Pandemia coloca à prova resiliência da saúde privada
Mesmo com aumento dos custos, setor fechou o ano com saldo positivo de 100 mil empregos

Presidente da CNSaúde, Breno Monteiro, aponta que alta do dólar impactou nos preços de insumos

 

Da Redação

A pandemia colocou à prova a resiliência do setor de saúde privado brasileiro. Essa é a avaliação do presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Breno Monteiro. A paralisação de cirurgias eletivas, exames e consultas fez a receita do setor despencar. A alta do dólar é outro fator que estrangulou ainda mais o setor, que responde por 57% de tudo que é investido em saúde no Brasil. O presidente da CNSaúde explica que boa parte dos insumos e equipamentos médicos são importados. Com o dólar acima de R$ 5,00, a projeção é de que os custos médicos tenham aumentado em mais de 10%, isso sem considerar a inflação no ano.

Ainda assim, apesar de todas as dificuldades, o setor fechou o ano com um saldo positivo de mais de 100 mil empregos. No total, a saúde responde por mais de 2,4 milhões de empregos no país, superior a segmentos como construção (2,3 milhões) e agricultura (1,5 milhões). O Brasil é o terceiro maior mercado privado de saúde do mundo, somente atrás dos Estados Unidos e da China.

Saúde da mulher é destaque em encontro promovido pela MedRio Check-up
A ginecologista Claudia Jacyntho alertou sobre as doenças com maior incidência

 

Com uma apresentação por videoconferência, Claudia Jacyntho detalhou o cenário das principais doenças ginecológicas

 

Da Redação

É preciso que as mulheres estejam mais atentas a própria saúde, alertou a ginecologista Claudia Jacyntho durante palestra por videoconferência realizada nesta segunda-feira (05) na MedRio Check-up. Ao falar sobre as principais doenças ginecológicas que atingem as mulheres, Claudia explicou que em muitos casos o diagnóstico tardio ocorre devido à falta de um acompanhamento médico regular. “Entretanto, a parcela mais carente da população não tem acesso a bons serviços de saúde. Essa é uma realidade do Brasil”, lamentou, citando como exemplo o câncer de colo de útero. Apesar de existir vacina contra o HPV, que é uma das causas mais comuns desse tumor, 77% dos casos são diagnosticados em estado avançado justamente devido à desigualdade no acesso aos serviços.

Claudia explicou que a doença inflamatória pélvica (DIP) está entre as enfermidades que mais vêm afligindo as mulheres. A DIP chega a responder por 19% das internações ginecológicas e atinge principalmente as jovens. As estatísticas mostram que 70% das pacientes que são diagnosticadas com DIP têm menos de 25 anos. Já o câncer de ovário costuma ser mais frequente entre quem tem mais de 60 anos. É justamente o mais letal entre os cânceres ginecológicos e o terceiro de maior incidência. Segundo o INCA, cerca de 4 mil mulheres morrem por ano no Brasil devido a esse tumor.

A endometriose é outra doença que precisa estar no radar das mulheres. Segundo pesquisas, cerca de 7 milhões de brasileiras apresentam o tecido que reveste o interior do útero fora da cavidade uterina. O principal sintoma é a dor pélvica crônica. “Recomenda-se como prevenção manter hábitos saudáveis, que incluem uma alimentação equilibrada, prática de atividades físicas, além de idas regulares ao ginecologista”, observou.

A palestra faz parte da série Encontro Científico com a Prevenção, que a clínica realiza pelos seus 30 anos. Ao longo de um ano, sempre na primeira segunda-feira do mês, um especialista vai debater com a equipe médica da MedRio sobre os avanços de medicina. Essa foi a segunda edição. No primeiro encontro, o mastologista e membro da Academia Nacional de Medicina Maurício Augusto Silva Magalhães Costa falou sobre câncer de mama.

Líder brasileira em medicina preventiva, a MedRio realizou, desde 1990, mais de 150 mil check-ups médicos em executivos, homens e mulheres, das maiores empresas do país. A clínica agrega uma equipe médica de ponta, constituída por vários professores universitários, utilizando equipamentos de alta tecnologia e modernizados constantemente, apresenta um laboratório para as análises clínicas com excelência no mercado e, permanentemente investe em inovação. Tudo em um ambiente moderno, confortável e seguro.

Saúde, educação e trabalho em perigo
Aldevânio Francisco Morato, Elizabeth Guedes, Gilberto Ururahy e Paulo Sardinha*

É muito difícil estabelecer um cenário otimista em relação à educação, saúde e trabalho no Brasil. Justamente três esferas fundamentais para que o país consiga reduzir a desigualdade social e estabelecer as bases para um desenvolvimento sólido e de longo prazo. Saúde e educação são variáveis fundamentais para o desenvolvimento social e econômico de qualquer nação. A história nos ensina isso. E ambos os setores são a base para a formação de profissionais qualificados, que é uma condição necessária para ser competitivo no processo cada vez mais intenso de globalização.

No entanto, a saúde e a educação estão justamente entre os setores que viram a pandemia acentuar dificuldades enfrentadas nos últimos anos. A rede hospitalar privada registrou, nos últimos 10 anos, o fechamento de mais de 2 mil estabelecimentos, o que provocou a perda de 34 mil leitos. Dado extremamente preocupante em um país que não consegue cumprir a indicação mínima da OMS de leitos por habitantes.

