Importância do pré-natal
Coluna assinada por Rogério Gomes dos Reis Guidoni, diretor da maternidade do Hospital e Maternidade Brasil - Rede D'Or

(Imagem: Freepik)

Publicado no jornal Diário do Grande ABC.

Em 15/8 é celebrado o Dia da Gestante. Qual a importância do pré-natal para a saúde das futuras mães e dos bebês?

Este dia tem a função de reforçar junto a toda comunidade a importância do pré-natal para todas as gestantes, para o acompanhamento do desenvolvimento fetal e também acompanhar as modificações físicas e psicológicas pelas quais passam a gestante neste período de intensa transformação para gerar um novo ser. Atualmente é recomendado que haja uma consulta pré-concepcional (antes da gravidez) para que possíveis problemas possam ser diagnosticados e tratados antes da concepção. Esta consulta pré-concepcional é ainda mais recomendada para as pacientes que já fazem controle de alguma intercorrência para que a mulher engravide em satisfatórias condições de saúde.

Quais são os principais exames que devem ser realizados no pré-natal?

Vários exames são realizados neste período com a finalidade de acompanhar as transformações orgânicas e psicológicas do casal possibilitando um tratamento precoce. Dentre os exames mais importantes citamos o rastreio da anemia e infecção com hemograma, do diabetes com a glicemia de jejum e teste de sobrecarga de glicose, da infecção urinaria com exame de urina e cultura urinaria e varias sorologias para rastreio de infecções. O acompanhamento do desenvolvimento fetal é realizado com a ultrassonografia, em que a morfologia fetal, a placenta, o líquido amniótico e também os fluxos placentários, matemos e fetais são avaliados. O rastreio da prematuridade com a medição do cola, o risco para síndromes e pré-eclámpsia também são estimados. A avaliação do coração do feto é feita com a ecocardiografia fetal durante o pré-natal.

Quais vacinas o casal deve tomar no período?

Nesta fase é fundamental que as vacinas do casal estejam em dia. São recomendadas as vacinas contra o tétano, coqueluche, difteria, influenza (gripe), hepatite B e covid-19.

Quais são as principais recomendações para a gestante ter uma gravidez saudável, como, por exemplo, em relação à alimentação e atividades físicas?

Algumas recomendações devem ser consideradas, como, por exemplo, a realização de atividade física por meio do pilates, hidroginástica, fisioterapia pélvica e caminhadas. Quanto à nutrição, devem ser evitados alimentos crus e mal lavados, bem como embutidos. A gestante deve evitar o consumo de álcool. A futura mãe precisa ingerir bastante fibras e líquidos para impedir a constipação intestinal.

Quais são os diferenciais do Hospital e Maternidade Brasil no cuidado com as gestantes?

No Hospital e Maternidade Brasil criamos o CIAGESTA (Centro Integrado de Acolhimento à Gestante), que é um pré-natal que tem como objetivo acolher, informar para menos intervir. Uma equipe multiprofissional integra este projeto para que seja oferecida à gestante um olhar completo sobre suas necessidades. A futura mãe passa em avaliação com o obstetra e com a equipe multiprofissional, formada por enfermeira, psicóloga, nutricionista e fisioterapeuta. É também oferecido o pré-natal ao marido, em que o médico clínico avaliará as condições de saúde e carteira vacinal do futuro pai. Toda a equipe acompanhará a gestante durante o parto e puerpério (período pós-parto), incluindo fisioterapia durante o trabalho de parto, sem ônus adicional à gestante. O Hospital e Maternidade Brasil conta com um grande centro de diagnóstico de última geração, onde todos os exames podem ser realizados. Há também um hospital geral como retaguarda contando com todas as especialidades médicas, incluindo UTI materno e neonatal.

Cardiopatia congênita afeta 30 mil crianças por ano e 40% necessitam de cirurgia
Diagnóstico precoce é crucial; Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D'Or, é referência para tratamento

A cardiopatia congênita é um problema na estrutura do coração presente no nascimento. Ela se origina de uma alteração no desenvolvimento embrionário do coração, afetando tanto a estrutura quanto a função do órgão.

Por ano, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem com o problema no Brasil e aproximadamente 40% vão necessitar de cirurgia ainda no primeiro ano, o que representa 12 mil pacientes. As estatísticas mostram que, em média, 1.800 destas crianças morrem antes de completar um ano de vida. Na apresentação grave da doença após o nascimento, ela pode ser responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.

O diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas durante a gravidez é crucial para melhorar o prognóstico da criança, reduzir o risco de complicações, oferecer mais opções de tratamento e diminuir a ansiedade dos pais.

