HORTITEC atrai mais e 30 mil produtores e profissionais do agro
Evento movimentou um volume de negócios estimado em R$ 450 milhões

 

Da Redação

A 29ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas foi sucesso mais vez ao reunir em Holambra (SP) 30.400 visitantes, entre produtores e profissionais de agronegócio, que foram conferir as novidades apresentadas pelas mais de 500 empresas expositoras, do Brasil e do Exterior. A edição deste ano ocorreu de 19 a 21 de junho, no Parque de Exposições da cidade, e movimentou um volume de negócios estimado em R$ 450 milhões.

O destaque desse grande encontro da horticultura brasileira ficou, mais uma vez, por conta do perfil do público, altamente especializado no business. “Aqui o produtor pode conhecer tudo para melhorar sua produção, desde sementes e mudas, fertilizantes e defensivos, até as últimas novidades em maquinários e sistemas focados em aumentar a produtividade, economizar água e energia, além de considerar as questões de inovação e sustentabilidade”, destaca Renato Opitz, diretor geral da Hortitec.

A capacitação também teve espaço nesta 29ª edição do evento. O Painel de Inovação Embrapa e Ibrahort, por exemplo, abordou o tema “Máquinas para a Agricultura Familiar”. O bate papo com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) apresentou novas tecnologias e parcerias para o setor hortícola. Durante os três dias do evento, o Sebrae ofereceu aos visitantes uma intensa programação de palestras e rodadas de negócios, além de abrir o seu espaço para diversas startups atendidas. Instituições, como Senar e Cati, trouxeram caravanas de produtores de várias regiões.

Outro destaque da Hortitec foi o conjunto de oportunidades oferecidas por algumas empresas expositoras que apresentaram suas novidades em estações experimentais no entorno de Holambra, com saídas de vans a partir do estacionamento do evento.

A 30ª edição já está marcada para acontecer de 25 a 27 de junho de 2025, também no Parque de Exposições de Holambra.

Agrotech 2024 promove encontro sobre inovação, tecnologia e soluções do setor
Evento da StartSe vai trazer conteúdos sobre a aplicação de IA no agronegócio e meios para eficiência enérgica com especialistas

No dia 21 de junho, o Expo Center Norte recebe o Agrotech 2024, evento da StartSe que reúne os temas mais relevantes em tecnologia no agronegócio. Entre os palestrantes confirmados estão Kevin Kimble, especialista em empreendimento agrícola da IOWA State University, Mariana Caetano, CEO e Co-founder da Salva, e Pedro Fernandes, diretor de agronegócio Itaú BBA.

“O agronegócio tem um peso significativo na economia nacional e a tendência é que essa importância cresça nos próximos anos, considerando que muitos processos serão otimizados com a tecnologia, em especial, com IA. Um sinal que percebemos é o movimento formado por grandes empresários, até mesmo de companhias de outros setores, investindo bastante a médio e longo prazo, visto que é uma área com grande potencial econômico”, aponta Junior Borneli, CEO da StartSe.

Diversos temas vão movimentar os debates, como robótica agrícola, agricultura de precisão, análise de dados, agricultura regenerativa, economia circular, entre outros. Felipe Leal, partner e head de produtos, e Maurício Schneider, CEO da AgroBravo, representam a StartSe no evento entre os palestrantes.

Serviço:

Agrotech 2024

Data: 21 de junho

Horário: 9h às 18h

Local: Expo Center Norte (Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo – SP, 02055-000)

Inscrições pelo site

2º Fórum Econômico Brasil-Canadá discute desafios para crescimento do comércio internacional
Integração de cadeias produtivas, acordos de comércio e ambiente propício a investimentos, com uma agenda positiva microeconômica, foram alguns dos temas destacados pelos painelistas

O fluxo de comércio entre o Brasil e o Canadá encerrou 2023 em US$ 9,15 bilhões, muito próximo do recorde histórico de 2022, quando ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 10 bilhões, e segue com tendência de alta. E há inúmeras oportunidades a serem exploradas para aumentar e fortalecer o intercâmbio bilateral, principalmente nas áreas de inovação e tecnologia. Esse foi um dos temas discutidos durante 2º Fórum Econômico Brasil-Canadá, realizado em 10 de junho pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), que também abordou um possível Acordo de Livre Comércio Mercosul e Canadá, inteligência artificial, ESG (Environment, Social and Governance) e transição energética.

“Precisamos avançar na integração de cadeias produtivas, com o aumento das exportações de urânio de Caetité (Bahia), por exemplo, e com isso entrar nas rotas tecnológicas em desenvolvimento do Canadá para a fabricação de pequenos reatores nucleares, uma das soluções para a transição energética”, defendeu Carlos França, embaixador do Brasil no Canadá, durante o evento.

