Rede D’Or promove quarta edição de Congresso Internacional de Cardiologia
Ao longo de três dias, serão apresentados os avanços no diagnóstico e tratamento das doenças do coração. No Brasil, uma pessoa morre, em média, a cada 90 segundos por causa de problemas cardíacos

Olga Souza: são aguardados mais de 7 mil pessoas no congresso

 

Da Redação

Começa nesta quinta-feira (07) e vai até sábado (09) a quarta edição do Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or, que vai reunir no Rio de Janeiro alguns dos principais cardiologistas do país, além de convidados internacionais, para debater as mais recentes inovações em prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas, que permanecem como a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Apenas no país, são registrados cerca de 400 mil óbitos por ano — o que equivale a uma morte a cada 90 segundos. Entre as condições mais fatais estão a Doença Arterial Coronariana (DAC) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC). O congresso acontece no Windsor Barra Hotel, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.

“Serão discutidos temas relevantes da prática clínica do cardiologista, com apresentações interativas e discussão de casos clínicos. A programação foi planejada para abordar toda a complexidade da cardiologia. Teremos módulos sobre cardiopatia congênita, insuficiência cardíaca, cardio-oncologia, entre outros temas”, explica a diretora nacional de Cardiologia da Rede D’Or, Olga Souza.

Presidente do Congresso, o cardiologista Antônio Aurélio destaca que o público terá uma oportunidade única de conhecer os mais recentes avanços técnicos e tecnológicos no cuidado com a saúde do coração. Segundo ele, a Rede D’Or tem sido pioneira na introdução dessas inovações no Brasil, especialmente no campo da cardiologia intervencionista. “Estamos na vanguarda da cardiologia intervencionista, como será possível ver na mesa de abertura do evento”, afirma.

Antônio também observa que o aumento da longevidade exige cuidados cada vez maiores com a saúde cardiovascular. Com o avanço da idade, é comum haver degeneração nas válvulas responsáveis por garantir o fluxo sanguíneo adequado. Estudos indicam que de 3% a 5% da população com mais de 65 anos pode apresentar algum grau de comprometimento da válvula aórtica. “Consolidar os avanços cirúrgicos é essencial para tratarmos esses pacientes e oferecermos melhor qualidade de vida”, reforça.

Entre os nomes confirmados estão dois convidados internacionais: David Morrow, professor de Harvard e especialista em Terapia Intensiva Cardíaca, e Susan Dent, oncologista clínica do Instituto de Câncer Wilmot, diretora de Cardio-Oncologia e professora de Medicina da Universidade de Rochester (NY). Paralelamente ao Congresso, também ocorrerão simpósios sobre a qualidade no cuidado ao paciente e a importância do trabalho multidisciplinar.

Serviço
Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or
Datas:
07, 08 e 09 de agosto
Inscrições:
Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or 2025
Local:
Windsor Barra Hotel – Avenida Lúcio Costa, 2630, Rio de Janeiro – RJ
Congresso Internacional de Cardiologia da Rede D’Or 2025

Cardiopatia congênita
Coluna assinada por Fernanda Campanha de Mendonça Cruz, médica responsável pelo Programa de Cardiologia Pediátrica e Congênita do Hospital e Maternidade Brasil - Rede D'Or

Publicado no jornal Diário do Grande ABC.

O que é cardiopatia congênita?

A cardiopatia congênita é um problema na estrutura do coração presente no nascimento. Ela se origina de uma alteração no desenvolvimento embrionário do coração, afetando tanto a estrutura quanto a função do órgão. Existem diversos tipos de cardiopatias congênitas, com diferentes graus de gravidade. Algumas podem ser leves e não causar sintomas, enquanto outras podem ser graves e exigir tratamento especializado.

Quais são os defeitos congênitos mais comuns no coração?

Os sintomas da cardiopatia congênita variam de acordo com o tipo e a gravidade do problema. Alguns deles são:
– Cianose: coloração azulada da pele, lábios e mucosas, devido à baixa oxigenação do sangue.
– Fadiga fácil: cansaço excessivo, mesmo durante atividades leves.
– Falta de ar: dificuldade para respirar, principalmente durante exercícios físicos.
– Sopro cardíaco: ruído anormal no coração, percebido durante a ausculta médica.
– Sudorese excessiva: apesar de inespecífica, mas principalmente quando predomínio cefálico.

Quais as causas da cardiopatia congênita?

As causas ainda não são totalmente compreendidas.
Entretanto, alguns fatores podem contribuir para um bebê nascer com essa condição, como, por exemplo, genética, infecções durante a gravidez, alguns medicamentos, doenças maternas, gravidez de gêmeos e fertilização in vitro, entre outros.

Quais são os defeitos congênitos mais comuns no coração?

