As empresas inadimplentes cresceram 5,35% em 2017, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). As dívidas em atraso tiveram alta de 3,64% na comparação anual.
Por regiões, no Sudeste, o número de empresas negativadas na comparação anual avançou mais do que em outras regiões: a alta foi de 7,37%. Em seguida, aparecem o Sul (3,18%), o Centro-Oeste (2,99%), o Nordeste (2,61%) e o Norte (2,23%).
Em termos de participação, o Sudeste concentra a maior parte do número de empresas negativadas, com 46,14% do total. O Nordeste, por sua vez, concentra 20,77%, enquanto o Sul aparece com uma fatia de 17,07%.
Por setores, serviço lidera com maior número de empresas negativadas, com variação de 8,22%. Em seguida, aparecem comércio (3,42%), indústria (2,93%) e agricultura (-0,99%). Quando se analisam os setores credores (para os quais as empresas devem), o maior avanço da inadimplência foi observado pela indústria (4,67%), seguida de serviço (4,12%) e comércio (3,24%).
“Ainda há efeitos da crise, mas também há sinais de retomada da economia. Para este ano, espera-se que, à medida que os negócios se recuperem, o fenômeno da inadimplência desacelere”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
Dispor de um plano de saúde é o terceiro maior desejo do brasileiro, atrás apenas da casa própria e da educação. Como resultado, o benefício é um dos mais atrativos nas entrevistas de emprego. Porém, também se tornou um dos principais fatores na folha de despesas das organizações. Hoje, os planos já costumam ser o segundo item de maior custo para o RH. Levantamento da Aon registrou que, em 67% das empresas, o benefício representa aproximadamente 12% da folha de pagamento.
“Se mantivermos o mesmo histórico de crescimento dos últimos anos, ou seja, em patamares acima da inflação, em 2034 o custo com plano de saúde estará representando 27% da folha de pagamento”, prevê a gerente técnica de saúde da Aon, Maria Carolina Pazianotto.
O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), Paulo Sardinha, observa que a Reforma da Previdência deve provocar impacto direto na gestão do benefício. A elevação da idade mínima para aposentadoria vai aumentar a presença da terceira idade no mercado de trabalho, parcela esta da população que costuma utilizar mais os serviços de saúde.
Dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) apontam que o custo de um paciente idoso é quase três vezes maior que o de um adulto jovem. “A mudança na pirâmide etária do país fará com que a saúde se torne um importante ativo nas organizações. Trabalhar estrategicamente o bem-estar dos funcionários será um diferencial competitivo e fundamental para evitar o crescimento dos custos com os planos de saúde”, avalia Sardinha.
Para evitar o crescimento dos custos médicos, é importante observar as práticas adotadas no mercado antes da tomada de decisão sobre o benefício. “Trabalhar na gestão integrada do programa de saúde, avaliando um desenho de plano que reflita a realidade da empresa, e a atenção que o mercado exige, atrelado à gestão médica dos funcionários, com implementação de programas de qualidade de vida. A composição desta gestão traz resultados consistentes em médio e longo prazo, tornando o programa sustentável e eficaz”, orienta Maria Carolina.
Entretanto, ainda são poucas as empresas brasileiras que proporcionam algum tipo de estratégia de promoção de saúde. Quando há, na maioria dos casos, as ações são realizadas de forma isolada e pontual.
A diretora comercial da Allcare Corretora, Andrea Damásio, observa que ainda existem muitas oportunidades de redução de custo quando são introduzidos no desenho do plano alguns fatores. Ela cita como exemplo mecanismos de cooparticipação dos usuários, limitações de upgrade de produtos, controle e prevenção de doenças, entre outros. “O segredo está em um desenho adequado às necessidades de cada empresa”, orienta.
Há ainda a necessidade de a empresa em conseguir envolver e conscientizar o colaborador sobre o uso equilibrado do benefício. O funcionário desempenha um papel decisivo por meio do autocuidado, ou seja, na promoção de sua saúde, especialmente no momento de crise que traz ameaças para o bem-estar das pessoas. ”O caminho é promover o engajamento dos colaboradores na mudança de comportamento”, afirma Maria Carolina.
Matéria publicada na coluna Gestão de Pessoas, da ABRH-RJ
Os processos de globalização, consolidados, alcançam máxima amplitude. Os avanços da tecnologia, principalmente nas áreas da comunicação e de transporte, proporcionam a integração com maior intensidade das relações socioespaciais em escala mundial. Entretanto, o impacto extraordinário desse processo não vem resultando, necessariamente, na redução da intolerância à diversidade. A oposição que ainda há em torno de políticas de gênero, bem como as discussões de medidas antimigratórias na Europa, e a proposta do governo Trump, de construção de um muro entre as fronteiras do México e dos Estados Unidos, exemplificam como o combate ao preconceito permanece como um desafio global.
