Inteligência artificial como uma ferramenta de trabalho a mais para o representante comercial
A IA se consolida como uma aliada imprescindível para quem busca eficiência e inovação no setor comercial.

O interesse no uso da Inteligência Artificial (IA) tem aumentando nos últimos anos e atingido não só as pessoas mas também as organizações. Em 2024, 72% das empresas do mundo já adotaram essa tecnologia, um avanço significativo comparado aos 55% em 2023. As informações são de uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company, uma firma global de consultoria e gestão.

Mas não são só as empresas que estão se beneficiando da tecnologia, que vai muito além do conhecido Chat GPT. Quem trabalha com vendas já percebeu que a IA pode ser muito útil, por exemplo, para organizar rotinas e assim potencializar a eficiência de suas atividades.  Além disso, é um caminho para que os profissionais se mantenham competitivos e atualizados com o mercado.

Essa é a avaliação do presidente do Conselho regional dos representantes comerciais do Paraná (CORE-PR), Paulo Nauiack, que destaca como a IA já está presente e influenciando positivamente o setor. “O representante comercial já está usando a inteligência artificial. Um exemplo é a roteirização, um processo essencial para a organização do trabalho diário desses profissionais. Para fazer o seu roteiro, quando você usa o aplicativo, seja o aplicativo que for o Maps, Waze, está usando a inteligência artificial”.

Segundo Nauiack, a chave para maximizar os benefícios da IA está na familiaridade e na constância do uso. “Aproveite! Use, brinque, torne esta inteligência mais amigável para você, faça com que isso seja rotina. À medida que for usando a IA, seja ela qual for, adquirindo uma confiança maior, ela vai começar a te dar respostas melhores e você vai ser mais eficiente.”

O presidente do CORE-PR ressalta que a IA não substitui o representante comercial, mas sim complementa suas habilidades. “Você não será substituído pela IA, você será substituído por alguém que, como você, sabe usar a inteligência artificial.” Ele enfatiza que a eficácia da IA está diretamente ligada à qualidade e quantidade de informações fornecidas. “A IA vai nos dar respostas à medida que nós a alimentarmos, então, quanto melhor for o fluxo de informações e o conhecimento, a constância de dados que possa oferecer à sua inteligência artificial, melhores serão as respostas.”

Nauiack observa que o uso da IA já é uma realidade nas empresas e entre os clientes, sendo um diferencial competitivo entender e antecipar essas práticas. “A empresa que você representa já usa IA para mapear mercado, ter interação com seus concorrentes, para entender o que está sendo feito. Da mesma forma, seu cliente também usa, então antecipe-se, use, procure saber o que ele está fazendo, o que está usando, como está usando, e isso vai facilitar a sua vida.”

PIB cresce 0,8% no primeiro trimestre puxado pelo comércio, serviços e agronegócios

O IBGE lançou os dados do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) que cresceu 0,8% nesse primeiro trimestre de 2024. Esse resultado está dentro do esperado por vários economistas e pelo próprio mercado financeiro, que aguardavam uma projeção de crescimento entre 0,5% e 1%. Segundo análise da economista Patrícia Andrade, professora do curso de Administração da ESPM, com base na comparação entre o último trimestre de 2023 e o primeiro de 2024, o setor de serviços foi um dos que mais se destacou, com crescimento de 1,4% a mais em relação ao período anterior. “O setor do comércio também dá sinais de melhora, com aumento de 3%, o que indica um aumento do consumo e uma dinamização da economia”.

Mas, o grande impacto no PIB veio do agronegócio que teve uma alta de 11,3%. Para Andrade, esse dado expressivo contempla  duas ressalvas: em 2023, o segmento do agronegócio cresceu 15%, no entanto, do ano passado para cá, houve uma queda no setor.

Já Luciana Florêncio, professora de comportamento do consumidor da ESPM e especialista em estratégias no agronegócio, destaca que o bom resultado do PIB está no desempenho da balança comercial do agro brasileiro nesse primeiro trimestre. “Ao avaliarmos e compararmos os resultados do trimestre com igual período do ano anterior, há uma alta considerável em torno de R$ 37 bilhões, puxada pelas principais commodities: algodão, açúcar e café”.