Alguns deles são:
– Comunicação interventricular (CIV): formação de um orifício na parede que separa os ventrículos direito e esquerdo do coração, permitindo que o sangue oxigenado se misture com o sangue desoxigenado.
– Comunicação interatrial (CIA): existência de orifício na parede que separa os átrios direito e esquerdo do coração, permitindo que o sangue oxigenado se misture com o sangue desoxigenado.
– Persistência do canal arterial (PCA): um vaso sanguíneo que conecta a aorta à artéria pulmonar permanece aberto após o nascimento, permitindo que o sangue desoxigena-do flua para a aorta.
– Estenose pulmonar: estreitamento da válvula pulmonar, o que dificulta o fluxo de sangue do ventrículo direito para os pulmões.
– Tetralogia de Fallot: é uma combinação de quatro defeitos cardíacos: CIV (comunicação interventricular), estenose pulmonar, aorta sobreposta e hipertrofia ventricular direita.

Quais são os tratamentos disponíveis?

Os tratamentos da cardiopatia congênita dependem do tipo e da gravidade do problema. Algumas condições podem ser tratadas com medicação, como diuréticos, beta-bloqueadores e anticoagulantes. Em outros casos, a cirurgia pode ser recomendada. O cateterismo cardíaco, por exemplo, é um procedimento minimamente invasivo para a correção dos defeitos.

Qual a importância do diagnóstico precoce durante a gravidez para o tratamento?

O diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas durante a gravidez é crucial para melhorar o prognóstico da criança, reduzir o risco de complicações, oferecer mais opções de tratamento e diminuir a ansiedade dos pais. Se você está grávida e tem histórico familiar de cardiopatia congênita ou está preocupada com a saúde do coração do seu bebê, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar exames pré-natais específicos.

Como o Hospital e Maternidade Brasil lida com o tema?

Neste mês de conscientização sobre a doença, celebrada em junho no Brasil, a equipe de Cardiopatia Congênita do Hospital e Maternidade Brasil está preparada com excelentes profissionais para o diagnóstico e tratamento. O problema afeta cerca de 8 mil bebês a cada ano, tornando a comunicação sobre o assunto cada vez mais relevante para a sociedade. Temos o propósito também de combater possíveis discriminações, apoiar as famílias e promover a inclusão dos pacientes.

Internações por infarto aumentam mais de 150% no Brasil
Envelhecimento e obesidade estão entre os fatores de risco

Da Agência Brasil

Um levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) mostra que, entre 2008 e 2022, o número de internações por infarto aumentou no Brasil. Entre os homens, a média mensal passou de 5.282 para 13.645, alta de 158%. Entre as mulheres, a média foi de 1.930 para 4.973, aumento de 157%.

O estudo leva em consideração dados do Sistema de Internação Hospitalar do Datasus, do Ministério da Saúde. Por isso, cobre todos os pacientes brasileiros que usam os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), seja nos hospitais públicos ou nos privados que têm convênios. Isso representa de 70% a 75% de todos os pacientes do país.

Alguns fatores aumentam os riscos de infarto, informa o Instituto Nacional de Cardiologia. “O infarto do miocárdio acontece em populações mais idosas. E sabemos também do aumento da prevalência da obesidade na população brasileira”, explica a diretora-geral do INC, Aurora Issa.

Segundo Aurora, o frio também aumenta as chances de infarto. Dados do INC indicam que os casos são mais frequentes durante o inverno. No ano passado, o número de infartos nessa estação foi 27,8% maior em mulheres e 27,4% maior em homens na comparação com o verão.

“O frio leva à contração dos vasos [sanguíneos]”, diz a especialista. “A pessoa que tem um infarto, na maioria das vezes, já tem a placa de gordura nas artérias. O que leva ao infarto é uma inflamação na placa e a formação de um trombo em cima dessa placa. As infecções, muitas vezes, são um gatilho para a inflamação.”

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre homens e mulheres no Brasil. Entre 2017 a 2021, 7.368.654 pessoas morreram por esse motivo no país. De acordo com o INC, as principais formas de prevenção são a prática de exercícios físicos e a alimentação balanceada.

Quinta D’Or recebe seminário gratuito sobre cardiologia

Por Vicente Arantes

O Hospital Quinta D’Or recebe no sábado, dia 27, mais uma edição do SabaD’Or, tradicional evento promovido pela Rede D’Or São Luiz. O SabaD’Or é uma oportunidade para médicos e estudantes dividirem experiências, colaborando para a evolução profissional de todos. Serão discutidos temas relevantes da prática clínica diária do cardiologista através de casos vividos no próprio Quinta D’Or.

Diretora nacional da Cardiologia D’Or, Olga Ferreira de Souza, ressalta que a troca de experiências e conhecimentos se converte no atendimento mais qualificado ao paciente. “Vamos abordar casos reais de acidente vascular cerebral em jovem e quadros complexos de doença coronariana, entre outros, para ajudar em futuras tomadas de decisões”, explica.

As inscrições são gratuitas através do link https://www.home.cardiologiador.online/sabador. O evento será no auditório do hospital, das 7h30 às 12h30. O Quinta D’Or fica na Rua Almirante Baltazar, nº 435, em São Cristóvão.