Ministério do Turismo começa a regularizar cadastro da rede hoteleira do país

Dos mais de 31 mil estabelecimentos de hospedagem em funcionamento no Brasil, mais de 70%, ou 23,2 mil, estão em situação irregular, segundo levantamento do Ministério do Turismo. De acordo com a pasta, apenas pouco mais de 8 mil (26%) hotéis, pousadas e resorts do país estão registrados no Cadastur, requisito obrigatório para atuar no setor.

Para mudar este cenário, o ministério iniciou esta semana uma campanha para incentivar empresários do setor a regularizar seus empreendimentos. “O turismo é um segmento fundamental da economia nacional, responsável pela geração de empregos e renda para a população brasileira, mas precisamos avançar em busca da profissionalização de nossos serviços e para isso é preciso sair da ilegalidade. Só assim conseguiremos dar ao turismo o destaque que ele merece”, disse o ministro do Turismo, Marx Beltrão, em nota divulgada pela pasta.

Inicialmente, segundo o ministério, a fiscalização ocorrerá de forma educativa, com alertas aos empresários sobre a importância do cadastramento. Mesmo assim, os estabelecimentos flagrados em situação irregular poderão ser autuados. As multas podem variar de R$1.186 até R$ 854 mil.

“Além dos mutirões presenciais, o Ministério do Turismo se prepara para iniciar o trabalho de fiscalização online, por meio da criação de um perfil de fiscalização nas redes sociais”, informou a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo

Registro

O Cadastur é o sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor de turismo. Ele é obrigatório não só para os meios de hospedagem, mas também para agências de turismo, transportadoras turísticas, organizadoras de eventos, guias de turismo, acampamentos turísticos e parques temáticos.

De acordo com o ministério, o sistema garante vantagens e oportunidades de negócios aos cadastrados e também é uma importante fonte de consulta para o turista. O programa é executado pelo Ministério do Turismo em parceria com os órgãos oficiais de turismo dos 26 estados e do Distrito Federal.

O cadastramento pode ser feito no site do Cadastur. O turista também pode acessar a página para verificar a situação do estabelecimento em que deseja se hospedar.

Pesquisa mostra que 95% dos turistas estrangeiros pretendem voltar ao Brasil

Pesquisa feita pelo Ministério do Turismo divulgada hoje (13) aponta que 95% dos turistas estrangeiros que estiveram no Brasil em 2016 têm intenção de voltar ao país. O levantamento avaliou 16 itens de infraestrutura e serviços turísticos, como: hospitalidade, alojamento, gastronomia, aeroportos, segurança, limpeza, sinalização turística, entre outros. Ao todo, 37.634 turistas foram entrevistados.

À exceção da categoria ‘telefonia e internet’, que recebeu o menor índice de aprovação, de 69,6% dos entrevistados, os demais 15 itens receberam avaliações superiores à 70%, como a hospitalidade (98%) , alojamento (95,7%) , gastronomia (95,4%) e restaurantes (95%). A avaliação final da experiência no Brasil foi positiva para 87,7% dos entrevistados.

Ao todo, 56,8% dos turistas que visitaram o Brasil em 2016 vieram da América do Sul, um crescimento de 32,2% em cinco anos. Os argentinos seguem na liderança entre os vizinhos e representam 34,9% do total de visitantes no país. Somada às participações de Paraguai (4,8%) , Chile (4,7%) e Uruguai (4,3%) , respondem por 48,7% do receptivo brasileiro.

A segunda principal origem dos turista são os Estados Unidos que, em 2016, enviou pouco mais de 570 mil visitantes. França e Alemanha destacam-se entre os europeus, ocupando respectivamente a 6ª e 7ª posição.

Apesar de representarem maioria entre os estrangeiros que nos visitam, os sul-americanos gastam pouco em nosso país. A pesquisa revela que os turistas provenientes dos países europeus e dos Estados Unidos tem um gasto per capita, de aproximadamente o dobro do verificado entre os visitantes da América do Sul, com destaque para os norte-americanos que gastaram US$ 1.234, quase 2,2 vezes mais que os argentinos, US$ 548,92.