A especialista ressalta que no mês de abril, em especial, houve um recorde histórico com as exportações. “Foi a maior receita cambial da história, registrada no mês, com a movimentação de US$ 953 milhões em receitas, por meio dos embarques de café verde. Com isso, o mercado brasileiro conseguiu um crescimento de 53% em volume, e 52% em valor”, diz Florêncio, prosseguindo: “o mês de março também fechou com recorde, mesmo com as exportações das commodities tendo oscilações com a carne e a soja. No entanto, ao longo do tempo, elas mantêm um ritmo e engordam a balança comercial. Tudo isso, em razão de que o mundo está  consumindo mais”.

Andrade pontua que a indústria de transformação se levantou no período com um crescimento positivo, o que é um bom indicador. “Percebemos que a indústria (que teve queda de 0,1%) ainda é o setor com mais dificuldades para se recuperar na economia brasileira, e essa problemática vem de décadas. Desde os anos 1980, com o processo de desenho nacional de industrialização, a área não retomou o caminho de crescimento – um dos fatores mais importantes para uma economia saudável, em seus principais setores”, conclui.

Inflação desacelera e Dia das Mães fica mais suave para o bolso das famílias

Dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) mostram que, nos últimos 12 meses, encerrados em abril deste ano, a inflação dos produtos e serviços mais procurados para o Dia das Mães registrou um aumento de 2,02%, valor abaixo da média de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que alcançou 3,13% no período. Além disso, o ritmo de aumento dos preços para bens e serviços consumidos durante esse período foi menor do que o observado em 2023, quando houve um aumento de 4,4%.

Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, ao analisar a composição da cesta de produtos e serviços do Dia das Mães, percebe-se que a maior inflação foi registrada nos serviços, com um aumento médio de 4,24%. “Este número está acima da média de inflação para 2024, mas abaixo do aumento acumulado no mesmo período em 2023, que foi de 7,16%. Isso reflete a resiliência do setor de serviços que, apesar de registrar uma desaceleração no ritmo de aumento de preços, ainda se mantém acima da inflação média”, explicou o pesquisador. Dentro do setor de serviços, os principais destaques foram: hotéis (5,49%), cinemas (5,47%) e bares e restaurantes (4,92%).

Um ponto positivo veio do comportamento dos preços dos itens mais comuns para presentear as mães, que registraram queda de 0,16%. Nesse segmento, destacam-se os seguintes produtos: celulares (-3,35%), computadores (-2,77%) e perfumes (-1,76%).

De acordo com Matheus Dias, apesar dos serviços terem registrado uma inflação mais forte do que a apurada para os bens duráveis, tudo dependerá do orçamento disponível das famílias para o Dia das Mães, pois os serviços em geral possuem um nível de preço menor do que muitos bens utilizados para presentear as mães. “Em geral, um celular, por exemplo, é mais caro do que um bom jantar para celebrar a data”, observou.

Grendene tem receita líquida de R$ 539,4 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 3,7% ante o 1T23
Com desempenho positivo no mercado interno, as marcas da companhia apresentaram bom giro nos pontos de venda no final de 2023

Sapatos (Foto: Gopal Samy/SXC.Hu)

Entre janeiro e março de 2024, a receita líquida da Grendene registrou crescimento de 3,7% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, totalizando R$ 539,4 milhões. O EBIT recorrente, indicador que representa o resultado operacional da companhia, somou R$ 98,4 milhões, um aumento de 32% se comparado ao mesmo período de 2023. O resultado líquido foi de R$ 139,7 milhões, 13,5% maior do que no 1T23. Já a receita bruta por par ficou em R$ 23,43, avanço de 4,0% em comparação com os três primeiros meses do ano passado.

