Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que não fizeram a prova de vida entre março de 2020 e fevereiro deste ano não terão seus benefícios bloqueados.
A Portaria nº 1.266/2021, publicada no Diário Oficial da União, prorroga a interrupção do bloqueio de benefícios para as competências de janeiro e fevereiro, ou seja, para pagamentos até o fim de março.
A prorrogação vale para os beneficiários residentes no Brasil e no exterior. De acordo com a portaria, a rotina e obrigações contratuais estabelecidas entre o INSS e a rede bancária que paga os benefícios permanece e a comprovação da prova de vida deverá ser realizada normalmente pelos bancos.
Realizada todos os anos, a comprovação de vida é exigida para a manutenção do pagamento do benefício. Para isso, o segurado ou algum representante legal ou voluntário deve comparecer à instituição bancária onde saca o benefício. O procedimento, entretanto, deixou de ser exigido em março de 2020, entre as ações para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, e a medida vem sendo prorrogada desde então.
Desde agosto do ano passado, o a prova de vida também pode ser feita por meio do aplicativo Meu INSS ou pelo site do órgão por beneficiários com mais de 80 anos ou com restrições de mobilidade. A comprovação da dificuldade de locomoção exige atestado ou declaração médica. Nesse caso, todos os documentos são anexados e enviados eletronicamente.
Uma pesquisa inédita conduzida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) em parceria com a Memória da Eletricidade fez um amplo mapeamento das lembranças institucionais nas empresas do país. O levantamento aponta uma correlação entre o tempo de atividade da organização e existência ou não de projetos de memória empresarial. De acordo com a análise, apenas 18% dessas corporações contam com programas formais do gênero, dos quais 50% delas têm trabalhado neste sentido há mais de 15 anos e 40% entre seis e 15 anos.
A pesquisa “A História e a Memória Empresarial nas Organizações no Brasil” contou com a participação de 117 empresas, das quais 76% nacionais e multinacionais privadas, atuantes em 32 setores da economia, em especial da área de Energia (16% do total). Desse universo de corporações, 62% estão localizadas em São Paulo, com representantes de 12 estados, além do Distrito Federal. O estudo é uma segunda edição revisada e ampliada da pesquisa conduzida por Paulo Nassar, presidente da Aberje e professor-titular da ECA/USP em 2005.
De acordo com o presidente da Aberje, as empresas que podem agregar valor por meio de sua história ganham uma genuína e insuperável vantagem competitiva. “A história de uma empresa traduziria sua identidade como organização, seu DNA, e essa identidade construiria a percepção que o consumidor e os funcionários têm da marca, seus produtos e serviços. No contexto atual, memória é reputação”, explica.
Quanto aos objetivos e ações apontados na pesquisa, como em relação à justificativa do negócio para estruturação da memória institucional foram elencados alguns itens: a preservação da identidade corporativa e da coerência institucional (48%); trabalhar a memória como agente catalisador no apoio aos negócios e elemento de coesão entre responsabilidade social e histórica (43%); estímulo ao sentimento de pertencimento dos colaboradores (38%) e transformação da experiência acumulada ao longo da história da organização em conhecimento histórico disponível à sociedade.
Instrumento de marketing
Outro dado interessante levantado pela pesquisa é que 83% das empresas participantes afirmam acreditar que a memória empresarial é uma ferramenta de marketing e de comunicação da organização. As empresas estão dando mais atenção ao tema da marca, da reputação, da imagem, do branding e aí a história organizacional aparece como uma questão absolutamente vital”, salienta o presidente do Centro da Memória da Eletricidade, Augusto Rodrigues.
Modelos de gestão
A pesquisa revelou também que, das empresas que não possuem uma área formal para o desenvolvimento da memória empresarial, o setor de Comunicação é responsável por sua gestão e disseminação. Do contingente de companhias pesquisadas, 71% delas estão nessa situação. Em relação ao nível hierárquico da área na estrutura organizacional, 33% dos consultados afirmaram que o assunto fica a cargo da gerência.
Dessas estruturas, quase metade trabalha com sua própria equipe. Ou seja, 44% delas estimulam seus grupos de trabalho a participar de seminários e eventos acadêmicos sobre memória, história oral ou outros temas correlatos. Outros 35% atuam com equipe interna e externa e 15% apenas com fornecedores. Os 50% desses últimos optam por agências especializadas em memória empresarial.
O democrata Joe Biden, de 78 anos, tomou posse nesta quarta-feira (20) como o 46º presidente dos Estados Unidos, sucedendo o republicano Donald Trump. Em um discurso apaziguador, o democrata pediu união para derrotar o extremismo e restaurar a alma americana.
“Temos que nos unir para enfrentar nossos inimigos: raiva, ódio, extremismo, violência, doença, desemprego e desesperança“, disse o presidente. “Com união, podemos fazer grandes coisas, coisas importantes.”
O presidente citou também os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que tirou a vida de milhares de americanos e afetou a economia, e as mudanças climáticas como desafios da sua administração.
Além disso, ele reforçou que é importante que os EUA garantam a igualdade entre as pessoas.
Pouco antes, a vice-presidente Kamala Harris foi empossada como a primeira mulher a ocupar o cargo na história dos EUA. “Não me digam que as coisas não podem mudar”, disse Biden.
Biden usou seu discurso para fazer uma promessa de reaproximação com a comunidade internacional, depois de quatro anos da agenda America First (América em primeiro lugar), do governo Trump.
