Zona Oeste do Rio de Janeiro ganha Hospital de Campanha para atender pacientes SUS
Unidade terá 200 leitos, sendo 50 de UTI e 150 de internação

Parque dos Atletas receberá o hospital de campanha

 

Da Redação

A zona oeste do município do Rio de Janeiro ganhará um Hospital de Campanha com 200 leitos para atender pacientes do SUS vítimas da Covid-19. A Região reúne bairros com grande incidência da doença, assim como contingentes populacionais expressivos.

O Hospital, localizado no terreno que sedia o Parque dos Atletas, contará com 200 leitos, sendo 50 de UTI e 150 de internação. Os leitos de UTI serão equipados com dispositivos necessários para pacientes de alta complexidade, como ventiladores mecânicos, monitores e bombas de infusão. A unidade contará ainda com equipamentos de diagnóstico adequados ao tratamento, como tomógrafos, ecocardiógrafo, aparelho de ultrassonografia e radiologia convencional, além de suporte de laboratório de patologia clínica.

Terá duração de 120 dias, a partir de sua abertura, com possibilidade de atender mais de 2 mil pessoas. A obra, que se inicia nesta semana, tem prazo previsto de 30 dias para o seu término. A construção e a gestão do Hospital serão feitas pela Rede D’Or.

O terreno está sob gestão do governo do Estado. Os custos do Hospital de Campanha Parque dos Atletas estão orçados em R$ 50 milhões e serão divididos pelos seguintes patrocinadores: Rede D’Or, Stone Pagamentos, Mubadala, Qualicorp, SulAmérica Seguros, Vale, Movimento União Rio e Banco BV.

Coronavírus: estudo britânico questiona ‘relação custo-benefício’ do fechamento de escolas
O fechamento de escolas para tentar conter o avanço da pandemia de coronavírus foi adotado em 188 países e afeta 91% dos estudantes do mundo

Crianças ainda podem transmitir a doença aos mais velhos

 

Michelle Roberts, da BBC News

Segundo um estudo recente de pesquisadores da Universidade College de Londres, deixar os estudantes em casa tem um impacto pequeno no espalhamento da doença covid-19. Cientistas que assessoram o governo britânico, no entanto, afirmam que a medida desempenha, sim, um papel importante de contenção.

Se por um lado as crianças não desenvolvem sintomas graves quando contraem o vírus, por outro elas ainda podem transmitir a doença para outras pessoas. Em geral, estima-se que alguém com o Sars-CoV-2 no corpo o transmite para até três pessoas.

Além disso, adultos que trabalham nas escolas podem infectar uns aos outros, além de expor a todos (pais, alunos e outros profissionais) ao vírus. Jovens também podem espalhar a doença.

O que diz o novo estudo?

A pesquisa, publicada no portal The Lancet Child and Adolescent Health, analisa 16 outros estudos, baseados em três epidemias distintas: a do novo coronavírus (causador da covid-19), a gripe sazonal e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que atingiu a Ásia no início dos anos 2000 com outro tipo de coronavírus.

Os cientistas concluíram que:

  • Os dados apontam que o fechamento de escolas contribui para conter a disseminação da gripe sazonal, mas o mesmo não se aplica ao coronavírus;
  • Dados da Sars na China, em Hong Kong e em Singapura sugerem que essa medida não contribuiu ao controle daquela epidemia;
  • Modelos matemáticos recentes sobre a covid-19 projetam que o fechamento de escolas, isoladamente, evitaria algo entre 2% e 4% de todas as mortes, muito menos que outras intervenções de distanciamento social.

Quão confiáveis são essas conclusões?

Um dos autores do estudo da Universidade College de Londres, Russell Viner, afirmou serem “limitados” os dados relacionados aos benefícios obtidos com o fechamento de escolas, mas o pouco disponível já mostra que o impacto na saúde pública é pequeno.

“Além disso, os custos para o fechamento das instituições em ensino em todo um país são altos, a educação das crianças e a saúde mental delas são abaladas, assim como as finanças familiares.”

Para Viner, as autoridades ficar cientes dessas evidências ambíguas, e avaliar a reabertura das escolas assim que for possível. E não necessariamente esperar até setembro, como prevê o governo britânico, se for possível fazê-lo antes com segurança.

Não há consenso sobre o tema.

Neil Ferguson, especialista do Imperial College de Londres que trabalhou nos modelos matemáticos que embasaram a estratégia do governo britânico, afirmou que o estudo da Universidade College de Londres falha na avaliação do benefício associado do fechamento de escolas com medidas de distanciamento social.

“Quando essa medida é combinada com distanciamento social intenso, ela desempenha um papel importante em garantir interações apenas entre pessoas que moram juntas e ajudando assim a conter a transmissão do vírus.”

O distanciamento social busca o achatamento da curva de contágio, ou seja, haver menos pessoas doentes ao mesmo tempo para evitar a sobrecarga do sistema de saúde.

Qual é a política adotada no Brasil?

Ao longo da pandemia, que começou em dezembro na China, todos os Estados brasileiros passaram a adotar o fechamento das escolas e universidades públicas. Instituições particulares de ensino seguiram na mesma toada.

Segundo a Unesco, cerca de 53 milhões de estudantes brasileiros foram afetados pela estratégia, da educação infantil ao ensino superior.

“A Unesco está apoiando os países em seus esforços para mitigar o impacto imediato no fechamento das escolas, mais especificamente para as comunidades mais vulneráveis, e para facilitar a continuidade da educação à distância.”

Em pronunciamento no dia 24 de março, o presidente Jair Bolsonaro criticou o fechamento de escolas e disse que são raros os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos de idade contaminadas por coronavírus.

