Brasil CVB realiza o 13º Congresso Brasileiro de Convention & Visitors Bureaux
Evento online vai debater desafios e perspectivas do Turismo

 

 

 

Da Redação

O Brasil Convention & Visitors Bureau (Brasil CVB) realizará o 13° Congresso Brasileiro de Convention & Visitors Bureaux nos dias 17 e 18 de junho. O evento será feito virtualmente e a programação contará com uma série de palestras e debates, com o foco nos desafio que o setor vem enfrentando e as perspectivas pós-pandemia. O evento terá a participação de empresários, profissionais de diversas áreas, estudantes e empresas brasileiras.

O presidente do Brasil C&VB, Márcio Santiago Oliveira, o Ministro do Turismo do Brasil, Gilson Machado Neto e o presidente da Embratur-Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Carlos Brito, estarão na abertura do congresso. Mais informações sobre a programação e inscrição no link https://www.sympla.com.br/13-congresso-brasileiro-de-convention-and-visitors-bureau__1227530.

Crise leva ao fechamento de 40% dos restaurantes de comida a quilo
Número de estabelecimentos caiu de 200 mil para 120 mil no paí

 

Da Agência Brasil

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que 40% dos restaurantes especializados em comida a quilo fecharam no país devido à crise econômica causada pela pandemia de covid-19. O Brasil tinha cerca de 200 mil estabelecimentos desse tipo, e a estimativa atual é de que esse número tenha caído para 120 mil.

Nas regiões com grande concentração de escritórios, as medidas de restrição e o grande número de pessoas em  trabalho remoto reduziram o movimento nos estabelecimentos de refeição rápida. Segundo a Abrasel, os restaurantes por quilo ou self-service, que tinham grande procura antes da crise,  atualmente têm menos de 10% do movimento pré-pandemia.

O empresário Renato Rezemini fechou as portas do restaurante por quilo que tinha em um bairro comercial na zona sul de São Paulo, mas conseguiu manter outro estabelecimento à la carte, em que os clientes escolhem os pratos em um cardápio, mas o movimento ainda é baixo. “Eu tinha uma média de 350, 400 refeições por dia; hoje eu faço 40 refeições por dia, incluindo as entregas. Praticamente inviável, todo mês a gente cava mais um pouco do buraco, entra mais um pouco no negativo”, lmentou.

Rezemini disse que o serviço de entregas não resolve o problema dos restaurantes, especialmente aqueles localizados em bairros comerciais, onde a circulação de pessoas diminuiu muito devido ao trabalho remoto. “Então, não tem pra quem entregar”, acrescentou.

O setor de serviços tem sofrido os impactos das incertezas relacionadas ao avanço da pandemia e à necessidade da quarentena,para manter tanto as portas abertas quanto os empregos. De acordo com a Abrasel, as dificuldades devem permanecer mesmo depois da pandemia. “Dependendo da situação, do capital de giro que tinha, da sua capacidade, isso aí vai de três a cinco anos”, disse o presidente do Conselho de Administração Abrasel, Joaquim Saraiva.

A Abrasel informou que cerca de 335 mil bares e restaurantes encerraram as atividades definitivamente no país, considerando todos os segmentos, com uma extinção de 1,3 milhão de postos de trabalho. Ainda segundo a associação, só no estado de São Paulo, 50 mil estabelecimentos fecharam as portas definitivamente durante a pandemia, sendo 12 mil apenas na capital paulista, também levando em conta todos os segmentos.

“O setor de bares e restaurantes é um dos que mais contam com pequenos empreendedores no país e, destes, a maioria está endividada. Muitos estabelecimentos são pequenos negócios e até mesmo negócios familiares, o que dificulta a renegociação de dívidas e a quitação de pendências fiscais”, ressaltou o economista Thomas Carlsen, cofundador da Mywork, startup especializada em gestão de departamento de pessoal para pequenas e médias empresas.

Manter seu restaurante durante a pandemia está sendo extremamente difícil para a empresária Maria Teresa Dias: “A gente está em uma área estritamente comercial, só tem escritório e lajes corporativas, e as empresas não estão trazendo os funcionários [para trabalho presencial].” Com a clientela atual, disse Maria Teresa, não é possível pagar as contas como antes. A empresária conseguiu negociar com o proprietário do imóvel e não está pagando o aluguel do restaurante neste momento. Um acordo com seus funcionários também gerou economia, com o objetivo de evitar demissões.

Maria Teresa lembrou que, antes da quarentena, às quintas-feiras, atendia cerca de 550 pessoas. Na última quinta, porém, atendeu apenas 36. “Na sexta-feira, eu tinha fila de espera aqui para entrar no restaurante. Quinta e sexta-feira eram os meus melhores dias. E hoje eu estou fechada na sexta-feira, porque não tenho cliente.”

Para Carlsen, o fechamento de portas não representa apenas um encolhimento na economia, mas também a extinção de milhões de postos de trabalho, o que só aumenta as taxas de desemprego no país. “A sobrevivência de restaurantes por quilo e de tantos outros empreendimentos do setor depende diretamente da aceleração da vacinação”, acrescentou.

