Os riscos da estafa para a saúde

Se você está sentindo um cansaço excessivo, irritabilidade, alterações de apetite, impaciência, insônia, sensação de nervosismo e queda de rendimento profissional. Fique atento, pois você pode estar sofrendo de estafa. Quem faz o alerta é o psiquiatra do Barra D’Or, Felipe Duque Estrada Santos. Ele explica que a estafa é um desgaste do organismo que compromete nosso desempenho em diversas atividades rotineiras. “O esgotamento também pode refletir em sintomas físicos, como tensão muscular, dores de cabeça ou pelo corpo e enjoo”, relata o psiquiatra.

Segundo ele, a estafa é um problema real de saúde pública que já acomete uma grande parcela da população. Sua prevalência vem subindo com o tempo e com o aumento do ritmo de trabalho e cobranças. Entretanto, nem sempre essa condição é tratada com a seriedade que merece. “Frequentemente, é subdiagnosticada e tratada como “frescura”, preguiça ou falta de compromisso com o trabalho”, critica Felipe.

Entretanto, atualmente ela vem ganhando destaque nas empresas, mas com o nome de Burnout. O crescimento de casos no mundo fez a Organização Mundial de Saúde (OMS) ligar o sinal de alerta e oficializar como uma síndrome crônica. “A estafa se refere a um estado de esgotamento físico e mental, consequência de prolongados níveis de estresse psicossocial, principalmente em nível profissional. O termo “Burnout”, que categoriza o diagnóstico a fim de orientar o tratamento, remete a algo que parou de funcionar por total falta de energia”, explica o psiquiatra.

Há diversos fatores que podem influenciar no desenvolvimento da doença, sendo alguns relacionados ao indivíduo, como resiliência ao estresse crônico, padrões de personalidade, gênero, bem como fatores genéticos ainda não completamente entendidos. Entretanto, Felipe reforça que, na maior parte das vezes, é o estresse crônico relacionado ao emprego o maior vilão. “O excesso de carga de trabalho, cobrança excessiva, comunicação ineficiente, sentimentos de injustiça e iniquidade, bem como conflitos interpessoais são fatores no ambiente de trabalho que costumam ser relatados por quem demonstra sinais de esgotamento”, relata.

Caso não tratada, a estafa pode funcionar como porta de entrada para outras doenças psiquiátricas, principalmente depressão, transtornos de ansiedade, alcoolismo, dependência química, transtornos psicossomáticos e dissociativos, além do aumento do risco de suicídio. “É fundamental que a pessoa se afaste da fonte do estresse crônico e persistente. Psicoterapia associada costuma ser o pilar principal do tratamento. Em alguns casos, pode ser necessário o emprego de medicações, geralmente antidepressivos e/ou ansiolíticos”, explica.

Número total de mortes em decorrência do coronavírus ultrapassa 360

A China construiu um hospital para receber pacientes com coronavírus

Na China continental, a luta para conter a propagação da epidemia de coronavírus continua. Autoridades de saúde da China afirmam que o vírus já tirou a vida de 361 pessoas, ultrapassando oficialmente o número de mortes causadas pela epidemia de Sars em 2003 no país.

Ainda segundo as autoridades, mais de 17 mil pessoas já foram infectadas apenas na China continental.

Para lidar com o crescente número de infecções, foi construído em um período de poucos dias um novo hospital em Wuhan, cidade que é o epicentro do surto. O hospital foi entregue a uma equipe médica do exército chinês no domingo. No entanto, o país ainda enfrenta uma escassez de médicos e instalações médicas na região.

Ao mesmo tempo, a segurança foi intensificada nas cidades em toda a China, especialmente em locais com aglomerações de pessoas como estações de metrô e entrada de prédios. A temperatura corporal das pessoas está sendo medida como uma forma de proteção.

O número de casos no resto do mundo chegou a 179, com o Japão confirmando 20 casos no país. Infecções já foram confirmadas em 26 países e regiões ao todo. As Filipinas reportaram a primeira morte em decorrência do vírus fora da China continental.

EUA podem ajudar China no combate ao coronavírus

Os Estados Unidos ofereceram enviar especialistas médicos e de saúde pública para a China a fim de ajudar a combater a crise sanitária causada pela epidemia de coronavírus no país.

O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Robert O’Brien, falou no programa de TV da emissora CBS neste domingo (2) que “os chineses certamente se tornaram mais transparentes do que em crises passadas, e realmente apreciamos esta conduta.”

Ele afirmou que seu país ofereceu enviar médicos americanos e especialistas em saúde pública para a China.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou, no sábado, que está preparado para acomodar 1 mil pessoas que podem precisar passar por quarentena ao chegar do exterior, devido ao novo coronavírus. E acrescentou que bases militares americanas e locais de treinamento, na Califórnia e no Colorado, estão disponíveis.

*Matéria da Agência Brasil

SP: 29% dos jovens sofreram bullying em 2019 em escolas públicas

Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), realizada com 2.702 adolescentes do nono ano em 119 escolas públicas e privadas da capital paulista, revelou que 29% deles relataram ter sido vítimas de bullying no ano passado e 23% afirmaram ter sido vítimas de violência. Além disso, 15% disseram ter cometido bullying e 19% ter cometido violência.

Os dados são do Projeto São Paulo para o Desenvolvimento Social de Crianças e Adolescentes (SP-Proso), coordenado pela professora Maria Fernanda Tourinho Peres, do Departamento de Medicina Preventiva da FM-USP, e Manuel Eisner, diretor do Violence Research Centre e professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Houve prevalência de vítimas por bullying e por violência entre adolescentes que declararam orientação não heterossexual e que disseram ter alguma deficiência. “Uma das características do bullying é exatamente se estruturar em torno de adolescentes que portam características que o colocam em uma posição de alvo vulnerável, pela posição social que ocupa, pela cor da pele, por características físicas ou pela orientação sexual”, explicou a professora.

“Isso dá um recado para as escolas da importância de se trabalhar esses aspectos relacionados à tolerância, a normas de conduta, ao respeito à diferença. Acho que atualmente reforçar a importância da escola na discussão desses aspectos é muito importante”, avaliou.

O relatório destaca três pontos: o primeiro é que os casos de bullying e violência entre adolescentes não são eventos raros; o segundo é que tanto o bullying quanto a violência são resultados de causas possíveis de serem identificadas; e, por último, o bullying e a violência podem ser evitados.

“O que a gente quer com esses dados, na medida em que os resultados fornecem um diagnóstico aprofundado do problema e apontam uma série de fatores de risco, fatores de proteção, que podem ser foco de intervenção, é que os nossos resultados sejam úteis exatamente para se pensar formas de intervenção de prevenção dessas situações nessa faixa etária”, afirmou Maria Fernanda.

Bullying e violência

Na pesquisa, houve diferenciação entre bullying e outros tipos de violência. “O bullying é um tipo de violência, mas que tem características muito específicas e uma delas é a repetição ao longo do tempo, são situações que se perpetuam no tempo de forma frequente e repetitiva, e que geralmente surge em uma relação entre pares, entre colegas, pessoas conhecidas da mesma escola”, disse a professora da USP.

Ela explicou que outra característica do bullying é que ele nasce e se estrutura em torno de relações onde há “um desequilíbrio de poder, em que um ocupa uma posição mais forte e o outro mais fraca. E essas posições podem girar em torno de características físicas, por exemplo, ou de personalidade”.

O que os pesquisadores classificaram como violência no estudo inclui outras situações que não têm tais características do bullying, como crianças vítimas de uma agressão física, de um assalto a mão armada, envolvimento em uma briga com ou sem uso de armas.