“O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar a normalidade. (Os governadores) devem abandonar conceito de terra arrasada. Confinamento em massa”, disse o mandatário, naquela ocasião.

Para atenuar o impacto dessa medida na disponibilidade de profissionais de saúde, por exemplo, o governo britânico elencou quais trabalhadores teriam direito de enviar seus filhos para escolas selecionadas, entre eles médicos, paramédicos e enfermeiros.

É factível reabrir as escolas?

As medidas emergenciais adotadas pelos países para combater o coronavírus, incluindo o fechamento de escolas, funcionam de maneira conjunta.

Ainda que algumas tenham mais impacto que outras, não parece fazer sentido abrir mão de uma delas isoladamente.

Por exemplo, mesmo que as escolas sejam reabertas, dificilmente seriam revogadas as medidas de distanciamento social vigentes no Reino Unido e em alguns Estados brasileiros, por exemplo, que os especialistas dizem serem bastante eficazes.

Assim, uma eventual volta das crianças às escolas não afetaria as recomendações (ou determinações em alguns países, como Itália) de só sair de casa para coisas essenciais e de as pessoas manterem uma distância de ao menos 2 metros umas das outras.

É preciso também avaliar o que fazer com os profissionais da educação que integram grupos de riscos da doença, como pessoas com diabetes ou doenças cardíacas.

Para Viner, da Universidade College de Londres, o retorno às aulas poderia ser gradual, com vetos a intervalos ou classes menores com cargas horárias reduzidas.

“Há um leque enorme de possibilidades para escolas reabrirem de modo que se respeite o distanciamento social”, afirmou, como um primeiro passo em direção ao fim das quarentenas.

Samantha Brooks, pesquisadora do King’s College de Londres e membro do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido, comentou o estudo produzido por Viner e outros especialistas da Universidade College de Londres.

Para ela, é muito importante a descoberta de que o maior impacto possível do fechamento das escolas é bastante limitado, o que pode levar à abertura gradual.

Para Robert Dingwall, professor de sociologia da Universidade Trent de Nottingham, o estudo “confirma o que muitos de nós suspeitávamos”, ou seja, “os benefícios de saúde pública no fechamento das escolas são desproporcionais aos custos socioeconômicos impostos a crianças e suas famílias”.

Rede D’Or e a Rede Ímpar doam R$ 4 milhões para o combate ao Covid-19 no Distrito Federal
Empresas também vão doar equipamentos para instalação de 10 leitos

Com a visão de reforçar a parceria com o poder público no combate a pandemia do coronavírus, a Rede D’Or e a Rede Ímpar – dois dos mais importantes players do segmento hospitalar privado – se uniram para doar ao governo do Distrito Federal R$ 4 milhões, além de 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A contribuição foi firmada na segunda-feira (6/4), no palácio do Buriti, e contou com a presença do governador, Ibaneis Rocha, e do vice-governador, Paco Britto. O destino dos aparelhos e do valor doado serão definidos pelo governo.

Apoio para vencer o vírus

Para os gestores de ambas as empresas, o momento pelo qual o país atravessa, mais do que nunca, exige velocidade nas ações dos setores privado e público, para a população ser mais bem atendida.

“Toda a história da Rede D’Or foi pautada pela dedicação e pelo respeito à vida. Então é natural que em um momento como este, nós estejamos presentes, ao lado de empresas que compartilham os mesmos valores, como a Rede Ímpar, em um projeto que atenderá a sociedade. São duas redes hospitalares que são referência em medicina no país e, sem dúvida nenhuma, vamos poder contribuir com a saúde do Distrito Federal”, avalia o Diretor Regional da Rede D’Or, Guilherme Villa

“Como uma rede privada do setor da Saúde, a Ímpar – em linha com a cultura do grupo ao qual pertence – tem um compromisso prioritário com a preservação da vida, tendo o ser humano em primeiro lugar. Por isso, entendemos que faz parte desse compromisso contribuir também com assistência de uma parcela significativa da população brasileira que depende única e exclusivamente do SUS durante a pandemia. Daí a doação de recursos para que o governo do Distrito Federal os utilize em benefício desta população”, ressalta Regina Célia Barros Duarte, Diretora dos hospitais da Rede Ímpar no Distrito Federal.

Para a montagem dos leitos de UTI no Distrito Federal serão doados itens como ventiladores pulmonares mecânicos, aspiradores cirúrgicos, cadeiras de banho e de rodas, camas hospitalares, eletrocardiógrafos, pranchas de resgate, monitores multiparâmetros, termômetros infravermelhos, entre outros.

Academia Brasileira de Ciências promove Webinário sobre Covid-19
As inscrições são gratuitas

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) promove nesta terça-feira (7) o seu primeiro webinário transdisciplinar, “O Mundo a partir do Coronavírus”, um importante fórum de debates unindo especialistas de diferentes áreas. O médico infectologista Mauro Teixeira vai abordar evidências médicas relativas à pandemia da Covid-19, desmistificando expectativas errôneas por uma solução de cura imediata e destacando o tratamento existente.

O antropólogo Ruben Oliven tratará dos impactos sociais, como a reformulação do papel do Estado e do mercado. Já o economista Naércio Menezes vai focar nos efeitos econômicos da pandemia, como a recessão e o aumento do desemprego

O debate será ao vivo, das 16h às 18h, sob a mediação do presidente da ABC, Luiz Davidovich.  As inscrições são gratuitas. A transmissão pode ser acompanhada pelo link http://transmissao.abc.org.br