O Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André, promove, em 28/9 (sábado), a segunda caminhada para conscientização sobre doação de órgãos, integrando atividade dentro do Setembro Verde, que trata sobre o tema.
Vão estar na caminhada os profissionais de saúde do hospital, colaboradores, pacientes e todos os interessados que desejam participar.
A caminhada começa às 7h, próximo ao hospital, na Rua José de Melo, e o trajeto vai até o Parque Central. A primeira edição ocorreu no ano passado.
Segundo a legislação brasileira, a decisão sobre a doação de órgãos de uma pessoa falecida cabe à família. Por isso, é importante que o doador converse com seus familiares, deixando claro o seu desejo de doar.
Qual a importância da doação de órgãos em relação à saúde pública?
A doação de órgãos é essencial para salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas que sofrem de doenças graves e irreversíveis. Em 2022, foram realizados aproximadamente 10.300 transplantes de órgãos sólidos (como rins, fígado e cora-ção). No entanto, muitas pessoas ainda morrem na tila de espera, principalmente devido à falta de doadores.
O aumento do número de doações pode ajudar a reduzir a mortalidade entre esses pacientes e os custos com tratamentos paliativos, como a diálise, que impactam diretamente o sistema de saúde pública. No contexto da saúde pública, ela contribui para a eficiência do sistema de saúde ao prevenir mortes evitáveis e permitir que pacientes voltem a ter uma vida produtiva.
No Brasil, segundo a legislação, não é possível deixar autorizado em vida a doação de órgãos. Em razão disso, fale sobre a relevância do diálogo com familiares sobre o tema.
No Brasil, a decisão final sobre a doação de órgãos de uma pessoa falecida cabe à família. Mesmo que alguém expresse o desejo de ser doador, isso não tem valor legal se a família não der a autorização, sendo a taxa de recusa familiar para a doação de órgãos no Brasil muito alta, em torno de 40%. Por isso, é muito importante que as pessoas conversem com seus familiares enquanto estão vivas, deixando claro o desejo de doar. Isso facilita a decisão da familia em um momento difi-cil, ajudando a garantir que a vontade da pessoa seja respeitada e que mais vidas possam ser salvas.
Quais órgãos podem ser doados em vida? E após a morte, quais órgãos e outras partes do corpo estão habilitados?
Em vida, uma pessoa saudável pode doar um dos rins, parte do fígado e medula óssea. Já após a morte, é possível doar diversos órgãos e tecidos, como os rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestinos e tecidos como pele, córneas e ossos. Em 2023, o Brasil realizou 16.000 transplantes de córnea, e há cerca de 37 mil pessoas aguardando transplante de rim, o órgão mais demandado.
Quais são as principais características observadas pelas equipes médicas para efetivar a doação entre o doador e receptor, como compatibilidade sanguínea, por exemplo, entre outros fatores?
Para que a doação de órgãos seja efetiva, os médicos avaliam vários fatores de compatibilidade entre o doador e o receptor. Entre os principais estão a compatibilidade sanguínea e o tipo de tecido (compatibilidade HLA). Também é considerado o tamanho do órgão a ser transplantado e o estado de saúde geral do receptor, como idade, peso, altura e gravidade da doença. O objetivo é garantir que o órgão doado tenha a maior chance de ser aceito pelo corpo do receptor, reduzindo o risco de rejeição e aumentando a chance de sucesso do transplante.
De maneira geral, como funciona no Brasil a fila de espera para transplante?
A fila de espera para transplantes no Brasil é organiza-da de maneira transparente pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), ligado ao Ministério da Saúde. Ho-je, há cerca de 60 mil pessoas na fila de espera por diferentes órgãos. Os pacientes são incluídos na lista de espera de acordo com critérios médicos, como a gravidade da doença e a compatibilidade com os órgãos dispo-níveis. Não é possível furar a fila, pois a distribuição dos órgãos segue regras claras para garantir justiça e igualdade no acesso aos transplantes. Além disso, as equipes médicas avaliam continuamente a urgência de cada caso, priorizando aqueles que estão em situação mais critica.
Em 15/8 é celebrado o Dia da Gestante. Qual a importância do pré-natal para a saúde das futuras mães e dos bebês?
Este dia tem a função de reforçar junto a toda comunidade a importância do pré-natal para todas as gestantes, para o acompanhamento do desenvolvimento fetal e também acompanhar as modificações físicas e psicológicas pelas quais passam a gestante neste período de intensa transformação para gerar um novo ser. Atualmente é recomendado que haja uma consulta pré-concepcional (antes da gravidez) para que possíveis problemas possam ser diagnosticados e tratados antes da concepção. Esta consulta pré-concepcional é ainda mais recomendada para as pacientes que já fazem controle de alguma intercorrência para que a mulher engravide em satisfatórias condições de saúde.