Terceiro maior parceiro comercial do Canadá, atrás dos Estados Unidos e do México, o Brasil assume papel cada vez mais importante e estratégico para o país, na visão de Emmanuel Kamarianakis, embaixador do Canadá no Brasil, que também falou durante o Fórum.

Emmanuel Kamarianakis, embaixador do Canadá no Brasil (Foto: Diego Frois)

“Esperamos seguir adiante com outros contratos de comércio, além daqueles fechados por meio da Embraer, que poderão ser também impulsionados via Mercosul”, disse, ao ressaltar a importância do alto nível de investimentos dos dois lados para o fortalecimento das relações bilaterais. De acordo com Kamarianakis, os investimentos do Canadá no Brasil totalizam cerca de 80 bilhões de dólares canadenses.

Economia

Keynote speaker do evento, o economista Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper, abordou as particularidades do Brasil, como a alta volatilidade, e a necessidade de o setor produtivo e os investidores darem mais atenção aos chamados riscos de cauda.

“É um país marcado por 26 anos de crescimento na faixa de 3% do PIB (Produto Interno Bruto), mas que amargou 14 anos de quedas significativas. É um país onde o gasto público não pode ser cortado por uma questão constitucional e isso é muito difícil de explicar para os investidores. No máximo, é possível controlar a sua evolução”, pontuou.

Na opinião de Lisboa, o crescimento econômico do país está atrelado a uma agenda microeconômica, composta por regras claras para o mercado de crédito, acesso a capitais, mudanças legislativas e governança das agências reguladoras, por exemplo. “Os países crescem graças a grandes ideias, à inovação, que permite melhorias nos processos, à tecnologia e gestão, desde que as regras do jogo sejam adequadas”, resumiu.

Haddad vai propor mudanças no formato de pisos de Saúde e Educação
Ministro assegurou que limites de crescimento real não trarão perdas

Da Agência Brasil

Diante do descolamento dos pisos das pastas de Saúde e Educação dos demais gastos do novo arcabouço fiscal, a equipe econômica do governo federal pretende propor, no Orçamento do próximo ano, mudanças no formato dos gastos mínimos para as duas áreas, disse nesta terça-feira (11) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O ministro afirmou que levará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugestões de novas fórmulas de cálculo na elaboração do Orçamento Geral da União do próximo ano, que terá de ser enviado ao Congresso até 30 de agosto.

“Vamos levar algumas propostas para o presidente, que pode aceitar ou não, dependendo da avaliação que ele fizer”, declarou o ministro em relação a uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo que apontou que o governo pretende limitar a 2,5% o crescimento real (acima da inflação) dos pisos para a saúde e a educação.

Apesar da mudança dos cálculos, Haddad descartou o risco de perda de recursos para as duas áreas. “Não se trata disso, ninguém tem perda”, garantiu o ministro.

A mudança tem o objetivo de evitar o colapso do novo arcabouço fiscal porque os pisos para a Saúde e a Educação cresceriam mais que os gastos discricionários (não obrigatórios) dos ministérios nos próximos anos. O próprio Tesouro Nacional estima que o espaço para as despesas livres do governo será comprimido ano a ano, até se extinguir em 2030, caso as regras para os limites mínimos de Saúde e Educação não sejam alteradas.

Pelas contas do Tesouro, de 2025 a 2033, o governo terá R$ 504 bilhões a menos para gastos discricionários, que incluem os investimentos (obras e compra de equipamentos). “São vários cenários que estão sendo discutidos pelas áreas técnicas, mas nenhum foi levado ainda à consideração do presidente”, disse Haddad.

Descompasso

O descompasso ocorre porque, enquanto os pisos mínimos para a Saúde e a Educação são calculados com base num percentual das receitas, os demais gastos do arcabouço fiscal obedecem ao limite de 70% do crescimento real (acima da inflação) da receita no ano anterior. Com o fim do teto federal de gastos, no ano passado, os pisos voltaram a ser 15% da receita corrente líquida para a saúde e 18% da receita líquida de impostos para a educação.

No ano passado, durante as discussões do novo arcabouço fiscal, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, defendeu uma reavaliação do cálculo dos pisos mínimos no Orçamento de 2025. “Entendemos que há critérios que podem ser melhores que a mera indexação [em relação às receitas]”, disse Ceron na época.

Também no ano passado, Haddad tinha dito que a equipe econômica pretendia incluir uma regra de transição no arcabouço fiscal, mas a proposta não foi levada adiante na elaboração nem na discussão do novo marco para as contas públicas.