Indústria cai em nove dos 15 locais pesquisados em abril
Produção foi afetada pela queda nos derivados de petróleo

 

Da Agência Brasil

Seguindo tendência nacional, a produção industrial regional recuou em nove dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) divulgada hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na passagem de março para abril, as indústrias locais foram afetadas pelo baixo desempenho do setor de derivados do petróleo.

A produção nacional, divulgada na semana passada, caiu 1,3% em abril frente a março. A maior queda ocorreu na Bahia, que recuou 12,4%, a maior diminuição desde abril de 2020, uma queda de 23,4%. Com a quinta taxa negativa, a Bahia acumula perdas de 31,8%.

A Região Nordeste teve a segunda maior queda, de 7,8% no mês, influenciada pelo resultado da indústria de couro, artigos de viagens e calçados. A queda acumulada em cinco meses negativos chega a 17,1%.

São Paulo recuou 3,3%, queda também acima da média nacional, afetada pelo desempenho dos setores de derivados do petróleo, farmacêutico e de outros produtos químicos. Completam os locais com taxas negativas em abril, Goiás (-3,6%), Pernambuco (-2,4%), Santa Catarina (-2%), Ceará (-1,2%), Mato Grosso (-1,1%) e Minas Gerais (-0,9%).

Alta

O destaque entre os locais com alta na produção industrial foi o estado do Amazonas, que subiu 1,9% e teve a segunda taxa positiva seguida, acumulando ganho de 11%. Ao contrário dos que registraram queda, no Amazonas o setor de derivados de petróleo teve bom desempenho.

A segunda maior alta foi no Rio de Janeiro, com ganho de 1,5%. O setor extrativo de petróleo contribuiu para o desempenho positivo. Também registraram alta em abril na comparação mensal as indústrias do Espírito Santo (0,9%), Pará (0,3%), Rio Grande do Sul (0,3%) e Paraná (0,2%).

Em relação a abril de 2020, o crescimento nacional foi de 34,7% e 12 dos 15 locais pesquisados tiveram alta. Porém, o IBGE destaca que a base de comparação é muito baixa, já que em abril do ano passado o setor industrial foi muito pressionado pelo isolamento social decorrente da pandemia de covid-19.

Os maiores avanços na comparação anual foram do Amazonas (132,8%) e Ceará (90,2%). Acima da média nacional também ficaram o Paraná (55,1%), Rio Grande do Sul (53,8%), Santa Catarina (50,5%) e São Paulo (45,5%).

Completam a lista dos locais com alta, em relação a abril de 2020, Minas Gerais (32,5%), Pernambuco (31,4%), Espírito Santo (26,1%), região Nordeste (20,2%), Rio de Janeiro (10,3%) e Pará (6,0%).

As taxas negativas, na comparação anual, foram registradas na Bahia (-10%), Goiás (-8,7%) e Mato Grosso (-2%).

Pandemia

Segundo o IBGE, o resultado de abril foi afetado pelo agravamento da pandemia de covid-19, com as medidas restritivas, a diminuição da circulação de pessoas e escalas na jornada de trabalho. Mesmo assim, cinco locais estão acima do patamar pré-pandemia, tendo como referência o mês de fevereiro de 2020: Minas Gerais (10,2% acima); Santa Catarina (7,2%), Paraná (6,4%), Amazonas (4,4%) e São Paulo (3,4%).

No acumulado de 12 meses, o Brasil registra alta de 1,1% na produção industrial, assim como oito das regiões pesquisadas. As maiores altas acumuladas são em Pernambuco (7,4%), Santa Catarina (6,6%), Paraná e Rio Grande do Sul, ambos com aumento de 4,7%.

Por outro lado, as maiores quedas acumuladas em 12 meses foram registradas na Bahia (-9,8%), Espírito Santo (-9,2%) e Mato Grosso, que acumula perdas de 5,9%.

Pandemia acelera consolidação
Até maio, operações somam R$ 221,6 bi e cenário é de mais negócios

 

Do Valor Econômico

A pandemia acelerou este ano os processos de fusões e aquisições de companhias fragilizadas pela crise. De um lado, estão grupos capitalizados que buscam melhorar sua eficiência com a compra de rivais. De outro, empresas com dinheiro em caixa estão fechando transações para diversificar seus negócios.

Nos primeiros cinco meses do ano, o volume de transações atingiu a marca de 693, alta de 37,23% sobre o mesmo período do ano passado e 20,3% acima de janeiro a maio de 2019, segunda a consultoria espanhola TTR. O número supera, portanto, a base de 2019, antes do início da crise que, inicialmente, paralisou essas transações.

Em valores, as operações atingiram R$ 221,6 bilhões, alta de 334,50% sobre igual período do ano passado e 83% acima de 2019. A TTR inclui em suas estatísticas transações que não envolvem necessariamente assessores financeiros na intermediação. Dados da Dealogic mostram a mesma tendência. A consultoria registrou 237 transações de janeiro a maio deste ano, ante 185 sobre janeiro a maio do ano passado. Em valor, as operações alcançaram US$ 49,671 bilhões (R$ 250 bilhões, ante US$ 5,941 bilhões (R$ 29,9 bilhões), aumento de 736% sobre os cinco meses de 2020.

