove inúmeras ações de conscientização e engajamento de colaboradores, cooperados, clientes e fornecedores. Dentre as soluções implementadas, destaca-se o painel digital que monitora os sistemas de água, esgoto e eletricidade. Ele foi desenvolvido para otimizar os processos do dia a dia, prever problemas por meio de monitoramento de variáveis e como melhoria contínua. Com o controle do hospital na tela do computador ou celular, é possível identificar qualquer diferença nas variáveis e agir rápido na solução. Além da coleta seletiva e tratamento dos resíduos sólidos e líquidos; sistema de reaproveitamento da água da chuva; adoção desde a fundação do Hospital do prontuário eletrônico para redução da utilização do papel; reciclagem de lâmpadas e uso de cobertores e coxins feitos de garrafas PETs.

Sobre o programa

O Programa Green IT consiste na substituição e descarte correto dos cabos que já completaram seu ciclo de uso. Nesse processo, os componentes plásticos são separados do cobre dos cabos e são encaminhados às empresas especializadas, que os transformam em matérias-primas, para uso em outros processos produtivos. O cobre é destinado às indústrias laminadoras e o plástico às indústrias fabricantes de sacolas plásticas, alças para bolsas, solas de sapato, entre outras.

HCor vai investir até R$ 600 milhões em quatro anos para competir com hospitais premium
Hotelaria e modernização da atual estrutura de 270 leitos vai receber aporte de R$ 110 milhões apenas em 2021

 

Por Beth Koike, do Valor Econômico

O HCor vai investir de R$ 400 milhões a R$ 600 milhões entre 2021 e 2024 para expansão e modernização de sua estrutura a fim de competir com hospitais como Albert Einstein, Sírio-Libanês e Vila Nova Star, todos em São Paulo.

Atualmente, boa parte do atendimento do HCor está no público intermediário e a meta é ampliar a fatia de pacientes de alta renda, o chamado segmento premium.

Para isso, neste ano já estão sendo investidos R$ 110 milhões na hotelaria e modernização da atual estrutura que conta com 270 leitos. Até o fim de 2022, serão abertas mais 40 unidades de internação. E uma nova torre com 140 leitos será erguida até 2023. Com isso, o HCor vai ampliar sua capacidade em 66% nos próximos dois anos.

“Com mais leitos e uma estrutura maior, hotelaria mais moderna podemos atrair mais médicos, ter programas de fidelização com eles, além de pesquisas”, disse Fernando Torelly, presidente do HCor.

Os recursos do investimento estão vindo, principalmente, do caixa do hospital que melhorou consideravelmente sua margem operacional. Neste ano, esse indicador está na casa dos 13% contra 7% em 2019 — é a melhor margem operacional registrada na história do hospital.

“Conseguimos melhorar nossa glosa [recusa de pagamento por parte da operadora], desperdício e melhores condições com fornecedores, com contratos mais longos”, disse Torelly.

Neste ano, o HCor prevê receita de R$ 940 milhões, alta de 22% sobre 2019. Em 2022, é esperada uma receita acima de R$ 1 bilhão.

Esse aumento de receita está vindo, principalmente, da forte retomada de procedimentos médicos que foram adiados no último um ano e meio por conta da pandemia da covid-19. Hoje, a taxa de ocupação do hospital está em 84% contra 75% no período pré-covid.

Fleury investe em serviços para quem não tem plano
Grupo langa pacote para cirurgias de baixa complexidade a um custo médio de R$ 4 mil e pagamento em até 12 parcelas

 

Por Luciana Casemiro, do Globo

Em sua estratégia de ampliar o leque de serviços em saúde, o Grupo Fleury lançou este mês pacotes de cirurgias de baixa complexidade, como de vesícula, catarata e varizes, para atender a quem não tem .

O valor médio do pacote é de R$ 4 mil, incluindo os exames pré-operatórios ao acompanhamento até 30 dias depois do procedimento e a medicação. O pagamento pode ser parcelado em até 12 vezes.

SERVIÇO DE ASSINATURA

Em fevereiro, a companhia já havia lançado um serviço de assinatura, com consultas presenciais e à distância e exames, com valor mensal a partir de R$ 29. A receita dos negócios do grupo fora da  cresceu 443% no segundo trimestre deste ano, frente ao trimestre anterior, e representa 4,1% da receita total da empresa.

Com uma lista de 12 aquisições em 5 anos, que inclui clínicas de oftalmologia, ortopedia e de oncologia e um investimento de R$ 1 bilhão, o grupo continua com apetite para novas compras.

– Os números mostram que o potencial de crescimento é alto, que a estratégia de expansão do grupo é robusta. O mais importante para nós é oferecer uma jornada integral de saúde, com inteligência na gestão para garantir o uso adequado dos recursos e a maior sustentabilidade do setor – diz Jeane Tsutsui, presidente do grupo.

Ela ressalta, no entanto, que não há qualquer pretensão da companhia de se transformar em uma operadora:

– Oferecemos serviços para operadoras e vimos que havia uma oportunidade de negócio. Assim como vimos uma oportunidade na parceria com a Smiles para uso de milhas na prestação do serviços de saúde, com acúmulo de milhagem em nossos atendimentos – destaca Jeane, ressaltando a parceria mais recente do grupo.

Ao captar R$ 1 bilhão em debêntures de títulos atrelados à política ESG (sigla em inglês para políticas ambientais, sociais e de governança das empresas), em meados deste mês, uma das metas da companhia foi justamente ampliar o acesso à saúde dos brasileiros e chegar a um milhão de clientes da classes C, e E na plataforma Saúde ID, até 2026.

O marketplace de saúde tem sete milhões de usuários nos serviços prestados para empresas.

RETORNO AO PRÉ-PANDEMIA

O grupo, que registrou uma receita recorde de R$ 1 bilhão no segundo trimestre, viu outro fenómeno se consolidar no período: o atendimento domiciliar. O chamado serviço móvel cresceu pelo quinto trimestre consecutivo e já representa 8,1% do faturamento.

– Acreditamos que houve uma mudança de comportamento e que essa é uma tendência que deve permanecer mesmo com o fim da pandemia. Hoje a receita com o atendimento domiciliar já representa a de 25 unidades de atendimentos – destaca Jeane.

Com a utilização retraída pela Covid no segundo trimestre do ano passado, o grupo registrou um aumento de 179% nos exames de imagem no último trimestre, já retomando o nível de atividade pré-pandemia.

Fazem parte do Grupo Fleury as marcas Fleury Medicina e Saúde, a+ Medicina Diagnóstica, Weinmann Laboratório, Serdil, Clínica Felippe Mattoso, Labs a+, Lafe, Diagnoson a+, Diagmax, Instituto de Radiologia de Natal, CPC, Laboratório Pretti, Laboratório Bioclinico e Inlab.

A companhia ainda tem um braço de negócios, com Fleury Genômica e Sommos DNA, e outro de saúde corporativa e atenção primária, com a marca SantéCorp.