Alzheimer é tema de exposição gratuita na Casa de Ciência da UFRJ
Projeto reúne obras de vinte artistas brasileiros que apresentam seus olhares sobre a doença

Exposição reúne obras de 20 vinte artistas brasileiros

Da Redação

Vinte artistas brasileiros aceitaram o desafio de apresentar através da arte uma visão sobre o Alzheimer. O resultado dessa iniciativa poderá ser vista na exposição Alzheimer – 20 Artistas e uma das Maiores Crises de Saúde do nosso Tempo, que começa nesta quinta-feira (05) e vai até 31 de maio, na Casa da Ciência da UFRJ. Patrocinada pela Rede D’Or São Luiz e idealizada pelo coletivo ArtBio, a exposição propõe um diálogo com a temática do cérebro, explorando questões como memórias e o envelhecimento. Associada à senilidade, a doença a doença provoca perda de memória, dificuldade de atenção, orientação, além da perda de outras funções cognitivas. Atualmente, estima-se que haja 35,6 milhões de casos da doença no mundo e, no Brasil, o número chega a 1,2 milhão.

Fundador da ArtBio, Igor Fonseca avalia que embora a doença ainda não possa ser curada ou interrompida, ações de sensibilização e acesso à informação são fundamentais. “Acreditamos que a arte tem potência para sintetizar questões fundamentais para a humanidade. Por isso, buscamos estimular debates relevantes através da perspectiva artística”, explica.

Para o professor da UFRJ e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), Stevens Rehen, que participará de uma mesa sobre o tema no dia 19 de março, o olhar artístico humaniza a própria ciência, e tanto demência quanto a doença de Alzheimer são assuntos cuja reflexão se faz oportuna devido ao envelhecimento da população. “A arte nos possibilita enxergar o mundo de uma forma mais sensível e nos ajuda a debater temas que nem sempre são fáceis. É ousada a proposta da exposição, mas é necessária. A expectativa de vida continua aumentando, acompanhada de mais casos de Alzheimer no mundo”, avalia.

Igor explica que cada artista teve total liberdade para criar a sua obra. Alguns já vivenciaram o drama da doença, seja através de casos familiares ou pelo convívio com pessoas próximas acometidas. Outros exploraram o assunto a partir de pesquisas e percepções próprias. “Reunimos artistas visuais experientes e jovens talentos que estão despontando no cenário das artes. Homens e mulheres com identidade própria, com personalidade, com diferentes histórias de vida”, conta.

O resultado é um painel de interpretações singulares que, em comum, da colagem ao graffitti, da pintura a óleo ao carvão, revelam um olhar sensível e humanista sobre o tema. Na exposição, as obras, produzidas originalmente em diferentes técnicas, serão apresentadas em ampliações de aproximadamente dois metros de altura e acompanhadas de breves textos escritos pelos artistas que complementam suas interpretações.

Participam da exposição os artistas Alberto Pereira, Gustavot Diaz, Ingrid Bittar, Marcia Albuquerque, Camile Sproesser, Diego Max, Mauricio Planel, Mazola Marcnou, Pas Schaefer, Andre Mogle, Domitila de Paulo, Marcel Lisboa, Mariana San Martin, Jesso Alves, Flavio Grão, Bárbara Malagoli, Hanna Lucatelli, Pina, Luiza de Alexandre e Apolo Torres.

Ações complementares

A mesa com a participação do Stevens Rehen faz parte de uma série de ações complementares que serão realizadas em paralelo à exposição. O encontro do dia 19, que também será na Casa da Ciência da UFRJ, intitulado ‘Experiências e Memórias’, contará com a presença de pesquisadores e artistas. Entre eles: Mariana San Martin, Marília Zaluar, Cláudia Figueiredo, Maurício Planel, Marcia Albuquerque e Alberto Pereira. Haverá ainda uma campanha de divulgação de busdoor que apresentará as obras artísticas nas traseiras de ônibus urbanos, funcionando como uma galeria móvel a céu aberto. E também será produzido um documentário, que abordará de forma sensível o envelhecimento e a doença de alzheimer.

