Obelisco de Ipanema vai ficar iluminado de azul
Iniciativa da Oncologia D’Or chama atenção para o cuidado da saúde do homem, além da prevenção ao câncer de próstata

 

 

Da Redação

Uma das principais vias de Ipanema, a Rua Visconde de Pirajá, famosa pela variedade de comércio e responsável por ligar Leblon a Copacabana, também terá destaque na campanha contra o câncer de próstata. Na noite desta quarta-feira (30), às 19h, o Obelisco de Ipanema, monumento idealizado pelo arquiteto Paulo Casé, vai ser iluminado de azul, como parte das ações da Oncologia D’Or em apoio à campanha de prevenção ao câncer de próstata “O futuro está no cuidado”. Mais do que simplesmente alertar sobre os riscos do câncer, a iniciativa quer estimular os homens a dedicar tempo ao cuidado da própria saúde, dando ênfase à prevenção o ano inteiro, não somente em novembro.

“Além de estar situado em uma das ruas mais movimentadas do Rio, o Obelisco também faz parte de um bairro que estimula a vida saudável, pois as praias são convidativas à prática de atividades físicas. É o que queremos é mostrar a importância do cuidado com a própria saúde, seja com uma alimentação equilibrada, realização de atividade física, mas também com a ida periódica ao médico e realização de exames preventivos”, explica o diretor regional da Oncologia D’Or, Marcus Vinicius J. dos Santos, explica.

E os números mostram que os homens precisam cuidar melhor da saúde. A expectativa de vida do homem no Brasil é de 72,9 anos, enquanto a da mulher é de 79,4. A cada ano, mais de 60 mil casos de câncer de próstata são diagnosticados no Brasil, o que o faz ser o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer. “Quando diagnosticado em estágio avançado, a chance de cura do câncer de próstata é de 10% a 20% apenas”, alerta a oncologista Rafaela Pozzobon.

Na avaliação da oncologista, o exame do toque retal, considerado um tabu entre os homens, é fundamental para a obtenção de um diagnóstico mais preciso em relação à doença.  Os homens devem procurar o médico para realização dos exames a partir dos 50 anos. Aqueles que se encontram no grupo com fatores de risco devem procurar a partir dos 45 anos. “O toque retal, apesar da resistência da maioria dos homens, é um exame fundamental para o diagnóstico. Faz parte do exame médico. Não é possível prevenir contra a ocorrência do câncer de próstata, mas podemos fazer um diagnóstico precoce. Infelizmente, por causa dessa resistência, ainda temos um índice de 20% de diagnóstico tardio”, frisou.

Pozzobon ressalta que a doença pode manifestar-se através de sinais como dificuldade em urinar ou urina escura, por exemplo, que é comum a outros problemas como hiperplasia benigna da próstata. Por isso é importante que o homem faça acompanhamento médico regular e mantenha seus exames em dia. “A falta do cuidado com a própria saúde faz com que o homem não perceba sinais de doenças em seu estágio inicial”, observa a oncologista.

Sobre o câncer de próstata

O câncer de próstata é um tipo de câncer muito comum nos homens, especialmente após os 50 anos de idade. Geralmente, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, dependendo do estadiamento da doença, que quando é descoberta ainda na fase inicial, tem maiores chances de cura.

Rio de Janeiro recebe o VII Simpósio Internacional de Câncer de Pulmão Oncologia D’Or
Evento que vai até amanhã traz os avanços no combate ao segundo tipo de câncer mais comum no Brasil

 

O diretor regional da Oncologia D’Or, Marcus Vinicius, ressalta a inovação do setor na abertura do simpósio

 

Da Redação

Começou no início da tarde desta sexta-feira e vai até amanhã (27) o VII Simpósio Internacional de Câncer de Pulmão Oncologia D’Or. O evento vai reunir, no Hotel Prodigy Santos Dumont, no Rio de Janeiro oncologistas, cirurgiões, pneumologistas, patologistas e radiologistas nacionais e estrangeiros, que vão apresentar os últimos avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão. “Serão dois dias intensos, com muita informação, em que serão apresentadas importantes inovações do setor, mas sempre com foco no melhor cuidado para o paciente”, destacou o diretor regional da Oncologia D’Or, Marcus Vinicius, durante a abertura do seminário.