De acordo com o Ministério da Saúde, estatísticas demonstram que 90% da incidência em crianças ocorre na gestação, sem fator de risco comprovado. A recomendação é evitar as principais causas para todas as malformações: tabagismo, alcoolismo e uso de determinados medicamentos. Além disso, é importante saber se há histórico da doença na família.

O Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or, em Santo André, é referência na região para o tratamento do problema. Possui uma equipe de cardiopatia congênita especializada em pediatria, cardiologia, obstetrícia, medicina fetal, neonatologia, arritmias e cuidados fetais. Oferece toda a estrutura e exames para os cuidados necessários. É o único da região que conta com ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), equipamento de alta complexidade que pode funcionar como pulmão ou coração artificiais.

“A equipe de Cardiopatia Congênita do Hospital e Maternidade Brasil está preparada com excelentes profissionais para o diagnóstico e tratamento. Temos o propósito também de combater possíveis discriminações, apoiar as famílias e promover a inclusão dos pacientes”, afirma Fernanda Campanha, médica responsável pelo Programa de Cardiologia Pediátrica e Congênita do Hospital e Maternidade Brasil.

Julho Amarelo: Hepatites Virais
Coluna assinada por Yuri Boteon, médico especialista em cirurgia geral e cirurgia do aparelho digestivo do Hospital e Maternidade Brasil - Rede D'Or

(Foto: Reprodução/MedClub)

Publicado no jornal Diário do Grande ABC.

O que são hepatites virais?

As hepatites virais são infecções que afetam o fígado, podendo causar desde alterações leves até doenças graves. Muitas vezes, são assintomáticas, mas podem apresentar sinais como cansaço, febre, mal-estar, enjoo, vômitos, dor abdominal, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes claras.

Quais são os tipos de hepatites virais?

Existem cinco tipos principais de hepatites virais: A, B, C, D e E. No Brasil, os tipos mais comuns são A, В е С.

Julho Amarelo é o mês de luta contra as hepatites virais. Qual a importância da conscientização?

A conscientização sobre as hepatites virais é essencial para a prevenção e controle dessas doenças.

Campanhas como o Julho Amarelo informam a população sobre as formas de contágio, a importância da vacinação e a necessidade de diagnóstico precoce. Essa disseminação de conhecimento reduz o estigma, incentiva comportamentos preventivos e promove a testagem regular.

Quais são as principais formas de contágio?

Existem diferentes formas de contágio, dependendo do tipo do vírus. A hepatite A é transmitida principalmente pela via fecal-oral, geralmente por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados. Situações de baixo saneamento básico e higiene pessoal inadequada são grandes facilitadores dessa transmissão, entre outros fatores.

A hepatite B tem várias formas de transmissão, como relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada, de mãe para filho durante a gestação e o parto, e pelo compartilhamento de materiais para uso de drogas, como seringas e agulhas. Compartilhar itens de higiene pessoal, como lâminas de barbear, escovas de dente e alicates de unha, também pode ser uma via de transmissão.

A hepatite C é predominantemente transmitida pelo contato com sangue contaminado. Isso pode ocorrer mediante reutilização ou falha na esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos, e durante procedimentos invasivos como hemodiálise e cirurgias.

A hepatite D só ocorre em pessoas já infectadas pelo vírus da hepatite B e compartilha modos de transmissão semelhantes. Já a hepatite E é transmitida pela via fecal-oral, principalmente através do consumo de água contaminada.

Quais são as principais medidas utilizadas como prevenção?

A prevenção das hepatites virais envolve uma série de medidas específicas para cada tipo. Para a hepatite A, é essencial melhorar as condições de higiene e saneamento básico. Lavar as mãos regularmente, especialmente após o uso do sanitário e antes de preparar alimentos, é fundamental, entre outras precauções.

Para a hepatite B, a vacinação é a principal medida preventiva, sendo extremamente eficaz e segura. Outros cuidados incluem o uso de preservativos em todas as relações sexuais e evitar o compartilhamento de objetos pessoais, como lâminas de barbear, escovas de dente, materiais de manicure e pedicure, e equipamentos para uso de drogas.

Não existe vacina para a hepatite C, por isso a prevenção se baseia em evitar o compartilhamento de objetos que possam ter contato com sangue, como seringas, agulhas e alicates. O uso de preservativos nas relações sexuais e a realização de exames pré-natais para detectar hepatites B e C, HIV e sífilis em mulheres grávidas são medidas essenciais.

As formas de transmissão da hepatite D são idênticas às da hepatite B, portanto, a imunização contra a hepatite B também previne a hepatite D. Além disso, é importante usar preservativos em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos pessoais.