Serviço

Alzheimer – 20 Artistas e uma das Maiores Crises de Saúde do nosso Tempo
Local: Casa da Ciência da UFRJ – Rua Lauro Müller, 3 – Botafogo – RJ
De 05/03 até 31/05 – terça a sexta, das 9h às 20h / sábado, domingo e feriados, das 10h às 20h
Entrada Gratuita

Setor de saúde teme impacto da unificação do PIS-Cofins
Proposta faz parte do projeto de reforma tributária do Governo e foi debatido em seminário da CNSaúde

Pablo Meneses, diretor de Qualicorp, Breno Monteiro, presidente da CNSaúde, e José Carlos Abrahão, diretor da Options Consultoria

Da redação

O setor de saúde está aguardando para saber como será o projeto de Reforma Tributária que o Governo pretende enviar ao Congresso . O ponto de maior polêmica é a possível proposta de reunir diversos tributos em um Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Ao invés de reduzir, isso poderá mais do que dobrar a carga tributária do setor. No fim, será a população que vai sentir isso no bolso com o aumento dos preços dos serviços. Essa questão foi debatida nessa quarta-feira (04), durante o seminário “Os impactos da Reforma Tributária e da Jurisprudência do CARF sobre o setor saúde”, promovido pela Confederação Nacional da Saúde (CNSaúde) e pela Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) e que termina nesta quinta-feira (05), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, Distrito Federal.

O primeiro dia destacou a necessidade da Reforma Tributária, seus impactos jurídicos no setor saúde, bem como os econômicos e sua viabilidade para manutenção deste segmento que, somente em 2019, respondeu por 13,7% dos novos empregos gerados no Brasil. Em 2020, esta tendência segue aquecida, com previsão de 125 mil novos postos – o que corresponde a um aumento de 26,5% relativo ao incremento do ano anterior.

Enquanto o Governo não entrega seu projeto de simplificação tributária,  o Parlamento trabalha com duas propostas na área de impostos, uma na Câmara, outra no Senado. Todas as propostas defendem a unificação do PIS-Cofins, criando um IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Nenhuma, no entanto, agrada ao setor de saúde.

O presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Breno Monteiro, calcula que a carga tributária pode mais do que dobrar com a unificação de alíquotas, o que atingiria diretamente o consumidor. “Hoje, os impostos que se pretende unificar geram encargos em torno de 7% a 9% para o setor de saúde. O governo fala em ficar em 25% o ‘imposto único’. Com o aumento da carga em serviços essenciais, mais cidadãos deixarão o sistema suplementar para buscar a saúde pública. Estamos tentando alertar os parlamentares”, disse. Monteiro explicou que as duas propostas do Legislativo também provocam essa distorção.

A CNSaúde estima que a unificação das alíquotas representará um aumento da carga tributária do setor de 9,30% para 21,20% e geraria um impacto de R$ 35 bilhões para o consumidor, além de reduzir em R$ 7 bilhões a demanda privada por saúde, que recairia imediatamente sobre um SUS com orçamento engessado.

Ministros vão discutir ações de combate ao coronavírus
Governo vai iniciar campanha nacional de prevenção

O ministro da saúde disse que haverá uma campanha nacional de esclarecimento sobre o novo coronavírus

 

Da Agência Brasil

O governo federal deve lançar, nas próximas semanas, uma campanha nacional de esclarecimento sobre o novo coronavírus (Covid-19), informou ontem (26) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ele e outros oito ministros participaram de uma reunião, no Palácio do Planalto, para tratar das ações para o enfrentamento à síndrome respiratória, que teve um primeiro caso de infecção confirmado no Brasil. Foi também a primeira reunião interministerial comandada pelo novo ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto.

“Nós vamos ter que fazer uma comunicação um pouco maior para a população, a gente já tinha esse plano de comunicação, dependendo se tívessemos um caso ativo, então a gente deve começar uma campanha para as pessoas poderem perceber a importância de lavar as mãos, de ter higiene, se caso tiver febre, tosse, entrar em contato com o telefone da Ouvidoria, o 136, a página do Ministério da Saúde, porque nessa época se produzem muitas fake news, para as pessoas terem uma informação de qualidade, ali nessa página tem um plano de contingência por estados, por cidades”, informou Mandetta.

Ele não disse quando a campanha começará a ser veiculada na mídia, mas destacou que será semelhante a campanhas anteriores sobre epidemias mundiais, como a da gripe H1N1. “Esse é um plano que a gente já tinha, ele é basicamente informativo, para a população ficar tranquila, saber o que pode fazer”, acrescentou.

Também na quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na região da Lombardia, no norte da Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro, foi confirmado como primeira pessoa contaminada pelo coronavírus no país. Por enquanto, disse Mandetta, não há nenhuma mudança nas regras de circulação em portos e aeroportos do país. “Não tem mudanças de conduta, não tem mudança em relação ao trânsito de pessoas”, enfatizou.