Entre os palestrantes estão o Tiago Machuca, diretor do Miami Transplant Institute (MTI), da Universidade de Miami, e um dos coordenadores científicos do evento; Renato Martins, professor da Divisão de Oncologia Médica do Departamento de Medicina da Universidade de Washington; Marc de Perrot, diretor do programa de Mesotelioma do Princess Margaret Cancer Center, em Toronto e Kazuhiro Yasufuku, professor e presidente da Divisão de Cirurgia Torácica da Universidade de Toronto.

Após dois anos de simpósio exclusivamente em formato virtual, esta edição será realizada de forma híbrida, com a realização de palestras presenciais e transmissão on-line. Cirurgia robótica, tecnologias para radioterapia, avanços da terapia-alvo e da imunoterapia, bem como novidades no cenário adjuvante e neoadjuvante, são alguns dos temas que serão destaque do simpósio.

O câncer de pulmão é um dos mais comuns. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), anualmente o país tem cerca de 30 mil novos casos e 29 mil mortes pela doença, que tem no tabagismo sua principal origem.

Casos de câncer de cabeça e pescoço preocupam
Vacina contra o HPV e adoção de hábitos saudáveis estão entre as formas de prevenção

 

Da Redação

Julho Verde é o mês de conscientização mundial sobre os tumores de cabeça e pescoço, que englobam os cânceres que começam nos tecidos e órgãos dessas regiões, incluindo laringe, garganta, boca, nariz, glândulas salivares e tireoide. Segundo dados do INCA, aproximadamente 80% dos tumores desse tipo ocorrem na mucosa da faringe (orofaringe, hipofaringe e nasofaringe), cavidade oral e laringe, sendo o tipo mais comum, os chamados carcinoma epidermóides e 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento, além de elevar a taxa de mortalidade.

O oncologista Daniel Herchenhorn da Oncologia D’Or, relata que o estilo de vida é um dos principais fatores de risco. “Estima-se que o consumo de tabaco e álcool seja responsável por três de cada quatro casos de câncer de cabeça e pescoço. O HPV, vírus sexualmente transmissível, também é um fator de risco importante, respondendo por sete de dez casos de câncer de orofaringe (amígdala ou base da língua), e, em especial, em pacientes muitas vezes mais jovens, e sem hábito de tabagismo ou etilismo”, explica. Ele alerta que o câncer da tireoide é o mais comum e afeta três vezes mais as mulheres do que os homens. No Brasil, de acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 8 mil mulheres são diagnosticadas anualmente com o tumor. Isso o coloca como o quinto de maior incidência em mulheres, atrás do câncer de mama, colorretal, colo do útero e pulmão.

Quando diagnosticado logo no início, as chances de cura dos tumores de cabeça e pescoço podem chegar a 90%. O tratamento, dependendo de localização, características e extensão do tumor, pode incluir cirurgia, seja ela por via aberta ou mesmo robótica, radioterapia ou quimioterapia, realizadas isoladamente ou em combinação. Os sintomas do câncer de cabeça e pescoço podem variar de acordo com a localização do tumor.  Os pacientes com câncer na região da cabeça, boca e face podem evoluir para lesões semelhantes a úlceras, com sangramento, manchas brancas na boca, dor no local, sangramentos pelo nariz, dores de cabeça frequentes, dormência nos músculos da face, rouquidão persistente, entre outros sintomas. “Já os tipos encontrados no pescoço podem causar nódulos na região, mudança na voz e dificuldade para engolir”, relata o oncologista.

Vacinação contra o HPV

O Dr. Daniel Herchenhorn explica ainda, que algumas ações ajudam na prevenção. A começar pela boa higiene bucal, escovando bem os dentes e mantendo as próteses dentárias bem ajustadas. Nesse contexto, o acompanhamento regular com o dentista é muito importante, por possibilitar a detecção precoce de uma lesão suspeita na cavidade oral. “Outra importante medida preventiva é adotar hábitos de vida saudáveis, com prática regular de atividade física e uma dieta equilibrada, a base de frutas e vegetais ricos em betacaroteno, como cenoura, abóbora, espinafre, couve, batata doce e mamão, além de proteínas e minerais. É fundamental evitar consumo frequente de bebidas alcoólicas e em especial o tabagismo”, destaca.