Turismo no Brasil

O turismo de “Sol e Praia” continua sendo o principal atrativo da vinda ao Brasil, responsável por 68,8% da motivação das viagens a lazer. Já 16,6% dos estrangeiros buscavam natureza, ecoturismo ou aventura em sua experiência em nosso país e 9,7% citaram o turismo cultural com principal motivo da escolha pelo país. Os entrevistados também destacaram como motivação a visitas a amigos e parentes (21%) e negócios, eventos e convenções (18,7 %).

O Rio de Janeiro continua sendo o destino turístico preferido pelos turistas de lazer, representando 32,2% desse grupo, seguido por Florianópolis (17,9 %) , Foz do Iguaçu (13,2 %) e São Paulo (9,1 %) .

No turismo de negócios, as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte são as mais visitadas.

A pesquisa também apontou o aumento da procura pela hospedagem alternativa. Apesar de mais da metade (51,5 %) dos estrangeiros ainda optarem por hotéis – percentual que se mantém estável nos últimos cinco anos – 16,7 % dos turistas internacionais optou pelo aluguel de casas.

Levantamento

A Pesquisa Demanda Internacional é realizada anualmente pelo Ministério do Turismo para verificar o perfil dos turistas estrangeiros – gastos, destinos, local de residência, motivações, interesses, hábitos e avaliações. Em 2016, foram entrevistados 37.634 turistas internacionais em 15 aeroportos internacionais e 10 fronteiras terrestres, durante cinco momentos do ano. Nesta edição, a pesquisa considerou como etapa especial a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

Turismo injetará R$ 21 bilhões no Brasil com feriados

aparecida do norte
Em 2016, mais de 160 mil pessoas visitaram a Basílica de Aparecida no dia 12 de outubro

Por: Eliane Oliveira, do Globo

Ao contrário do comércio e da indústria, que se queixam da grande quantidade de feriados em 2017, o setor de turismo tem tudo para comemorar. Projeção feita pelo Ministério do Turismo, em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas, revela que as viagens nos fins de semana prolongados por feriados que caem na segunda, terça, quinta ou sexta-feira injetarão R$ 21 bilhões a mais na economia do Brasil.

O levantamento considerou um acréscimo de 22 dias de folga, quando 10,5 milhões de viagens deverão ser realizadas. Foram excluídos do cálculo o Carnaval, a Semana Santa, o Natal e o Réveillon, períodos tradicionais de alta movimentação nos aeroportos, rodoviárias e rodovias.

De acordo com o estudo, o feriado que deve gerar o maior impacto é o Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, quando 1,94 milhão de viagens movimentarão R$ 3,9 bilhões na economia.

— São números que reforçam a vocação do turismo para ajudar no desenvolvimento econômico e na geração de emprego do país. Enquanto diversas atividades demonstram preocupação com os fins de semana prolongados em 2017, o setor de viagens se prepara para faturar — disse o ministro do Turismo, Marx Beltrão.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), Edmar Bull, as empresas do segmento já começaram a sentir o impacto dos feriados com o aumento na procura por pacotes de viagens. A entidade estima que a demanda por viagens de lazer em 2017 deverá crescer entre 8% e 14%.

— Os brasileiros vão poder viajar mais, gastando menos, porque uma das vantagens da ocupação pulverizada ao longo do ano é o maior equilíbrio na equação oferta x demanda, o que impacta diretamente na composição das tarifas aéreas e hoteleiras — afirmou Bull.

A pesquisa levou em consideração os feriados de 21 de abril (Tiradentes, sexta-feira), 1º de maio (Dia do Trabalho, segunda-feira), 15 de junho (Corpus Christi, quinta-feira), 7 de setembro (Independência do Brasil, quinta-feira), 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida, quinta-feira) e 2 de novembro (Finados, quinta-feira).

Carnaval, Semana Santa, Natal e Réveillon foram desconsiderados, porque via de regra geram fins de semana prolongado e a ideia da projeção foi levantar qual o valor a ser acrescentado na movimentação econômica nacional em 2017.

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