Quais são os principais exames que devem ser realizados no pré-natal?
Vários exames são realizados neste período com a finalidade de acompanhar as transformações orgânicas e psicológicas do casal possibilitando um tratamento precoce. Dentre os exames mais importantes citamos o rastreio da anemia e infecção com hemograma, do diabetes com a glicemia de jejum e teste de sobrecarga de glicose, da infecção urinaria com exame de urina e cultura urinaria e varias sorologias para rastreio de infecções. O acompanhamento do desenvolvimento fetal é realizado com a ultrassonografia, em que a morfologia fetal, a placenta, o líquido amniótico e também os fluxos placentários, matemos e fetais são avaliados. O rastreio da prematuridade com a medição do cola, o risco para síndromes e pré-eclámpsia também são estimados. A avaliação do coração do feto é feita com a ecocardiografia fetal durante o pré-natal.
Quais vacinas o casal deve tomar no período?
Nesta fase é fundamental que as vacinas do casal estejam em dia. São recomendadas as vacinas contra o tétano, coqueluche, difteria, influenza (gripe), hepatite B e covid-19.
Quais são as principais recomendações para a gestante ter uma gravidez saudável, como, por exemplo, em relação à alimentação e atividades físicas?
Algumas recomendações devem ser consideradas, como, por exemplo, a realização de atividade física por meio do pilates, hidroginástica, fisioterapia pélvica e caminhadas. Quanto à nutrição, devem ser evitados alimentos crus e mal lavados, bem como embutidos. A gestante deve evitar o consumo de álcool. A futura mãe precisa ingerir bastante fibras e líquidos para impedir a constipação intestinal.
Quais são os diferenciais do Hospital e Maternidade Brasil no cuidado com as gestantes?
No Hospital e Maternidade Brasil criamos o CIAGESTA (Centro Integrado de Acolhimento à Gestante), que é um pré-natal que tem como objetivo acolher, informar para menos intervir. Uma equipe multiprofissional integra este projeto para que seja oferecida à gestante um olhar completo sobre suas necessidades. A futura mãe passa em avaliação com o obstetra e com a equipe multiprofissional, formada por enfermeira, psicóloga, nutricionista e fisioterapeuta. É também oferecido o pré-natal ao marido, em que o médico clínico avaliará as condições de saúde e carteira vacinal do futuro pai. Toda a equipe acompanhará a gestante durante o parto e puerpério (período pós-parto), incluindo fisioterapia durante o trabalho de parto, sem ônus adicional à gestante. O Hospital e Maternidade Brasil conta com um grande centro de diagnóstico de última geração, onde todos os exames podem ser realizados. Há também um hospital geral como retaguarda contando com todas as especialidades médicas, incluindo UTI materno e neonatal.
A cardiopatia congênita é um problema na estrutura do coração presente no nascimento. Ela se origina de uma alteração no desenvolvimento embrionário do coração, afetando tanto a estrutura quanto a função do órgão.
Por ano, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem com o problema no Brasil e aproximadamente 40% vão necessitar de cirurgia ainda no primeiro ano, o que representa 12 mil pacientes. As estatísticas mostram que, em média, 1.800 destas crianças morrem antes de completar um ano de vida. Na apresentação grave da doença após o nascimento, ela pode ser responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.
O diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas durante a gravidez é crucial para melhorar o prognóstico da criança, reduzir o risco de complicações, oferecer mais opções de tratamento e diminuir a ansiedade dos pais.
De acordo com o Ministério da Saúde, estatísticas demonstram que 90% da incidência em crianças ocorre na gestação, sem fator de risco comprovado. A recomendação é evitar as principais causas para todas as malformações: tabagismo, alcoolismo e uso de determinados medicamentos. Além disso, é importante saber se há histórico da doença na família.
O Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or, em Santo André, é referência na região para o tratamento do problema. Possui uma equipe de cardiopatia congênita especializada em pediatria, cardiologia, obstetrícia, medicina fetal, neonatologia, arritmias e cuidados fetais. Oferece toda a estrutura e exames para os cuidados necessários. É o único da região que conta com ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), equipamento de alta complexidade que pode funcionar como pulmão ou coração artificiais.
“A equipe de Cardiopatia Congênita do Hospital e Maternidade Brasil está preparada com excelentes profissionais para o diagnóstico e tratamento. Temos o propósito também de combater possíveis discriminações, apoiar as famílias e promover a inclusão dos pacientes”, afirma Fernanda Campanha, médica responsável pelo Programa de Cardiologia Pediátrica e Congênita do Hospital e Maternidade Brasil.