Qual o diferencial do Hospital Brasil no tratamento das hepatites virais?

O Hospital e Maternidade Brasil oferece atendimento médico de alta qualidade atuando desde a prevenção da doença até a realização das terapêuticas mais avançadas para o tratamento das complicações graves, como a cirrose hepática e o carcinoma hepatocelular. Com uma estrutura moderna, o hospital dispõe de uma equipe especializada em doenças hepáticas e acesso a terapias complexas como cirurgias hepáticas e o transplante de fígado. A abordagem integrada e o compromisso com a qualidade do atendimento fazem do Hospital Brasil uma referência no cuidado de pacientes com hepatites virais.

Cardiopatia congênita
Coluna assinada por Fernanda Campanha de Mendonça Cruz, médica responsável pelo Programa de Cardiologia Pediátrica e Congênita do Hospital e Maternidade Brasil - Rede D'Or

Publicado no jornal Diário do Grande ABC.

O que é cardiopatia congênita?

A cardiopatia congênita é um problema na estrutura do coração presente no nascimento. Ela se origina de uma alteração no desenvolvimento embrionário do coração, afetando tanto a estrutura quanto a função do órgão. Existem diversos tipos de cardiopatias congênitas, com diferentes graus de gravidade. Algumas podem ser leves e não causar sintomas, enquanto outras podem ser graves e exigir tratamento especializado.

Quais são os defeitos congênitos mais comuns no coração?

Os sintomas da cardiopatia congênita variam de acordo com o tipo e a gravidade do problema. Alguns deles são:
– Cianose: coloração azulada da pele, lábios e mucosas, devido à baixa oxigenação do sangue.
– Fadiga fácil: cansaço excessivo, mesmo durante atividades leves.
– Falta de ar: dificuldade para respirar, principalmente durante exercícios físicos.
– Sopro cardíaco: ruído anormal no coração, percebido durante a ausculta médica.
– Sudorese excessiva: apesar de inespecífica, mas principalmente quando predomínio cefálico.

Quais as causas da cardiopatia congênita?

As causas ainda não são totalmente compreendidas.
Entretanto, alguns fatores podem contribuir para um bebê nascer com essa condição, como, por exemplo, genética, infecções durante a gravidez, alguns medicamentos, doenças maternas, gravidez de gêmeos e fertilização in vitro, entre outros.

Quais são os defeitos congênitos mais comuns no coração?

Alguns deles são:
– Comunicação interventricular (CIV): formação de um orifício na parede que separa os ventrículos direito e esquerdo do coração, permitindo que o sangue oxigenado se misture com o sangue desoxigenado.
– Comunicação interatrial (CIA): existência de orifício na parede que separa os átrios direito e esquerdo do coração, permitindo que o sangue oxigenado se misture com o sangue desoxigenado.
– Persistência do canal arterial (PCA): um vaso sanguíneo que conecta a aorta à artéria pulmonar permanece aberto após o nascimento, permitindo que o sangue desoxigena-do flua para a aorta.
– Estenose pulmonar: estreitamento da válvula pulmonar, o que dificulta o fluxo de sangue do ventrículo direito para os pulmões.
– Tetralogia de Fallot: é uma combinação de quatro defeitos cardíacos: CIV (comunicação interventricular), estenose pulmonar, aorta sobreposta e hipertrofia ventricular direita.

Quais são os tratamentos disponíveis?

Os tratamentos da cardiopatia congênita dependem do tipo e da gravidade do problema. Algumas condições podem ser tratadas com medicação, como diuréticos, beta-bloqueadores e anticoagulantes. Em outros casos, a cirurgia pode ser recomendada. O cateterismo cardíaco, por exemplo, é um procedimento minimamente invasivo para a correção dos defeitos.

Qual a importância do diagnóstico precoce durante a gravidez para o tratamento?

O diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas durante a gravidez é crucial para melhorar o prognóstico da criança, reduzir o risco de complicações, oferecer mais opções de tratamento e diminuir a ansiedade dos pais. Se você está grávida e tem histórico familiar de cardiopatia congênita ou está preocupada com a saúde do coração do seu bebê, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar exames pré-natais específicos.

Como o Hospital e Maternidade Brasil lida com o tema?

Neste mês de conscientização sobre a doença, celebrada em junho no Brasil, a equipe de Cardiopatia Congênita do Hospital e Maternidade Brasil está preparada com excelentes profissionais para o diagnóstico e tratamento. O problema afeta cerca de 8 mil bebês a cada ano, tornando a comunicação sobre o assunto cada vez mais relevante para a sociedade. Temos o propósito também de combater possíveis discriminações, apoiar as famílias e promover a inclusão dos pacientes.