Em janeiro, a cor verde piscina ganha destaque como parte da campanha internacional de conscientização das mulheres sobre a prevenção do câncer de colo do útero. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do cólon. Todo ano, surgem 16 mil novos casos e 5 mil mulheres morrem vítimas da doença no Brasil. Também é a quarta causa de morte por câncer de mulheres no país.
A oncologista da Oncologia D’Or Maria Del Pilar Estevez Diz observa que apesar da incidência da doença e das campanhas de conscientização ainda há muitas mulheres que desconhecem o que causa a doença e, assim, ignoram as formas de prevenção. A principal causa de câncer de colo do útero é a infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano). “A infecção por este vírus é uma doença sexualmente transmissível, que acomete grande número de adultos em algum momento de suas vidas. A persistência do HPV, por longos períodos de tempo, estimula o surgimento de alterações no DNA das células, podendo ser responsável pelo aparecimento do câncer”.
Ela alerta que a doença tem o desenvolvimento lento e, na fase inicial, costuma não apresentar sintomas. Por isso, é importante consultar o médico ginecologista periodicamente e realizar os exames de rotina anualmente. Quando diagnosticada em fase inicial, o sucesso do tratamento chega a 90%. “A melhor forma de detectar precocemente o câncer de colo de útero é indo anualmente ao ginecologista e fazendo os exames de rotina”, explica Pilar, observando que, em estágio avançado, o câncer pode provocar sangramento e corrimento vaginal, bem como dor na pelve ou durante as relações sexuais.
O uso de preservativo durante a relação sexual, a vacinação contra o HPV, em conjunto com os exames preventivos (como o Papanicolaou) são importantes ferramentas na prevenção da doença. “Todas as mulheres, mesmo as vacinadas, devem fazer o exame preventivo periodicamente (a partir do início da vida sexual), pois o diagnóstico precoce do câncer é a chave para maior chance de cura”, destaca Pilar.
Tratamento
As opções de tratamento para o câncer de colo de útero variam conforme o estágio do tumor. Pode ser utilizada a cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação entre elas. “A cirurgia é muito importante, mas ela está limitada para os estágios iniciais, ou seja, menos de 20% dos casos poderão ser tratados exclusivamente com a cirurgia”, afirma a oncologista.
Entretanto, Pilar observa que a maioria das pacientes com câncer do colo do útero no Brasil não é candidata à cirurgia por se encontrar normalmente em um estágio mais avançado da doença. “A quimioterapia e a radioterapia são o tratamento padrão para o câncer do colo do útero avançado, e é o que tem os melhores resultados em termo de sobrevida global”.
Porém, há os efeitos colaterais que os tratamentos provocam. A paciente tem que lidar com náuseas, vômitos, dificuldade para urinar, disfunção sexual e até infertilidade. “Não é um tratamento simples, e costuma ser bastante desgastante para a mulher. Por isso é importante adotar as medidas de prevenção e estar em dia com as visitas ao ginecologista”, destaca Pilar.