Diante desse cenário, o historiador e professor da Unicamp Leandro Karnal defende que as empresas devem assumir um papel de protagonismo na disseminação da tolerância à diversidade. Ele avalia que, hoje, o conceito de empregador envolve questões como a responsabilidade social, a sustentabilidade ecológica e a viabilidade financeira. “Os dias atuais demandam um papel mais amplo do que produzir ou fazer circular bens e serviços. Muitas empresas conseguem melhores resultados por associarem a sua imagem à ideia de tolerância ativa”, pondera.
Karnal acredita que as organizações não podem fugir ao desempenho de uma postura política. Porém, não no sentido partidário, mas no de comprometimento com causas sociais. “Quando a empresa opta por uma palestra contra o racismo ou a misoginia, isso é fazer uma boa política”, aconselha.
O diretor de RH da L’Oréal Brasil, Fábio Rosé, concorda com o historiador, mas destaca que a questão da diversidade no Brasil sofre com a falta histórica de políticas de inclusão. “Nossa pluralidade étnica, por exemplo, é muito superior à nossa capacidade de inclusão social e essa relação ainda está longe de atingir um ponto de equilíbrio”.
Ele observa que, no Brasil, menos de 40% da população com deficiência possui ensino fundamental completo. É estimado que 15% da população mundial vivam com algum tipo de deficiência e o desemprego desse grupo pode chegar a 80% em alguns países. Dada a ausência de políticas nacionais, as iniciativas das empresas podem trazer resultados consideráveis. A L’Oréal, por exemplo, no Dia da Mulher do ano passado, lançou no Brasil uma campanha com a Valentina, uma modelo transgênera.
“Ela acabou virando porta-voz da marca e, recentemente, foi a primeira transgênera a ser capa da revista Vogue. Poder contribuir com uma questão importante como essa é motivo de orgulho para nós”, destaca Rosé.
O diretor da multinacional francesa não tem dúvidas de que a força de trabalho diversificada traz ganho interno e externo para a empresa, pois aumenta a criatividade da organização e o seu poder de entender os consumidores. “Isso permite refletir melhor a realidade de cada país, entender suas características e desenvolver produtos que sejam relevantes para cada gosto ou necessidade”, afirma.
Dados do INSS mostram que, anualmente, 100 mil funcionários são afastados do trabalho por questões de saúde, aí incluídos os problemas causados pela obesidade como doenças cardiovasculares, ataques cardíacos, acidentes cerebrais e diabetes.
Quem tem empresa sabe a falta que faz um colaborador e o custo adicional gerado por essa ausência. São gastos com auxílio doença e um novo profissional para exercer a função do afastado. Em 2016, o custo aos cofres públicos foi de R$22,3 bilhões, de acordo com os dados do Contas Abertas.
Segundo pesquisas, a melhoria na saúde dos funcionários diminui o absenteísmo, aumenta a produtividade e, consequentemente, a receita. Pensando nisso, o Personal Trainer Anderson Brandão desenvolveu uma metodologia de emagrecimento com planos empresariais para estimular a busca de maior qualidade de vida dos colaboradores.
“O exercício físico auxilia na prevenção de problemas cardiovasculares e no controle da hipertensão arterial. Pessoas ativas são mais produtivas, tem imunidade maior, ficam menos doentes, são mais dispostas, otimistas e atentas. Também aprendem melhor, pois a atividade física estimula a parte do cérebro responsável pelo aprendizado”, afirma Anderson.
Por meio do aplicativo AB Saúde e da pulseira inteligente ABand, os colaboradores têm acesso direto a um programa de treinamento planejado conforme as características do corpo e disponibilidade de tempo de cada um. No aplicativo é possível acessar vídeos e fotos dos exercícios e a pulseira registra os passos e as atividades diárias para aproveitar melhor a rotina.
“O software permite orientar a pessoa a utilizar escadas ao invés do elevador, possui um programa de contagem de passos dados por dia além de séries de exercícios físicos que podem ser feitos em casa, com duração de 15 minutos. Então a pessoa não precisa necessariamente frequentar uma academia, pode simplesmente atingir um determinado número de passos por dia ou fazer um dos nossos programas de exercícios disponíveis no aplicativo “, explica o personal e idealizador do programa.
Uma equipe de supervisão do programa monitora e acompanha remotamente os funcionários e aqueles que não estão se movimentando ou seguindo o plano alimentar como deveriam são orientados pessoalmente. São disponibilizados relatórios para os gerentes dando uma visão sistêmica da evolução e motivação da equipe.
É possível realizar jogos e desafios com recompensas para motivar os colaboradores a se manterem no programa e estimular a integração entre eles. Isto possibilita que todo um setor fique mais produtivo e saudável, diminuindo os afastamentos por doenças e os prejuízos para a empresa, além de tornar o processo de emagrecimento mais fácil.
Essa melhoria na qualidade de vida dos colaboradores traz benefícios para a empresa e para o funcionário.