Há um estrangulamento no setor, causado, entre outras razões pela elevada carga tributária. Por exemplo, a tributação sobre medicamentos chega a um terço do valor final. Do preço de um bisturi, o percentual de 39% do valor é referente a impostos.

O cenário, nos últimos meses, apenas piorou. Houve uma redução de receita, principalmente nos pequenos e médios hospitais, de 40% devido ao adiamento de cirurgias e à queda de atendimentos por medo da contaminação. No entanto, os custos simplesmente dispararam. Uma caixa de máscaras com 150 unidades, que antes era comprada por R$ 5,20, chegou a ser vendida por R$ 80.

Escolas e faculdades viram, desde o início da pandemia, explodir a inadimplência e evasão, com um crescimento de até 60%. O setor ficou ainda mais pressionado quando decisões de assembleias estaduais de todo o país, extrapolando suas esferas de atuação, impuseram, inconstitucionalmente, a redução das mensalidades.

É ainda mais estarrecedor observar prefeitos liberando o funcionamento de bares, shoppings, restaurantes, bem como o acesso a praias, mas impedindo a retomada das aulas presenciais. Posicionamento este incompreensível e que torna ainda mais difícil reduzir o déficit de aprendizagem, mas expõe o quanto o ensino está longe de ser uma prioridade para os nossos governantes.

Muitas instituições públicas e privadas buscaram na modalidade a distância uma alternativa frente ao cenário de exceção, mas a medida paliativa não substitui todo um programa pedagógico já estruturado.

Mas, como diz o ditado popular, “nada é tão ruim que não possa piorar”. Além da crise provocada pela pandemia, ambos setores também compartilham o temor pelo impacto da reforma tributária proposta pelo Ministério da Fazenda. A unificação do PIS/Pasep e da Cofins sob alíquota única de 12%, defendida pelo governo, vai quebrar os dois segmentos. Não há dúvidas sobre isso.

Esse novo modelo prevê que as empresas abatam o imposto, gerando crédito na compra de insumos. Isso beneficia a indústria, mas não a educação e a saúde, segmentos em que a mão de obra, que não será dedutível, responde pela maior parte dos custos.

A conta vai cair no colo dos governos. Serão os sistemas públicos de saúde e educação que vão ter que atender a demanda formada pelas pessoas que não terão mais condições de pagar um plano de saúde ou uma faculdade particular. Se hoje muitos municípios não têm vagas em escolas nem leitos em hospitais suficientes para suprir a demanda, como será com o fechamento de estabelecimentos privados? Somente o ensino particular desonera o Estado em R$ 225 bilhões/ano de gastos, além de gerar 1,7 milhão de empregos.

É preciso que haja sensibilidade de nossos congressistas e entendam que o foco da reforma deveria ser justamente a desoneração da folha de pagamento, que permanece com elevados custos. Isso permitiria melhorar as remunerações e valorizaria os setores que geram empregos.

Essa deveria ser a lógica, pensar a reforma tendo como ponto de partida a educação, saúde e o trabalho. Não há como pensar em um país competitivo e desenvolvido se não valorizarmos essas três esferas. Se não houver mudanças na reforma, vamos pagar por muitos anos o descaso com a educação e a saúde.

Aldevânio Francisco Morato

Presidente da Federação Brasileira de Hospitais.

Elizabeth Guedes

Presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares.

Gilberto Ururahy

Presidente do Conselho de Medicina e de Saúde da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Paulo Sardinha

Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos.

Educação e Saúde são tema de webinar que acontece nesta terça-feira
Impacto da reforma tributária será um dos destaques do evento

 

 

Da Redação

“Educação e Saúde” é o tema do webinar que a EuroCom e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH BrASIL) promoveM nesta quarta-feira (22), às 16h30. O evento contará com a participação da presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares (Anup), Elizabeth Guedes; do presidente da ABRH Brasil, Paulo Sardinha; do secretário executivo da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Bruno Sobral e do vice-presidente da Qualicorp, Pablo Meneses. O evento será transmitido pelos links www.facebook.com/ABRHBrasil ou www.facebook.com/EuroComunicacao.

Entre os temas que serão discutidos está o impacto da Reforma Tributária que está em discussão no Congresso Nacional. As lideranças dos dois setores vêm alertando unificação do PIS/PASEP e o Cofins sob alíquota única de 12%, um dos itens do projeto da reforma, vai provocar um retrocesso no país e prejudicar a Saúde e Educação. Esse novo modelo prevê que as empresas abatam o imposto, gerando crédito na compra de insumos. Mas isso beneficia a Indústria, mas não a Educação e a Saúde, setores em que a mão de obra, que não será dedutível, responde pela maior parte dos custos.

Essa elevação de custo agravará a inflação da saúde e penalizará ainda mais os consumidores, em especial os 47 milhões de usuários de planos de saúde cujas mensalidades têm sido reajustadas com índices muito acima da inflação geral ano após ano. Entidades que representam a educação privada projetam um aumento do preço das mensalidades em até 22%; bem como fechamento de unidades e maior concentração do setor.