Esse desempenho foi impulsionado pelo mercado interno que registrou um aumento de 6,7% na receita bruta, totalizando R$ 528,3 milhões, e um aumento de 4,6% no volume, alcançando 22 milhões de pares. A receita bruta por par no mercado doméstico expandiu 1,9% para R$ 24,05, devido ao reajuste de preços concedido em fevereiro de 2024 e ao mix de produtos com maior valor agregado.

“O resultado positivo no primeiro trimestre de 2024 no mercado brasileiro se deve, principalmente, às reposições acima das nossas expectativas, especialmente na tabela de janeiro de 2024, reflexo do bom giro das nossas marcas nos pontos de venda no final de 2023, e ao bom momento da Melissa”, explica Alceu Albuquerque, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Grendene.

Embora o desempenho no mercado interno, em termos de sell in, tenha sido positivo no 1T24, o início do ano apresentou um cenário mais desafiador no que diz respeito às vendas na ponta (sell out) para as marcas que compõem a Divisão 1, tanto no canal varejo como nos distribuidores. A Melissa apresentou um crescimento bastante positivo no sell out nos primeiros três meses do ano, registrando avanço de 21,0% em volume.

“Foi um desempenho bastante consistente, visto que os clubes Melissa registraram aumento do sell out em todos os meses do trimestre, em todas as regiões do Brasil e com maior fluxo de clientes nas lojas”, afirmou o executivo.

Na visão por segmento, o crescimento do sell in das marcas da Divisão 1 foi puxado pelo forte desempenho da linha masculina, que avançou 21,7% em receita e 29,5% em volume em comparação ao 1T23. Outro segmento que apresentou desempenho positivo foi o feminino, registrando expansão de 12,3% e 3,7% em receita e volume, respectivamente, assim como incremento de 8,4% no preço médio por par vendido.

Em Ipanema, foi observada retração de 20,6% na receita bruta, de 7,2% no volume de vendas e de 14,5% no preço médio, em relação ao sell in do mesmo período do ano anterior. A redução no preço médio é atribuída ao embarque de um mix de produtos mais econômico, especialmente devido ao decréscimo da participação do arquétipo sandália.

De janeiro a março de 2024, foram embarcados 6,3 milhões de pares para o mercado internacional, gerando R$ 134,1 milhões em receita bruta, valor 17,5% menor do que o do mesmo período do ano passado e o volume também recuou em 23,2%. ” Mesmo com o recuo dos embarques internacionais, o nosso share sobre as exportações de calçados brasileiros cresceu de 21,4% para 22,8%, 1,4 pp, dado que a queda das exportações da Companhia foi inferior à queda do setor como um todo, o qual recuou 22,8% e 28,0% em dólares e volume, respectivamente”, pontuou o diretor.

O início do ano foi marcado por uma diminuição nas exportações da Companhia, reflexo da persistência do ambiente adverso no mercado internacional. As crises políticas e econômicas, especialmente nos países da América Latina, e a inflação elevada em vários mercados importantes têm afetado negativamente os embarques para destinos internacionais. Além disso, o retorno mais forte das exportações de calçados chineses adiciona uma camada de complexidade ao cenário.

O lucro bruto da Grendene teve um acréscimo de R$ 22,3 milhões e totalizou R$ 240,4 milhões, incremento de 10,2%, ante o mesmo período de 2023. A margem bruta cresceu de 41,9% no 1T23, para 44,6%, neste 1º trimestre de 2024. A maior parcela deste resultado pode ser compreendida pelo aumento da receita líquida e pelo recuo dos preços das matérias-primas.

O EBIT (earnings before interests and taxes – lucro operacional antes dos efeitos financeiros) recorrente atingiu R$ 98,4 milhões, nos três primeiros meses de 2024, aumento de 32,0%, em comparação ao 1T23. A margem EBIT recorrente avançou para 18,2% (+3,9 pp), repercutindo a melhora do CPV no trimestre e a redução de despesas não recorrentes.

O resultado financeiro diminuiu 36,1% para R$65,1 milhões, efeito do menor saldo médio aplicado no período, fruto da distribuição de dividendos em maio de 2023, bem como um CDI médio inferior para o período.