Para este ano, as projeções de especialistas, assessores e bancos ouvidos pelo Valor apontam para um volume de operações superior a 2020, voltando a patamares pré-covid-19. Com o cenário de juros em baixa e maior liquidez, ganha força o movimento de consolidação de empresas nacionais. O câmbio apreciado, que torna os ativos mais baratos, também estimula a entrada de empresas estrangeiras. Mas, diante das incertezas econômica e política, esse tipo de investidor costuma ficar mais receoso para fechar negócios no país.

“O avanço dessas operações não são necessariamente para concentração de mercado. Há negócios para capturar sinergias e entrada em novos mercados”, observa Sílvio Laban, professor do Insper, a respeito da mudança de perfil das transações recentes no país. “O movimento que estamos vendo é muito mais de empresas não concorrentes do que as que disputam o mesmo mercado. Vamos ver mais compras de empresa não-competidoras, mas, sim, complementares”, aponta Ulysses Reis, coordenador do MBA de Varejo da Fundação Getúlio Vargas.

Há consenso de que setores de tecnologia e operações financeiras continuarão liderando o total de transações. Mas saúde, educação, varejo e agronegócio devem protagonizar importantes negociações. Para os próximos meses, dois negócios de peso na área petroquímica estão para serem anunciados – a venda da Oxiteno, que pertence ao grupo Ultra, e a venda da fatia da Odebrecht na Braskem, transação que pode ser a maior do ano.

No setor aéreo, a concentração poderá ser maior, se as conversas da Azul com a Latam avançarem. O setor de moda aguarda os próximos passos da Arezzo, que tentou comprar a Hering, mas foi atravessada pelo grupo Soma. Ainda há conversas entre Vivara e H.Stern, que estão na fase de diligência dos números, diz uma fonte.

O setor de saúde movimentou, recentemente, em apenas sete dias, R$ 1,5 bilhão em negócios com a conclusão de sete transações envolvendo os principais grupos do país. O setor de educação passa pelo mesmo movimento, diz Carlos Mello, sócio do escritório Souza, Mello e Torres Advogados. O escritório de Mello assessorou a Fael, faculdade de ensino a distância comprada pela gigante Ser. “Veremos os maiores players em educação comprando empresas médias do setor”, diz Mello.

Com o mercado de capitais aquecido, com empresas indo à bolsa em 2020 e 2021, as ações viraram a principal moeda nos movimentos de fusões e aquisições, diz Gustavo Miranda, responsável pela área de banco de investimento do Santander. “Empresas de capital aberto também voltaram à bolsa para se capitalizar, preparando-se para expansão”, diz.

Foram os casos da Renner, que levantou quase R$ 4 bilhões (e estuda comprar pequenos negócios, como startups de tecnologia, diz fonte), e da rede de hospitais D’Or, que fez em dezembro um dos maiores IPOs da história da bolsa, com R$ 11,4 bilhões, e mais R$ 1,8 bilhão em uma oferta subsequente em março.

Há o efeito do barateamento de ativos. “Isso fez com que investidores voltassem mais os olhos para as empresas abertas. Mas também há grupos fechados, sem maiores dificuldades financeiras, que estão pensando: ‘Já cheguei até aqui, sobrevivi à crise, qual meu próximo passo?”, diz Douglas Carvalho, sócio da Target Advisor, butique de fusões e aquisições (M&A). Para ele, ainda há uma questão de “timing” certo. “Tem muita companhia que sabe que podem vir outras crises, e o ano eleitoral está chegando, o que gera instabilidade. Há outras empresas que entendem que é a hora de realizar [o lucro, se desfazendo de sua posição]. Isso tudo aumenta os M&As.”

Pedro Quintão, responsável pela área de M&As do Bradesco BBI , lemra que há uma corrida pela digitalização, sobretudo nas áreas de varejo e operações financeiras. Isso obriga as companhias a fecharem acordos com empresas com outras ‘expertises’ para reforçar a própria estrutura. É o caso, por exemplo, de Magazine Luiza, Via e B2W. Só o Magalu fez 16 aquisições de plataformas e startups de janeiro de 2020 a abril deste ano.

O Bradesco BBI, Itaú BBA e Santander estão com maior fluxo de mandatos neste ano em relação ao ano passado. “As incertezas sobre o futuro em junho deste ano são menores em relação ao mesmo período do ano passado”, diz Quintão.

Para Cristiano Guimarães, diretor-executivo do Itaú BBA, os cheques deverão ser maiores. “Veremos transações relevantes. Com a pandemia, surgiram operações não consideradas antes da crise.”

Leonardo Dell’Oso, da consultoria PwC, concorda. Segundo ele, o mercado nacional sempre foi de operações de porte médio.

Segundo Guimarães, apesar da volatilidade nos últimos dois meses, a atividade econômica dá sinais de retomada. “Querendo ou não, a pandemia toca em diversos outros temas, com questões políticas e econômicas. Mas a percepção é que o mercado vai melhorar.”