“Vamos restaurar nossas alianças e nos reunir com o mundo novamente, não para enfrentar os desafios de ontem, mas os de hoje e de amanhã”, disse o presidente.
Durante o discurso, Biden saudou os ex-presidentes presentes na cerimônia: Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama. Ele agradeceu também participação do vice de Trump, Mike Pence, evidenciando a ausência do seu antecessor.
Trump não participou da cerimônia de posse e deixou a Casa Branca na manhã desta quarta. Ele passou mais de dois meses questionando a vitória de Biden nas eleições de 3 de novembro.
O democrata venceu as eleições de novembro com ampla maioria dos votos: foram 306 votos eleitorais contra 232 do seu adversário.
O setor agropecuário aumentou em 17% o volume de exportação para China
Da Agência Brasil
O Boletim de Comércio Exterior (Icomex) divulgado, hoje (15), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FVG/Ibre) aponta que o único resultado positivo em 2020 no setor foi o superávit comercial. A análise foi feita diante do cenário de superávit da balança comercial de US$ 50,9 bilhões, dos investimentos estrangeiros no país de janeiro a novembro de US$ 33 bilhões e da previsão de recuo no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) de 4,7%. Mesmo positivo, o superávit comercial contribuiu para a queda do déficit em conta-corrente em um momento de retração da entrada de capital no país.
De acordo com o Icomex, a China contribuiu com US$ 33,6 bilhões no superávit, enquanto entre os principais parceiros a contribuição dos Estados Unidos foi negativa. O saldo com a União Europeia foi positivo em US$ 1,5 bilhão, no entanto, o valor é abaixo dos países da América do Sul, inclusive Argentina, de US$ 6 bilhões, e do restante da Ásia.
Na edição de dezembro, o boletim do Icomex estimava um superávit de US$ 55 bilhões. A diferença entre a previsão e o fechamento, segundo o Ibre, foi provocada por uma importação de US$ 4,8 bilhões de plataformas de petróleo, que provocou um déficit na balança comercial de dezembro de US$ 41,6 milhões. “Sem as plataformas, o superávit em dezembro seria de US$ 4,7 bilhões e a nossa estimativa para o ano estaria correta”, diz o boletim.
A análise destaca também que mesmo excluindo as plataformas, as importações aumentaram na comparação interanual, o que também ocorreu no mês de novembro. “Esse resultado sinaliza um movimento de ompras positivo e, logo, de alguma melhora no nível de atividade”.
Commodities
O desempenho das commodities, na avaliação do Ibre, explica os 66% do valor exportado em 2020, o que representa o maior percentual da série histórica iniciada em 1998, quando foi de 40%. O valor das exportações de commodities cresceram 0,5% de 2019 para 2020 e das não commodities recuaram 18,5%. Em volume, as commodities cresceram 7,4% e as não commodities recuaram 13,5%.
Com o aumento de volume de 7,4%, o setor agropecuário foi líder nas exportações brasileiras em 2020, explicada pelo aumento do volume das exportações para a China (17%). A participação do país saiu de 28,1% para 32,3% de 2019 para 2020. Os demais países da Ásia também registraram contribuição positiva de 11,1%, e explicam 14,9% das exportações brasileiras.
Ainda na comparação anual, todos os outros principais parceiros recuaram nas exportações. No mês de dezembro repetiu-se o comportamento do mês de novembro, quando foi registrado aumento das vendas para a Argentina, demais países da América do Sul e outros países da Ásia.
De 2019 para 2020, o volume importado teve queda em todos os setores e a indústria extrativa registrou a maior queda, de 16,1%. Em dezembro, a indústria de transformação foi destaque com variação positiva de 12,7% nas vendas externas e aumento de 66,8% nas compras. “Aqui, no entanto, é preciso descontar o efeito das plataformas [de petróleo]. Sem as compras de plataformas, a variação foi de 21,2%”, diz o boletim.
A queda nas importações puxada pela recessão do nível de atividade influenciou o superávit da balança comercial, como também o aumento nas exportações de commodities direcionadas para a China, que reduziu a queda nas vendas externas em um ano de forte retração na demanda mundial, diz ainda o Icomex.
Previsões para 2021
O boletim indica que as incertezas relacionadas à pandemia ainda não desapareceram dos cenários mundial e do Brasil, mas alguns pontos sugerem condições positivas para as exportações brasileiras. O primeiro está ligado à alta nos preços das commodities, que já começou a ser observado no segundo semestre de 2020 e se refletiu na melhora dos termos de troca, a partir de julho de 2020.
“Os investimentos chineses demandaram compras de minério de ferro e cobre. Ademais, os preços de alguns alimentos como soja, carne, e de trigo, cresceram com retrações de oferta devido a secas e os efeitos que ainda perduraram da crise suína na China”.
Ainda conforme a análise, há um certo grau de sincronização de pacotes fiscais expansionistas na Europa, Estados Unidos e China, que sustentam o aumento da demanda. Para o Ibre, a posse de Joe Biden na Presidência dos Estados Unidos poderá intensificar as políticas expansionistas e, assim, provocar o enfraquecimento do dólar, que costuma ser acompanhado do aumento dos preços de commodities.
“O aumento de preços das commodities é uma boa notícia para o Brasil. A melhora nos termos de troca associada aos preços de commodities ajuda as exportações brasileiras de manufaturas com os parceiros sul-americanos exportadores de commodities. No entanto, para que o Brasil continue sendo um dos líderes nas vendas de commodities, especialmente agrícolas, o governo deve priorizar sua política ambiental e climática”, recomenda o Ibre.