No caso específico dos cânceres provocados por HPV, a vacina é uma das principais formas de prevenção. Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos podem tomar a vacina gratuitamente no SUS. Entretanto, a pandemia gerou um retrocesso nas taxas de vacinação. Dados de 2021, apontam que apenas 57% das meninas completaram o esquema vacinal de duas doses. “É uma necessidade de saúde pública estimular os jovens a se vacinar contra o HPV”, afirma.

Terapia celular é o presente do tratamento do câncer
Maior evento sobre câncer no mundo traz nova geração de imunoterapia e uso de uso de tecnologia ctDNA como novos paradigmas

 

 

Termina nesta terça-feira (07), em Chicago, nos Estados Unidos, o encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. A ASCO é conhecida como o maior evento de oncologia do mundo, por apresentar estudos que consolidam o que está na vanguarda do tratamento e diagnóstico de diferentes tipos de tumores. “A edição deste ano nos mostra que a medicina personalizada por meio da imunoterapia e testes genéticos é um dos caminhos a se seguir no combate ao câncer”, avalia Daniel Herchenhron, coordenador científico da Oncologia D’Or.

Entre os estudos que apontam caminhos promissores e podem se confirmar como uma mudança de paradigmas no combate ao câncer, Herchenhorn destaca a ênfase vista em terapia celular, que abre novos horizontes no combate a tumores considerados resistentes. Através de linfócitos retirados do próprio paciente, são cultivadas células in vitro que conseguem combater especificamente o tumor daquela pessoa. Essa nova geração de terapia celular se mostra promissora para diversos tipos de tumores resistentes, como melanoma, câncer de rim e até mesmo de pâncreas.

“Um dos casos apresentados traz boas perspectivas, inclusive, para o câncer de pâncreas, que hoje é um dos mais difíceis de se tratar. Neste caso o tratamento foi feito por meio de manipulação genética de células a partir de uma mutação comum no câncer de pâncreas”, destaca. Herchenhorn, que faz parte de uma comitiva com 45 profissionais da Oncologia D’Or. Outro estudo, que ganhou inclusive as páginas do New York Times, registrou o sucesso do uso da imunoterapia em pacientes com câncer retal, sem necessidade do uso de terapias mais agressivas, nem mesmo cirurgia. “Alguns pacientes com tumor colorretal têm mutações chamadas de instabilidade micro satélite, altamente sensível à imunoterapia. Neste caso, pacientes foram tratados com imunoterapia. Naqueles em que a doença desapareceu, não foi necessário o uso de químio, rádio ou mesmo de cirurgia. Apesar de iniciais, os dados convertem para uma customização maior do tratamento baseada em estudos genéticos e com menor toxicidade com certeza”, relata.

A imunoterapia é um exemplo dos avanços da medicina que permitem a realização de tratamentos customizados a partir do DNA do paciente. É uma possibilidade que abre novos horizontes para aqueles que não conseguem uma boa resposta às terapias tradicionais. Herchenhorn ressalta que estudos apresentados na ASCO mostram que essa “medicina personalizada” permite, inclusive, diagnósticos mais precisos, que ajudam na tomada de decisão da melhor terapia e possivelmente em evitar terapias desnecessárias.

Um exemplo são os estudos com uso de tecnologia ctDNA. Através de fragmentos de tumores presentes na corrente sanguínea, chamados de DNA Tumoral Circulante, é possível projetar com mais precisão a detecção precoce do tumor, sua recuperação cirúrgica, contribuindo também para o monitoramento do tratamento. A tecnologia fornece mais informações para o oncologista decidir como proceder com a terapia. Isso permite, por exemplo, avaliar melhor as chances de um tumor retornar a até mesmo a sua agressividade.

Assim, o médico pode evitar o uso de tratamentos mais tóxicos em casos de menor risco. Estudos feitos em câncer de cólon apontaram que é possível indicar se será preciso quimioterapia pós-operatória baseado na presença de DNA tumoral circulante. “O mais importante é que esses estudos apontam caminhos bem promissores e que podem modificar o modo como enxergamos a doença e como iremos tratá-la no futuro próximo. Não são perspectivas para daqui a 30, 40 anos”, ressalta o oncologista.